V E N U S - Origin (Segunda Temporada) escrita por badgalkel


Capítulo 9
2.8 Richard Rider




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A sacerdotisa mirava os murros no rosto da humana, que desviava-se, ouvindo o piso do chão se destroçar a medida que a raiva da mulher aumentava.

Harriet ainda estava debaixo do corpo de Ayesha, cada perna dela de um lado de seu corpo - encurralando-a,  e precisou segurar os punhos da sacerdotisa para que fechasse os olhos e respirasse fundo. Harriet sentia cada glóbulo dentro do seu ser se exaltar, dos pés a cabeça, e quando tornou a abrir os olhos estes estavam repletos de energia azul, a qual ela expeliu e lançou Ayesha contra o teto do laboratório num impulso grandioso.

Presa entre os destroços do teto Ayesha se mexe até que parte da estrutura cai estrondosamente ao chão, só não antes que Harriet tivesse saído dali.

— Para fora, agora! – ela esbraveja na direção de Callisto – Tire o máximo de pessoas de Sovereign, isso pode ficar feio.

O príncipe não hesita por um instante sequer antes de assentir e correr para fora do laboratório aos destroços. Ele corre diretamente para o prédio de segurança central, mal vendo os degraus das escadas enquanto passava feito uma estrela cadente por elas. Chegando na sala principal ele aciona o alarme para retirada rápida, no mesmo instante uma sirene alta e estridente ressoa por cada canto do planeta.

Enquanto isso Harriet desvia das rajadas que Ayesha lança em sua direção. Criando um campo de força com a própria carga cósmica ela consegue ricochetear e lançar uma sacerdotisa furiosa para longe. Ela atravessa paredes e a estrutura do laboratório ameaça ceder.

Harriet lança uma rajada nas paredes rachadas, fazendo-as desabar de vez.

Ela aciona as rajadas na mão e sai do chão, passando pelo espaço no teto quebrado para levantar voo. Ela subia em alta velocidade, adquirindo cada vez mais altitude para levar a luta para longe daquele lugar, que ficava bem no centro da cidade e centro de maior concentração de habitantes.

No entanto, antes que seu corpo atravessasse a camada entre o planeta e a gravidade zero, uma espécie de corda energizada a laça pela cintura e a puxa de volta ao chão. A descida é rápida e dolorosa. O impacto de seu corpo destrói o chão ao seu redor, aprofundando mais de dois metros para baixo.

Impactada e com o corpo machucado por completo Harriet ainda tenta se levantar com dificuldade. Se apoia nos braços para erguer-se e as pernas, ainda bambas, fazem-na tropeçar e cair sob as pedras destroçadas.

Ela sentia a reconstituição de seus ossos membro por membro pela segunda vez no mesmo dia, cada fratura e osso partido não levara mais que dois minutos para se remedarem. No entanto, foram longos dois minutos de dores por diversas partes de seu corpo, nada comparado com o que já havia lhe acontecido.

Por isso um minuto e meio depois já estava pronta para aguentar os ataques violentos de Ayesha. Ela puxou-a da cratera e arremessou-a contra um dos prédios mais altos, a residência da família real.

A essa medida vários membros da população do planeta rodeavam a briga se questionando o que estava acontecendo e porque o alerta de evacuação fora acionado.

Ayesha puxa Harriet de volta para perto de si com a sua força do campo magnético e segura-a pelo pescoço no alto.

— Olhem bem, meus queridos soberanos. – Ayesha grita para os que as observavam – Uma traidora.

Os espectadores se aproximam curiosos.

— E é isso que fazemos com traidores.

Ayesha lança a corda energizada para enlaçar o pescoço de Harriet, como uma cobra se apoderando do corpo de sua presa, e a entrada de ar para os seus pulmões é cessada por completo com o aperto.

Ayesha aproxima seus lábios do ouvido da humana e sussurra: - O Vortéx pela vida deles. Você e eu sabemos bem que basta um estalo para cabeças rolarem por aqui. Uma dizimação sanguinária, e a culpa vai ser sua. De novo. Só não... se você encontra-lo.

Harriet já estava roxa pela falta de ar, mas sua consciência captava cada palavra que a sacerdotisa a dizia e a aproximação dos habitantes de Sovereign cada vez mais evidente a deixava apavorada.

Ayesha afrouxa o enlaço e Harriet caí em joelhos, tossindo freneticamente com a entrada repentina do ar em seu organismo.

A humana levanta a cabeça e olha a sacerdotisa nos olhos.

— Seria capaz? – questiona com a voz rouca, falha e baixa. – Seu povo. Sua criação. Não são perfeitos...ninguém é. Mas ainda assim são vidas.

