Hermione virou-se para as portas de mármore, que se abriram magicamente, revelando um salão enorme, com velas flutuando sobre as quatro mesas longas em vertical que ocupavam todo o espaço do salão. Ao fundo do salão eles avistavam uma quinta mesa, na horizontal, onde estavam os outros professores.

                        Os demais alunos da escola já estavam sentados nas quatro mesas, com suas vestes pretas e os chapéus cônicos. Hermione conduziu os alunos novos por entre as mesas, levando-os defronte à mesa dos professores, que ficava um pouco mais alta do que o resto do salão. Havia um banquinho em frente à mesa dos professores, com um chapéu esfiapado e sujo sobre ele. Hermione se adiantou e se postou ao lado do banquinho.

                        Guga e Matt olharam a mesa dos professores. Hagrid estava sentado à esquerda deles, no lado direito da mesa. Duas cadeiras à direita de Hagrid, os garotos reconheceram com um choque Rony Weasley, também com vestes pretas, as mesmas de quando fora ao Beco Diagonal. Conversava com ninguém menos que Harry Potter, à sua esquerda, também de vestes pretas. À esquerda de Harry, estava sentada, num cadeirão e com vestes verde-esmeralda, a diretora Prof.ª Minerva McGonagall – os meninos a reconheceram de uma figurinha de sapo de chocolate.

— Fiquem aqui, por favor – disse Hermione, e Matt e Guga despertaram de seu pequeno transe. A professora indicava que os alunos deviam ficar em frente ao banquinho, e os novatos se ajuntaram em frente ao chapéu. – A seleção funciona da seguinte maneira: eu irei colocar o Chapéu Seletor em suas cabeças, e vocês serão selecionados para as Casas. Quando eu chamar seus nomes, queiram, por favor, dar um passo à frente.

                        Hermione desenrolou o pergaminho, tomou fôlego e disse:

— Pois bem. Diana Abbott!

                        Uma menina galega, de olhos castanhos, cujo cabelo caía-lhe nos ombros, se adiantou e sentou-se no banco. A professora depositou o chapéu em sua cabeça; uma aba do chapéu estava aberta como uma boca. O chapéu pareceu se empertigar...

— LUFA-LUFA! – anunciou o chapéu pela aba; a segunda mesa à esquerda aplaudiu quando Diana tirou o chapéu e saiu correndo para se sentar.

— Bonitinha essa aí – disse Guga olhando para Diana. Matt não viu saída senão concordar.

— Godrico Amós! – chamou Hermione; um garoto alto, cabelo castanho e liso, forte e bonito veio sentar-se no banquinho.

— LUFA-LUFA! – anunciou o chapéu, tão rapidamente quanto fizera com Diana; a mesa à esquerda vibrou e aplaudiu novamente, e Godrico foi sentar-se defronte a Diana, que passou a observá-lo com interesse.

— Desista, Guga – disse Matt. – Não pode concorrer com o grandão aí.

                        Guga fechou a cara enquanto observava Godrico; entrementes Hermione chamou:

— Luciana Avery!

                        Uma garota loira, bonita, com o cabelo preso num rabo-de-cavalo, sentou-se no banquinho; o chapéu mal tocara sua cabeça e anunciou:

— SONSERINA!

                        A mesa da extrema esquerda aplaudiu Luciana quando ela foi sentar-se com seus novos colegas.

— Engraçado, diziam que as gatas costumam ir para Corvinal – disse Guga, olhando para Diana e Luciana.

— Prefiro vê-las na minha Casa, seja qual for... – disse Matt.

— Isabella Bell! – chamou a professora, e a menina que Matt viu no trem se adiantou trêmula ao banquinho.

— GRIFINÓRIA! – anunciou o chapéu.

                        A mesa da direita soltou um urro de comemoração quando Isabella veio sentar à mesa; Matt, ainda olhando para Isabella, disse:

— Mudei de ideia, já sei qual é a Casa em que quero ficar.

                        Guga olhou intrigado para ele, franzindo a testa, enquanto Hermione chamava outra aluna.

— Tainá Bletchley!

                        Uma garota com rosto inocente, olhos miudinhos e cabelo negro foi em direção ao chapéu.

