O palacio cor de rosa - Uma visita ao passado escrita por dreamy nerd


Capítulo 2
O fim


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem com voces? Espero que sim. Também estou otima, caso alguem queira saber.
Boa leitura dessa segunda e ultima parte.



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Quando Minerva acordou naquele dia sentiu que algo estava diferente. Mas o que seria? O dia estava tao nublado quanto o dia anterior, o seu pai continuava tao ocupado com o trabalho quanto sempre era, sua mãe continuava pintando quadros e mais quadros e a casa continuava tao silenciosa como sempre.

Tirando o fato de Miriam não parava de sorrir um minuto que fosse. Mas afinal o que ela tanto sorria? – Perguntou-se Minerva já incomodada.

— Minerva você sabe guardar um segredo? – Miriam perguntou ao final do dia quando já tinham terminado de jantar e já estavam as duas na sua cama prontas para dormir.

— Que tipo de segredo? – Minerva perguntou desconfiada.

— Sabes ou não sabes? – Ralhou Miriam impaciente. Então Minerva assentiu ainda desconfiada e Miriam finalmente contou a razão de sua felicidade. – Nós temos uma outra mãe.

E a medida que Miriam contava sobre sua outra casa e sua outra família mais desacreditada Minerva ficava.

— … então ela me deixou comer mais alguns biscoitos e depois nosso outro pai começou a tocar piano enquanto eu e a outra mãe dançávamos e cantávamos alto, foi perfeito. – Miriam terminou finalmente.

— Oh Miriam não podes acreditar em sonhos, eles não são reais. – Explicou Minerva achando graça da inocência da irmã.

— Não são sonhos e eu posso provar. Vem comigo. – Então Miriam agarrou Minerva pelo braço e apos conferir que seus pais dormiam desceu rapidamente as escadas e abriu a pequena porta da sala.

—  porque vamos para a galeria da mãe? – Perguntou Minerva Confusa, ela estava cansada e com sono e sem paciência nenhuma para as loucuras da irmã.

— Não vamos para a galeria. Agora fica quieta e segui-me. – Ordenou Miriam enquanto andava apressadamente pela passagem parando apenas para verificar se sua irmã realmente a seguia.

Mais alguns passos e finalmente Miriam pôde ver a outra portinha e sentiu a felicidade inundar-lhe o coração.

— Outra mãe, outro pai cheguei! E dessa vez trouxe Minerva assim como combinamos. – Miriam gritou pela casa arrastando Minerva pela mão ate a cozinha.

Minerva estava chocada. Como é que tinham lá parado?

— Miriam, voltaste! – Exclamou a mulher que era uma copia de sua mãe a não ser pelos botões no lugar dos olhos e pelo grande sorriso caloroso que trazia, diferente da cara sempre triste que sua mãe verdadeira tinha. –

Apesar de assustada e chocada com tudo aquilo Minerva não pôde deixar de se encantar com tudo aquilo.

As coisas eram tao diferentes da sua casa de verdade. O outro pai não passava uma hora sequer trabalhando e a outra mãe só pintava quadros alegres e nem mesmo se chateava quando uma das duas quebrava algum item da casa.

Aos poucos as duas irmãs foram se apaixonando cada vez mais pela sua outra vida que rezavam para que o dia terminasse logo para que pudessem passar pela pequena porta. Tinham brinquedos, doces, livros e muito amor, aquela era a vida que sempre sonharam. Minerva estava muito feliz como a muito não ficava por isso fazia de tudo para ignorar a estranha sensação de incomodo que ela sentia.

Noite apos noite elas visitaram a casa ate que um dia a outra mãe lhes surpreendeu com uma proposta.

Elas poderiam ficar ali para sempre desde que permitissem que lhes fossem costurados botões no lugar dos olhos, tal como todos daquela casa.

— Não será maravilhoso? Viverão aqui para sempre e poderemos brincar juntas todos os dias. – Disse a outra mãe feliz.

