Filhos da noite 2 – Sozinha escrita por CM Winchester
Não consegui me concentrar na música. Não consegui tocar.
— Tudo bem? - Simas perguntou.
— Tudo. - Respondi.
— Não. Algo aconteceu. Você toca com paixão. Não estou vendo isso agora. Você está travada e errando muito. O que aconteceu?
— É melhor deixar isso quieto.
— Nikki quero que saiba que independente do que acontece na sua vida pessoal, você tem que deixar de fora ou colocar a raiva no violoncelo. Você precisa lidar com isso. Vai precisar sempre ou nunca vai conseguir alcançar a carreira que você quer.
— Vamos tentar de novo. - Falei e ele sorriu.
De fato eu descontei minha raiva e frustração no violoncelo e toquei muito bem.
— Isso. Parabéns! - Falou sorrindo. - Você tem um talento raro, Crawford. Precisa usá-lo. Mostrar isso ao mundo.
— Não sei se estou preparada para mostrar isso ao mundo.
— Você está pronta. Parabéns.
— Ok. Agora posso ter uma folga por hoje?
— Ok. - Resmungou, mas riu. - Nos vemos amanhã.
— Até. - Falei antes de pegar as minhas coisas e sair dali.
Assim que entrei no Skyline fiquei olhando para o volante. Só uma coisa iria me distrair. Dirigi até em casa e corri para o meu quarto. Me abaixei perto da cama e puxei meu skate que estava embaixo dela.
Assim que voltei para o carro dirigi até a pista de skate que havia no litoral. Andei de skate por horas fazendo manobras que eu quase tinha esquecido. A chuva começou e eu me sentei lá.
O que eu tinha feito para merecer tudo aquilo?
— Crawford? - Lancei um olhar para um garoto.
Eu mal conseguia vê-lo por causa da chuva. Mas conhecia aquela voz.
— O que está fazendo aqui? - Ele se aproximou mais.
Focalizei a visão nele e finalmente o vi.
— Tyler? - Perguntei e ele sorriu.
— Achei que não fosse me reconhecer.
Tyler era um garoto magricela que trabalhava na fazenda do papai e era o melhor amigo de Nico. Ele havia mudado. E mudado muito. Tinha criado alguns músculos. Os olhos verdes brilhavam me encarando. E o cabelo estava grande quase alcançando os ombros.
— O que está fazendo aqui? - Ele repetiu a pergunta.
— Depende. - Respondi. - Aqui nos EUA ou aqui na pista?
— Os dois.
— Eu moro aqui. - Respondi. - Eu moro com a tia Blyte agora.
Ele ficou calado me encarando então mordeu o lábio.
— Sinto muito. Quando fiquei sabendo eu não acreditei.
— Sei como é. - Murmurei.
— O que está fazendo aqui embaixo dessa chuva?
— Tentando pegar uma gripe. - Debochei e ele sorriu. - Tenho que ir. Foi bom encontra-lo.
— Realmente. - Sorriu. - Espero te encontrar de novo.
Me afastei e segui para o Skyline. Tyler era meu namoradinho da infância, devo admitir que quando éramos crianças eu tinha essa vontade. Mas ele cresceu e ficou magricela e eu cresci e já tive outros gostos, foi ai que ele tentou me beijar. Eu tinha uns 13 anos.
Até hoje tenho vergonha por tê-lo rejeitado. Mas apesar de tudo,, nos tornamos bons amigos. Fazia uns bons 2 ou 3 anos que não nos víamos. E era estranho reencontra-lo agora. Principalmente nessa situação.
Ele e Nico eram inseparáveis. Do mesmo jeito que Nora e eu. O Viktor, o pai de Tyler perdeu tudo no jogo e a mulher foi embora deixando ele bem pequeno com o pai falido. Meu pai o acolheu na fazenda. Seu pai trabalhava para o meu pai. Eu encontrei Viktor quando fui até a fazenda já que ele mora lá até hoje. Mas nunca perguntei por Tyler.
O que era uma grande burrice da minha parte. Ele não tinha mais ninguém além do pai. Onde ele estaria?
Voltei para casa encharcada, entrei e encontrei Nora sozinha.
— E a Vee? - Perguntei.
— Está com o Rixon. - Ela resmungou. - Diz que vem antes da meia noite para cá. Onde você estava?
— Andando de skate.
— A essa hora?
— Eu precisava me distrair.
— O que aconteceu?
— Nada de importante. É só os céus me castigando por nada. - Resmunguei. - E a luz?
— Acabou. - Ela resmungou segurando um castiçal com velas.
Ela ficou em silêncio enquanto se aproximava da janela.
— O que aconteceu?
— Achei que vi algo lá fora. Está escutando alguma coisa?
— Não. O que está acontecendo, Nora?
— Vi meu pai hoje.
— O que?
— Olha parece loucura, mas eu o vi. Mas ele sumiu.
— Para e conta tudo desde o começo que eu não estou entendendo nada.
— Segui Scott até a Costa e enquanto observava ele vi meu pai em uma loja. Entrei, mas ele sumiu. Era o meu pai, Nikki. Eu vi. Tenho certeza que era ele.
— Mas Nora...
— Eu sei. Ele está morto. - Ela resmungou.
O telefone da cozinha tocou.
— Alô?
Nada.
— Alô?
Nada de novo.
— Vee? Mãe?