— SONSERINA! – anunciou o chapéu; Tainá tirou o chapéu e foi correndo sentar-se ao lado de Luciana, que lhe deu um forte abraço.

— Não sei não, viu – disse Guga. – Estou ficando em dúvida sobre em qual Casa prefiro ficar.

                        Ele mirava esperançoso, a mesa da Sonserina, esperando que Tainá e Luciana o notassem.

— Acorda, é a Sonserina – disse Matt cutucando o primo com força no braço. – Ouvi dizer que lá só tem babões arrogantes.

                        Guga desviou com relutância o olhar da mesa da Sonserina; a professora Hermione chamou:

— Emília Bones!

                        Uma menina de cabelo cacheado com um rosto lindo e empertigado, como se fosse a dona do local, veio sentar no banquinho.

— LUFA-LUFA! – anunciou o chapéu; Emília abriu um sorriso pela primeira vez e recebeu os aplausos da Lufa-Lufa quando se sentou ao lado de Diana.

— Fernanda Boot! – chamou a professora. Uma garota meio bronzeada, de cabelo castanho, com mechas loiras, solto às costas, sentou-se no banquinho.

— CORVINAL! – anunciou o chapéu. A mesa da extrema direita aplaudiu pela primeira vez quando Fernanda veio sentar-se.

— Você viu o que eu vi? – perguntou Guga de repente.

— Acho que sim – disse Matt, assustado, mirando Fernanda.

— Dá pra acreditar... Reparou no tamanho da bunda dela? – disse Guga, também assustado.

— Reparei – disse Matt, assentindo. – Meio difícil não notar.

— Isso não é normal, uma garota de 11 anos com uma bunda dessas... – disse Guga, admirado.

— Chiara Cecchi! – chamou a professora; uma menina alta, loira, andando como se estivesse numa passarela, sentou-se no banquinho.

— CORVINAL! – bradou o chapéu; Chiara recebeu os aplausos da mesa da extrema esquerda ao sentar-se ao lado de Fernanda, que lhe deu um abraço carinhoso.

— Leonardo Corner! – chamou Hermione; um garoto forte, com o peito estufado e um pouco de pelos a mais no rosto, veio sentar no banco.

— CORVINAL! – anunciou o chapéu; a mesa da Corvinal bateu palmas animadamente quando Leo Corner veio se sentar com Chiara e Fernanda; Guga e Matt só puderam supor que eles já se conheciam do trem, pela forma com que conversavam animadamente.

— Mark Crabbe! – chamou a professora; um garoto gordinho, cara achatada, foi andando atarantado para o banquinho. O chapéu não levou 2 segundos para decidir.

— SONSERINA! – anunciou ele, e Mark foi sentar-se defronte a Tainá e Luciana, que deram sorrisinhos afetados ao garoto quando ele se sentou.

— Laura Creevey! – chamou Hermione; uma garota morena, de pele escura e cabelos rebeldes sentou-se no banquinho.

— SONSERINA! – anunciou o chapéu. Sob os aplausos dos novos colegas, Laura sentou-se com Mark, Luciana e Tainá.

— Letícia Davies! – chamou à professora, e uma garota, loira, alta, de olhos azuis sentou-se no banquinho.

— LUFA-LUFA! – anunciou o chapéu, e Letícia foi correndo sentar com Diana e Emília.

— Amanda Fawcett! – chamou Hermione; uma menina também loira e de olhos azuis e muito mais bonita do que Letícia, foi sentar-se no banquinho.

— CORVINAL! – anunciou o chapéu; Amanda foi sentar-se com Chiara, Fernanda e Leo, dando fortes abraços nos colegas novos.

— É, tecnicamente, as gatas vão mesmo para Corvinal – disse Guga.

— Mas isso não as impede de irem para as outras casas – disse Matt, seu olhar se demorando um pouco na mesa da Grifinória onde estava Isabella Bell.

— Eriberto Felton! – chamou por fim Hermione. Betinho, muito nervoso, que ficou entreouvindo a conversa de Matt e Guga até ser chamado, passou ao lado dos Weasley, e caminhou trêmulo para o Chapéu.

                        Hermione depositou o chapéu sobre a cabeça do garoto. Betinho, então, ouviu a voz do chapéu falando só para ele.

