Uma Canção de Sakura e Tomoyo: Finalmente Juntas escrita por Braunjakga


Capítulo 69
Alguma coisa deve estar acontecendo




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Capítulo 67

Alguma coisa deve estar acontecendo

 

Sevilha, Espanha

10 de setembro de 2016

 

I

 

Era tarde da noite.

A antiga cidade romana de Itálica pode ter sido varrida do mapa por causa das invasões visigodas e árabes na península ibérica, mas o antigo coliseu da cidade de Saintiponce ainda resistia, mostrando uma marca dos tempos em que sangue jorrava naquela poeira, fazendo a alegria do povo que sentava antigamente naquela arquibancada. 

Olhando atentamente para o livro em suas mãos, aquele jovem homem moreno de barba bem feita, vestido com sua armadura vermelha como sangue, estava preocupado. Olhava para as estrelas do céu, esperando uma resposta delas, sem sucesso.

Um brilho vermelho apareceu ao seu lado. Era uma morena de armadura vermelha também. 

— Ruben Blanco de Sevilha é você, não é? — perguntou a mulher.

— Paula Ramirez de Almeria, acredito eu… — disse o homem. A mulher estendeu a mão para ele, cumprimentando-o. Ambos estavam com uma cimitarra na cintura. 

— Estou muito surpresa por conhecer meu colega, afinal de contas… Há quanto tempo não temos uma reunião de Interventores da Andaluzia, não é? — disse Paula. Ruben ainda estava com o semblante preocupado, mas compartilhava da mesma preocupação. 

— Então… Só veio você? 

— Os outros já estão pra vir… — disse Paula. Bastou ela falar para que mais seis brilhos vermelhos pousassem na arquibancada daquela arena, todos de armadura vermelha como sangue com uma cimitarra na cintura. 

— Javi Gutierrez de Cadiz — disse um jovem loiro.

— Carmen Hernandez de Granada — disse uma mulher de meia idade de cabelos ondulados.

— Alícia Romero de Huelva — disse uma mulher magra de cabelos curtíssimos.

— Sou Raul Rivera de Málaga, prazer, meninada — disse um senhor já de idade. Todos cumprimentaram o homem.

— Julia Rodriguez de Córdoba — disse uma menina de 15 anos. 

— Fernando Ortiz de Jaén — disse um homem de cabelos grisalhos. — Acredito eu que você seja o Ruben Blanco de Sevilha, não é? Quanto tempo não temos uma reunião de interventores… 

— Pois é, muito tempo mesmo… Tenho um assunto grave pra falar com todos vocês… — disse Ruben. Todo mundo ficou tenso, olhando para o livro nas mãos dele. 

 

II

 

Palácio da Ordem na Catalunya

Mesma hora… 

 

A bola de cristal era um instrumento usado por magos para se ter visões de fatos ocultos do passado e do presente, além de enxergar sombras de linhas temporais futuro. Por mais que olhasse para ela, o homem de capa e armadura vermelha não encontrava o que buscava. 

Olhando para o objeto no pedestal daquela sala circular, o interventor da Catalunha via outra coisa, mostrando um pouco de paciência e irritação com as imagens que passavam. Atrás dele, andando pelo chão cheio de desenhos mágicos em baixo relevo, Ignacio Diaz aproximou-se do homem, curvando-se para ele. 

— Chamou? — perguntou Ignácio.

— Ignacio, faz um mês já que a Sakura desapareceu. O que você me prometeu? — perguntou o Interventor. Aquela máscara no rosto dele deixava a voz do homem mais grave e a acústica da câmara tornava tudo mais arrepiante. Até mesmo Ignacio, em sua armadura negra como a noite sentiu medo. 

— Senhor… Eu juro que tentei ir atrás deles, mas são eles que estão vindo atrás de mim! O senhor acredita que andaram vasculhando minha casa em Sevilha? Eu tive que cuidar disso primeiro e dar um sumiço em mim mesmo antes! 

— Sabe o que eu acho mais engraçado? A Sakura deu um depoimento pra Ertzaintza sobre a morte da Begoña há um mês.

— Um depoimento pra polícia?     