Os soberanos estavam a poucos metros das duas, muitos com expressões confusas e assustadas estampados na face. Homens, mulheres e crianças.

— Quanta ingenuidade. – Ayesha debocha apontando as mãos em sua direção, a iluminação das mãos energizadas refletindo nos olhos de Harriet. – Eu faria tudo pelo poder!

Harriet desvia os olhos de Ayesha para o povo. Aqueles seres com a maior hipocrisia e ego que já havia visto na vida, no entanto vidas que não mereciam perecer por decisão de algum líder. Eram inocentes, afinal.

Por sim Harriet assente, mesmo que hesitante, e Ayesha sorri satisfeita.

— Perfeitamente.

Já na base militar dos soberanos, depois de terem neutralizado toda a confusão e informando à população que fora apenas um alerta falso, Ayesha e Harriet estão ao redor de uma mesa redonda, contemplando todas as pistas que Vênus havia coletado desde então, com Callisto preso sob as cordas cósmicas da sacerdotisa em uma cadeira ao canto da sala.

— O Vortéx estava sob custódia da Tropa Nova, como havíamos imaginado. – Harriet diz após engolir em seco. – Eu...Bom, a Vênus tem alguns informantes dentro do exército deles que podem ajudar a identificar onde eles possam tê-lo escondido.

— Muito bom. – Ayesha elogia. – Talvez eu não precise mesmo matar os inúteis lá fora.

Harriet suspira.

— Tudo bem, eu encontro este negócio e você não faz nada com os soberanos. – Harriet evidencia. – E depois o quê, vai fazer de mim prisioneira até o fim dos tempos ou me usar como o seu cão de guarda?

— Depois que eu estiver com o Vortéx, você não será mais necessária. – Ayesha releva. – E finalmente estará livre para voltar para aquele planeta nojento que tanto idolatra.

A imagem de Howard e James automaticamente são projetadas na cabeça de Harriet, que não consegue evitar sentir um fio de esperança. Tantos anos já haviam se passado e a saudade cravada em suas entranhas fazia-a não querer pensar em mais nada, somente retornar para casa para vê-los. Para a sua família.

— Você realmente acredita nisso? – Callisto indaga, interrompendo os pensamentos da humana. – Depois que ela conseguir os poderes pelo Vortéx vai dizimar trilhões e os que sobrarem serão os escravos dela. Não se engane Harriet, eu sei que você é mais esperta que isso.

A humana respira profundamente com os olhos fechados e ao abri-los vira-se para Callisto com a expressão neutra.

— Cada galáxia com seus problemas, eu só quero ir para casa.

— O que? – Callisto esbraveja de surpresa enquanto Ayesha abre um sorriso de orelha a orelha.

— Já estou fazendo muito por vocês depois do que fizeram comigo, agora eu só quero rever a minha família. – Harriet continua. – E talvez ainda conseguir viver alguns dias ao lado deles.

— Você acha que ela vai parar por aqui? – Callisto questiona com a voz rouca. – A terra será a primeira a sofrer as consequências, e você sabe disso.

Harriet desvia os olhos de Callisto e passa à encarar Ayesha que arqueia uma sobrancelha.

— Vou preparar a nave, Xandar será a primeira parada. – a humana informa.

Antes que Harriet pudesse dar as costas e sair da sala, o riso de Ayesha interrompe a sua partida.

— Claro que não permitirei que vá nessa missão sozinha, Stark. Seria muito tolo de minha parte libertar a minha melhor guardiã sem antes me entregar o que eu quero.

Harriet assente: - Não esperava que fosse de outra forma.

— E você, - ela puxa Callisto – vem junto. Só por precaução.

—x-

Xandar, Galáxia Andrômeda.

O centro de controle militar da Tropa Nova, o exército de segurança do planeta Xandar, estava em repleta calmaria. Eles estavam há anos encontrando formas de afastar o Vortéx Negro, centro de grande poder cósmico de todo o Universo, das mãos da soldado soberana e finalmente podiam descansar em paz.

Eles haviam ouvido rumores sobre a guardiã mais poderosa dos soberanos ter se revoltado contra a sua criadora e as buscas pelo artefato terem sido encerradas. Ainda assim, apesar de aliviados, eles se mantinham em constante alerta para o caso de eventualidades discrepantes - mesmo que o Vortéx estivesse em um lugar o qual ela jamais ousaria invadir.

Naquele fatídico dia o céu amanhecera mais claro e os habitantes de Xandar aproveitaram para aproveitar o clima bom pelos parques, ruas e praças ao redor do hemisfério.

