Cura para um Sofrimento escrita por ImperatrizPersefone


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Queridos Leitores

Como vimos na fic vida dos golds, Camus tinha bons pais mas os perdeu quando tinha apenas cinco anos e agora encontrará os seus avós paternos.



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Fevereiro de 1975

 

 

Luís 

 

 

Faz três anos que não visito o meu único filho, a minha nora e o meu adorável neto, minha esposa e eu nunca quisemos ficarmos longe deles mas infelizmente a vida nem sempre é como queremos, há um ano.consegui um cargo de embaixador no Brasil, não podia abrir desse cargo, até convidei meu filho para mudar de país mas ele não aceitou porque tem um bom emprego em Paris e o Camus é muito novo, com o coração apertado tive que me afastar da minha querida família mas sempre converso com eles por telefone e nas datas comemorativas envio presentes para eles.

Estou trabalhando quando recebo um telefonema da minha esposa falando que houve um terrível acidente com o nosso filho, saio imediatamente do meu escritório e vou para casa, dou um forte abraço em Sofia e choramos intensamente, o nosso desespero é imenso, não conseguimos acreditarmos que não veremos mais o nosso amado filho.

Freto um jatinho particular e horas depois partimos para f, infelizmente ao chegarmos lá recebemos a notícia que o nosso filho e a nossa nora morreram no acidente e ninguém sabe informar o que aconteceu com o nosso neto, só dizem que ele sobreviveu ao acidente mas que acabaram o perdendo.

A nossa dor é imensa, se não fosse os nossos amigos não conseguiríamos suportar todo o sofrimento em nossos corações, após enterrarmos o nosso filho e a nossa nora, contratamos detetives particulares para procurarem o nosso amado neto, sabemos que ele jamais será o nosso filho mas queremos lhe dar tudo que os seus pais não tiveram tempo para lhe dar.

 

 

 

Sofia

 

 

Cada dia que passa aumenta a minha tristeza, sempre que o telefone tocava pensava que era uma notícia boa sobre o meu neto, me decepcionava ao perceber que era uma amiga ligando para tentar me confortar, mas nada que elas dizem que era capaz de acalmar o meu coração.

Os dias se transformaram em meses e quando completou um ano, perdi todas as esperanças que tinha, coloquei na minha mente que o meu neto morreu, só não sabia onde estava o seu corpo, pois como temos dinheiro se alguém tivesse o sequestrado já teria exigido dinheiro como resgate.

Paramos de pagar detetives já que eles não encontravam nenhuma pista sobre o menino, só gostávamos dinheiro em vão, mas no fundo do meu coração ainda tinha esperança de que um dia encontraria o meu neto e que ele estaria bem.

Quatorze anos se passaram, meu marido e eu continuamos convivendo em harmonia, nunca acusamos um ao outro de ser o culpado pelo sumiço do nosso neto que acreditamos que tenha morrido por algum ferimento causado pelo acidente e como ele estava sem documentos ninguém conseguiu nos avisar.

Em começo de 1990, ouvi uma notícia sobre uma fundação que foi fundada no Japão mas que tem sede em outros países da Europa que ajudou uma mãe a encontrar seu filho que foi sequestrado pelo pai e abandonado em um país estrangeiro, por algum motivo aquela história mexeu comigo, fui até a sede dela na França, contei a história da minha família para a moça que me atendeu, ela colheu todos os dados e falou que tentaria me ajudar.

Por causa dos longos anos que procurei o meu neto sem ter retorno, achei melhor não criar muitas expectativas, mas uma semana depois, recebo uma ligação falando que o meu neto há muitos anos foi encontrado andando sozinho por Paris e que um orfanato da fundação Graad o acolheu e ultimamente ele mora em Atenas.

Fiquei tão emocionada que a minha pressão aumentou e precisei ser hospitalizada, felizmente não foi nada grave e horas depois estava em casa na companhia do meu marido conversando sobre a melhor forma de nos aproximarmos do nosso neto que deve ser um homem muito bonito mas o que realmente importa é que tenha um ótimo caráter.

É muito difícil acreditar que todo o meu sofrimento acabará, só espero que realmente seja verdade, não suportaria ser iludida, infelizmente muitas pessoas se aproveitam da dor dos outros para conseguirem dinheiro.

Três dias depois, recebo uma nova ligação da fundação Graad, eles falam que o meu neto me visitaria no começo do próximo mês, meu coração enche de esperança, agora voltarei a ter uma família, algo que passei anos acreditando ser impossível, mas agora posso voltar a pensar no futuro.

 

 

 

Camus 

 

 

Fiquei surpreso ao saber que os meus avós paternos me procuravam, não tenho nenhuma lembrança deles, na verdade, perdi os meus pais tão cedo que mal lembro deles, as únicas coisas que consigo lembrar é que eles me amavam, que na nossa casa tinha uma biblioteca, que a minha passava o dia cuidando de mim, era muito feliz ao lado deles.