— Sim, idiota! Ela apareceu pessoalmente na delegacia em Bilbao e tudo mais, além disso, se pôs a disposição pra qualquer esclarecimento! Como é que você não encontra a chave do lacre bem debaixo do nosso nariz? 

Ignacio não soube como responder. Ficou calado por um tempo até dizer alguma coisa.

— Senhor… Não tenho dúvidas que a Gotzone tá por trás disso. Enquanto ela estiver ajudando a Sakura, vai ser difícil chegar na chave do lacre. Eu coloquei um pessoal meu pra vigiar a casa da Sakura em Deusto para ver se ela aparecia, mas ela nem deu as caras por lá ainda… 

— Se a Gotzone é o problema, certifique-se de que ela não vai ser o problema mais… Olha o que o seu “pessoal” anda fazendo contra você… — disse o Interventor da Catalunha. A bola de cristal no pedestal flutuou até às mãos de Ignácio. Ele levantou-se e pegou a esfera, espantando-se com as imagens que via. 

 

III

 

Sevilha, Espanha

Minutos depois… 

 

No anfiteatro romano de Itálica… 

— Você tá querendo dizer, Ruben, que o nosso Interventor, Ignácio Diaz, está envolvido com essa tal de ‘Torre Negra’? Você está querendo dizer que tudo o que a gente viveu até agora é uma mentira? Isso é absurdo demais pra qualquer um de nós aqui acreditar! Foi o Ignácio quem recrutou quase todo mundo aqui! — disse Raul Rivera, Interventor de Málaga. 

— Bem… Bem que eu achei esquisito algumas coisas que ‘tão acontecendo… Eu ‘tava com o Ignácio há seis anos atrás quando a gente viu um brilho vermelho no céu. Não era um brilho normal, era um brilho vindo do extremo oriente… ‘Tava chamando a gente, sabe? — disse Paula Ramirez de Almeria.    

— Você diz, como as convocações que a gente recebe? — perguntou Julia Rodriguez, uma menina negra, a mais nova de todos.

— Pois é… Era uma convocação. Uma convocação de El Rey em pessoa. O Ignacio foi e a gente não foi. Estranho, não? — disse Ruben Blanco. — Sabe o que é mais estranho disso tudo? A Gotzone veio há uns dias atrás em Sevilha com o pessoal dela e me disse que a armadura da Ordem na Andaluzia voltou pra Bilbao, Bilbao! Por que a armadura não voltou pro palácio flutuante da Ordem? — perguntou Ruben. Todo aquele pessoal ficou calado, sem saber como responder. 

— Olha, gente, eu sei que eu já sou parte da Ordem há um tempo, mas eu ainda não estou familiarizada com essas coisas de armadura, de palácios, de convocações… O Ignácio só chegou em mim e falou “olha, eu sinto um grande poder mágico vindo de você e sei que você vai ser muito útil pro futuro da Ordem”. Ele só falou isso e acabou… Eu não sei nada sobre a Ordem do Dragão, só sei que essas armaduras da gente tem um poder incrível, né? — disse Carmen Hernández de Granada, uma mulher de meia idade, gordinha, de cabelos ondulados. 

— Ele nem sequer falou nada sobre os dragões? Ele não falou nada da nossa hierarquia de 11 níveis, as armaduras, segundo a comunidade autônomas, segundo as províncias, as comarcas, as cidades, os bairros? — perguntou Ruben. Ninguém respondeu. Ele continuou a perguntar. — Ele não disse nada sobre as diferenças de armaduras? O palácio flutuante? As consequências de sair da Ordem? Nada? — perguntou Ruben. Todos fizeram não com a cabeça. Os mais novos nem sabiam do que se tratava. O Interventor de Sevilha fechou o livro que tinha nas mãos, agoniado. 

— Ruben, o Ignácio pode não ter dito nada, mas o Interventor da Andaluzia antes dele, o Nacho Velázquez, o homem que me convocou, me explicou tudo isso. Estou com 85 anos e eu me lembro cada palavra como se fosse ontem. Ele falou de um passado onde a Ordem tinha dragões voando no céu. — começou Fernando.