Djonga, um dos membros da Tropa Nova em nível Milenar estava fazendo a varredura do campo de segurança do planeta quando percebe um ponto peculiar no barreira de segurança à lado sudeste. Como o radar não havia capitado ameaça preocupante, o soldado decidira mandar dois Recrutas para checar a interferência identificada.

Os soldados prontamente atenderam o pedido de seu superior e se direcionaram à parte sudeste do planeta.

— Não acredito que caímos no azar de cobrir patrulhas logo hoje. – um deles reclama.

— Só temos que checar o que tem de errado com a barreira de segurança, poderia ser pior. – o outro diz ao dar de ombros.

Eles estacionaram a nave regular próximo à base de manutenção e logo notam algo de errado. Havia uma parte da barreira violada, como se alguém de porte pequeno havia aberto um buraco só para entrar em seu planeta. O mais estranho era o alarme não ter sido acionado.

Os soldados logo sacam as armas e ficam atentos, em vigia a modo de identificar qualquer coisa suspeita.

— Olá rapazes. – uma voz surge às costas dos soldados, que viram já destravando as armas. Mas antes que apertassem o gatilho, duas rajadas conducentes rápidas, mas poderosas, o atingem e eles desmaiam no mesmo instante.

Harriet engole em seco. Ela não queria ter que machucar ninguém, pensou, mas era um mal necessário.

Assim ela se adianta em despir o menor dos soldados, recolhendo o uniforme com símbolo da Tropa Nova e veste por cima do próprio macacão. Prende os cabelos em um nó e veste o capacete, tornando-se irreconhecível.

Em seguida ela arrasta os corpos dos dois soldados até a sala de manutenção e recolhe os seus comunicadores para então sair e derreter a tranca da porta com seu jato fervente.

Ela sobe na nave regular dos soldados para não chamar atenção e sai pelas ruas de Xandar, sem que ninguém desconfie.

"Muito bem, Stark!"— a voz de Ayesha soa no seu ouvido, através do comunicador. – "Não é como Vênus agiria, mas está bom. Vocês humanos são muito sensíveis".

— Eles não precisavam morrer, só iriam chamar a atenção que não queremos do restante dos soldados. – ela rebate.

"Desde que conclua o que planejamos, não importam os meios".

Harriet acelera a nave, usando o seu localizador para buscar por quem procurava, e seguindo pelas ruas indicadas no painel tecnológico.

Quando chega ao destino, ela estaciona a nave ao lado de um prédio grande e sai com o dispositivo de busca em mãos. Ela entra no prédio, que está com o hall principal parcialmente vazio e segue na direção das escadas de pedraria branca, como todo o ambiente ao seu redor.

Antes das escadas haviam barreiras de identificação dos soldados da Tropa Nova. Ela respira fundo antes de pousar a mão sob o leitor de digital e eletrocutá-lo até que saísse fumaça.

A sirene estridente no alto do prédio denuncia a sua indiscrição e ela tem que se apressar. Ela pula a barreira e, com a ajuda das rajadas, levanta voo para adiantar-se pelas escadas.

A esta medida a Tropa Nova fora notificada e ela tem pouco tempo para chegar até o seu alvo.

Ela entra na sala de supervisão da segurança do planeta e chama a atenção dos xandarianos, que imediatamente interrompem suas tarefas e sacam armas na direção da humana. Harriet engole em seco antes de disparar as mesmas rajadas conducentes e rápidas, vendo os corpos caírem gradativamente a modo que eram atingidos.

Ela segue até o quadro de controle e desliga o alarme. Em seguida envia um comunicado através da tela holográfica de que havia sido um alarme falso.

"Entendido, central" um soldado responde através de uma mensagem.

Rapidamente ela segue até a última sala, onde ficava o Centurião, um dos maiores níveis hierárquicos de um soldado da Tropa Nova. Ao invadir a sala, explodindo a porta com uma pancada cósmica, ela trava ao mirar a figura atrás da mesa grande e luxuosa. O dispositivo de busca cai de sua mão.

O rapaz de cabelos castanhos, olhos igualmente escuros, jovem e pele como a sua definitivamente não era um alienígena, muito menos quem ela procurava.

"Por que parou?" – a voz de Ayesha indaga no comunicador.

— Você não é Rhomann Dey. – ela pronuncia na direção do homem tirando o capacete de seu rosto. O homem levanta-se vagarosamente à medida que a mulher se aproximava.

— E você não é o superintendente da Milenar. – ele rebate levantando-se.

"Abata. Agora." — Ayesha ordena e Harriet avança para cima do homem hesitante, ele rapidamente aciona o próprio capacete para cobrir o rosto na batalha.

