New Legends Universe: Saga dos Titãs escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Salve galera, estamos de volta.
Fiz algumas alterações no capítulo 5, quem puder, leia e confira. É pouca coisa mas é importante para o desenrolar da trama.

Uma curiosidade sobre este capítulo é que ele originalmente era para ser o capítulo 1 da história , mas quando vim postar no Nyah decidi colocar ele um pouco mais para trás. Porque a ideia inicial era ser uma continuação das outras fanfics de Saint Seiya que já fiz. Contudo duas dessas fanfics estão momentaneamente excluídas - irei reescrevê-las - e as outras duas estão em hiato, embora uma delas eu já esteja escrevendo os próximos capítulos e, com isso, em breve sairei do hiato com elas também.

Os personagens apresentados neste capítulo também aparecem nas fanfics Pouco Além e New Legends, de minha autoria. Recomendo fortemente a leitura de ambas para irem se familiarizando com os personagens, seu contexto e sua linha do tempo. Principalmente porque são as histórias que tirarei do hiato em breve.
Ademais, peço desculpas de antemão pelos spoilers aqui contidos rs

Já agendei um próximo capítulo para daqui a alguns dias. Conto com a compreensão e paciência de vocês.
Aproveito também para destacar a agradecer o entusiasmo de meus amigos Teffy, Laurentino, Eloiza, Gabriel Bills, Sensei Oji, archer shiro, Melryon, Arthur Santos, e demais leitores, que decidiram apoiar e abraçar esta história. A vocês e a todos os demais leitores, meu muito obrigado.

Dúvidas após ler o capítulo? É só me procurarem nas mensagens privadas e nas redes sociais. Terei o maior prazer em responder suas perguntas. Também podem deixar suas dúvidas nos comentários. Agradeço pela atenção.



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                        O cavaleiro observava as montanhas da Grécia, que pareciam intocadas desde que Heracles havia fundado Olímpia.

                        Brasil. Havaí. Angola. Japão. Egito. Grécia. Os locais que o cavaleiro havia habitado lhe traziam diversas recordações. Em sua maioria, boas.

                        Matt de Leão estava diferente. O discípulo do antigo cavaleiro Ikki, ele deixava a barba crescer um pouco, para que ficasse fina sobre a pele. Algumas pessoas gostam disso. E os russos fazem isso. Sua pele de latino que vira o sol de perto por vários tempos estava menos queimada. Ele já não tinha mais aquele rosto que fazia sucesso com as mocinhas, um rosto impecável que lembrava um jovem francês. Agora, você não veria nenhuma diferença entre o cavaleiro e um daqueles atores brasileiros que fazem papel de macho-alfa nas novelas.

                        Cabelo: preto. Olhos: negros... Ah, os olhos!

                        Desde que havia voltado do Egito, Matt havia adquirido o infame apelido de “Moisés” dentre os cavaleiros mais novos que eram orientados e supervisionados pelos Cavaleiros de Ouro. Isso porque, segundo a tradição judaico-cristã, Moisés, o libertador dos hebreus, que fora criado pela realeza egípcia, nunca conseguiu se livrar por completo dos traços finos do Kohl que os egípcios usavam nos olhos. Com Matt, ocorrera a mesma coisa: para se misturar aos magos egípcios, que o protegiam dos Guerreiros do Apocalipse, ele acabou adotando os costumes locais. Só que agora, que havia voltado ao Santuário, seus olhos continuavam delineados com um toque de preto.

                        Ele contemplava o pôr-do-sol. Parecia haver algo de extremamente diferente naquela paisagem, mas ele não conseguia discernir o que era.

                        Antes que pudesse conjecturar algo, ele sentiu dois cosmos se aproximando.

                        Um era de alguém que Matt sempre ia querer ver. O outro... Hm, também era de uma pessoa amiga, mas sem a mesma preferência. Infelizmente (para Matt), o segundo cosmo se revelou antes do primeiro.

— Aqui temos um amigo pensativo.

                        Matt se virou, deparando com Thiago de Aquário, apoiado numa árvore. Estavam nas divisas do Santuário. Thiago era o aprendiz do antigo cavaleiro, Hyoga.