— Demonstra garra e muita vontade, ora, isso é interessante...

                        Mais agitado ainda, Betinho olhou para o irmão, para Matt e para Guga, e desejou ter coragem para aguentar aquele pequeno, porém duro julgamento.

— Ah, isto define tudo – exclamou o chapéu em tom conclusivo. – GRIFINÓRIA!

                        Betinho suspirou aliviado quando Hermione lhe retirou o chapéu, e ele correu para a mesa da Grifinória sob os assovios e aplausos dos veteranos, sentando-se defronte a Isabella. Thiago, seu irmão, aguardou...

— Thiago Felton! – chamou a professora; o irmão mais velho dos Felton rumou decidido, quase marchando, para o chapéu, como se sua vida dependesse disso.

                        Assim como o irmão, ele ouviu a voz sussurrante do chapéu em seu pé de ouvido.

— Hum, interessante, muito interessante. Tem mais vontade do que o irmão, e é decidido, mas também é honesto; eu diria até mais do que o irmão...

                        Thiago aguardou, começando a ficar nervoso e chegando a cruzar os dedos.

— GRIFINÓRIA! – foi um alívio para ele ouvir a voz alta do chapéu, ainda que lhe doesse um pouco nos tímpanos; Thiago correu para o lado do irmão e o cumprimentou.

— Diandra Fletcher! – chamou a professora, e uma das amigas de Rina, um tanto gordinha, veio até o chapéu.

— GRIFINÓRIA! – anunciou o chapéu; e a Grifinória, que há 5 minutos só tinha Isabella, ficou com 4 alunos novos, bem como as outras casas já os tinham.

— Júlia Fudge! – chamou Hermione; uma menina baixinha, de cabelo castanho excessivamente arrumado, andou cheia de estilo para o banquinho.

— CORVINAL!

                        Leo, Fernanda, Chiara e Amanda ficaram todos de pé, vibrando e aplaudindo, quando a amiga Júlia veio juntar-se a eles e à mesa da Corvinal.

— Luke Goldstein! – chamou Hermione; um menino de estatura mediana, de aparência séria e formal por trás de seus óculos de aro de tartaruga, sentou-se no banquinho.

— CORVINAL!

                        Pela primeira vez, os novatos da Corvinal não aplaudiram com entusiasmo o novo colega; cumprimentaram-no formalmente, mas quase o ignoraram, tanto que Luke Goldstein sentou-se do outro lado da mesa da Corvinal.

— Julius Goyle! – chamou Hermione; um garoto alto de cara amarrada foi sentar-se no banquinho.

— SONSERINA! – anunciou quase imediatamente o chapéu, e Julius foi sentar-se defronte a Tainá e Luciana, ao lado de Laura e Mark.

— Maílla Higgs! – chamou a professora; uma menina cujo cabelo cobria-lhe a testa e parte do rosto bonito se adiantou; tanto Guga quanto Matt acharam-na bonita, e se irritaram ao ver que a maioria dos novatos da Corvinal apontava para ela e dava risadinhas desagradáveis.

— GRIFINÓRIA! – anunciou o chapéu; Thiago e Betinho, que também a acharam bonita, aplaudiram Maílla com animação quando ela se sentou ao lado de Diandra, dando um forte abraço na amiga e agradecendo os cumprimentos de Isabella, Thiago e Betinho.

— Karol Jones! – chamou Hermione; uma menina alta, de olhos esverdeados, encorpada, rumou tranquilamente para o Chapéu.

— CORVINAL! – anunciou rapidamente o chapéu; Karol foi sentar-se à mesa e Fernanda, Chiara, Amanda, Júlia e Leo cumprimentaram-na euforicamente, abandonando a formalidade com que haviam tratado Luke.

— Kevynne Jones! – chamou Hermione; um menino alto, forte, bonito, de olhos verdes, muito parecido com Karol, rumou com a mesma tranquilidade para o banquinho.

— CORVINAL! – anunciou o chapéu; Kevynne saiu correndo para apertar a mão de Leo e receber o abraço forte da irmã e os cumprimentos carinhosos de Amanda e suas amigas.

— Nelson Longbottom! – chamou Hermione.

