Magia Literária escrita por Emiko


Capítulo 15
Acerto de contas


Notas iniciais do capítulo

Indicação de música: Heathens, Twenty One Pilots
Boa leitura!



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Desde aquela noite, em que Lúcio e seus colegas foram pegos no ministério, minha vida virou de cabeça para baixo. Agora, não há um minuto de paz, jornalistas procuram pelo meu paradeiro para saberem todos os detalhes sórdidos. E como eles são insistentes. Não se deixam convencer facilmente. Não se contentam com um “não”, querem sugar de mim qualquer coisa com relação ao Lorde das Trevas ou sobre Bella. 

Seria pedir demais que as coisas voltassem ao normal? Ou, pelo menos, que deixassem minha família em paz? Se eu resolvesse lhes contar tudo, certamente ficariam horrorizados pelas tramas do Milorde e de seus comensais...mas, o que garantiria que eu teria meu marido de volta? E quem iria segurar a cólera do Lorde das Trevas?

Mesmo que ele ainda não tenha nos chamado, não consigo manter a calma. Ele não é do tipo de “pessoa” que ficará calado e deixar com que um erro passe despercebido.  Está planejando algo mirabolante e, assim que baixarmos a guarda, ele dará seu bote...e quando ele fizer isso, espero que Draco não seja o mais afetado. 

— Cisa! - Gritou Bella, impaciente, provocando meus reflexos, fazendo com que a acertasse com um feitiço de desarmamento. - N-no que você está pensando!? Por que fez isso com a sua própria irmã!

— Me desculpe, Bella - disse, porém, sem tom algum de arrependimento. Na verdade, queria que ela simplesmente sumisse, assim a casa voltaria a ser silenciosa e pacífica. - Mas já avisei para você o quanto me assusta esses seus gritos. Principalmente quando eu estou pensando.

— E no que você está pensando, irmãzinha? - Perguntou Bella, com um sorriso sátiro, continuando a falar rapidamente. - Deixe me ver...Lúcio, e seu triunfal fracasso no ministério?

— Ele não foi o único culpado - respondi secamente, evitando seu olhar de desprezo.

— Claro, ele não foi sozinho para Azkaban...muitos imprestáveis o acompanharam...

— E deixaram uma para trás - murmurei, porém não passei despercebida por Bella, que voltou a sua descompostura de sempre.

— EU CONSEGUI CUMPRIR A MINHA MISSÃO! EU MATEI SIRIUS BLACK! MATEI UM MEMBRO DA ORDEM DA FÊNIX! E MAIS, IREI DESCOBRIR ONDE ELES SE ESCONDEM!

Naturalmente, fingi estar impressionada com Bella e evitei continuar o assunto, afinal, ela não aceitaria parte da culpa...nem entenderia a minha preocupação. Na verdade, ela nunca teve tato para essas coisas e, se eu não a conhecesse tão bem, parecia que planejava algo.

— Então, Bella, era para isso que veio? Relembrar acontecimentos passados?

— Mas é claro...que não, você me distraiu. Pois bem, vim avisá-la que o Lorde das Trevas está voltando.

— Voltando? Bella, isso aconteceu ano passado…

— Eu sei, estou dizendo no sentido que ele está voltando para nós. Ele quer conversar sobre algo muito sério, e tenho certeza que você irá gostar.

— Do que se trata? - Perguntei, não escondendo a minha preocupação, ao mesmo tempo que Bella esboçou um largo sorriso

— Você vai ver...logo, logo - respondeu Bella, antes de se retirar, saltitante, e começar a dar, aos berros, ordens para os elfos domésticos prepararem o jantar.

Foi angustiante passar a tarde esperando a visita do Lorde das Trevas. Torcia para que minhas suposições e anseios estivessem enganados, mas, ao ver como Bella estava exultante, sabia que não podia esperar por algo bom. Quando o bruxo das trevas chegou, pude ainda confiar mais na minha intuição, pois, calmamente, ele mandou que Draco estivesse presente em nossa conversa.

— Por que esses rostos preocupados? - Começou o Milorde, se servindo de uma taça de vinho, oferecida por Bella. - Bella não lhes contou o motivo da minha vinda?

— Não, senhor, eu n… - dizia Bella, eufórica.

— Calada - interrompeu o Lorde das Trevas, abruptamente. - Ainda não é seu momento de falar. - Com um muxoxo, Bella abaixou a cabeça e começou a brincar com os talheres.- Então, Narcisa, como tem passado?

— ...bem, Milorde...na medida do possível.

— Na medida do possível…- repetiu ele, olhando para a taça enquanto fazia o vinho girar nela. - Compreendo perfeitamente sua situação...não é nada fácil encarar uma vergonha dessas, diante da comunidade bruxa...e, principalmente, das pessoas mais próximas.

— Milorde, eu…

— Não preciso de suas desculpas - disse ele, rispidamente, direcionando seus olhos vermelhos, com uma expressão voraz, na minha direção. - O que está feito, está feito...não há uma segunda tentativa que conserte isso...ao menos, podemos fazer com que as reações sejam menos danosas possíveis.

