Fazia mais ou menos um mês desde que Lily e James começara a namorar. O que aconteceu é a ruiva, que ficou mais próxima dos amigos dele acabou por ficar totalmente decidida a preparar uma poção para ajudar Remus a controlar sua transformação. O problema é que os ingredientes eram um pouco difíceis de encontrar, mas ela não ia desistir. Como era uma aluna querida pelo professor de poções Slughorn decidiu pedir diretamente a ele alguns dos ingredientes. Mas não queria que ele soubesse que poção estava pretendendo preparar, pois ia gerar perguntas desconfortáveis então evitou pedir alguns dos ingredientes que pudessem a entregar.

—Claro que pode pegar do meu estoque pessoal,  mas não está pretendendo preparar nada de errado ou ilegal certo? –O professor arqueia uma sobrancelha.

—É claro que não professor, é para uma boa causa. Fins puramente acadêmicos, quero praticar minha habilidades.

—A senhorita já é uma exima preparadora de poções. Fico extremamente feliz em saber como é uma aluna aplicada. Faz alegria de qualquer professor. – Lily sorriu para ele e se virou para recolher alguns frascos do estoque particular de Slughorn.

Frustrada por não ter todos os ingredientes, tentou pesquisar maneiras de conseguir os outros sem levantar suspeita. Mas iniciou a poção com os ingredientes que já possuía. Picando alguns ervas e lagartas e ia adicionar com todo cuidado algumas gotas de orvalho quando de repente a cabeça de James apareceu do lado de seu rosto.

—Tá fazendo o que? – Falou a centímetros de seu rosto.

—Aaah!! – Ela derrabou as gotas além do que deveria e a poção foi explodida.

James deus uns risos e Lily ficou zangada com ele, como sempre.

—Potter!! –Falou esfregando o rosto para tirar o chamuscado. Ele ainda ria quando voltou com um lencinho para ela se limpar. Ela aceitou a contragosto. Quando se acalmou e contou para ele a sua intenção de preparar algo para o Aluado.  Quando ela parou de contar, James que estava debruçado na mesa a seu lado se levantou rapidamente animado:

—Deixa comigo, só me diz que ingredientes precisa. – Lily arqueou a sobrancelha para ele.

—Não está pensando em assaltar estoque do professor, está?

—É para uma boa causa. – Ele deu um sorriso descarado e a ruiva fez uma careta contrariada, mas acabou cedendo, já que não conhecia nenhum lugar que vendesse o que precisava para a poção.

James saiu em busca dos amigos, encontrando-os no quarto. Chamou Sirius e Peter que estavam jogados de qualquer jeito em suas camas, para conversar lá fora. Enquanto saiam escutou Remus resmungar enquanto lia um livro, algo como“fui excluído”,e assim saíram do castelo para bolar juntos um plano para roubar do estoque particular de Slughorn. Passaram pela cabana de Hagrid, que acenou para eles enquanto carregava um punhado de ferramentas na mão. Acabaram por decidir usar a capa de invisibilidade roubaram a chave mágica do estoque do professor enquanto ele estava sentado conversando com outros professores e foram para o estoque. Lá jogaram algumas bombas de bosta e quebraram alguns frascos para parecer que foi apenas uma traquinagem de alguns estudantes. James tinha preocupações que o professor suspeitasse de Lily, mas tentou se convencer de que se ela pediu ingredientes para ele ele ele deu não teria o por que ela rouba-lo.

—Nós tivemos que pegar algumas coisas desnecessárias e vandalizar um pouco o depósito para que não suspeitem que a intenção era roubar coisas especificas.  –James disse assim que encontrou Lily no salão comunal, que olhou para ele de olhos arregalados —Assim alivia sua barra para não suspeitarem de você Lily, você não vandalizaria algo.

—Aprecio a consideração - Lily disse irônica, recolhendo os ingredientes a contragosto. “Pobre professor Slughorn” –Pensa aflita.

[...]

Lily preparou perfeitamente a poção enquanto James a assistia concentrado, apesar de dez vez enquanto ser cutucado por Sirius que tentava irrita-lo por estar com aquela  “cara de bobo” novamente. Ela colocou seu conteúdo em uma garrafinha pequena, tampando com uma rolha.

—Agora é só entregar para o Aluado. – Ela começou. –Espero que funcione. –Disse nervosa.

—Por que não funcionaria? –Sirius questiona confuso. –Você quem preparou, não o Pontas.

—Ei! – James fala indignado. – Não sou tão ruim em poções, se alguém aqui é o Rabicho. Peter roem as unhas nervosamente, fazendo Sirius lhe dar um tapinha nas costas consolando-o.

—Bom...-Lily começa –... Acho que vou entregar para ele mais tarde.- James notou o tom vacilante em sua voz e a encarou.  A garota então continuou. – Ele não sabe que eu sei, não é? - Sirius e James balançam  a cabeça em negação. –Ele não vai ficar incomodado com isso?