Nora colocou o telefone no gancho depois pegou seu celular.
— Você já foi para Spring vale? - Nora tinha ligado para o Scott.
Franzi a testa a encarando.
— Andar comigo não é tão ruim afinal?
— Se você vai se vangloriar eu não vou.
— Calma Grey só estou brincando com você.
— Você vai me buscar ou o quê? Bem?
— Eu passo aí depois das sete.
— Tem importância de uma amiga ir junto?
— Amiga?
— A Nikki. - Fiz sinal de "não" para ela.
— Sem problema. - Ele respondeu e eu arregalei os olhos.
— Você só pode estar brincando. - Falei depois que Scott tinha desligado. - Eu vou te matar Nora.
— Por favor, faz isso por mim.
— Mas eu não quero. - Murmurei.
— Por favor.
— Você quer que o Patch apareça como um anjo da guarda para te proteger. Eu não vou participar disso.
— Vai só por diversão. - Ela pediu e eu mordi o lábio.
— Ok. Mas você vai ficar me devendo essa. - Resmunguei e ela sorriu.
Spring vale era uma pequena cidade pesqueira.
— Vou subir para trocar essa roupa. - Resmunguei.
Vesti uma camiseta gola v lilás, um canguru cinza claro, minha calça jeans com a boca mais larga e calcei minha bota de caubói.
Assim que Scott chegou com seu mustangue eu avisei que o seguiria no Skyline e ele não se importou com isso. Nora foi com ele e eu dirigi os seguindo. Estacionamos na SINUCA Z.
Scott saiu do carro e se afastou. Liguei para Nora.
— Onde ele foi?
— Procurar um caixa eletrônico.
— Começamos bem a noite. - Murmurei.
Nora e eu descemos do carro e ficamos embaixo da projeção da construção.
Nora estava observando Scott se afastar e eu a encarei.
— Nem pense em segui-lo. - Falei.
— Eu não estava... - Ela revirou os olhos quando me encarou sabendo que eu estava lendo a mente dela. - Vamos entrar.
— Ok. - Resmunguei.
Nós entramos no Z. Era quase igual ao Fliperama do Bo o lugar. Tinha o mesmo cheiro de suor e fumaça de cigarro. Não havia janelas então o plano de Nora espiar Scott pela janela tinha dançado.
Caminhamos pelo local até a parte de trás. Nora foi até a porta traseira e sumiu quando me preparei para ir atrás dela alguém agarrou meu pulso e me virou. Era Ben.
Do lado de fora era Patch que estava com Nora. Respirei mais aliviada.
— O que está fazendo aqui? - Ben perguntou.
— Estou...
— Ela está comigo. - Virei na direção da voz e me surpreendi por ser Tyler. - Algum problema?
Ben ficou segurando meu pulso e vi ódio estampado nos seus olhos além disso também vi nojo.
Por que ele teria nojo de Tyler?
— Vamos para casa. - Ben falou para mim.
— Não. - Respondi.
— Acredite em mim você não quer estar aqui. - Ele suavizou a voz.
Lancei um olhar ao Tyler e empurrei Ben para o lado para conversarmos mais a sós.
— Qual o problema?
— De onde você o conhece?
— O pai de Tyler cuida da fazenda do papai. Eu o conheço desde criança. Por quê?
— Vamos para casa. Esse lugar não é para você. Eu te vi chegando com Nora. Não mente para mim.
— Eu vim com Nora e Scott ok?
— Scott? Ele é um Nephilim vocês tem noção disso? A primeira geração pura.
— Nós já desconfiávamos.
— E mesmo assim quiseram andar com ele? O que vocês tem na cabeça?
— Nora me pediu para vir junto.
Ele estalou a língua.
— E como sempre você não pensa nas consequências. - Ele resmungou. - Olha. As coisas estão começando a se complicar. Tem uma sociedade de Nephilim que querem se libertar dos Anjos Caídos durante o Cheshvan. Estão recrutando membros para lutar contra os anjos caídos. Há uma guerra territorial acontecendo e se caso eles ficarem mais fortes os Anjos Caídos vão recuar e fazer de humanos seus vassalos.
— Por que eles já não fazem isso? - Perguntei curiosa.
— Não são fortes, nem resistentes quantos os Nephilim. Uma possessão durante duas semanas os matara. Nikki presta atenção. 10 mil humanos morreram em todo Cheshvan.
— Me desculpe, Ben. Mas acho que qualquer pessoa tem que ter seu direito de escolha sendo ela humana ou Nephilim. Não tiro o direito deles de quererem lutar. - Ele estalou a língua.
— Acredite, esse lugar é barra pesada. Vá para casa. Metade desses caras aqui estão armados. Por favor, não faça eu te carregar a força.
— Ok. - Respondi seguindo para a porta com ele ao meu lado como um escudo.
Antes de sair ainda olhei para tras e vi Tyler erguendo as sobrancelhas.
Desvirei e sai daquele lugar. Ben foi rápido em puxar a chave do bolso do meu moletom e seguir para o Skyline.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
N.B.: Esse capítulo me deu um ranço ainda maior do Ben, porra Ben, eu pensei que ia gostar de você. E você fica fazendo isso comigo. Bjs, bjs. Fhany Malfoy
N.A.: Ben ainda vai te fazer ter muito ranço dele kkkkkkk Espera que tem muita agua para rolar ainda. Bjs. CM Winchester