— Dragões? — perguntou Javi Gutierrez, um homem loiro calado até então.

— Sim. Não só dragões, a Ordem tinha um exército grande, grande mesmo, que rivalizava com o do ministério de assuntos especiais. — explicou Fernando. 

— Exército? — perguntou Alicia Romero, uma mulher magra de cabelos curtos. 

— Pois então! Naquele tempo, a Ordem quem buscava magos em casa, até mesmo com os comuns! A gente fazia reuniões, tinha competições de força e tudo o mais. Agora esse exército e esses dragões só existem no País Basco. Meu mestre, Nacho Velázquez, falou que pra entrar na Ordem não é preciso poder mágico, tem que querer muito mesmo o reino e as pessoas pra peitar o Ministério de assuntos especiais! Era tão bom naquele tempo que eu pareço um velho me lembrando do passado. — disse Fernando, com lágrimas em seus olhos enrugados. — Nacho Velazquez, antes de morrer com 110 anos em 1991 pelejou comigo “Nando, assuma a armadura da Ordem antes que esse moleque tome ela de você”. Eu quem não quis. Me arrependo até hoje.        

— Senhor Fernando, o senhor pode dizer pra gente por que a Ordem mudou tanto assim? Porque não temos mais dragões no céu, não temos mais recrutamentos… Diga pra gente… — disse Ruben Blanco. 

— Foi o Interventor da Catalunha, o comandante da Ordem. Ninguém sabe quem ele é. Ele proibiu novos recrutamentos. Ele proibiu também que os Interventores se reunissem e foi cada um pro seu canto. Um absurdo! Ele tinha falado que as prioridades da Ordem agora era cada um ficar no seu canto pra “fortalecer” o nosso poder. O pior de tudo é que uma epidemia estranha matou nossos dragões, os dragões do palácio flutuante. Montei um dos últimos antes que fosse tarde. O Comandante não fez nada pra restaurar nossos dragões de volta. Ele mandou uma carta dizendo que não era preciso mais dragões. Agora eu me pergunto: que força é essa que, em vez de somar, só faz diminuir? Isso é força? — disse Fernando, terminando a explicação.    

— Muito obrigado, Fernando. Eu tampouco conheço esse tipo de força. Foi por isso que, a Gotzone veio falar comigo que a Ordem estava estranha faz tempo. E não foi só ela não. O Zigor principalmente. Eu passei um dias com ele e ele me passou tudo: tem um usurpador comandando a Ordem do Dragão por dentro. — disse Ruben. Todos ficaram atônitos. 

— Mas Rúben, você tá querendo dizer que… Tudo o que a gente passou até agora é uma mentira? — perguntou Alicia Romero de Huelva.

— Não só uma mentira, como também Ignacio Diaz está plenamente ciente disso. Pior: juntou forças com o usurpador pra terminar de destruir a Ordem do Dragão.  

—  E o que você pretende fazer, Ruben? — perguntou Julia Rodriguez de Córdoba. — Pela lógica, a gente é mais fraco que ele, o que a gente vai poder fazer? Ir pra Bilbao atrás da Gotzone? A gente nem sabe onde ela vai estar!  

— Eu não sei como a gente vai fazer, mas só sei que separados a gente não é nada! Eu vou tentar encarar ele e, vamos ver no que vai dar! — disse Ruben, obstinado. 

— Que bom! Faz tempo que eu não tinha um desafio desses! — disse uma voz vinda das cadeiras mais altas do anfiteatro. Era o Ignacio Diaz em pessoa, que todos eles conheciam. Ele vestia uma armadura negra como a noite e carregava nas costas uma arma que não era bem uma espada. Uma capa negra também ondulava nas costas dele.    

— Peguem suas cimitarras! — alertou Ruben. Mal ele acabou de falar e a arma nas costas de Ignacio transformou-se numa espécie de tesoura. Ele atravessou o corpo do Interventor de Sevilha com ela do ombro até a virilha. 

— Pensou mesmo, Ruben, que podia ir contra a roda do destino? Pensou mesmo que a Gotzone ia te dar a armadura da Andaluzia? Pensou errado! Todos vocês! — disse Ignácio. Paula correu para segurar o corpo de Ruben, que caía no chão. A Tesoura nas mãos de Ignácio se separou em duas partes e se transformaram em dois sabres.  

