Owen esperou o som do carro da esposa se distanciar antes de olhar novamente para as imagens das câmeras. Seja lá o que eles tenham feito não era nada do que ele esperava. O segurança deixou seu lanche de lado e se aproximou dele. Ele podia sentir o nervosismo do homem. Não eram todos que estavam acostumados a encarar a morte como Owen.

— Você pode abrir essa porta para mim? – Owen perguntou para ele.

— Você quer ir lá? Para que?

— Talvez descubra mais sobre ela e posso ter uma ideia de onde ela esteja.

— Claro.

O segurança abriu a porta para ele e entrou na frente com Owen logo atrás. Assim que colocou os pés lá dentro Owen não gostou do que sentiu. Esse lugar era pequeno, os ossos de animais largados ali não eram um bom sinal. Claire deveria saber melhor do que deixar um animal viver assim. Eles se aproximaram da parede e viram que tinha um homem da manutenção lá olhando para as marcas.

Owen se aproximou mais e passou a mão por uma delas sentindo a profundidade. Era funda o suficiente para apoiar. Se ele tivesse noção do tamanho ou peso do dinossauro podia dizer se ele tinha escapado a muito tempo ou não.

— Essa parede tem 12 metrôs de altura. – o segurança perguntou olhando para ele quando ele deu um passo para trás. – Você realmente acha que ela pode ter escalado?

— Depende.

— Do que?

— O tipo de dinossauro eles fizeram naquele laboratório.

Owen olhou para aquelas marcas tentando adivinhar o que tinha acontecido. Claire tinha tido a uns meses que um dos dinossauros tinha comido o irmão e isso estava dando um dor de cabeça enorme para ela. Se fosse esse, eles teriam grandes problemas para colocar de volta na jaula. Owen era contra matar os animais, mas nem todos podiam ser salvos.

— Piquete 11? Piquete 11 você copia? – eles escutaram uma voz feminina cortada vindo do rádio do segurança.

— Qual é o problema? – ele perguntou.

— Está na jaula, está lá com você!

— Vão. – Owen gritou para os dois.

Eles saíram correndo e nesse momento o dinossauro cansou de brincar de esconder e apareceu. Ele apareceu na frente do homem da manutenção e Owen teve que se virar na hora que ela o pegou. Ele viu a porta sendo aberta e correu o mais rápido que podia para lá.

— Merda. – ele disse quando viu o portão se fechando.

Em sua mente, sua esposa e seus filhos. Ele não podia imaginar como Claire falaria para eles que ele tinha morrido. Ele pensou em Maise. Sua princesa. Como ele podia morrer quando tinha uma filha pequena que precisava dele? Como ele podia morrer e deixar Zach e Gray que já tinha perdido os pais?

Isso tudo passou pela à mente dele enquanto ele corria o mais rápido que podia para passar pelo o portão. Assim que ele passou, ele se jogou no chão e escorregou antes de rolar no chão e parar de baixo do guindaste. Owen sentiu seu coração bater mais rápido ainda, se isso fosse possível, quando viu o Indominus força a porta e sair. Aquela coisa estava solta. Ele assistiu enquanto ela andava lentamente para dá a volta no caminhão parado na frente dele, aonde estava o segurança.

Ela bateu com força, fazendo o caminhão virar, e Owen se virou protegendo o rosto com o braço. Ele virou novamente e viu o segurança olhando para ele, antes do Indominus o pegar em uma mordida só.

Owen se virou no chão e tirou a faca do cinto, cortando o cabo de gasolina e espalhando pelo o corpo o mais rápido que podia, o máximo que podia. Ele ouviu o Indominus se aproximando e olhou para o lado sentindo seu coração batendo cada vez mais rápido.

Ele olhou para cima e ficou o mais parado possível. Ele não se atreveu mexer nenhum musculo enquanto o Indominus se aproximava dele de um modo que ele podia sentir o cheiro de carne podre perto dele.

Ela sentiu o cheiro de baixo do guindaste e soltou um rosnado baixo antes de começar a se afastar. Owen levantou um pouco o tronco e olhou para o animal indo embora enquanto em sua mente vários pensamentos estavam perdidos. Mas uma coisa estava bem clara.

