Filhos da noite 2 – Sozinha escrita por CM Winchester


Capítulo 10
Capítulo 9 - QUEM É LILLITY




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— Hey? - Falei e Marcie me encarou.
— Achou que tinha acabado o show?
A soquei no olho e ela cambaleou para trás.
— Quer brincar? - Agarrei seus cabelos. - Vamos brincar!
Bati sua testa contra a bancada do bar depois chutei seu joelho a fazendo cair de joelhos no chão.
— É bom humilhar as pessoas? - Perguntei.
— Já chega. - Patch falou segurando meu punho pronto para outro soco.
— Tire as mãos de mim! - Mandei puxando meu braço.
Marcie tentou me acertar, mas eu puxei seus cabelos a empurrando para o chão. Ela caiu deitada enquanto eu tentava me soltar de Patch. Ben me ergueu do chão também me segurando pela cintura e me carregou para fora rapidamente.
— O que você está fazendo aqui? - Ben perguntou quando me largou na rua.
— Aparentemente não é da tua conta. - Respondi.
— Ela é uma amiga.
— Pois então eu também estava com um amigo. - Sorri antes de me afastar. - Foi divertido. - Falei assim que me aproximei de Nora e Vee.
— Para onde ele levou a Marcie? Eu vi o Patch pegá-la. - Nora falou.
— Importa? Com sorte ambos serão assaltados no centro.
— Ela vai ter que usar mais maquiagens agora. - Falei. - Não sei onde ele a levou. Não me interessa. Vamos dar o fora daqui.
Corremos para o beco onde Vee tinha deixado o neon. Nos escondemos contra o deposito quando um carro patrulha passou.
— Bem, isso foi emocionante. - Vee falou.
— Ah é, com certeza. - Nora falou depois de entrarmos no carro e Vee lambeu o braço dela. - Você está com um gosto muito bom. Você está me deixando com sede cheirando a cherry coke e tudo mais.
— Isso é culpa sua! Foi você quem jogou a minha bebida na Marcie! Se não fosse por você eu não teria me metido numa briga.
— Briga? Você ficou deitada ali e levou. Você devia ter feito o Patch te ensinar alguns movimentos antes de terminar com ele.
— Eu vou precisar te ensinar a dar uns socos pelo jeito. - Falei. - Não que eu não goste de bater em Marcie. Na verdade poderia fazer disso um hobbie. Mas você precisa aprender a bater Nora.
O celular de Nora tocou.
— O quê? - Nora falou.
Mas não obteve resposta.
FIQUE EM CASA HOJE À NOITE. Era uma mensagem que ela não tinha lido.
— Isso é assustador. - Vee comentou. - Para quem você anda dando seu número?
— Provavelmente era um erro de digitação. Provavelmente era para outra pessoa. - Nora falou.
Nora jogou o celular para dentro da bolsa e se inclinou segurando o rosto entre as mãos.
— Talvez seja o Patch. - Vee falou.
— O número dele nunca apareceu como desconhecido antes. É uma pegadinha. Podemos ir? Preciso de Tylenol.
— E de gelo. - Comentei olhando seu rosto. - Isso vai inchar e ficar roxo.
— Como você brigou com ela e não saiu com nenhum machucado?
— Primeiro, peguei ela de surpresa. Segundo, eu tinha um irmão. Acredite, isso te faz aprender a dar alguns socos. Principalmente se tiver que brigar por comida ou o banheiro.
— Vocês tinham uma mansão com suítes. - Nora lembrou.
Ela já tinha ido passar as férias na minha casa em Londres uma vez.
— Sim, mas uma vez nossa mãe reformou todos os banheiros da casa e só deixou um para usarmos.
— Acho que devíamos ligar para o Detetive Basso. - Vee falou. - A polícia ama esse tipo de porcaria assustadora de perseguidores.
— Você só quer ligar para ele para poder flertar com ele.
— Só estou tentando ser prestativa.
