Família Uzumaki-Haruno escrita por nje


Capítulo 4
A missão que deu início ao romance: II




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Dia 2

Bastante diferente da temperatura do dia anterior, o início da manhã do segundo dia de missão estava cinzento, frio e chuvoso. 

Na pousada, os funcionários locomoviam-se de um lado para o outro realizando as devidas preparações para o acolhimento dos hóspedes. 

Parada na porta, prestes à sair sem nem mesmo tomar o café da manhã, esta era Sakura. Tinha pressa, desejava ir logo ao hospital e verificar o estado dos feridos. Todavia, foi interrompida nesse objetivo por uma voz esganiçada a gritar o nome dela:

— Sakura-chan! 

Ela olhou para trás e viu a figura sonolenta de Naruto. Ele vestia um pijama e tinha os olhos azuis levemente inchados. Os fios loiros do cabelo dele estavam desgrenhados. Sakura se sentiu confusa ao concluir que achou tal cena adorável e inclusive se repreendeu por esse pensamento. Ainda assim, fez um esforço para disfarçar.

— Naruto, preciso ir. Cada minuto é importante para a recuperação dos pacientes! — a kunoichi respondeu e se retirou no mesmo instante, sem nem mesmo dar ouvidos aos protestos dele. 

Sakura abriu o guarda-chuva e pôs-se a caminhar o mais velozmente que era capaz, dadas as circunstâncias.

Na metade do caminho, se chocou com o toque de uma kunai na perna dela. O sangue escorreu junto com a chuva e ela nem sequer conseguia enxergar quem era o autor daquele golpe. 

— Isso é só um aviso! Na próxima não serei tão bonzinho. Parem de se intrometer nos negócios dos outros! — uma voz grossa e rouca lhe ameaçou. Sakura estava tão atordoada pelo susto que nem mesmo conseguiu identificar de onde vinha. A jovem ninja questionou, mas não obteve respostas. 

Não estava conseguindo se mover, seria necessário fazer um curativo ali mesmo. Abaixou-se e ainda constatou que havia veneno. A situação não estava nem mesmo um pouco boa para ela! O susto foi grande ao ouvir passos apressados, mas o alívio foi ainda maior ao notar de quem se tratava: era Naruto, que saiu da pousada um pouco depois dela, levando na bolsa algumas comidas de café da manhã para entregar para a amada.

Sakura contou para ele o que aconteceu, e o rapaz ficou cheio de raiva e revolta.

— Que idiota covarde! Sinto muito por não estar aqui com você, Sakura-chan. Mas prometo que seja quem for esse cara, eu vou lutar com ele e impedir o plano dele de se realizar. Pelo visto alguém quer mesmo tomar o poder dessa vila à força.. — Naruto concluiu, pegando Sakura no colo e tirando a jaqueta do corpo para cobri-la. A Haruno beirava a inconsciência. O veneno já estava começando a fazer efeito. 

Ao notar isso, ele a apertou ainda mais forte nos braços e correu em alta velocidade até o hospital.

Chegando lá, foram recebidos por Harumi, que ficou bastante impressionada e triste com a situação. Por sorte, no dia anterior, Sakura deixou receitas para preparação do antídoto daquele e vários outros venenos. Mesmo em meio à chuva, Naruto foi em busca de cada um dos elementos necessários para o combate ao veneno e não ficou em paz até que o líquido fosse introduzido na antiga companheira de time.

Pouco a pouco, o remédio fazia efeito e Sakura retomava a consciência. A previsão era de melhora total em até cinco horas.

— Você acordou! — gritou o Uzumaki, em êxtase. 

— Ai! — a kunoichi urrou, tanto por ainda haver alguma ação do veneno no corpo dela, quanto pela dor de cabeça ao ouvir o grito de Naruto. Ela estendeu o dedo indicador em frente à boca rosada, num gesto que solicitava silêncio. Ele coçou a cabeça, sem graça, e desculpou-se. 

— Agora que você acordou, Sakura-chan, eu posso sair e ir em busca de algumas informações. Já pedi na hospedaria pra fazerem uma comida muito gostosa e de sobremesa, a sua preferida: shiratama anmitsu. 

As maçãs do rosto de Sakura se tingiram de rubro. Não era novidade que Naruto se preocupava com ela e lhe dedicava cuidados e atenção. Todavia, desde que Sai lhe havia dado um toque sobre isso, foi como se retirasse uma faixa dos olhos dela e agora a jovem ninja podia enxergar nitidamente a situação. E mais do que isso: tornou-se bastante difícil fingir não sentir prazer e também a batida descompassada do coração a cada vez que o afeto de Naruto ficava evidente. 

— Obrigada, Naruto! — ela sorriu com carinho e foi a vez do rapaz de corar. Cheio de pejo, ele balbuciou algumas palavras sem nexo e se retirou. 