Harriet respira fundo para concentrar toda a sua energia nas mãos e espalma no peito do soldado, que é arremessado contra a parede de vidro atrás de si. Ele a atravessa, invadindo a sala ao lado, mas logo se levanta causando o espanto de Harriet.

— Que tipo de terráqueo é você, afinal? – ela questiona avançando com socos potentes em sua direção.

— Um que recebeu o poder dos Nova. – ele rebate, desviando facilmente dos golpes aplicados pela mulher e a acerta com um soco no rosto, jogando-a ao chão.

Harriet está ofegante, cospe o sangue que acumulou em sua boca irritada e vira o rosto vagarosamente para o rapaz, com os olhos tomados de luz cósmica. Ele engole em seco e um arrepio sobe por sua espinha.

No segundo seguinte ela avança novamente na direção do soldado que resiste às suas investidas. No entanto o homem baixa a guarda e Harriet encontra a sua fraqueza, mirando em suas pernas ela as golpeia com um chute forte, fazendo o mesmo cair de joelhos.

No chão o homem recebe diversos disparos das rajadas cósmicas com força total e geme dolorido.

Harriet o puxa pelo colarinho do uniforme sem paciência e pergunta entre dentes: - Onde está?

— De que droga está falando, mulher? – ele indaga com a voz falha.

Harriet faz uma varredura nos trajes novos do rapaz à sala atrás deles em perfeita arrumação, se não fosse pelo estrago que eles haviam acabado de fazer. A identificação na roupa que informava o nome Richard Rider reluzia, sem arranhão algum e o capacete cheirava a ferro recém-fundido.

— Você é novo por aqui, não é? – Harriet indaga arqueando uma sobrancelha esperta. – Desculpe, - ela diz soltando-o. – pensei que fosse um invasor.

— Quem chega na central de segurança dos Nova atacando desta forma? – O homem questiona desconfiado, enquanto ajeitava o uniforme especial ao corpo. – Pode começar uma guerra assim, sua pirada. Não me viu de uniforme?

— Cheguei de uma missão longa, estou desatualizada sobre as novas hierarquias da Tropa. – ela pronuncia com a expressão séria. – Peço perdão pelos meus maus modos.

— E que maus modos. – ele atenua. – No entanto, cheguei tem pouco tempo também e não a culpo. Já passei por apuros parecidos.

Harriet suspira aliviada.

— Olha só o estrago que você fez! – ele esbraveja apontando a parede de vidro da sala. – Os faxineiros não vão gostar nada.

— Eles nunca gostaram de mim. – Harriet diz sorrindo e o rapaz ri também.

— Também não sou o favorito deles. – admite. – Mas não me importo, minha passagem aqui é temporária de qualquer forma.

Richard caminha de volta à sua mesa, ainda intacta, pisando pelos vidros caídos ao chão e volta a se sentar na cadeira de acolchoamento alaranjado. Harriet o segue.

— A que devo a honra...? – ele indaga para a mulher que para á sua frente. - Por favor, sente-se.

— Harriet. – ela responde, sentando-se na cadeira disposta à frente de sua mesa.

— Harriet. – ele sorri, para comentar distraidamente em seguida: – Parece um nome terráqueo. Sou Richard. – ele ergue a mão para cumprimenta-la, mas a humana encara a mão e a ignora.

— Certo, vocês não tem muito contato físico por aqui. – ele diz recolhendo a mão. - Tenho que me lembrar disso.

— A Rainha Adora solicitou o meu retorno à Xandar para fazer a proteção do Vortéx Negro. – mente.

Richard franze o cenho, estranhando, mas logo a expressão se suaviza e ele sorri.

— Ela me mandou isso aqui ontem. - diz puxando um aparelho de projeção de holograma de uma gaveta da mesa, e mostra-o na palma de sua mão – eu ainda não olhei, mas deve ser sobre isso. Ainda não estou acostumado com toda essa tecnologia alienígena, sabe? Na terra a gente não tem nada disso. O quanto isso nos ajudaria, hãn?

— Como você se tornou um Nova? – Harriet questiona, não evitando a curiosidade.

— Rhomann Dey me passou seus poderes no leito de morte, foi bem ruim. – Ele faz uma careta. – Ele estava se afugentando na terra depois de uma batalha, mas não resistiu aos ferimentos. Depois disso eu tive que me virar para aprender a controlar esse traje e os poderes que ele me dá ainda na Terra e, agora, fui chamado pela Rainha para dar uma forcinha na proteção daqui. – ele se aproxima da humana por cima da mesa para murmurar – Os soldados parecem não estar dando conta sozinhos.

