Shirley suspirou, acabando por dobrar o origami de come-come que fazia, errado. 

— Tudo bem, Shirley? — Milly acenou na frente do rosto dela, quando conseguiu sua atenção, sorriu e tomou o papel, dobrando sozinha. — Só avisando que não adianta esconder. Eu sei que aconteceu algo.

— Q-Que? Não aconteceu nada... Eu juro. — Jamais poderia contar a ela o que estava em sua mente, nem a própria estava acreditando no que havia acontecido.

— Hmmm... Aconteceu algo sim. Foi com o Lelouch, não é? — A loira trouxe a tona e a outra corou arduamente, sem lugar extra para o vermelho se espalhar quase tingia seu cabelo...

Até que, nesse momento, Rivalz entrou. 

— Tem mais papel pra buscar, mas a Nina está ocupada ajudando o Lelouch, então...

— Eu vou ajudar! — Shirley se prontificou imediatamente e levantou, tropeçando nas próprias pernas, mal conseguindo sair da sala (mas conseguiu). Milly deu umas risadinhas, enquanto Rivalz se sentava do lado dela.

— O Lelouch me expulsou... — Ele confessou.

— Ele não precisa de você, tem gente de sobra pra ajudar ele!

— Ai, Milly...

— Vem cá, você não tinha que ajudar a Shirley?

— Mas eu tô mal porque fui expulso...

Milly botou um come-come na frente dos lábios e desviou o olhar.

— Por isso o Lelouch te odeia... — Deu uma risadinha depois de dizer.

— ELE O QUE...?!

— Gente, alguém pode me ajudar com... — Suzaku entrou na sala, a porta estava aberta, afinal. — Ué? Tudo bem aí? 

Rivalz levantou e correu até Suzaku para abraçá-lo.

— O Lelouch me odeia!!!

— Bem... — O japonês ficou desconfortável, mas deu tapinhas nas costas dele. Por que gostavam tanto de agarrar ele...? — Ele me odeia bem mais, pelo menos disso eu tenho certeza!

Rivalz soltou Suzaku e ficou pensativo.

— Hm... É verdade...

Milly logo se intrometeu, enfiando-se entre os dois.

— Suzaku, você por acaso sabe o por que disso? — Ela questionou, ficando na frente de Rivalz e o cobrindo por completo.

— Euphy me disse que o Lelouch tinha um crush nela quando era criança. Talvez seja isso?

Milly sorriu, sabia que aquela não era a verdade mas ainda assim, pontos de vista eram interessantes.

— Com o que precisa de ajuda? O Rivalz está livre! — Ela sugeriu.

— Ei! — ele tentou relutar.

— Tinhamos combinado que o Orange-sensei ia ser o vidente, mas... — Suzaku deu um longo suspiro. — Lloyd-sensei inventou que quer que seja ele... Eu não sei o que fazer...

Milly e Rivalz se entre olharam e riram, enquanto o moreno ficou perdido.

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Shirley andava pelos corredores, esqueceu de perguntar onde estavam com os papéis, e nem a pau voltaria para uma sala com Milly lá sem estar em paz consigo mesma. Mesmo que estivesse triste, chocada, desolada... Não podia falhar com o seu, infelizmente, amigo. Suspirou, quando esbarrou em alguém. Cambaleou para trás e piscou algumas vezes os olhos ao se deparar com Euphemia. 

— Olá, Shirley! — Ela disse, com um sorriso meigo. Seu coração parou. — Você viu o Suzaku por aí?

— Suzaku? Não... — Respondeu, sem conseguir encara-la. Ela era outro problema, afinal... Era namorada de Suzaku, e ele era o núcleo disso tudo. — Ele deve estar no palco com os outros da turma. 

— Vou para lá, então! Obrigada, Shirley!

— De nada...

Foi só ela se afastar que Shirley teve um pequeno chilique. Maldito fosse seu dedo podre que a enfiara naquela situação. Bem... O que estava fazendo? Ah, sim... Os papéis! 

Decidiu chutar a biblioteca, mas ao chegar lá, encontrou quem não queria. Lendo uns livros com Nina, Kaguya e CC, estava Lelouch. Sua expressão concentrada fazia o coração de Shirley derreter, mesmo lhe batendo um pouco de tristeza.