— Sim, se o senhor quiser que eu…

— Obviamente irei pedir ajuda...não vim aqui somente para prestar conforto a sua família, que até agora tem me servido tão bem - friamente, ele olhou e sorriu para Draco e eu. -  E, mais uma vez, necessitarei dos serviços dos Malfoy.

— O que o senhor precisar, Milorde - disse, tentando parecer o mais confiante possível, e olhando apreensiva para Draco, que assentiu para nós.

— Muito bom. Tenho certeza que Lúcio ficaria orgulhoso de ver a família continuar suas responsabilidades - ele manteve um longo momento em silêncio, encarando-nos milimetricamente. - E, devo confessar, que são poucas as pessoas que realmente confio.

— Isso, sem dúvida é…

— Uma honra? Pode chamar assim, afinal, não é todo dia que um jovem rapaz tem a chance de continuar o legado da família - continuou o Lorde das Trevas, expressando um assustador sorriso para Draco.

— E-então,o senhor...o senhor quer...- gaguejava Draco, fingindo não notar a tremedeira nas mãos. - O senhor quer que eu me torne um dos seus?

— Já estava na hora, não é? Finalmente, poderá fazer com que Potter, e seus seguidores de sangue ruim e traidores, vejam o seu lugar. - Subitamente, o homem se levantou, indo até a direção de Draco. - O que você acha disso, Draco, será um bruxo de verdade para aceitar suas responsabilidades?

— Milorde, ele é…

— Só um menino? - Rebateu o Lorde das Trevas, olhando-me secamente, antes de voltar a encarar Draco. - Narcisa, estou diante de um jovem com grandes capacidades, que só faltou-lhe a oportunidade certa para se mostrar. Não é verdade, Draco?

— S-sim, Milorde.

— Viu? Eu não me engano quando me deparo com um diamante bruto...você deveria estar orgulhosa, Narcisa. Seu filho está destinado a grandes feitos...mas se você acha o contrário.

— Eu não considero o meu filho um fraco. Só que ele é jovem demais…

— Eu já sou responsável, mamãe! Consigo pensar muito bem nas minhas próprias decisões, e cumprir os meus deveres.

— Excelente - disse o Lorde das Trevas, retirando a varinha do bolso das vestes. - Não preciso de outra prova que mostre seu valor, rapaz. Colocarei então a marca de minha confiança em você - ansioso, Draco desabotoou a manga do braço esquerdo e a puxou até que o antebraço ficasse visível. - É muito satisfatório vê-lo tão decidido, mas, poderá me assegurar que seus serviços serão feitos sem exitação?

— Sim, Milorde. O que o senhor pedir, eu farei.

— Entendo...então, se eu pedisse para que matasse alguém próximo, você o faria?-  disse o bruxo, olhando para mim, e depois para Bella, com os olhos vermelhos brilhando.

— O-o que o senhor ordenar...Milorde - disse Draco, ficando cada vez mais pálido e sem coragem de levantar a cabeça.

— Ora, onde está toda sua convicção? Não precisa se preocupar, pois, como já disse, necessito da sua família. Não gostaria de vê-lo arruinados. E por isso estou aqui para lhe dar uma oportunidade única. Ser um comensal e acabar com o meu maior problema vivo.

— P-Potter...o senhor quer que eu o mate? - Perguntou Draco, sem sequer transparecer emoção alguma.

— Não...isso seria ambicioso demais. Você possui habilidades, mas elas ainda não seriam capazes de confrontar com as de Potter. Porém, pode me provar o contrário, ao terminar algo que comecei. O que pensa em se livrar de Alvo Dumbledore, Draco?

— T-tirar ele da direção de Hogwarts, Milorde? É algo que sempre…

— Eu sei, também sempre quis vê-lo fora daquela escola...mas seria para sempre. E não estou falando só de Hogwarts...quero que sua existência desapareça completamente. Entendeu qual é a sua missão, Draco?

— Milorde, eu… - dizia eu, aos soluços.

— Não, Narcisa. O rapaz irá fazer isso, as chances estão a favor dele. Pois Dumbledore está velho e cansado, e tenho certeza que sua guarda estará baixa em Hogwarts.

— Mas, e Severo?

— Severo? Tenho outros planos para ele...e não gostaria que Dumbledore desconfiasse de minhas movimentações. Um estudante não levantará suspeita alguma, e Draco, certamente, é o mais adequado. Ou estou errado?

— Não, senhor - respondeu Draco, com a voz rouca e o olhar atônito.

— Excelente - sem exitação, o Lorde das Trevas pegou o antebraço esquerdo de Draco, murmurou algumas palavras enquanto apontava a varinha no local da marca negra, até que a mesma apareceu, como tivesse sido feita em brasa.

— Ahhh - gritou Draco, mas não pôde levar o antebraço para mais perto pois o Lorde das Trevas continuava segurá-lo, com extrema força.

— Levará algum tempo para você se acostumar. A dor não será sua maior inimiga. Aprenda isso e não terá o que temer. 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por acompanhar até aqui! Até a próxima o/



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