— Talvez você devesse ter tentado ser prestativa há dez minutos quando jogou a minha bebida na Marcie.
— Pelo menos eu tive coragem de fazer isso. - Vee retrucou e Nora a encarou.
— Você está me acusando de não enfrentar a Marcie?
— Ela roubou o seu namorado não foi? É claro, ele me dá dor de dente de tanto medo, mas se a Marcie roubasse o meu namorado as consequências seriam terríveis. - Nora apontou o dedo para a rua.
— Dirija!
— Sabe do que mais? Você realmente precisa de um namorado novo. Precisa de uma boa e velha sessão de amassos para te suavizar.
— Olha Nora, Vee tem razão. - Ela me olhou por cima do ombro.
Ela sabia que era difícil para mim concordar com Vee. Mas ela tinha razão. Nora tinha que bater na Marcie ou aquela vaca nunca teria medo dela. E ela tinha que esquecer Patch.
Assim como eu precisava cair na real e ver que Ben e eu não podíamos ficar juntos. Não era para ficarmos juntos.
Assim que cheguei em casa eu fui direto para a cama. Não sem antes levar para Nora uma bolsinha de colocar gelo.
— Fui tão ruim assim?
— Você foi pega de surpresa. - Falei. - Eu fui pega de surpresa quando fez aquilo com você. Me desculpe por não ter reagido.
— Não. Eu que devia ter reagido.
— O seu ódio só demora um pouquinho a vir. Eu sou mais sádica. - Sorri. - Vai tomar um remédio. Eu vou ficar no quarto. Qualquer coisa chama.
— Obrigada.
— As ordens.
Assim que entrei no quarto encontrei com Ben sentado na cama me esperando.
— Nikki...
— Não precisa falar nada. - Falei. - Você não me deve satisfação de nada.
— Claro que devo. - Ele falou.
— Quem era ela?
— É Caroline. Vou ser sincero.
— Não esperava mais do que isso.
— Ela é minha ex. Ela é um anjo caído e está de volta à cidade. Não se preocupe, ela não é como a Dabria.
— Eu duvido que isso seja verdade. - Falei.
— O que?
— Ela não ser como a Dabria.
— Ela não me quer de volta. Ela na verdade quer te conhecer.
— Eu passo essa.
— Eu imaginei que você diria algo assim.
— O que você está fazendo aqui afinal?
— Vim verificar se você está bem.
— Estou ótima. Mas estaria melhor ainda se vocês me deixassem acabar com Marcie.
— Você acabaria presa. Isso não é uma boa ideia.
— Olha, se não tiver mais nada o que fazer aqui quero que saia.
Ele estalou a língua antes de levantar e ir para a porta. Seus olhos passearam por todo o meu corpo antes dele sair e bater à porta.
Na segunda acordei assustada por causa dos pesadelos. Eles pareciam tão reais.
Acordei na hora em que Ben me segurava pelo pescoço. Era um filme de terror.
Me arrastei para fora da cama e fui tomar um banho. Vesti uma calça jeans cinza, uma camiseta gola v preta e calcei meu tênis da Nike.
Peguei meu moletom xadrez de rosa, cinza e preto e a minha mochila.
Depois da aula fiquei na biblioteca com Nora. Não tinha muitas opções já que eu estava de férias das aulas de música. Estava distraída escutando música que nem ao menos tinha notado a presença de Vee no laboratório e a falta de Nora.
— Oi. - Falei e ela me encarou.
— Se você continuar escutando música tão alto assim vai ficar surda. - Ela avisou.
— Desculpe. O que você quer?
— Onde está a Nora?
— Boa pergunta. Não sei. - Virei observando o local até que a vi.
Vee ergueu um envelope preto para Nora que estava se aproximando.
— Isso é para você. - Ela jogou o envelope na mesa. - E isso também é. - Ela falou da sacola da padaria. - Achei que vocês poderiam estar com fome.
— Cupcakes! - Nora falou e Vee forçou um sorriso.