— Meu caro Thiago – saudou Matt.

                        Era um homem que não mudava de expressão com o tempo. Um negro esbelto, robusto e forte; objeto de cobiça de diversas amazonas, mas que mantinha um relacionamento muito firme com uma bela amazona de bronze, Milene de Tartaruga, que residia na Casa de Aquário com a autorização do Grande Mestre. O cabelo de Thiago era mais curto e mais escuro que o de Matt. As duas armaduras de ouro piscaram reluzentes, ao se verem no mesmo local.

— Você continua o mesmo. – Thiago encarou o colega com seu par de olhos negros. – Queria ter essa mesma liberdade de pensamento que você nos mostra.

— Mas você pode mostrar – retrucou Matt. – Basta ter vontade.

                        Thiago deu de ombros e abriu os braços.

— Você não está sozinho – objetou Matt.

                        O outro assentiu.

— É claro que você veria. – Ele indicou a densa floresta atrás deles.

                        Uma amazona de ouro surgiu do meio da mata. Seu elmo dourado escondia o cabelo castanho, que lhe caía até a cintura. Seus olhos cor de mel estavam direcionados para o cavaleiro de Leão. Seu rosto redondo se abriu num lindo sorriso.

— Isabella – falou Matt, com um brilho nos olhos.

                        Ela se aproximou. O sorriso dela parecia brilhar mais do que as armaduras. A amazona de Áries não teve pudor em abraçar o cônjuge. Ela era discípula do antigo cavaleiro de Áries, Kiki.

— Que lindo casal – declarou Thiago. – Sempre parece que vocês se conheceram agora.

— Não reclame, Thiago – disse Isabella, soltando Matt e encarando o colega, sem, contudo, deixar de sorrir. – Você tem alguém que atravessaria o oceano por você. E sabe disso. Anos de procura tinham que dar em alguma coisa.

                        Thiago deu de ombros.

— É bom falar com vocês sobre qualquer coisa. Faz com que eu me sinta forte.

— Isso porque ainda parecemos estudantes conversando – ponderou Matt. – Queria ver o que os outros diriam.

— É pra já – disse uma voz gaiata. Três cavaleiros de Ouro surgiram do meio das árvores.

                        Um andava imponente, com as asas de sua vestimenta exibindo grandeza. Era negro e corpulento; o irmão de Thiago, Betinho de Sagitário. O aprendiz do antigo cavaleiro Seiya. Uma amazona de ouro, com seu elmo de cauda de escorpião, vinha em seguida, com um sorriso travesso, estampado no rosto alvo de olhos escuros e cabelo castanho: Rina de Escorpião, aprendiza do antigo cavaleiro de Shun, que havia sido cavaleiro de Andrômeda e de Virgem. Entre eles, o dono da voz: um rapaz alto, magro, de cabelo liso, olhos castanho-claros e sorriso contagiante. Gustavo, o Guga, cavaleiro de Libra. Era o aprendiz do antigo cavaleiro Shiryu.

— Ah, que ótimo! – exclamou Thiago. – Como nos velhos tempos.

— Adoro essas reuniões inesperadas – admitiu Betinho, estufando o peito. – Ainda parecemos cavaleiros de Bronze. Ou de Prata – acrescentou, indicando Isabela. – É como nos velhos tempos.

— E eu também acho que nossas conversas são produtivas – disse Rina.

— Do tipo... Parece que tem um radar em mim – afirmou Guga. – Pra pressentir que alguém está se referindo a mim, direta ou indiretamente.

— Eu chamaria isso de “praga” – afirmou Thiago. Ninguém se deu ao trabalho de segurar as risadas.

                        Os cavaleiros de ouro conseguiram parar de rir de Guga e contemplaram o pôr-do-sol ao mesmo tempo. A sensação inquietante tomou conta de todos.

— Sabe, Matt me disse algo que faz muito sentido. – Thiago se desencostou da árvore e andou até ficar no centro da rodinha. – Meu pensamento tem toda liberdade para ser exibido.

                        Todos sempre paravam para escutar o cavaleiro de Aquário falando. Ele tinha o verdadeiro dom da eloqüência. E não era à toa: muitos cavaleiros sabiam exatamente porque ele agia desse modo.