— Ah, Shirley... — CC anunciou sua chegada, e todos a encararam. O sorriso do de cabelos pretos foi destruidor. 

— É-É aqui que é para buscar os papéis? — Shirley soltou apressada, para sair logo dali.

— Aqui é o grupo de quem não aguenta mais ler horóscopo... — CC disse, debruçando-se preguiçosa sobre a mesa. Lelouch, no entanto, se levantou, ele estava vestindo o uniforme e a capinha que havia se tornado parte dele, de alguma forma.

— Eu sei onde estão os papéis, mas pensei ter mandado Rivalz buscar. — O encapado anunciou, pensativo. Talvez amaldiçoando a incompetência de Rivalz.

— Você só queria se livrar dele, reparem no "mandado"... — a de cabelos verde caçoou. 

— Só...  — O britânico fez uma pausa. — Por que ele me ama tanto?! — E massageou as têmporas. 

— Todo mundo te ama, Zero-sama! — Kaguya acrescentou dando risadinhas.

— Sh... — Lelouch continuou massageando as têmporas, mas agora para esconder o rosto. 

— Talvez ele só fique especialmente intrigado quando é um homem que o ama. — Nina disse de repente e todos a encararam, pensativos, até que CC caiu na gargalhada. Talvez Nina soubesse demais também? Impossível.

— Q-Que? Não...! — Lelouch a encarou e depois encarou Shirley, a lembrando que era ela quem sabia demais.

— E-Eu acho que no caso... Não é que todo mundo ame o Lulu... — A ruiva e todas as meninas da sala, menos Nina, inclusas. — É o Rivalz que ama muito todo mundo!

Lelouch deu uma risadinha, as outras não acharam muita graça. 

— Eu vou buscar os papéis com você, Shirley. — o que ela mais temia aconteceu, e a prova estava na pronúncia de Lelouch.

— Filho da puta... O Rivalz me contou que você concordou com a Milly na reunião... E vai deixar a gente lendo esses horóscopos? — o que CC não sabia era que ele só tinha concordado para discordar de Suzaku. E o que CC não sabia também é que...

— O Rivalz só arruina minha vida! — O herói ali pegou a mão da heróina da vez e fugiu para fora da biblioteca. Agora era oficial, estava sozinha com ele, queria morrer. Ou talvez estivesse feliz, só um pouquinho...

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Quando ficava sozinha com Lelouch sempre esquecia da situação, até mesmo antes de saber o porquê de tudo. A conversa fluía e parava de ficar nervosa e encabulada, mesmo que só estivesse ouvindo ele falar de Nunally, ou apenas estivessem reclamando de Milly. Afinal... Naqueles momentos, tudo era normal, como sempre tinha sido desde o primeiro ano do ensino médio... Até que Suzaku se transferiu no segundo. Sim, era tudo culpa dele.

— Ah... — Um muxoxo paliativo foi soltado e na hora em que Shirley ouviu isso, instantaneamente Lelouch já não era a mesma pessoa... Ele era Zero. Ela deveria dizer isso mesmo já sabendo a verdade?

— Muita coragem me encontrar quando estou separado de minhas subordinadas, Suzaku. — Zero disse, usando uma entonação engraçada e fazendo uma pose dramática, a mão frente ao rosto e a outra puxando sua capa.

— Não é como se eu tivesse te encontrado propositalmente, Lelouch.  — Suzaku suspirou, ele estava carregando os benditos papéis e Rivalz estava com ele.

— Ahahaha! — Zero deu uma risada histérica. — Vejo que pegou os papéis antes da gente... Sinto muito, eu vou ter que tomar eles de você! — E apontou para o outro.

Isso era uma visão cotidiana. Todos os dias, desde que o segundo trimestre do segundo ano do ensino médio, Lelouch era um garoto normal... Exceto quando encontrava Suzaku Kururugi, nessas horas ele virava "Zero". Como isso era algo novo vindo com a transferência de Suzaku, cada um tinha as suas próprias teorias... Havia quem acreditasse que o de cabelos negros realmente tivesse uma dupla personalidade, ou que ele estivesse treinando para ser ator, também havia quem não levasse a sério e só aplaudisse por vir de quem vinha. No fim, isso não importava nada, todas as garotas continuavam apaixonadas por ele, talvez os garotos também... Menos o garoto que importava.