— Quanto à guerra na terra, foi cessada? – ela indaga ansiosa.

— Guerra? – ela rebate rindo divertido. – Não entramos em guerra já tem bem uns cinquenta anos. Eu sequer era nascido.

Harriet suspirou e não pode evitar um sorriso despontar no canto de seus lábios.

— Como...

"Stark... temos pressa." – a voz de Ayesha a interrompe pelo comunicador. – "Deixe de fofoca e prossiga com a missão. Minha paciência tem limites".

— Quantos anos você tem? – Harriet indaga após limpar a garganta e engolir em seco.

— Agora vinte e três, na época que recebi o traje tinha dezessete. – ele revela.

Harriet suspira: - Meu Deus.

— Ei, você é a primeira que ouço falar nele. – diz sorridente. – Só as pessoas da Terra sabem quem Deus...é – ele se interrompe desmanchando o sorriso, confuso com sua constatação.

— Me desculpe por isso, Richard. – Harriet diz antes de saltar com agilidade sobre a mesa para segurar a cabeça do rapaz com ambas as mãos. Ela libera a energia cósmica que se impregna por toda a cabeça do rapaz.

Ela fecha os olhos e se concentra, focando em toda a sua capacidade.

Quando abre os olhos as rajadas se encerram e o rapaz cai desacordado ao chão. Harriet se agacha para pegar o aparelho das mãos dele e em seguida levanta vôo, atravessando o teto e indo na direção da nave à orla do planeta.

Já no interior da nave ela coloca o aparelho sobre a superfície do painel da nave e vários arquivos são disponibilizados para serem abertos. Entre diversas informações, relatórios sobre a extração do Vortéx de Viscardi e autorizações para transporte do mesmo, estava lá o nome para onde o artefato havia sido destinado.

— Asgard! – Callisto lê de longe com os olhos brilhando, ainda sobre as amarras de Ayesha. – Vocês nunca vão conseguir infiltrar e roubar algo dos cofres de Asgard!

Harriet desvia os olhos do nome para Ayesha e indaga séria: - O que fazemos agora?

Ayesha, mesmo que intimidada com a nova informação, engole em seco e diz: - Agora nós vamos atrás do meu Vortéx.

Um minuto de silêncio é o ponto de partida para a explosão de Harriet.

— Só pode ter perdido completamente a sanidade que te restava! – ela declara à Ayesha.

— Me poupe de suas reclamações, a Tropa Nova será acionada a qualquer momento quando perceberem que foram roubados. – Ayesha afirma. – São cento e vinte saltos até Asgard, o ponto mais próximo é a uma lua. Temos que ir agora!

— Eu não vou à Asgard. – Harriet declara cruzando os braços.

— Será que se esqueceu do nosso trato? – a sacerdotisa indaga apertando as cordas que envolviam Callisto, o sufocando.

— Isso é uma missão suicida, Ayesha! – Harriet esbraveja. – Asgard é o lugar dos Deuses nórdicos, toda a galáxia já ouviu falar deles! Odin, seus filhos e os guerreiros asgardianos... Nós não podemos simplesmente pensar que podemos combatê-los. Isso é fora da nossa realidade! – e se adianta e falar – e pare de sufocar o coitado.

— Você é uma deusa tanto quanto eles e com a minha ajuda...

— A ajuda de alguém cujos poderes podem enfraquecer a qualquer momento. – ela interrompe a sacerdotisa aproximando-se ameaçadoramente – Ou se esqueceu que eu não sou mais a bateria que te recarrega?

Ayesha arqueia uma sobrancelha e interrompe a força que sufocava Callisto, que tosse ao voltar à respirar. Ela dá um passo na direção de Harriet.

— Se eu fosse você não ousaria me desafiar, Stark. Ainda tenho duas baterias completamente carregadas com a sua energia. Uma em Sovereign e a outra.... na Terra, - Ela arqueia uma sobrancelha com o sorriso audacioso no rosto – só basta apertar um botão para que elas se tornem bombas e tudo vire pedacinhos.

Harriet suspira surpresa.

— Você não... – a voz da humana falha, incapaz de terminar a frase.

— Sim, e não hesitarei em apertar este botão. – ela revela um dispositivo no bracelete em seu pulso, o qual a terráquea não havia notado anteriormente – Se ao menos sentir que não pretende cumprir com a sua parte do acordo, BUM. Estamos entendidas?

Harriet assente retraída, uma lágrima grossa e pesada escorre de seu olho direito antes dela secá-la rapidamente e se encaminhar ao painel de controle da nave, projetando a viagem para o próximo ponto de salto.


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Notas finais do capítulo

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