Tinha um dinossauro altamente perigoso e violento à solta no mesmo parque que seus filhos estavam.

Ele esperou até ter certeza que ela estava longe o bastante antes de sair de baixo do guindaste. Ele procurou por um carro que pudesse usar enquanto pegava o telefone e mandava uma mensagem para Zach perguntando aonde eles estavam. O menino respondeu falando que eles estavam comendo e que depois iam assistir uma das apresentações.

Owen ia mandar ele ir se encontrar com ele, quando encontrou um carro inteiro, com as chaves. Ele dirigiu para o controle mais rápido do que o recomendável, mas não ligou para isso. Enquanto dirigia ele mandou uma mensagem para Barry falando que eles tinham um código 19 e para que ele ficasse atento as garotas e Hoskins.

Assim que ele chegou ao controle, foi direto para elevador. Ele entrou procurando pela a esposa, enquanto o segurança tentava parar ele.

— Que porra foi aquela? – ele perguntou empurrando o segurança.

Ao ouvir a voz do marido, Claire sentiu todo seu corpo relaxar. Ela tinha mandado uma mensagem para ele, e tinha perguntado para Vivian se ela tinha visto Owen, mas a mulher apenas disse que viu ele correndo e não tinha certeza se ele tinha se escondido a tempo. Enquanto Claire e Marsani davam ordens, a mulher não podia deixar de pedir para que o marido estivesse bem.

Ela pode ouvir o som do Indominus comendo as pessoas. Ela apenas podia rezar para que seu marido não fosse uma delas. Agora, ouvir a voz dele, mesmo que seja repleta de raiva, acalmava o coração dela.

— Senhor... – o segurança tentou novamente, mas Owen apenas empurrou o braço dele com força para fora do caminho.

— Há câmeras térmicas em todo o piquete, ela não apenas desapareceu!

 Claire se virou depois de respirar fundo para controlar suas emoções. Parte dela queria gritar com ele por estar gritando com ela na frente de seus funcionários, mas parte maior queria pular em cima dele e o beijar até os dois não poderem mais respirar.

— Deve ter sido um defeito técnico. – ela ofereceu se virando para ele finalmente.

— Você não estava assistindo? Ela marcou a parede como uma distração, ela queria que pensássemos que ela tinha escapado.

— Estamos falando de um animal aqui, Owen.

— Um animal altamente inteligente. – ele disse se aproximando até ficar cara a cara com ela. Claire nunca se sentiu menor.

— Á 400 metros do sinal. – Vivian disse fazendo com que ele olhasse para as telas na frente deles?

— Vocês vão atrás delas com não-letais? – ele perguntou como se eles fossem burros que não soubesse o que estavam fazendo.

— Fizemos um investimento de 26 milhões de dólares nesse ativo, não podemos simplesmente matá-la. – Marsani respondeu não querendo que Owen se irritasse ainda mais com a esposa.

— Á 300 metros do sinal. – Vivian disse novamente.

— Esses homens vão morrer. Cancele a missão agora. – Owen olhou para Claire quase que implorando.

— Eles estão em cima do alvo. – Lowery disse olhando entre os dois.

— Cancele agora. – Mandou Owen.

— Você não está no controle aqui! – Claire gritou com ele fazendo com que ele desse um passo para trás.

Eles assistiram Hamada parar na frente de um lago e pegar algo no chão. Owen reconheceu na hora. Era um pedaço de escama com um rastreador.

— O sangue ainda não está coagulado. Está perto. — Hamada disse enquanto Owen se afastava de Claire e ia para a frente para poder ver melhor.

— O que é isso? – Simon perguntou de braços cruzados ao lado de Claire.

— O implante de rastreamento. Ela arrancou. – Owen disse sem surpresa nenhuma.

— Como ela sabe saber isso? – Claire perguntou olhando para as costas do marido.

— Ela se lembrou de onde colocaram.

Eles assistiram Hamada olhar para cima e todos ficarem mais tensos. Antes de ouvirem passos.