                        O filho de Neville Longbottom e Ana Abbott se adiantou; seu pai, professor de Herbologia, se empertigou na cadeira para olhar o filho. Seus olhos e o cabelo eram idênticos ao do filho.

— CORVINAL! – anunciou o chapéu; Neville, que esperava ver o filho na Grifinória ou na Lufa-Lufa, ficou surpreso, mas mesmo assim aplaudiu respeitosamente o filho. O mesmo foi feito pelos alunos novos da Corvinal; Nelson chegou a trocar algumas palavras com os gêmeos Jones, Leo Corner e com Amanda e suas amigas, mas resolveu sentar-se ao lado de Luke Goldstein e os dois começaram a conversar. Guga e Matt repararam que os outros novatos da Corvinal amarraram a cara para Nelson.

— Rina Lupin! – chamou a professora Hermione.

                        Rina, surpresa, se adiantou, passou pelos Weasley e rumou lentamente para o chapéu. Quase todas as suas amigas já haviam sido selecionadas; tudo o que ela queria era ficar ao lado delas, por isso, quando Hermione pôs o chapéu sobre sua cabeça, ela mordeu o lábio e fechou os olhos.

— Tem muitas qualidades aqui – disse o chapéu em seu ouvido. – Inteligência, astúcia, coragem, talento, mas também lealdade e sinceridade. Também há uma preocupação com as pessoas amadas, talvez seja um diferencial.

                        Rina segurou as bordas do banquinho e aguardou nervosamente.

— GRIFINÓRIA! – anunciou o Chapéu; Rina poderia ter gritado de alegria, mas preferiu gastar sua animação abraçando Maílla, Diandra e Isabella, enquanto Beto e Thiago a cumprimentavam.

— Rubi MacDonald! – chamou Hermione; um menino de cabelo castanho, curto, com a íris dos olhos castanhos parecendo ter um brilho avermelhado bem intimidador, foi sentar-se no banquinho.

— SONSERINA! – anunciou o chapéu após breve hesitação, e Rubi foi sentar-se sob os aplausos dos sonserinos. Luciana cumprimentou-o educadamente, mas os demais novatos praticamente o ignoraram, tanto que Rubi se sentou um pouco afastado deles.

— Fidel Malfoy! – chamou a professora, olhando bem o nome escrito no pergaminho antes de chamá-lo; um garoto de cara astuta, loiro, se adiantou para o banquinho. O chapéu não demorou mais do que 1 segundo para se decidir.

— SONSERINA! – Malfoy saiu correndo e apertou a mão de Julius, Mark e Laura, além de lançar gracejos para Luciana e Tainá. A loira não deu bola para o garoto, mas Tainá pareceu encantada com ele. Rubi e Malfoy não se deram nem ao trabalho de se olharem.

— Pedro Malcolm! – chamou a professora; um menino ao lado de Matt e Guga, loiro, de olhos azuis e o rosto sardento se dirigiu ao chapéu.

— GRIFINÓRIA! – anunciou o chapéu. Pedro correu alegremente e foi saudado por Thiago e Beto e cumprimentou Rina e suas amigas.

— Victor Marley! – chamou Hermione; um garoto cujo cabelo crescia para todos os lados, era mal cortado e sujo, foi até o banquinho.

— LUFA-LUFA! – anunciou o chapéu; Victor foi cumprimentado por Godrico e as garotas ao sentar-se, mas Guga e Matt repararam que as garotas fizeram cara de nojo quando Victor desviou os olhos delas.

— Paulo Martyn! – chamou Hermione; um menino de cabelo castanho curto e sinais no queixo sentou no banquinho.

— CORVINAL!

                        Desta vez os Jones, Leo Corner, Amanda e suas amigas não fizeram esforço nenhum para esconder a formalidade com que cumprimentaram Paulo Martyn, mas Luke e Nelson apertaram a mão de Paulo com animação quando ele veio sentar-se com eles.

— Inácia McMillan! – chamou a professora; uma garota alta, de olhos castanhos escondidos pelos óculos redondos foi sentar-se no banquinho.

— LUFA-LUFA! – anunciou o chapéu; Inácia partiu saltitando, alegremente, para a mesa, onde foi abraçada por Letícia, Diana e Emília.