No entanto, a reação de Suzaku nesse dia não foi a que todos estavam acostumados. Todos os presentes sentiram uma verdadeira sensação de plot twist, melhor que qualquer novela... Pena que “todos” eram apenas Shirley e Rivalz.
— Tá bem! Vem tomar! — O moreno disse, fazendo uma pose de combate.

A ruiva achou bem feito o pânico que viu nos olhos roxos de Lelouch. E agora? O que ia fazer? Normalmente Suzaku ignoraria, tentaria amenizar a situação, fazer qualquer coisa para o outro ser menos histérico. Assim era fácil para Lelouch, que só tinha que ser louco até ele recuar ou ir embora. Alguma coisa havia mudado... Mas o que? Naquele momento, Shirley percebeu que talvez ela não soubesse de tudo... Mas peraí, ela queria saber?!

Era o fim, Zero não tinha nem CC, nem Kaguya e nem Kallen ao seu lado... Sabendo que Kallen seria a mais útil, já que ela também sabia lutar. Diante dessa situação, a ruiva estava curiosa para ver que atitude seria tomada, mas mais rápido que ela podia acompanhar, Lelouch tentou ir para cima de Suzaku. O japonês rapidamente agarrou o outro e o colocou sobre os ombros, o carregando, dando um pequeno girinho para arrumar os papéis no braço livre. Desse jeito, Lelouch ficou virado para ela. Seu rosto completamente corado, enquanto ele era manuseado como o mais atlético bem entendia. 

— Me solta! — O de olhos roxos batia nas costas do outro, sem muito efeito. —V-Você... Não pode fazer isso! Somos inimigos, e...!

Ver as expressões do britânico era um tanto doloroso para Shirley, só comprovava tudo que havia ouvido. Lelouch corava e parecia tomar muito cuidado com todas as palavras que usava, não podia sair do personagem. Seu rosto dizia o quão vulnerável estava e por isso a ruiva suspirou... É, ele era completamente apaixonado por Suzaku.

— Por isso mesmo estou te prendendo. — O japonês declarou. — Você é bom em liderar, vai nos ajudar com Lloyd-sensei. — Ele completou, começando a andar para a direção que os dois heróis tinham vindo.

— Boa ideia, Suzaku! — Rivalz completou, os seguindo.

— Se foder, Rivalz! — O britânico estava muito fora de si com o desespero, deixando essa atrocidade escapar. Mas Shirley nem viu a reação do menor, ela ficou para trás... Tinha chegado a uma conclusão.

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Três dias atrás, a ruiva flagara CC dando um selinho em Lelouch... Pensou logo que os rumores eram reais, ficou desesperadas e contou para Milly, que disse para ela se declarar. Pensou que talvez fosse o jeito, mas se o fizesse, tinha que ser depois de sair do radar da presidente, se fosse rejeitada... Não queria ter de se explicar, nem contar, queria só aceitar... Mas o resultado foi bem pior, acabou virando confidente de Lelouch.

Em uma sexta-feira, decidiu se declarar nela. Chamou o amigo para trás do refeitório em um horário onde não haveria ninguém. Usou a desculpa de irem pegar uns lanches para todo mundo do conselho, caso arregace de última hora não tinha sido uma passeada em vão. Claro, teve que lidar com Lelouch anunciando que iria sabotar o lanche de Suzaku, e a pobre vítima desistindo de comer alguma coisa por isso... Milly sempre se divertia com a situação, Rivalz ficava meio amedontrado; Kallen parecia passar pano pro seu “líder”, desde que era uma das subordinadas de Zero; Nina fazia algum comentário realista, e Nunally não estava lá... Esse era outro porém, na frente de sua irmã e somente na frente dela, o britânico deixava a brincadeira de lado e dava uma trégua com o japonês, talvez não quisesse que sua irmã o visse naquele estado, era um grande siscon afinal. Inclusive, boatos diziam que Suzaku só tinha entrado no conselho por esses momentos de paz.