Lembro do meu pai falar que meus avós moravam em um país muito distante, imagino que eles tenham sofrido muito por perderem o seu único filho, eles são idosos e devem se sentirem solitários, mas não posso ser presente em suas vidas, minha obrigação em proteger a terra contra deuses malignos é maior que o meu desejo em ter uma vida comum.

Não ignorarei os seus pedidos para me conhecerem, irei para Paris, não consigo lembrar da cidade, mas ainda consigo falar francês, ficarei um mês ao lado dessas pessoas, quero muito as conhecer e sentir um pouco de carinho que não tenho desde que perdi os meus amados pais, não posso reclamar da vida que tenho no santuário, mas o carinho sincero de uma família não é algo fácil de ser transmitido.

Arrumo uma mala, pego os meus documentos, vou caminhando até chegar em Rodorio, entro em um ônibus e vou até o aeroporto de Atenas, um lugar que não conhecia, acho ele tão grande, percebo várias pessoas olhando para mim por usar roupas simples, ignoro esses olhares críticos, aprendi que o mais importante não é usar roupas caras mas sim possuir sentimentos nobres no coração.

Entro no avião na classe econômica e  acho a poltrona confortável, dormo um pouco depois do avião começar a voar, acordo com a voz do comandante falando que estamos chegando em Paris, estava tão cansado que dormi a viagem inteira, desembargo do avião, fico emocionado por estar na minha terra natal, pois pensava que nunca voltaria nesse país.

Entro em um táxi e vou para a casa dos meus avós, não tenho motivos para me hospedar em um hotel e também não há dúvidas de que sejam parentes pois os documentos estão corretos, desço do táxi e fico impressionado ao perceber que o endereço  é de uma mansão, chego a pensar que eles seriam empregados que cuidam dessa mansão, deixo os pensamentos de lado e toco o interfone, espero uns minutos e uma empregada me atendi e após falar meu nome ela fala que os meus avós me esperavam ansiosos.

Entro na enorme casa admirando a sua bela decoração quando vejo um casal muito bem vestidos que com certeza são meus avós, eles me abraçam com força e imediatamente largo a minhaala no chão e lhes retribuo da mesma forma, percebo que começam a chorar e mesmo não sendo acostumado a demonstrar meus sentimentos acabo chorando também.

Sofia: Nos perdoe querido, se não tivéssemos morando no exterior naquela época talvez você tivesse crescido conosco.

Camus: Não tem porque pedir perdão, não fizeram nada de mal, o destino que me mandou ir para a Grécia.

Desfaço o abraço e dou um beijo no rosto da minha avó que faz carinho no meu rosto, quando nos recompomos do choro, eles me mostram todos os cômodos da mansão, ela possui 8 suítes, sala de estar, sala de jantar, sala de visitas, cozinha, local para os empregados separado da casa, uma grande piscina, uma quadra de esportes, academia e 4 carros na garagem.

Estou muito feliz em conhecer meus avós mas não me sinto a vontade nessa mansão, nem consigo me imaginar sendo criado nesse lugar se não tivesse ido para o santuário, eles me mostram fotos do meu pai brincando no jardim da mansão quando era pequeno, fotos dele adulto, me pareço bastante com ele, a única diferença é que deixo os cabelos longos.

Nunca tinha dormido em uma cama tão macia, usado roupas tão chiques que eles insistiram em comprar para mim, aceitei tudo porque sei que eles apenas tentam me agradar, eles são ótimas pessoas e sentirei muita saudade quando tiver que voltar para o santuário.

 

 

Luís 

 

 

Foi maravilhoso para minha esposa e eu passarmos um mês com o nosso querido neto, ele é muito parecido com o nosso filho, mas o senso de responsabilidade, de seriedade puxou da mãe.

Queríamos que ele viesse morar conosco, afinal estamos velhos e ele é o nosso único parente, mas tivemos que aceitar a sua volta para a Grécia já que o seu trabalho é lá, tentamos o fazer mudar de opinião, falamos para ele mudar para Paris e assumir os negócios que um dia serão dele, mas ele é igual ao seu pai e quer construir sua vida sem ajudas.

Os nossos corações estão felizes, Camus é a cura para todo o nosso sofrimento e em breve iremos para Atenas o visitar pois agora ninguém poderá nos separar do nosso amado neto.

 

 

Camus

 

 

Chego no santuário com muitas lembranças na minha memória e no meu coração, esse foi o melhor mês da minha vida, queria continuar perto dos meus avós, no momento isso é impossível mas penso que no futuro serei livre da minha obrigação de cavaleiro e cuidarei com todo carinho e dedicação da minha única família.

 


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Notas finais do capítulo

Um grande abraço a todos.



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