— Miserável! — disse Fernando. Ele, juntamente com Carmen sacaram suas cimitarras, mas Ignácio foi mais rápido. Ele agachou-se e, com um rodopio, cortou os pés dos dois. 

— Esse é o destino de todos os Interventores da Ordem do Dragão, Fernando! Você queria me enfrentar? Pois então cadê sua força? É simples responder! Você não tinha força há trinta anos atrás e não tem agora! — disse Ignácio. Ele fincou um dos sabres que tinha nas mãos no pescoço do homem, matando-o.

— Ignácio! Você quem deu essas armaduras pra gente! Você deu essas armaduras pra matar a gente dentro delas? Que espécie de sadismo é essa? — perguntou Carmen, agonizando com o pé cortado no chão. Javi, Julia, Paula, Raul e Alícia, os outros interventores que sobraram faziam a mesma pergunta. 

— Nós não somos membros da Ordem do Dragão? A gente não é uma associação de magos que não concorda com o Ministério? Que armadura negra é essa? — perguntou Javi.

— É verdade, Ignácio, que você está contra a Ordem agora? — perguntou Alicia.

— É mesmo, eu acabei vindo aqui com a missão de exterminar todos vocês, mas vejo que foi o Ruben quem manipulou vocês aqui. Eu explico: A Ordem do Dragão foi criada no passado com o objetivo de criar um grande império. O problema é que esse objetivo foi esquecido por gente fraca como Oriol Junqueras e estamos no estado que estamos. Agora é hora de a gente se levantar contra os comuns e criar na terra um espaço vital só pros magos! Quem está comigo? — disse Ignácio. Todos ficaram chocados.

— Peguem suas cimitarras! — repetiu Carmen. Ignácio lançou uma magia contra a cabeça dela na hora. Javi, Paula, Raul e Alícia investiram contra Ignácio. 

— Eu tenho pais comuns, sem magia, miserável! — disse Javi. Ignácio rodopiou o sabre em volta da cimitarra e tirou a arma do loiro. Sem defesa, Ignácio espetou Javi na barriga. A ponta do sabre expandiu dentro dela como um peixe balão cheio de espinhos. Alícia, Raul e Paula continuaram. Ignacio rodopiou os dois sabres que tinhas nas mãos e cortou a barriga dos três. Só sobrou Julia de pé. A menina tremia diante daquela barbaridade.  

— Então, Júlia, vai hesitar ou vai se juntar à mim contra os comuns? O que você decide?

— Mas eu também sou filha de dois comuns! — respondeu a menina. — Eu vou ter que ir contra os meus pais se eu quiser seguir o senhor é isso? 

— É um preço pequeno a pagar em troca de um futuro de paz e prosperidade… — respondeu Ignácio. Enquanto caminhava, uma lâmina atravessou o corpo do ex-interventor.

— Não confunda a cabeça das crianças, Ignacio. Se você tem as ideias tortas, não vem entortar as dos outros. — disse um homem de cabelos grisalhos bagunçados e pele branquíssima. Era Zigor. Júlia reconheceu na hora.

— Zigor? Zigor Iñigitz? O lendário Zigor! Pensei que estivesse morto! — disse Júlia, um pouco mais aliviada.

— Eu já estou morto, mas voltei pro mundo dos vivos pra puxar o pé de quem merece! — disse Zigor,  erguendo a imensa espada de duas mãos diante de Ignácio. 

— Que bom que não vou precisar te procurar, Zigor! Prepare-se! Agora sim eu acabo com você de uma vez por todas! — disse Ignácio, cruzando os dois sabres que tinha nas mãos contra Zigor.  

— Júlia, dá o fora daqui! — alertou o homem grisalho.

— Mas eu vou pra onde? — perguntou a menina. 

— Vai pra Madrid! Procura a minha afilhada lá! — grutou Zigor, tentando segurar a imensa pressão que as armas de Ignácio faziam sobre ele. A menina ainda estava congelada. — Vai! Vai! — berrou Zigor mais uma vez. Dessa vez, Júlia correu para fora do anfiteatro romano, correu tão rápido que nem olhou para trás. 

