Família Uzumaki-Haruno escrita por nje


Capítulo 1
A primeira festa de Ano Novo em família


Notas iniciais do capítulo

Os capítulos não seguirão ordem cronológica. A ideia é retratar diferentes momentos em família. Inclusive, se tiverem sugestões sobre momentos da família Uzumaki-Haruno que gostariam de ler, sintam-se à vontade para fazê-las.

Sou bastante fã do shipp e após ver muitas fanarts idealizando como seria essa família, criei coragem para escrever hehe

É isso. Boa leitura!

Obs: tem menções à SasuIno.



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Sakura encontrava-se no auge da empolgação. Tinha muito para agradecer e comemorar no feriado de Ano Novo. Almejava festejar! E mais do que isso, o maior desejo dela era proporcionar ao marido e ao filho momentos felizes e memoráveis naquela data.

O marido não teve uma boa experiência na infância. Ele cresceu sozinho, órfão e observando as outras crianças aproveitando junto às suas famílias. Sakura desejava que agora, casado e constituindo família com ela, ele pudesse ressignificar esse e outros feriados.

Quanto ao filho, pretendia esforçar-se ao máximo para que quando ele fosse um adulto pudesse se lembrar com carinho e alegria dos tempos de criança.

A kunoichi encontrava-se imersa nesses pensamentos enquanto se encaminhava ao escritório do Sétimo Hokage e também marido dela: Naruto Uzumaki. Combinou com ele que iria até lá auxiliá-lo nos afazeres, para que assim o homem pudesse sair mais cedo do trabalho e aproveitar as celebrações com os seus.

Nos braços, Sakura tinha o bebê Shinachiku, que dormia confortavelmente envolvido no calor do peito materno.

Encontrou Ino e Sasuke no caminho. Eles carregavam sacolas de compras e convidaram-na para ir com Naruto e Shinachiku comemorar junto aos dois.

Naquele instante, a paixão que sentiu por Sasuke e a rivalidade com Ino na infância pareceram-lhe tão distantes, como se nem mesmo tivessem existido. A barriga da Yamanaka estava enorme e o casal teria o primeiro filho. Ao invés de sentir-se enciumada, Sakura alegrava-se pela amiga, que realizou um sonho de infância ao se casar com ele.

Quanto a Haruno, estar casada com Naruto não foi em nenhum momento o que havia planejado, mas acabou por se mostrar muito melhor. Ela tinha no marido um grande amigo e amante.

Despediu-se do antigo companheiro de time e da melhor amiga com a promessa de passar um tempinho das festas do feriado ao lado deles.

Ela pôs-se a caminhar novamente e poucos minutos depois chegou ao local pretendido. A porta da sala do marido estava aberta e mal era possível vê-lo atrás da pilha de papéis em cima da mesa dele.

— Naruto! Você consegue ser mais enrolado com a papelada do que a Tsunade-sama! — A voz estridente de Sakura despertou Naruto, que estava cochilando até então. A mulher logo colocou o bebê num sofá que havia na sala e pousou as mãos na cintura, encarando-o.

Naruto, ainda um tanto sonolento, coçou a cabeça e riu sem graça. Estava bastante feliz, mas cansado na mesma proporção. Tinha tudo o que sempre sonhou! Contudo, não era nada fácil conciliar os afazeres de Hokage e ainda assim ser um pai presente. Sem dúvidas, essa era uma missão de rank S. E como o excepcional ninja que ele era, conseguia realizá-la, embora lhe custasse algumas noites sem dormir.

— Sakura-chan! Que bom que você veio! Valeu! — Ele respondeu com sincera empolgação. Sakura sorriu e aproximou-se de Naruto, afagando os fios loiros do cabelo dele.

Em seguida, ela pôs-se a organizar tudo e dar-lhe recomendações — que soavam mais como ordens — sobre como proceder em relação a cada uma das folhas que haviam em cima da mesa dele. Normalmente era Shikamaru quem o auxiliava nesse processo, mas o Nara encontrava-se em Suna com a esposa Temari e o filho, visitando no fim de ano a família dela.

A contribuição de Sakura foi eficaz e não demorou muito para que conseguissem acabar com a papelada e ir embora dali. O bebê Shinachiku ainda dormia. Ele tinha um sono pesado durante o dia, talvez porquê não dormia muito durante a noite.

No caminho para casa, a Haruno deu orientações ao marido:

— Olha só, aqui tá a lista de coisas que você precisa comprar. — Sakura disse entregando para Naruto um papel. — Eu tô indo pra casa arrumar as malas. Amanhã saímos bem cedinho para chegar no ponto mais alto da vila a tempo de ver o primeiro nascer do sol do ano.

O Hokage arqueou as sobrancelhas e confuso, questionou:

— Malas? Mas a gente nem vai sair de Konoha, Sakura-chan. Malas são mesmo necessárias?