                        Especula-se que Thiago de Aquário seja o mais provável sucessor do Grande Mestre. Há mais de um candidato, mas Thiago é um nome bastante forte.

                        Apesar de não ser muito velho, ao contrário de cavaleiros como Leandro de Gêmeos e Gianfranco de Câncer, Thiago conseguiu, desde os tempos de cavaleiro de Cisne, exibir uma liderança e uma classe diferenciadas. Não havia praticamente ninguém no Santuário que duvidasse da integridade dele. Ele seguiu os passos dos cavaleiros Aquarianos anteriores e tornou-se um homem extremamente culto. Se seu finado mentor, Hyoga, era tido como um dos “Cavaleiros da Lenda”, ele era tido como um dos “Cavaleiros da Esperança”, assim como seus amigos ali presentes.

                        Além disso, era um guerreiro exemplar em combate e na vida pessoal. Talvez fosse o cavaleiro no qual o Mestre visse menos maldade. Comparando-o com os mais velhos, Thiago levava algumas vantagens. Leandro de Gêmeos tivera uma crise de bipolaridade há alguns anos, que provocou uma enorme crise no Santuário, que resultou inclusive na morte de vários cavaleiros. Já Gian de Câncer estava envolvido com comércio de produtos clandestinos e de origem genérica. Nem todos no Santuário viam essa característica do cavaleiro italiano com bons olhos.

                        Os outros também estavam um pouco distantes de Thiago. Seu irmão havia demonstrado inexperiência e imaturidade em vários combates no passado. Gustavo de Libra deixava a razão de lado com muita freqüência em combate, usando a emoção de forma abusiva. Matt de Leão não conseguia enxergar as atitudes próprias de um líder de tropa. Até Rina de Escorpião, que criticava, no passado, as aventuras amorosas do antigo cavaleiro de Cisne, se deixava levar muitas vezes pelo orgulho, pela ambição e até pela arrogância.

                        Isabella de Áries manifestava preocupações em excesso com todos os colegas. Rafael de Touro se fazia de bobo de maneira enjoativa. Paulo de Virgem era radicalmente crítico, reservado e pouco associado. Lucien de Capricórnio era extremamente estabanado na maior parte do tempo. Angelique de Peixes direcionava 90% de seus pensamentos em garotas e apenas 10% em interesse por combate.

— Estamos nós aqui, meus amigos, como há 15 anos, quando nos tornamos cavaleiros de Bronze. – Ele discursava como um missionário pentecostal durante uma pregação. - Não temos, assim como naquela época, nenhuma perspectiva sobre nossos futuros. Podemos traçar inúmeros planos, mas no final, a vontade de Atena sobre nós irá prevalecer. E, no entanto, todos podem perceber que há algo poderoso, e que talvez represente, para o Santuário e para a Terra, um perigo terrível.

                        Ele suspirou, e olhou para os amigos um por um.

— Nesse caso, eu sugiro que deixemos o tempo nos mostrar o que é certo e o que não é. Quem está comigo.

                        Betinho deu um passo à frente.

— Irmão, eu sempre estive contigo. Pela alma de nosso pai, continuarei ao seu lado... Pô, eu sou irmão! Não sei como seria lutar sem você.

                        Os irmãos apertaram as mãos.

— Muito bom, Beto – afirmou Aquário. – Nosso pai está nos observando, orgulhoso, lá dos Elísios. Amigos?

— Eu estou nessa – disse Guga.

— E eu – acrescentou Matt.

— Contem comigo! – disse Bella.

— Totalmente a favor – disse Rina, sorrindo.

                        Thiago de Aquário sorriu para todos.

— Então, galerinha, vamos voltar para o Santuário, para junto de nossos amigos!

                        E os cavaleiros de ouro foram atravessando a floresta grega, de volta as 12 Casas.

                        Mas as palavras de Thiago estariam certas, até demais. Só o tempo diria como seria o futuro dos cavaleiros.


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Notas finais do capítulo

Capítulo revisado em 27/01/2022.



Revisado novamente em 24/03/2024