— A moça da padaria me disse que são orgânicos. Não sei bem como se faz um cupcake orgânico e não sei bem porque eles custam mais, mas aí está.
— Você é a minha heroína.
— Quanto tempo mais você acha que vai levar?
— Trinta minutos no máximo.
— Cupcakes orgânicos? Eca! Não deve ser bom. - Falei levantando e pegando as minhas coisas. - Nos vemos depois meninas. Preciso comer. E já passei tempo demais aqui. To quase virando uma nerd. - Sorri me afastando.
Enquanto dirigia de volta para casa passei pela casa da fazenda, pisei no freio e parei o carro depois dei a ré e fiz o carro girar. Voltei a minha casa e estacionei na frente.
Viktor apareceu na porta e quando me viu sorriu.
— Nikki! Quanto tempo. - Ele falou assim que desci do carro.
— É mesmo, Viktor. Como estão as coisas por aqui?
— Tudo tranquilas. - Ele sorriu.
— Encontrei com Tyler esses dias. - Sua expressão ficou triste. - Tudo bem?
— Faz dias que ele não aparece. Aquele meu filho rebelde. - Ele murmurou depois forçou um sorriso. - Quer entrar?
— Sim. Quero olhar algumas coisas.
Nós entramos e ele foi preparar um chá enquanto eu subia a enorme escadaria de espiral. Andei pelos quartos observando tudo depois desci as escadas de novo para o saguão. Entrei na cozinha e Viktor tinha colocado o chá em cima da mesa e ao lado algumas bolachas de chocolate.
— O que pretende fazer com tudo isso aqui?
— Pretendo manter. - Falei. - Só não sei se vou morar aqui, mas quero que continue aqui mantendo tudo arrumado. - Ele sorriu. - Você gosta mesmo daqui não é?
— Sim.
Ficamos em silêncio. Ele devia saber dos segredos.
— Viktor eu queria te perguntar uma coisa.
— O que seria?
— Quem é Lillity?
— Como assim? Não estou entendo. Uma pessoa com esse nome?
— Não. Quem é Lillity na nossa história. Você tem mais vínculo com a igreja do que eu.
— Na verdade, ela não é da igreja, digamos assim. Muitos dizem que Lillity veio antes que Eva. Mas se recusou a se rebaixar para Adão, então Deus a expulsou do Paraíso. E assim nasceu a primeiro demônio.
Um arrepio subiu pela minha coluna.
— Primeiro demônio?
— Sim. - Ele me lançou um sorriso. - Por que, você acredita nisso?
— Não! - Falei rápido demais e meu rosto ficou vermelho, então forcei um sorriso. - Lembra que eu não costumo ter vínculo com igreja alguma.
— Mas devia. - Ele falou. - Na verdade, não há nada que indique que isso seja verdadeiro. Mas tudo indica que ela fugiu do paraíso e ficou com os demônios machos. Outras histórias dizem que ela fugiu por que tinha uma grande luxuria que Adão não conseguia satisfazer. Três anjos foram atrás dela, mas ela se recusou a voltar. Então Deus criou Eva. Em algumas histórias dizem que ela voltou como uma serpente para tentar Eva. Mas não sabemos se isso é realmente verdade. Dizem que em troca das relações sexuais com Lúcifer ele deu a ela sabedoria mística e magica assim também é considerada a primeira bruxa. O que eu posso dizer é que ela tinha uma beleza extrema já que era uma succubus.
— Succubus?
— Demônio sugador. Enquanto tem relação sexuais ela suga a energia das pessoas.
Cada coisa que Viktor falava entrava em minha cabeça e me deixava com medo.
Se isso era verdade.
Eu era filha de Lillity? Poderia mesmo isso ser verdade?


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Notas finais do capítulo

E ai pessoal alguma aposta do que acontecerá? Estamos bem perto de acabar essa. Obrigada a todos que estão acompanhando.



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