Pouco Além 2 - Harry Potter: The New Marauders escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 9
A rotina na escola de Hogwarts




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                        Os garotos tiveram de acordar cedo no dia seguinte. Na sala comunal, Will entregava a cada aluno que passava o horário da semana, de acordo com a série.

                        A primeira aula para Matt, Guga, Thiago e Betinho seria a de Transfiguração. Eles seguiram Pedro, Rina e as outras garotas da Grifinória pelas escadarias até o grande salão. Após tomarem o café da manhã, seguiram para o 1º andar. No caminho juntaram-se aos alunos de 1º ano das outras Casas; pelo visto a aula seria conjunta.

                        O corredor do 1º andar levava a um pátio. Numa das extremidades do pátio, havia uma grande porta dupla de mármore. Ao lado dela uma placa de prata informava:

Hermione Jean Granger Weasley

Professora de Transfiguração

Diretora da casa Grifinória

Ordem de Merlin, 2ª Classe

Ex-chefe do Departamento para Controle e Regulamentação das Criaturas Mágicas

Chefe (licenciada) do Departamento de Execução das Leis da Magia

 

                        Os alunos entraram e se viram em uma sala ampla, cheia de gaiolas e armários. Havia três fileiras de cadeiras com mesas, grandes o suficiente para admitirem dois alunos cada uma. Ao fundo da sala havia uma escrivaninha, num lugar um pouco mais alto do que o resto da sala. A prof.ª. Hermione não estava presente.

                        Os alunos da Grifinória ocuparam as primeiras carteiras; Matt e Guga na carteira defronte à escrivaninha, e Betinho e Thiago, a carteira à direita dos Weasley. Os alunos da Lufa-Lufa e da Corvinal ficaram logo atrás, com os da Sonserina ocupando as cadeiras do fundo.

                        Eles tiraram cada um seus livros de Transfiguração, penas, pergaminho e tinta das mochilas e puseram sobre as carteiras. A turma mal começara a conversar direito quando a professora entrou, andando para a escrivaninha e acenando com a varinha para acender as velas da sala, apesar de ainda serem sete horas da manhã.

                        Hermione terminou de acender as velas e, com outro aceno, fechou a porta. A razão de ela ter acendido as velas tornou-se óbvia: a claridade vinda do lado de fora da sala cessou quando a porta fechou.

                        Hermione usava as mesmas vestes da noite anterior. Ela não se sentou na cadeira atrás da escrivaninha; postou-se ao lado de um quadro negro, à esquerda da escrivaninha, e olhou para a classe.

— Bom-dia a todos – saudou ela generosamente – e bem-vindos a aula de Transfiguração. Este ramo da magia consiste em transformações de objetos inanimados ou animados em outros objetos. É uma disciplina que requer concentração, inteligência e habilidade.

            “O curso de 1º ano de vocês vai começar com uma pequena abordagem teórica, para que depois passemos a uma pequena demonstração; veremos quantos de vocês obterão sucesso nesta primeira tentativa”.

                        A professora deu um rápido sorriso encorajador à turma e sacou a varinha novamente, mas não fez menção de usá-la.

— Vamos começar abordando os Animagos. Normalmente, vocês não veriam este tema até o 3º ano, mas devido às circunstâncias dos tempos que correm... Quero dizer, devido a algumas atualizações e reformulações do ensino em nosso país, resolveu-se que alunos de 1º ano devem ser capazes de reconhecer e distinguir Animagos.

            “A primeira pergunta que faço a vocês é, o que são Animagos?”

                        Alguns alunos ergueram a mão, mas a mais rápida foi Rina Lupin. Hermione disse:

— Srta. Lupin?

— Um animago é um bruxo que é capaz de se transformar em um animal – disse Rina. – Meu pai tinha três amigos animagos, e um deles era meu primo.

                        Todos olharam para ela. Hermione sorriu.

— Correta! Dez pontos para a Grifinória – disse ela, e as amigas de Rina a cumprimentaram. – Como Rina nos disse, um animago é capaz de transformar-se em animal. São necessários pelo menos cinco anos de preparação para que o bruxo se torne um animago. Porém, até os bruxos mais experientes, quando se transformam em animais, podem ser reconhecidos por detalhes simples.

            “Remus Lupin, que era um lobisomem, de fato tinha três amigos inseparáveis quando estudou em Hogwarts. Seus nomes... James Potter, Peter Pettigrew e Sirius Black. Todos animagos... Clandestinos.”

— Clandestinos? – perguntou Thiago. – Como assim?

— Sabe, Thiago, os bruxos que conseguem tornar-se animagos após os cinco anos – respondeu a professora – devem inscrever seus nomes no Ministério. Assim, o Ministério sabe quais bruxos são animagos... E devo dizer, um animago inscrito no Ministério possui grandes chances de emprego lá, principalmente se tentar a carreira de Auror.