—Bom, você é uma das nossas agora, não? –Sirius passa a mão no ombro da garota. —Então não tem por que ele ficar assim.

—E você descobriu sozinha... –James acrescenta.

—Está bem – Lily suspira mais calma.

[...]

Remus estava sentado lendo no salão comunal, os outros Marotos estavam com ele fazendo baderna de sempre, mas isso não parecia o incomodar, mantendo os olhos fixos do livro. Lily se aproxima com a garrafa nas mãos, vendo isso, os amigos se afastam, deixando espaço para ela sentar ao lado de Remus.

—Aluado... Podemos conversar? –Ela chama ganha a atenção do Maroto mais calmo, que balança a cabeça em sinal positivo, apesar de não estar esperando algo assim.Os dois se levantam e saem pelo quadro para andar pelos corredores que estavam pouco movimentados a essa hora.

—Remus, não sei como falar isso, mas eu sei do seu... “Probleminha peludo”. – Lily se lembrou que Sirius algumas vezes se referiu assim. O garoto a olhou assustado, se afastando um pouco.

—Mas quem... Quem contou?

—Ninguém, eu descobri sozinha... Ano passado. –Ele pareceu ainda mais assustado. –Mas eu não me importo, de verdade! Eu preparei isso para você, não sei se vai ajudar...Mas é só uma tentativa.- Ela empurrou o a garrafa contra ele.

—Eu... Não sei o que dizer. –Remus apanha a garrafa a observando com cautela.

—Não precisa dizer nada. Os seus amigos ajudaram a conseguir os ingredientes. ..O seu “probleminha” não muda nada quem você é, me diga se a poção funcionou ou não. É só um calmante, percebo quanto fica inquieto quando a lua cheia se aproxima... –  A ruiva se vira para voltar para o salão, mas Remus a chama.

—Lily! –Ela volta a olhar para ele. – Obrigado... –Ela sorri amavelmente e volta a andar.

Lily voltou para o sofá do salão comunal, se sentando ao lado de James que passou um braço ao redor dela. Viram Remus voltar com uma garrafa subindo as escadas para o dormitório. James fala baixinho para ela:

—Foi muito legal da sua parte o que fez para Aluado. – Ela olha para ele, vi que ele estava mesmo feliz com aquilo.

—Vocês fizeram parte disso também. –Lily sorrio para James que fecho os olhos e despenteou seus cabelos inconscientemente.

—Espero que saiba que agora você um de nós. –Ele a encara sorrindo marotamente.

—Han? –Ela arqueia a sobrancelha confusa.

—Lily Evans: a quinta marota. –James riu feliz.

—Ei! – Lily deu soquinhos no ombro dele, mas no canto de seu rosto havia um sorriso de canto teimando aparecer.

[...]

Remus desceu para o salão comunal no dia seguinte com um grande sorriso no rosto. Os amigos resolveram deixar ele dormir mais. Diferente dos outros dias em que ele parecia acabado, ele parece rejuvenescido. Até as eternas olheiras haviam quase desaparecido. Lily viu ele olhar para ela e acenar discretamente com a cabeça para ela, em um agradecimento silencioso, enquanto se sentou entre Sirius e Peter.

Naquele mesmo dia, os marotos resolveram passeiam pelo castelo antes de ir deitar, Lily pela primeira vez decidiu se juntar a eles ao invés de deitar. Os corredores não estavam muitos movimentados pois logo daria o toque de recolher,  mas eles não estavam muito preocupados, ainda mais por terem um monitor no grupo deles. Enquanto eles conversam e fazia brincadeiras lançando feitiços aleatórios para o alto fazendo muito barulho, vez ou outra eram insultados pelos quadros, quando de repente James reparou que Sirius olha para trás pela terceira vez seguida, ao ver o olhar do amigo, Sirius lança um sorriso maroto e fez um gesto indicando o fim do corredor e silabou sem fazer som Ra-nho-so.

Já fazia algumas semanas que repararam que Snape andava os seguindo sorrateiramente. Não sabiam exatamente qual era a intenção dele, mas fingiam não perceber, esperando descobrir qual era o objetivo dele. Sirius fingiu parar para arrumar o cadarço, ficando um pouco para trás dos amigos enfiou as mãos nas vestes pegando a varinha, sussurrou baixinho Confundius  e lançou em Severus, correndo para alcançar os amigos.

—Han? Sirius? –Lily olhou confusa para ele que chegou ofegante.

—Eu só parei para amarrar o sapato. –Ele sorriu inocentemente para ela,  que fez um aceno com a cabeça, não vendo seu namorado e o amigo trocando olhares cúmplices antes de continuarem a perambular pelos arredores da escola.