— Diogo Mounth! – chamou a professora; um menino gordinho, olhos miudinhos, e rosto sardento foi sentar-se no banco.

— LUFA-LUFA! – anunciou o chapéu; Diogo partiu tranquilamente para a mesa, onde foi cumprimentado por Godrico e Victor.

— Marília Mustel! – chamou a professora; uma garota de expressão alegre, com um rosto que outrora devia ter tido várias sardas e olhos castanhos claros, Marília, a outra amiga de Rina, dirigiu-se ao Chapéu.

— GRIFINÓRIA! – anunciou o chapéu; Rina, que cruzara os dedos por de baixo da mesa, descruzou e aplaudiu animadamente quando Marília veio em sua direção, para depois dar um forte abraço na amiga, junto com Diandra, Isabella e Maílla.

— Mariana Nott! – chamou a professora; uma garota de cabelo castanho e mechas loiras, de olhos azul-esverdeados e rosto bonito (Guga cutucou Matt e murmurou: “Talvez valha realmente a pena ir para a mesma Casa que ela”) foi se sentar no banquinho.

— SONSERINA! – anunciou rapidamente o chapéu (Matt murmurou para Guga: “Acho que não vale mais a pena ir para a Casa dela”); Mariana foi sentar-se com Luciana e Tainá, que lhe abraçaram carinhosamente; Malfoy também fez uns gracejos para a garota, mas ela estava mais preocupada em falar com Rubi MacDonald, e Malfoy lançou olhares mortais ao garoto de íris vermelha.

— Luana Pucey! – chamou Hermione; uma menina de cabelo castanho, com uma linda tiara preta e olhos castanhos foi sentar-se no banquinho.

— SONSERINA! – anunciou o chapéu; Guga foi cutucar o primo, mas Matt fez sinal para ele ficar quieto e que já sabia o que o primo ia dizer. Luana abraçou Tainá, Luciana e Mariana e ainda cumprimentou Rubi, não dando atenção aos gracejos de Malfoy.

— Thomas Rhaséc! – chamou Hermione após conferir o nome duas vezes; um garoto alto, forte, bonito, de olhos castanho-esverdeados e cabelos negros dirigiu-se ao banco.

— LUFA-LUFA! – anunciou o Chapéu; Thomas foi cumprimentado por Godrico, Victor e Diogo e até pelas garotas (algumas o miravam com interesse).

— Juliana Smith! – chamou a professora; uma garota de cabelo mesclado, loiro com castanho, óculos redondos (e com uma bunda quase tão grande quanto à de Fernanda, como Matt fez questão de lembrar a Guga) se dirigiu para o banquinho.

— LUFA-LUFA! – anunciou o chapéu; Juliana partiu alegremente para a mesa da esquerda e foi abraçada por Emília, Diana, Inácia e Letícia – Godrico e Thomas também a cumprimentaram educadamente, fazendo a garota corar por um instante.

— Augusto Snape! – disse Hermione; assim como quando fora chamar Fidel Malfoy, ela checara várias vezes o nome antes de chamá-lo; Harry, Rony, Neville e a Profª McGonagall também apertaram os olhos para ver Augusto, um garoto de média estatura, nariz arrebitado e rosto um tanto encovado, sentando no banquinho do chapéu.

— SONSERINA! – anunciou o chapéu sem hesitar; Augusto foi sentar-se defronte a Rubi, que sorriu para o novo colega, e Augusto, satisfeito, retribuiu; Malfoy também o cumprimentou com alguma formalidade, mas Luana, Luciana e Mariana saudaram Snape animadamente.

                        Agora só restavam Matt, Guga e um garoto pequeno, loiro, de olhos verdes, que tremia nas bases ao lado dos Weasley.

— Nigel Wander! – chamou a professora; o menino quase deu um salto no mesmo lugar, e saiu marchando para o chapéu; parecia um pinguim. Quando pôs o chapéu, sua cabeça desapareceu dentro dele.

— LUFA-LUFA! – anunciou o chapéu; Nigel se assustou, mas quando Hermione retirou-lhe o chapéu, ele saiu correndo, feliz, para a mesa, onde Godrico, Thomas, Diogo e Victor o cumprimentaram.

                        Matt olhou para Guga. Guga olhou para Matt. Agora só haviam os dois Weasley na fila, esperando para serem selecionados.