            “Porém, até mesmo a preparação para tornar-se um animago deve ser acompanhada pelo Ministério e até mesmo justificada. Potter, Pettigrew e Black desconfiavam que Lupin fosse um lobisomem, por isso, clandestinamente, resolveram tornar-se animagos para seguir o amigo quando ele perambulava pelas terras de Hogwarts quando chegava à lua cheia. Apenas depois da morte de Pettigrew e da queda definitiva de Voldemort foi que o Ministério tomou conhecimento que os três eram animagos; naquela altura, Black e Potter já haviam falecido.”

                        Rina estava cheia de si, ouvindo a professora falar de seu pai e de seu primo como se eles fossem pessoas importantes. Mas eles eram pessoas importantes, pensou Rina, e a prof.ª Hermione também deve achar isso.

— Agora, quero que abram seus livros no capítulo sobre Animagos – tornou a professora. – Procurem no índice e marquem-no. Dou-lhes sua primeira tarefa de casa: leiam o capítulo e façam um resumo, com ênfase sobre as formas de se reconhecer um animago. Entreguem-me na próxima aula, a da quinta-feira.

            “Agora já está na hora de fazermos uma abordagem prática”.

                        Os alunos se entreolharam ansiosos.

— Peguem suas varinhas – continuou Hermione. – Vamos ver qual de vocês se sobressai no primeiro dia. Vocês terão que transfigurar um objeto.

            “Vejam este jarrinho de porcelana”, disse ela enquanto os alunos pegavam as varinhas, apontando para um jarro verde e pequeno sobre a escrivaninha. “Vocês devem agitar a varinha e imaginar o jarro como uma arca de madeira. Se sua concentração for elevada, o jarro se transformará em uma arca... Assim.”

                        Ela acenou a varinha e o jarro se transformou. Em seu lugar estava uma arca de madeira também pequena.

                        Todos receberam um jarro idêntico ao da professora. Após algumas tentativas, porém, só Thiago Felton e Rina Lupin haviam feito o jarro ficar retangular e largo. A Prof.ª Hermione pediu que todos tentassem de novo; desta vez Diana Abbott, Emília Bones, Mariana Nott e Luciana Avery também conseguiram transfigurar o objeto.

— Francamente! – exclamou Thiago enquanto saíam da sala após o término da aula. – Eu fui o único homem na classe a obter sucesso! Vocês não têm vergonha na cara?

— Aproveite galã de Hollywood – retrucou Betinho. – Sabemos que você só está falando isso em voz alta para impressionar as garotas.

                        Thiago fechou a cara. Matt e Guga riram.

                        Ainda tiveram aula de Feitiços e de Poções naquele dia. Filius Flitwick, professor de Feitiços, era bastante velho e miúdo. Encarregou-os de praticar um movimento de punho com a varinha, para que depois utilizassem esse movimento para fazer uma pena levitar. Alguns conseguiam fazer a pena ficar suspensa por alguns segundos, mas somente Amanda Fawcett, Chiara Cecchi e Karol Jones conseguiram fazê-las ficar no ar por mais tempo. O mestre de Poções, Horácio Slughorn, entusiasmou-se com os filhos e parentes de bruxos famosos, para depois lhes pedir para preparar uma Poção para Curar Furúnculos; no entanto, somente Maílla Higgs e Marília Mustel conseguiram preparar a poção corretamente e no tempo certo de primeira.

                        No intervalo da manhã, Matt e Guga receberam por corujas alguns doces da Sra. Weasley, mas decidiram dividi-los com Thiago e Betinho. Não iam ter estômago para comer tudo sozinhos.

                        Depois das aulas, à tarde, na sala comunal, eles deviam praticar o feitiço de Levitação e a transformação do jarro em arca, mas apenas Thiago continuava tendo sucesso. O jarro de Matt ficou todo preto; o de Guga se partiu em pedacinhos; o de Betinho aumentou duas vezes de tamanho e o de Pedro ganhou flores murchas.

— Mas com um pouco de prática você pode conjurá-las vivas – disse Guga a Pedro, e os outros riram.

                        No dia seguinte houve a aula de Herbologia; o prof. Longbottom os pediu para podar alguns fungos borrifadores de musgo. A maioria dos alunos acabou cortando as plantas além do necessário; Guga, Diandra Fletcher, Laura Creevey e Diogo Mounth eram os mais cuidadosos com as plantas e não levaram uma única borrifada. Em seguida veio a aula de História da Magia; o prof. Cuthbert Binns era um fantasma, que simplesmente saíra para dar aula numa manhã e deixou seu corpo na sala dos professores. Suas explicações sobre confrontos de criaturas mágicas e bruxos malvados com nomes esquisitos fizeram a maior parte da turma cair no sono e no tédio, mas haviam uns alunos interessados em suas explicações, e Matt era um deles.

— Como você consegue prestar atenção nessa chatice? – perguntou Betinho a Matt após a aula.

— É fascinante – respondeu Matt. Betinho, Guga e Thiago franziram a testa.

