Uma Canção de Sakura e Tomoyo: Finalmente Juntas escrita por Braunjakga


Capítulo 62
O ataque da Torre




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Capítulo 60

O ataque da Torre

 

I

Bilbao, Euskadi, Espanha

2 de agosto de 2016

 

Saíndo de um redemoinho invisível no ar, Sakura e Begoña voltaram aos jardins do hospital universitário. Era de noite. As primeiras estrelas começavam a aparecer no céu. O jardim estava deserto naquele momento. 

— Hoe! Que foi isso que aconteceu? — perguntou Sakura, se levantando do tombo.

— Magia, Sakura. Magia. — respondeu a professora, diante dos olhos verdes enormes de Sakura. — Desculpa eu ter escondido isso de você, mas eu sou uma maga, uma usuária de magia… Eu estive sempre te observando, Sakura… — disse a professora, sorrindo para ela. A cardcaptor sentiu um arrepio na espinha com aquelas palavras, mas logo se recuperou.  

— Nossa, Fessora, a senhora falando assim me assusta! — disse Sakura, sorrindo. — Eu… tô muito surpresa com essa novidade, mas eu ainda tenho medo que tenham visto a gente de algum canto… Sabe como é, essa “otoridade” mágica não dá moleza não!    

— Eu sei, Sakura. Eu não tenho medo da Dona Beatriz. Por mim, que ela venha! — disse Begoña, orgulhosa — Sou daquelas que não tem medo de gente folgada que nem ela…   

— Ai, ai! Conhece até o nome da figura! Puxa! Só eu que não sabia aqui! A senhora falando desse jeito lembra até aquela bruxa da Gotzone quando encarou ela! Aliás, Fessora, a senhora já conhece aquela loira oxigenada, né? Me conta essa história direito! — disse Sakura, chateada. 

— Deixa que eu te explico, Sakura! — disse uma voz vinda do alto. Uma lança atravessou as costas e saiu na barriga da professora Begoña. Sakura viu aquilo e sentiu a pior das sensações possíveis no peito. Um homem de armadura negra como a noite sorria sadicamente para as duas. 

— Victor? Victor Delgado? — perguntou Sakura.

— Vejo que ainda se lembra de mim, não é, mesmo depois de um ano… — disse Victor. A professora sentia uma agonia indizível.

— Como eu ia me esquecer? Você tentou roubar minhas Cartas, meu filho! — disse Sakura, trêmula de desespero diante da imagem do horror. 

— Pois é, agora eu quero sua chave do lacre! Me passa! — disse o homem, rude e imperativo. Sakura não sabia o que fazer. Colocou a mão na chave do lacre e os soldados de farda branca do Ministério, que Beatriz havia posto para vigiar Sakura, saíram de trás dos prédios, das árvores e dos arbustos, lançando uma granada de barreira mágica para que nenhum comum visse o que estava acontecendo. Victor soltou a lança das costas de Begoña e dividiu-a em duas. A lança virou duas submetralhadoras num passe de mágica. Não foi uma transformação mágica repentina. Assim que Victor separou a lança, algumas peças se mexeram no automático para transformar a lança em submetralhadora. Ele começou a disparar contra os agentes que se aproximaram deles. 

 

II

 

Enquanto isso, Sakura ajoelhou-se e abraçou o corpo ferido da mestra. Um filete de sangue saía da boca dela e a farda azul celeste de cirurgiã já estava encharcada de sangue.

— Fessora Begoña… — disse Sakura, com lágrimas nos olhos. — Fessora, vamos indo! Vamos pedir ajuda! Eu faço uma sutura na senhora até a gente ir pra mesa de cirurgia… Meu Deus! Tá saindo muito sangue…  

— Sakura… Eu já vejo que você já pensa como uma cirurgiã… Agora, só falta experiência… — disse a professora sorrindo. — Pena que eu não vou estar aqui pra ver você crescendo na profissão… 

— Não fala assim… — disse Sakura. 

— Fuja, Sakura! Aparezca Dragón! — gritou Begoña.

— O que? — disse Sakura, espantada. Os olhos da professora Begoña brilharam em vermelho. A dor de Sakura se transformou em espanto quando viu a armadura vermelha da Ordem ser montada no corpo da mestra pouco a pouco. A ferida de lança brilhou em vermelho e começou a se fechar, como se carne crescesse nela. Por fim, a mestra, levantou-se do chão, subiu a mão para o alto e a espada gigante de duas mãos voou para a mão dela. — Mentira, professora! Me diz que é mentira! 

— É verdade, Sakura! Begoña Oihartzabali é uma inspetora da Ordem do Dragão! Ela tava te vigiando sob as ordens da Gotzone! — disse Victor, aparecendo logo em seguida com algumas marcas de tiro na armadura. O homem estava intacto, apesar do combate intenso com os soldados do Ministério. Todos estavam caídos no chão.     

— Eu não posso acreditar nisso! Então, aquela aproximação toda foi pra me vigiar pra aquela filha da mãe, é isso? — questionou a Cardcaptor, indignada.

— Sakura! Não confunda as coisas! — gritou a professora, com cara séria. Depois, ela respirou e relaxou as feições tensas do rosto. — Eu sou a sua professora, sou sua conselheira e também… Sou sim, parte da Ordem do Dragão. Estou a mando da Gotzone sim, não vou esconder isso. E pode ter certeza que tudo o que a gente conversou ficou entre a gente! 

— Mas que droga! Que droga! — berrou Sakura, desesperada. 

— Vai acreditar nela, Sakura? Uma subordinada da mulher que tomou seu marido? — disse Victor, sorrindo.