                        Uma sensação de frio encheu os Weasley, que ficaram decididamente nervosos. À mesa da Grifinória, todos os seus primos, Weasleys e Potters, observavam os dois, ansiosos; Thiago e Betinho também aguardavam na torcida.

— Gustav Weasley! – chamou Hermione.

                        Guga se assustou, e Matt também: quase tinha se esquecido de qual era o nome de Guga. Este foi andando para o chapéu como se andasse para a forca; demorou alguns segundos porque andava devagar, mas ainda assim pareceram várias horas de caminhada. Porém, ao mesmo tempo em que o nervosismo tomava conta de ambos, outra sensação, a de triunfo, com alívio, com felicidade, tomou conta deles: quase todas as mesas estavam totalmente ocupadas, mas havia uma mesa com dois lugares vagos, e era grande a certeza de que era para lá que eles iriam; tudo isso eles sentiram na fração de segundo que levou para Hermione, dando um rápido sorriso para o sobrinho, depositar o chapéu na cabeça de Guga.

— Essa não, outro Weasley? – sussurrou o chapéu em tom quase choroso. – Parece muito óbvio o seu destino... GRIFINÓRIA!

                        Guga suspirou aliviado; Hermione sorriu para ele e indicou-lhe a mesa dos professores; Harry e Rony aplaudiam de pé o sobrinho – Rony chegou a levantar o polegar para Guga, mas baixou-o rapidamente ao ver o olhar de Hermione – Guga abriu um sorriso e correu para a mesa da Grifinória; foi saudado por Pedro Malcolm, Marília Mustel e Rina Lupin, e abraçou Thiago e Betinho sem se importar.

                        Agora só restava Matt. Após a euforia por Guga ter se tornado um grifinório ter passado, ele sentiu os olhares dos parentes e da mesa da Grifinória convergirem para ele.

— Matthews Weasley! – chamou Hermione, e deu um rápido sorriso ao sobrinho quando Matt se dirigiu ao chapéu. No caminho, ele olhou de relance a mesa da Grifinória. Seus primos haviam permanecido em pé; Guga pediu a Thiago e Betinho para cruzar os dedos, apesar de a certeza já ser espantosamente grande tanto para eles quanto para Matt, e o garoto pensou ter visto Isabella Bell esconder a mão com os dedos cruzados de baixo da mesa...

                        Matt sentou-se e Hermione pôs o chapéu. Num primeiro momento, ele não ouviu nada, pois o chapéu lhe cobria as orelhas.

— O que é isso, outro Weasley no mesmo ano? – exclamou o chapéu, parecendo assustado. – Não preciso dizer mais nada, não é? GRIFINÓRIA!

                        Matt quase gritou de alegria; virou-se e viu Harry e Rony aplaudindo-o de pé assim como haviam feito com Guga; Hermione lhe deu outro sorriso e mandou-o à mesa da Grifinória. Matt apertou as mãos de Pedro Malcolm, Rina Lupin e Marília Mustel (que balançou animadamente a mão do garoto), e abraçou Thiago, Betinho e o primo, o colega de infância, seu primeiro amigo além dos irmãos, e que iria lhe acompanhar pelo resto da carreira escolar. Matt e Guga sentiram alguém cutucando suas costas e depararam com seus primos; James, Hugo e Louis apertaram suas mãos; Albus aplaudia eufórico; Nic, Lucy, Molly, Flavia, Rose e Lílian assobiavam animadamente, fazendo graça, para os primos; e o monitor do trem, que agora eles reconheciam como Will Stick, filho de Matt Stick e amigo de James, segurava seus ombros e os parabenizava.

                        Hermione enrolou o pergaminho e ia recolher o chapéu, mas este disse:

— Um momento, prof.ª Weasley. Deixe-me fazer as apresentações para a escola.

— Hm, como queira – disse Hermione, curvando-se levemente para o chapéu e indo falar com a diretora. McGonagall assentiu, e Hermione dirigiu-se aos alunos.

“Um minuto de sua prezada atenção, queridos”, disse ela, e toda a algazarra na mesa da Grifinória e as conversas nas outras mesas cessaram. “O Chapéu Seletor deseja dizer algumas palavras a todos...”