Zigor e Ignácio se encaravam com ódio no olhar. 

 

IV

Madrid, Espanha

Horas depois… 

 

Era verão naquela época do ano, mesmo assim, aquela coberta aconchegante que Júlia usava em volta de seu corpo não servia de nada para conter o constante calafrio que tomou conta de seu corpo. Estava usando a armadura vermelha de Interventora também, nem isso a esquentava direito. 

Gotzone e Aitor a olhavam com preocupação. A loira de tranças começou a puxar assunto com ela para tirá-la daquele estado. 

— Julia… Você é uma interventora agora, não pode ficar assim…— disse Gotzone, tocando calorosamente nos ombros dela. 

— Você é a Gotzone, não é? Você joga futebol no Real Madrid, né? — perguntou Julia. Goti fez sim com a cabeça. — Minha irmã gosta de você. Ela tá até treinando na base do Córdoba da minha cidade por sua causa… 

— Que bom, Julia! Então, qualquer dia, eu vou visitar a sua irmã lá em Córdoba também… Já que nós somos duas interventoras mesmo… — disse Gotzone, se sentando ao lado dela no sofá. Julia ficou mais séria ainda.

— Interventora… Eu nunca pedi pra ter essa armadura… O Ignacio veio em mim e me disse que eu tinha muito poder mágico, que eu tinha que usar a armadura pra defender a minha família… Eu nem sabia que tinha magia! Agora ele me fala que eu tenho que matar todo mundo? Eu tô com muito medo! Eu nem falei com a minha família! nem sei como eles estão… — disse Júlia, chorando. Aitor se sentou na frente dela e chamou a menina.

— Julia, escuta o que o gordinho aqui tem pra te dizer… Os seus pais estão bem, a sua irmã tá bem, o Zigor ganhou, tá certo? Não precisa se tremer toda. Em breve, você vai poder falar com eles… — disse o basco. A menina se acalmou um pouco. 

— E quanto à essa armadura que eu nunca quis? E quanto à esses poderes mágicos que eu nunca pedi? Como é que vai ficar? — perguntou Julia, tirando a manta em volta dela, falando francamente com Gotzone.  

— Julia, tem coisas na vida que acontecem com a gente e, muitas vezes, a resposta mais fácil é ignorar tudo e empurrar a sujeira pra debaixo do tapete. Esse é um momento que você tem que fazer uma escolha. Sua escolha. Você nasceu com poderes mágicos, isso é parte de você, não tem como tirar fora. Você tem a armadura da Ordem agora. Infelizmente não dá pra arrancar ela de você. Eu sei que isso é uma coisa que não pediu, mas você tem a opção de esquecer tudo e ignorar uma parcela importante do que você é ou abraçar esse mundo novo cheio de possibilidades que está se abrindo diante de você… — disse Gotzone.   

— Eu vou morrer como os outros se eu aceitar essas possibilidades? — perguntou Julia.  

— Morrer, todo mundo vai morrer um dia. Agora, a forma que você vai morrer é uma coisa que a gente que tem poderes mágicos, e também faz parte da Ordem do Dragão, tem mais liberdade pra decidir. Perder o Ruben, com quem eu conversava bastante, foi uma coisa difícil e eu sinto muito. Agora morrer, dando um significado maior pra nossa vida, dando um significado que a gente nunca imaginou antes, é uma coisa sem igual. O Ruben tinha consciência disso quanto pediu pra todo mundo pegar as cimitarras. Essa é a melhor lembrança que ele pode deixar pra gente… E só de você se lembrar desse gesto dele é tudo… — disse Aitor, agarrando calorosamente a mão dela. Julia abaixou a cabeça e ficou pensativa por um momento.

— Vocês prometem me ensinar tudo mesmo? Vocês prometem me ajudar a usar meus poderes pra não atrasar o lado de ninguém? — perguntou Julia. Aitor e Gotzone fizeram sim com a cabeça. Julia confirmou também com a cabeça e um tímido sorriso nos lábios. 

 

Continua… 




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