— Sakura, não escuta ele! Ele tá tentando roubar a chave do lacre das Cartas! Fuja! Eu te protejo! Como eu sempre fiz até agora! Sob as ordens da Gotzone… — disse a professora. De repente, uma lâmina atravessou o pescoço de Begoña por trás, segurada por um Victor sorridente. A cabeça da professora voou pelos ares e caiu nas mãos de Sakura.    

— Te proteger? Sério mesmo? Ele não conseguiu nem proteger a si própria. Dá pra acreditar nisso? — disse Victor, sorrindo.  

 

III

 

Madrid, Espanha

Mesma hora.

 

Numa sala do palácio da Moncloa, a sede do governo espanhol, Dona Beatriz Fanjul atendia um telefonema em seu escritório quando a porta da sala abriu bruscamente. Era um soldado de farda branca do ministério.

— Ministra! A Sakura foi atacada! Perdemos trinta e seis soldados no Hospital Universitário de Deusto! — disse o homem, afobado, quase sem ar.   

— Perdemos, é? — respondeu Beatriz, sem um pingo de emoção na voz. O soldado arregalou os olhos. — Chame o líder da oposição na minha sala, preciso falar com ele. 

— Como assim? Mas o senhor Rafael Barrenetxea está em viagem na Polônia! 

— Por isso mesmo, pedi pra chamar o Senhor Jordi Ferrer que está aqui, pelo menos, ou eu vou ter que deixar picado pra você entender dessa vez! — disse Beatriz, ríspida.   

— Mas, quanto as tropas? A Sakura… 

— Por isso mesmo pedi uma reunião com ele! Vá! Fala pro nosso contato em Euskadi pra analisar a situação e resgatar os corpos, ou eu vou ter que fazer tudo sozinha? — disse a ministra, no mesmo tom de voz. O soldado não fez mais perguntas. Fechou a porta do despacho e foi atender o pedido da ministra. 

Dona Beatriz andou até a janela e ficou olhando para uma estrela no céu, calmamente, como se nada acontecesse. 

 

IV

Bilbao, Euskadi

Mesma hora

 

Victor andava a passos lentos em direção à uma Sakura trêmula. Ela ainda estava com a cabeça decapitada da mestra em mãos, empapando a roupa com o sangue dela.

— E então, Sakura? Vou ter que cortar a sua cabeça pra pegar a chave do lacre? — perguntou Victor, sádico.  

— Mas que droga! — Sakura gritou, puxando a chave do lacre do pescoço. A corrente quebrou-se e a chave transformou-se em seu báculo da estrela.

— Vai fazer o quê, Sakura, sem as cartas? — perguntou Victor. 

A cabeça de Sakura foi assaltada por uma voz vinda de longe.

“Sakura, Sakura! Não cai na conversa dele! Você tem um poder mágico enorme dentro de você! Pegue a chave do lacre e use-o! 

— Hoe? Essa voz… Eu conheço essa voz! Dom MIquel Tossel Ferrer! Cardeal príncipe, não é? — disse Sakura. Victor parou de rir e começou a ficar preocupado — Dom Miquel, como eu uso esse poder? 

“Você já tem a chave do lacre! Você já tem tudo o que você precisa! Basta apontar a chave do lacre e direcionar toda essa sua energia mágica! Eu sei que você consegue! Basta um pouco de esforço e coragem”, disse Dom Miquel. 

— Mas… Mas… Ele é muito forte e… — disse Sakura, hesitante. 

— Essa interferência que eu tô sentindo… Mas da onde? Eu vou tratar de quebrar ela! — disse Victor. Ele começou a formar uma esfera de energia na mão e apontou para Sakura. A cardcaptor arregalou os olhos.

“Se ele é forte, você é mais forte ainda, Sakura! Só isso que você precisa saber. Não tenho mais tempo…”, disse Dom Miquel, encerrando a comunicação. Nesse momento, Victor soltou a esfera de energia conta Sakura. Ela colocou a cabeça da professora no chão e agarrou o báculo com força.

— Meu báculo da estrela, esteja ao meu lado! Em nome de Sakura! — disse a cardcaptor. Ela fechou os olhos e rebateu a esfera de energia com como uma bola de Baseball. Surpreso com o gesto, Victor recebeu a força do seu golpe novamente. Seu corpo tremeu todo com o choque inesperado. O homem olhou com raiva para Sakura. A cardcaptor ofegava, não acreditando no que havia feito. Energia mágica fluia pelas suas mãos na forma de um vapor arco-íris.   

— Obrigada, Dom Miquel Tossel! — disse Sakura. 

— Dom Miquel Tossel, é? Bom saber! Vou atrás dele depois que eu acabar com você! — disse Victor, cerrando os dentes de raiva. 

— Não vai não! Você não vai sair daqui não! — berrou Sakura, apontando o báculo contra o homem de armadura negra. Um jato de energia mágica atingiu Victor e ele não conseguiu se mexeu mais. Estava totalmente paralisado. Tremia-se todo e seus dentes rangiam tentando falar. 

— Meu… Corpo… — disse Victor, tentando se soltar. Sakura ficou sem saber o que fazer. Olhou para a cabeça da professora e se lembrou das últimas palavras que ela disse. Sem nem entender o porquê, começou a correr como louca, para longe do campus do jardim universitário. Lembrou-se também que ainda estava com o celular no bolso e ligou para a única pessoa que podia confiar. 

— Alô, Tomoyo? Você não vai acreditar! Acabei de ser atacada!    

 

Continua… 


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