— Sim! Pra levar as comidas, as roupas, os brinquedinhos do Shina. — Respondeu Sakura. Parecia-lhe tão óbvio! Mas estava já acostumada com o marido, que era bastante avoado. Não estava acostumado a cuidar nem mesmo de si, então não era fácil cuidar de outrem.

Ele então assentiu e pôs-se a cumprir com o combinado. Sakura também logo encaminhou-se para o lar deles para dar início às suas tarefas.

Ao chegar em casa, ela arrumou em mochilas tudo o que levariam na excursão do dia seguinte e em seguida foi cuidar da decoração da mesa para o belo banquete que pretendia fazer assim que Naruto chegasse com as compras. Estava ficando tudo tão bonito! Sentia-se orgulhosa.

Por volta de duas horas depois, ele entrou em casa com apenas uma sacola em mãos. Sakura olhou para o marido sem compreender. Naruto começou a explicar:

— Sakura-chan! Eu passei esse tempo todo procurando lojas que ainda estivessem abertas e não encontrei nenhuma! Então, eu vi que o Ichiraku tava aberto! Trouxe rāmen pra gente... Acho que foi uma boa solução, não foi?

A mulher desesperou-se. Todos os ítens da lista que pediu para Naruto comprar tratavam-se de ingredientes para preparar comidas típicas das celebrações de Ano Novo. Rāmen foi o que o Uzumaki já comeu por toda a vida! Provavelmente em todos os anos anteriores antes da união dos dois. Aquilo era desastroso. Ela queria tanto que fosse um feriado diferente para ele!

Enquanto Sakura encontrava-se naquele momento de crise, Naruto aproximou-se e examinou a expressão de desalento dela. Odiava tanto rāmen assim? No começo do namoro, tantos foram os encontros entre eles no Ichiraku.

— Ai, Naruto, isso é um desastre! Rāmen não tem nada a ver com a festa de Ano Novo! — Desabafou.

— Poxa, eu gosto tanto. Achei que fosse uma boa saída. — Confessou Naruto, coçando a cabeça, sem jeito.

Sakura então suspirou fundo.

— Você fez o melhor que pôde, Naruto-kun.

Rendida, a kunoichi foi para o banheiro tomar um longo banho e se arrumar. Não deixaria que aquele imprevisto estragasse uma noite tão especial e significativa para ela e sua família.

Ao retornar para a cozinha, ela encontrou Shinachiku na cadeirinha e o rāmen distribuído em tigelas, bem como taças preenchidas com vinho. Naruto terminava de acender algumas velas decorativas. Não foram ideia de Sakura, mas combinaram perfeitamente com o restante da arrumação.

Forte foi o calor que dominou o coração dela e transbordou por todo o corpo. Era impossível conter um sorriso.

— Não é o que você tinha planejado, mas até que ficou legal, né?! — Naruto sorriu orgulhoso de si e o bebê Shina balbuciou palavras desconexas, mas numa entonação bastante empolgada. O Hokage prosseguiu: — Aliás, você tá tão bonita!

— Obrigada, Naruto-kun! — Respondeu Sakura. As maçãs do rosto dela avermelharam-se. Cheia de afeto, beijou o marido e o filho na bochecha. Ela trajava um simples vestido longo e vermelho, e passou um pouquinho de maquiagem.

Esse era um dos benefícios de estar casada com uma pessoa que lhe admirava tanto desde a infância: não precisava de muito para que ele a elogiasse.

Naruto e Sakura formavam um belo time. Fosse numa missão, fosse nos afazeres profissionais ou nos domésticos. Eram parceiros! Vez ou outra Sakura explodia, mas não demorava para que fizessem as pazes. O dia-a-dia deles, embora cansativo, era recheado da felicidade encontrada em momentos simples como aquele.

O jantar decorreu agradável. Conversaram sobre variados assuntos até altas horas. Riram, se emocionaram; brincaram, falaram sobre coisas mais profundas.

Na madrugada, eles dormiam quando o despertador soou por volta de quatro horas. Contudo, nenhum dos três acordou. Além de a celebração da noite anterior ter se estendido, o bebê demorou muito a adormecer. Cheio de energia, brincou com os pais até duas horas da manhã. Eles estavam exaustos!

No fim das contas, acordaram somente depois das dez. Sakura foi a primeira a despertar. Perdeu as estribeiras ao olhar para o relógio e constatar que não saíram da cama a tempo de ir assistir no local mais alto da vila ao primeiro nascer do sol do ano. Aquela era outra tradição que não estavam cumprindo. O feriado tradicional e especial que planejara parecia distanciar-se cada vez mais.

Resmungou tão alto que acabou por despertar Naruto.

— Sakura-chan! O que aconteceu? Tá tudo bem? — Questionou ele, preocupado e ainda atordoado pelo sono.

Sakura cruzou os braços, fez um bico e respondeu:

— Não, Naruto! Já é mais de dez da manhã! Perdemos o primeiro nascer do sol do ano!