— Pode se camuflar! – Hamada gritou e correu, mas já era tarde demais.

O que eles assistiram a seguir era um banho de sangue. Eles podiam ver os homens gritando desesperados enquanto os monitores cardíacos zeravam. Owen olhou para Claire, antes de voltar sua atenção. Marsani estava com as mãos encostadas no queixo enquanto olhava para baixo.

— Evacue a ilha! – Owen mandou.

— Nós nunca reabriríamos. – Claire disse quando chorando.

— Vocês fizeram um híbrido genético criando em cativeiro. – ele disse apontando para as câmeras. – Está vendo tudo isso pela a primeira vez. Ela nem sabe o que ela é. Ela matará tudo que se mover.

— Acha que o animal está contemplando sua existência? – Marsani perguntou sem acreditar muito nisso.

— Ela está vendo seu lugar na cadeia alimentar e não se se quer que ela descubra isso. – Owen disse sombriamente enquanto Claire tentava se recompor. – Agora a UCA pode usar munição real em situação de emergência. Tem um M-134 em seu arsenal, ponha em um helicóptero e use.

— Há famílias aqui, isso não pode virar uma zona de guerra. – Claire disse por fim. Essa ideia era insana.

— Você já tem.

— Senhor Grady, se não vai ajudar, não há motivos para estar aqui. – ela disse duramente.

— Você foi atrás de mim. – Owen disse com a voz fria depois de se recuperar. – Você pediu minha ajuda. – ele apontou para Marsani. – E agora não querem isso. Esses homens estão mortos e é tudo culpa de vocês dois, por que não podem pensar em nada mais do que dinheiro. Não podem pensar nem por um momento que alguém sabe mais do que vocês. Apenas por que a resposta que estou dando não resolve seus problemas com um passe de mágica. Essa merda estar em cima de vocês.

Owen deu a volta e parou ao lado de Marsani.

— Eu falaria com o pessoal do seu laboratório. Aquela coisa que estar à solta, não é um dinossauro. – ele disse antes de sair.

Claire soltou um suspiro tremulo e olhou para frente. Ela viu a contagem de pessoas que estavam na ilha. Pessoas que não sabiam o risco que estavam correndo.

— Ok. Vou fechar tudo ao norte do complexo. Essa é a fase um, mundo real. Retornem todos. – ela disse fazendo com que Vivian passasse a mensagem para frente.

— Está a faze um, mundo real. Repito, faze um. Tragam todos de volta.

Claire ficou para na frente das câmeras olhando para o pessoal. Ela olhou em todas as câmeras procurando pelas as suas crianças. Ela sentiu o coração batendo forte contra o peito quando não viu nenhum sinal deles. Claire pegou o telefone e se afastou.

— Oi, Claire.— Zach disse quando atendendo. Claire sentiu um pouco de tensão sumir.

— Zach, graças a Deus. Gray e Maise estão com você?

— Não te escuto direito. Estamos dentro de uma girosfera.— ele explicou com a ligação cortando.

— Ok, Zach, preste atenção. Quero que... – ela ouviu estática. – O que? Zach?

Ela xingou quando viu que a ligação caiu e foi para a mesa de Lowery.

— Há mais girosferas no vale? – ela perguntou olhando o mapa.

— Não. Já contei, é meu trabalho. – ele respondeu e viu um sinal de uma das girosferas se afastando. – Opa. Tem uma no campo.

— Mande uma equipe busca-los. – ela disse para Vivian indo para a mesa dela.

— Segurança, precisamos de um resgate no vale.

— Vai demorar, estamos ocupados.

— Não, não, não. Três visitantes sumiram. Deem prioridade máxima. – Claire mandou pegando um dos comunicadores. – Meus filhos estão no vale, vá busca-lo imediatamente.

— Apenas faça, cara. – Lowery resmungou.

— Faremos o possível. Mas estamos com nossas mãos cheias.

— Certo, vou eu mesma.

— Ei, acha que sou sua maior preocupação agora? Afasta-se. – Claire olhou para cima ao ouvir a voz do marido e se virou para correr até ele.