Se lembrava-se bem, enquanto iam, o de cabelos pretos ajeitava sua capa de Zero e falava sobre uma aula prática que havia matado e se arrependido, porque Nunally tinha tido uma igual. Shirley riu, mas o tempo foi passando, pegaram os lanches, já iam voltando e a coragem ia escapando. Mas ela a segurou firmemente e da mesma forma segurou a mão do outro.

— Shirley? — Ele virou, confuso. A ruiva virou um pimentão vermelho, daqueles que não tem nem um defeitinho.

— A-Ah...! Eu queria... Q-Queria... Te d-dizer uma coisa... — Soltou a mão dele imediatamente, se arrependendo de tudo.

— Aconteceu algo com Nunally?

— Q-Que?! Não... — Sentiu vontade de fazer um facepalm. — É... É sobre... — Era muito difícil dizer. Por que tinha de ser tão covarde? Droga, Shirley! Não aguentava mais ser ela mesma. —M-Meus... — Quase lá, quase lá... A coragem ia escapando de novo mas segurou ela novamente, segurando o tecido acima de seu coração. — ...Sentimentos...

Quando finalmente saiu, foi baixo, mas audível. A expressão de Lelouch no entanto, não foi muito boa. Suas sobrancelhas se franziram e ele ficou em silêncio, como se esperasse uma sentença de morte. Era esse o peso que os sentimentos de Shirley tinham para ele? Sentiu-se péssima, mas agora achava que mais obrigatoriamente ainda tinha de se expressar. Não ia aceitar que seus sentimentos fossem um fardo.

— Eu estou apaixonada por você, Lulu. — disse de forma direta e sincera, seu rosto repleto de determinação.

— Eu... Sinto muito... — Havia peso nas palavras dele.

— Você está namorando a CC, né...? — O coração estava pendurado, ela decidiu acariciar o próprio antebraço, desviando o olhar. Mas a resposta do outro lhe deu um susto.

— Que?! Não! De onde tirou isso? Ela que te disse?!

— Hã? Você não está namorando ela? Mas eu vi vocês se beijando... — Não sabia se estava feliz ou confusa, mas era cedo demais. Ele massageou as têmporas.

— Ela... Ela faz isso do nada as vezes... Eu não sei porque, desculpe. Mas não quer dizer nada. — Shirley quase deu um pulinho. — O problema é outro, Shirley. — desviou o olhar.

— O que é?

— Não estou interessado em garotas. — Falou de uma vez só, e as palavras enforcaram a ruiva, que ficou sem chão. Ela não conseguiu dizer nada, só balbuciar coisas inaudíveis. Vendo o susto dela, ele a tocou abaixo dos ombros, como que para dá-la estruturas. — E-Eu percebi isso recentemente, desculpe... Eu realmente não queria fazer isso com você, mas... — Parecia que quanto mais a cabeça de Shirley dava voltas e sua língua dava nós, mais o outro se sentia na necessidade de explicar. — ...Eu gosto do Suzaku desde criança, eu achei que quando crescesse ia passar, mas ao reencontrá-lo... Eu percebi que não tem jeito...

Espera... Espera aí... Ela tinha ouvido isso mesmo? Lelouch gostava de Suzaku? Quando Zero proclamara para a escola inteira que eram inimigos? Quando toda as vezes que eles se encontravam era uma situação desagradável para quase todos os espectadores? Algo estava muito errado. Lelouch era tão desajeitado assim? Isso não combinava com ele. Ela deu um longo e profundo suspiro.

— Ai, ai, ai! Lulu! Como assim?! Eu estou com dor de cabeça...

— Me desculpe, acho que falei demais... — Ela se soltou das mãos dele.

— Se gosta dele, por que começou com o Zero então? — Não sabia qual era a forma certa de perguntar sobre isso, talvez tivessem questões mais profundas, talvez Zero fizesse parte da sua homossexualidade e ainda houvesse chances? Ok, estava indo longe demais... Mas só queria entender.