Sakura observou-o partir e não pôde deixar de pensar sobre ele. Tinha desejo de se declarar, mas como fazê-lo após tanto ter desprezado o Uzumaki? Além disso, ele poderia acreditar que ela ainda amava Sasuke e ter uma reação semelhante à do passado, quando eram apenas crianças.

Droga! Se ele ao menos lhe chamasse para um encontro de novo, dessa vez certamente aceitaria. 

Suspirou, frustrada, e decidiu dormir novamente. Ainda sentia certo desconforto físico por causa do veneno. Quando acordasse, estaria bem. Talvez o jantar daquela noite fosse um belo azo para demonstrar de alguma forma a Naruto que os sentimentos dela por ele estavam passando por uma transição. 

Naruto adentrou a pousada e os funcionários de lá logo lhe indicaram que fosse jantar e também informaram que os pedidos dele quanto a refeição foram atendidos. 

O rapaz se direcionou até a mesa e encontrou na frente dela a garota amada vestida numa linda yukata vermelha com flores de cerejeira bordadas em algumas regiões do tecido. O cabelo dela estava preso, e não fosse pela faixa envolvendo a perna, seria impossível crer que fora ferida apenas algumas horas antes. 

Totalmente sem jeito, ele se aproximou e sentou no chão. Discretamente, verificou se havia nele algum mau odor e tentou ajustar a própria roupa como pôde. Chateou-se por não estar tão bem arrumado e cheiroso como Sakura.

— Acho que eu devia ir tomar um banho.. — ele comentou, sem conseguir encará-la por muito tempo. — Nas fontes termais!

— Tudo bem, Naruto. Eu posso te esperar. — Sakura respondeu, deixando Naruto surpreso. Não imaginou que ela desejava tanto jantar com ele.

O hiperativo ninja então se retirou, tomou um belo de um banho nas águas quentes e encontrou à disposição dele uma yukata preta com alguns detalhes em laranja. Ao se vestir, sentiu a autoestima ir lá em cima! Passou os dedos pelo cabelo para dar uma ajeitada e apressou-se em unir-se à refeição com sua amada. Precisava o tempo todo lembrar a si que não se tratava de um encontro romântico. 

— Voltei! — Naruto anunciou.

Sakura percorreu o olhar por ele de cima à baixo. Ela sentiu um calor no peito e um frio na barriga.

— Bem-vindo de volta! — a kunoichi respondeu em um tom firme e animado, nem dava para notar quão nervosa estava.

Naruto se sentou, relaxou, agradeceu pelo jantar e propôs que dessem início à comilança. Sakura concordou.

Quando encontrou uma brexa, ele questionou:

— Sakura-chan, você tá melhor?

— Sim, totalmente! O pessoal que trabalha no hospital aprendeu tudo muito rápido e aqueles que estavam feridos já estão avançando muito na recuperação. – disse ela, sorrindo. Aparentava estar genuinamente feliz.

Todavia, a expressão leve e sorridente deu lugar aos lábios contraídos e as mãos apertando a comida, foi tensão que assumiu a face dela.

— Preocupada sobre o cara que te atacou? Acho que descobri quem foi. Ele não mora aqui, mas já morou. E prometeu mesmo que um dia voltaria e tomaria posse de tudo. — Naruto iniciou a história. — O nome dele é Nagisa Kurosaki. Mais um órfão de guerra que cresceu revoltado e encontrou aliados com a mesma revolta.

Naruto abaixou a cabeça, parecendo triste ao proferir aquelas palavras.

— Eu confio em você! Sei que quando conversar com eles, vai conseguir mudar a vida deles, como já mudou de tanta gente até aqui. — Sakura tomou fôlego e coragem para colocar a mão pousada na dele. O rapaz arregalou os olhos e estremeceu, totalmente sem reação. Seu ímpeto foi sorrir, reflexo da sensação gostosa causada por aquele toque. A garota ainda prosseguiu em sua fala: — Obrigada por cuidar de mim hoje, Naruto. Hoje, e todos os dias desde que a gente se conheceu.

Definitivamente aquele discurso foi inesperado. Ainda assim, fosse qual fosse a motivação dela, eram palavras boas de ouvir, ainda mais na voz de sua amada. 

Respondeu com naturalidade, fazendo um sinal de positivo com a mão e os lábios ainda convertidos em um largo sorriso:

— Não precisa agradecer por isso, Sakura-chan. Do seu jeito, você também cuida muito de mim. 

O jantar decorreu num clima agradável, leve e até mesmo romântico. A comida estava deliciosa, o cheiro das flores perfumava o ar. Quando terminaram de comer, a vontade era que pudessem continuar juntos. Foi difícil o momento de se despedir. 

Naruto encaminhou-se para o quarto dele na pousada, e Sakura para o dela. Mas não conseguiam dormir, tamanha a intensidade da confusão e dos sentimentos que estavam a consumi-los.


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Notas finais do capítulo

Eaí? O que estão achando?
Beijos. Até mais.



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