O Último Iluminado - O Mundo da Espada escrita por AOSantos


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Originalmente nessa cena ele se encontrava escondida em um armário, em algum momento do meu ensino médio eu cheguei a desenhá-la, como um manga.



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Uma pouca luz havia, esquálida e débil, era proveniente de um pequeno buraco na parede de barro, o esconderijo apertado era abafado a ponto de sufocar e o mofo suficiente para incomodar os olhos, a luz piscava, uma figura obstruía e desobstruía sua passagem à medida que se aproximava de maneira rota, ao passo em pancadas fortes no piso de madeira. A figura sumia e logo após reaparecia, até que, por fim, tanto ela quanto as trovejantes pancadas deixaram de existir. Os únicos som eram da respiração trêmula, do ranger da parede e do farfalhar do teto de palha, com o vento. Um menino se aproxima do pequeno buraco procurando a figura, seu olho vasculhou de um canto a outro daquele cômodo, mas nada a figura sumira completamente. Seu coração socava contra o peito alucinadamente e o terror, a respiração, lhe tomava quando, em súbito a encontra, encarando-o com olhos viciosos e proferindo palavras de lamuria em um o rosto podre e desconfigurado.

Um jovem de aproximadamente 17 anos acorda suavemente daquele pesadelo, havia suor em sua testa e uma adaga a poucos centímetros do pescoço de sua companheira de viagem. Enquanto a carruagem sacudia, o máximo que ele fazia era observar, rígido, sem saber o que fazer, seus outros companheiros dormem. Aquele jovem era tomado pela angústia e desespero, desastradamente guardou a adaga e se reclui no canto em que dormia, as lágrimas escorriam em seu rosto, o peito doía e afundava, a gargante fechava e retorcia, nos pensamentos e sonhos que o perseguiam, visões de um passado e futuro atormentavam o presente.

Uma mão toca-o as costas, suavemente sobe até a cabeça e se torna carinho, a dor passa aos poucos, a angustia rompe em um choro silencioso, os olhos fechados transbordando em lágrimas quentes, como as de uma criança que se perde da mãe, que se perde do pai, que se perde do mundo, a madeira do chão escurece a cada lágrima, mas aos poucos desaparecem como a dor. Por fim um abraço rompe a tristeza e traz paz, um pouco de paz, “Pax” diria o vô.

Por fim chega o sono, a cabeça pesa ao mesmo tempo que flutua, o abraço e carinho remoem e misturam o calor do corpo, até que o escuro vazio do reino dos sonhos surge, um reino onde o tempo de anos existe em minutos, um reino onde toda história pode ser revivida sem que a morte ou os anjos o incomodem, um reino próprio onde histórias também são contadas e onde lembranças são lembradas.


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Notas finais do capítulo

Quando eu reescrevi essa cena estava no ônibus saindo do trabalho, eu digitei um monte de coisas erradas, talvez por cansaço ou pelo ônibus sacudir mais que eu, quando tomando bronca dos meus pais com 14 anos.



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