— A-Ah, isso... — Ele corou de forma adorável e escondeu os lábios com as mãos. — No dia que Suzaku se transferiu, eu decidi me declarar... Já que percebi que não havia jeito, mesmo com todos esses anos separado, vê-lo foi... — Lelouch parecia se censurar, dando pausas e olhando para os lados, mas a ruiva não queria tantos detalhes. — Eu o chamei para trás da escola... Mas no caminho para encontra-lo, encontrei Euphy e ela me disse que era namorada dele... Então eu fui para trás da escola com um turbilhão de pensamentos e...

— E?! — Shirley estava ficando irritada.

— CC me seguiu, por algum motivo, e filmou nós dois... Mas como eu não podia mais me declarar para ele, e eu precisava afastá-lo de mim o máximo possível, declarei o oposto... Que ele era meu inimigo. O Zero foi se criando depois, graças a CC que viralizou o vídeo e, bem, é basicamente isso.

É sério? Shirley encarava Lelouch bem no fundo dos olhos, procurando alguma pista de mentira, e pelo visto ou ele mentia muito bem, ou era verdade. Preferiu acreditar nele, mas tudo aquilo era muito estúpido... Seu coração estava partido, mas pior, estava partido por alguém que devia ter o coração mais partido que ela. Naquele momento, após muitas coisas passarem por sua cabeça, teve uma sensação quentinha, a de que era sua confidente. Nunca esteve tão próxima dele, não conhecia esse lado tão bobo e desajeitado, aos seus olhos Lelouch sempre tinha sido perfeito... Mas agora, ele estava um pouco mais parecido com ela. Era reconfortante.

— Pode não contar para ninguém? Só você sabe... — Ele insistiu.

— Nosso segredo, então! — Ela sorriu. — Estamos os dois de coração partido...

— Eu não queria-! — Shirley o interrompeu.

— Está tudo bem, vamos... c-cuidar um do outro, sim? — Após dizer isso, encheu-se de vergonha e foi andando na frente. — Vamos logo! O-Os outros estão esperando! — E os dois foram.

Quando chegou em casa, Shirley chorou. O amava tanto, tanto, seu coração ficava tão quente só de vê-lo sorrir. Não conseguia aceitar que jamais poderia tê-lo. Tinha pavor em pensar em falar isso para Milly, tinha medo de não aguentar ver Suzaku e Lelouch juntos, mesmo que brigando. Seu coração doía, doía... Percebeu que só parava de doer quando via Lelouch sorrindo. Que droga.

A segunda veio, e foi o pavor que vocês viram, já que a segunda é onde essa história começa.

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Orange-sensei estava chateado, Lloyd-sensei ganhara em votos para ser a vidente, talvez sob a ameaça de Milly. Estavam todos conversando separadamente sobre o que mais podiam incluir na personagem, além de bichos come-come e horóscopos. De repente, Shirley percebeu Lelouch no canto sentado, lendo um papel, sem falar com ninguém.

Por que gostava tanto dele? O admirou um pouco ao longe e então foi se aproximando, sentando ao lado dele timidamente.

— Ah, Shirley! — Seu sorriso era destruidor.

— Eu vou te ajudar a ficar com o Suzaku. — sem nem elaborar o raciocínio ela proferiu.

— Eu... Agradeço, mas é impossível.

— Shh, Lulu! Eu vou te ajudar! Não estou fazendo isso por você, estou fazendo por mim mesma!

Ela precisava disso. Porque era fofo que Lelouch fosse tão desajeitado se apaixonando, porque era meigo ele se sacrificando assim pela irmã, porque não podia aceitar que a pessoa tão incrível que ela amava, era rejeitada que nem ela! Em nome de seguir em frente, ela precisava disso, ela precisava vê-lo feliz com o motivo de ter a rejeitado, e ela faria tudo ao seu alcance... Ela saberia de tudo, começando por conversar com CC.

O britânico, por outro lado, riu.

— O Zero vai te atrapalhar... Só avisando.

— Não sou só eu que ele atrapalha! — Ela inflou as bochechas e cruzou os braços, enquanto o outro se pôs a rir.

Sim, seu inimigo naquela batalha era Zero. Por que sentia como se, não importa a vida, a circunstância, a história... Se apaixonaria de novo e de novo por Lelouch, mas o Zero sempre estaria lá para estragar tudo? Ai, ai, ai! Está pensando demais Shirley!!!