                        Os quatro almoçaram e estavam partindo para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, conversando sobre os colegas de classe. Mas ouviram uma agitação no corredor da sala de aula e apressaram o passo.

                        Os alunos estavam amontoados em frente à sala. Matt, Guga, Thiago e Beto abriram caminho entre eles. Fidel Malfoy, rodeado por Julius Goyle, Mark Crabbe, Tainá Bletchley e Laura Creevey, havia cercado Rina Lupin e suas amigas da Grifinória. Os alunos da Lufa-Lufa, junto com Nelson Longbottom, Luke Goldstein e Paulo Martyn da Corvinal, exclamavam indignados contra Malfoy e seus amigos enquanto lhes lançavam olhares feios. Augusto Snape e Rubi MacDonald estavam um pouco atrás dos alunos da Lufa-Lufa, mas também olhavam feio para Malfoy. Somente os gêmeos Jones, Leo e as garotas da Corvinal não ligavam para a situação.

                        Matt, Guga, Thiago e Betinho se colocaram entre Malfoy e os sonserinos e Rina e suas amigas.

— Saia da frente, Weasley – disse Fidel. – Isso não é da sua conta.

— Cala a boca, Malfoy – disse Guga. – O que está acontecendo?

— Esse idiota – disse Rina Lupin indicando Fidel – tentou agarrar Isabella.

                        Rina indicou Isabella, pálida e trêmula, abraçada por Maílla e Marília.

— E ainda pediu a esses gorilas para ajudá-lo – disse Diandra Fletcher apontando para Crabbe e Goyle.

— Ei! Vocês não podem ficar agindo como se fossem os donos do lugar! – exclamou Matt.

— Já disse! – retrucou Fidel. – Não é da sua conta, Weasley.

                        Instintivamente, Matt, Guga, Thiago e Betinho puxaram as varinhas, apontando-as para Malfoy e seus colegas. Fidel ergueu sua varinha, solitário; Julius, Tainá, Mark e Laura encolheram perante os Weasley e os Felton.

                        Estavam quase partindo para a luta quando ouviram passos no corredor. Mariana Nott, Luciana Avery e Luana Pucey atravessaram o amontoado de alunos, as três com as varinhas erguidas e apontadas para os alunos da Grifinória.

— Nem um passo, rapazes – alertou Luana. – Sonserina é unida. Nós nos defendemos.

— Se mexerem com um de nós – disse Luciana – estarão mexendo com todos nós.

                        Julius e Mark pareceram recuperar a coragem ao vê-las. Mariana Nott não disse nada, mas suspirava ruidosamente. Por fim, os Weasley e os Felton baixaram as varinhas, ao mesmo tempo em que os alunos da Sonserina faziam o mesmo e a porta da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas se abria, e os alunos de 5º ano saíam.

                        Will Stick e James Potter saíram na frente e olharam para os alunos de 1º ano amontoados. Will levou a mão ao distintivo de monitor como se farejasse alguma encrenca.

— Algum problema, Guga, Matt, Malfoy? – perguntou ele calmamente, mas poderia gritar de raiva a qualquer momento.

                        Guga, Matt e Fidel se entreolharam.

— Nada demais, Will – disse Matt.

— Só uma conversa entre colegas – disse Fidel.

                        Os dois se fuzilaram com o olhar, mas Will não percebeu. Os alunos da Sonserina entraram na sala, seguidos pelos da Corvinal (alguns deles bocejavam como se tivessem achado toda aquela situação tediosa).

— Vocês foram muito legais – disse Rina a Matt e Guga. – Obrigada.

— De nada – responderam os dois sorrindo.

— Obrigada – murmurou Isabella bem baixinho para Matt, enquanto Marília e Diandra agradeciam a Thiago e Betinho.

— Por nada – respondeu ele. – Os da Sonserina não se protegem? Nós da Grifinória também temos que nos proteger.

                        Ela sorriu e se virou para entrar na sala com as amigas. Will e James continuavam ali, de olho em tudo.

— Não arrume confusão com a Sonserina, Matt – alertou James. – Nem você, Guga, nem ninguém.

— Eles podem ser bem traiçoeiros – acrescentou Will.

— Vamos tentar – responderam Guga e Matt.

                        Nesse momento, Scorpius Malfoy passou por eles, olhou para Matt e Guga, em seguida avistou James e Will. Depois foi embora. A expressão de Will se endureceu.

— Tudo certo, Will? – perguntou Matt.

— Nada demais – retrucou o monitor. – De qualquer modo, os Malfoy não irão se meter comigo, por causa dos meus pais. O nome de Matt Stick só será honrado mais e mais. Se soubessem o que meu pai já fez...

                        Will foi embora sonhador, e James o seguiu dando de ombros. Matt, Guga, Betinho e Thiago entraram na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas para a aula; mas aquilo já havia servido para sacramentar e fortalecer a amizade entre os novatos da Grifinória.


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Notas finais do capítulo

Revisão concluída em 30.12.2023



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