— Ah, entendi. Pelo menos a primeira soneca do ano foi incrível. Talvez mais que o primeiro nascer do sol. — Naruto riu e foi ao banheiro. Antes de ir, chegou a ouvir a esposa chamando-o de idiota. Ele estranhou, não conseguia compreender o motivo para ela estar se importando tanto com as tradições. Todavia, ao pensar bem, fez sentido. A ninja gostava muito de se organizar e detestava quando imprevistos impediam os planos dela de serem concretizados.

Deixando isso de lado, o casal começou a se arrumar e também preparar o filho. Iriam almoçar na casa de Sasuke e Ino. Quando estavam prontos já era a hora de ir para lá e assim o fizeram.

O Uchiha e a Yamanaka encontravam-se animados. Ao contrário da família Uzumaki-Haruno, os dois seguiram religiosamente a tradição. Na noite anterior, alimentaram-se das comidas típicas e naquela manhã caminharam até o ponto mais alto de Konoha para contemplar o nascer do sol.

Sakura ficou aborrecida. Procurou disfarçar, mas era notável. Todavia, Ino não desejava perguntar a ela o motivo na frente de todos. Depois chamaria a amiga num local mais reservado para tentar entender o que houve. Entretanto, aquele era o momento de seguir de acordo com o roteiro que ela e o marido prepararam para o almoço.

A Yamanaka estava feliz por conseguir realizar com ele todas as celebrações da festa de Ano Novo e ficava mais ainda ao constatar o quanto Sasuke estava contente por viver esse feriado na companhia dela e de acordo com as tradições, como revelara para ela que sempre idealizou. Ino não era dada a esse tipo de coisa, mas esforçou-se para realizar mais um sonho dele.

— Agora tá na hora de escrevermos os nengajou! — A anfitriã se manifestou, entregando a todos papéis e canetas.

Ao trocarem os cartões, o clima amistoso imperou. Havia muito carinho em cada uma das mensagens, cada uma à sua forma.

— Olha aí, Sakura-chan. Ao menos uma das tradições a gente seguiu. — Naruto comentou. Sakura apenas assentiu, ainda um tanto chateada. Ino compreendeu então o motivo da chateação da amiga.

Uma vez que todos já haviam almoçado, conversado e trocado as mensagens de prosperidade próprias da festa de Ano Novo, Sakura e Naruto despediram-se. Ino ainda deu a Shinachaku dinheiro embrulhado em papel de presente. Naquele contexto era chamado otoshidama.

A família Uzumaki-Haruno agradeceu muito pela hospitalidade, por todo o carinho, e então partiu dali. Ao chegarem em casa, Naruto acabou por desabafar:

— Sakura-chan? Por que você tá tão aborrecida? Tem algo a ver com o Sasuke? Você queria estar vivendo uma comemoração de Ano Novo perfeita e tradicional ao lado dele?!

Sakura arqueou as sobrancelhas. Aquele comentário foi totalmente infundado.

— Não, Naruto-kun! É claro que não!

— Então por que cê tá assim?

O Uzumaki a analisava com atenção. Sakura não conseguia encará-lo e isso somente o deixava mais preocupado. O bebê engatinhava pela casa jogando os brinquedos por todos os lados.

— É... que eu queria que esse feriado fosse especial pra você, sabe? E pro bebê Shina. Queria que mais pra frente vocês dois pudessem olhar pra trás e ficar felizes, ter boas memórias sobre ele. Ainda mais você, que já viveu essa data tantas vezes de forma tão depressiva...

Naruto suspirou aliviado e envolveu a amada nos braços fortes dele, apertando-a. Sorriu, corado e aliviado enquanto afagava com carinho os cabelos rosáceos de Sakura.

— Que besteira você tá falando!

— E-ei, Naruto! Eu abro o meu coração e você me diz uma coisa dessas?! — Ela protestou. As bochechas vermelhas em partes pelo constrangimento, em partes pela raiva.

— É que pra mim não importa nada esse negócio de tradição. O que fez o meu feriado especial foi passar ele todinho com você e com o Shina. Pra mim é só isso que qualquer dia e momento precisa pra ser especial, Sakura-chan! E quanto a ele, acho que ainda é muito bebê pra se lembrar disso no futuro. Mas mesmo que se lembre, o que vale mesmo é que ele vai lembrar de estar vivendo em um lar cheio de amor, não se comeu as comidas típicas na noite de Ano Novo.

Ao ouvir aquelas palavras, foi como se tirassem uma venda dos olhos de Sakura. Esteve tão obcecada em proporcioná-los um feriado perfeito, que nem mesmo se deu conta de que não importa a perfeição, a tradição ou o que quer que seja. Que o mais importante esteve presente entre eles o tempo todinho: o amor!


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Notas finais do capítulo

nengajou: cartões postais escritos à mão com mensagens desejando aos amigos e familiares coisas boas e recordando-os tudo o que de bom eles já possuem.

otoshidama: o costume de embrulhar dinheiro e dar de presente para as crianças nas festas de Ano Novo.



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