Mas se era tao maravilhoso porque Minerva se sentia tao assustada? Colocar botões no lugar dos olhos parecia doloroso.

— Podemos pensar? – Ela pediu ainda olhando fixamente para a caixa em cima da mesa que continha os botões.

— Claro meu amor, vou deixa-las sozinhas por um momento para pensarem, enquanto isso vou preparar um bolo delicioso para comemorarmos. – A outra mãe disse com um sorriso alegre e calmo, mas tamborilando os dedos na mesa de forma impaciente.

Então parecendo contrariada ela se levantou e deixou as duas irmãs sozinhas.

— Não é maravilhoso? Ficaremos aqui para sempre! – Gritou Miriam saltitando pela sala. – Não sei porque pediste tempo para pensar, a resposta é obvia.

— Costurar botões é com agulhas Miriam, com certeza vai doer muito. Alem do mais não podemos ficar aqui para sempre, e a mãe e o pai? –

— Não vai doer nada Minerva, a outra mãe não faria nada para nos machucar. Diferente da nossa mãe e do nosso pai que só sabem discutir e trabalhar. – Miriam respondeu zangada. Porque é que Minerva estava duvidando da outra mãe? Logo ela que tinha sido tao bondosa com elas.

— Eles são adultos Miriam, tem de trabalhar. Podem ate não ser os pais mais amorosos do mundo, mas são nossos verdadeiros pais por isso não podemos abandona-los para sempre. – Explicou Minerva sentindo um mau pressentimento sobre tudo aquilo.

Mas antes que Miriam pudesse rebater qualquer coisa o miado de um gato as assustou. Como aquele gato tinha entrado na casa? E não existia nenhum gato na sua casa de verdade.

— Se eu fosse eu não ficava aqui. – O gato falou com uma voz meio grave as assustando ainda mais.

— Quem é você? E como é que você pode falar, gatos não falam. – Miriam perguntou se escondendo parcialmente atras de Minerva.

— O que importa não é quem eu sou, mas quem aquela mulher é. – Respondeu o gato andando preguiçosamente pela casa.

— A outra mãe? – Perguntou Minerva em duvida.

— Ela não é nada parecida com as outras mães que eu conheço. E se eu fosse vocês, não ficaria aqui por nem mais um minuto, a bela dama logo chegará e estará faminta. – Explicou o gato.

— Como é possível? Nós acabamos de jantar. – Disse Miriam confusa.

— Com certeza não é desse tipo de comida que a bela dama se alimenta. O que é um bolo comparado a vida de duas crianças cheias de amor? – Respondeu o gato em tom de voz ligeiramente zombador. – Apressem-se, pois, ela se aproxima.

— Você ouviu o gato Miriam, temos que ir. – Minerva avisou sentindo o desconforto do seu mau pressentimento aumentar cada vez mais.

— Você vai acreditar em um gato falante em vez da nossa mãe? – Miriam perguntou zangada.

— Ela não é nossa mãe Miriam. Nossos pais estão em casa, na nossa verdadeira casa. Eles podem ter os seus problemas, mas com certeza nos amam, os adultos simplesmente têm mais dificuldade em mostrar esse amor. E mesmo que eles não sejam tao bons nós sempre teremos uma a outra.  – Minerva explicou sentindo o coração apertado e seus olhos se encherem de lagrimas. – Vamos para casa irmã.

— Eu já estou em casa, na casa onde me amam de verdade. Você deveria ser menos ingrata e agradecer a mãe. – Miriam respondeu seca. – Eu não vou voltar.

Nesse momento escutaram a voz da outra mãe e seus passos cada vez mais perto. E pela primeira vez em muito tempo Minerva não seguiu sua irmã em mais uma loucura, ela agarrou ao gato e rapidamente entrou pela pequena porta e fechou-a.

Minerva atravessou rapidamente a pequena passagem e só parou quando finalmente chegou em sua verdadeira casa. Pousando o gato no chão da sala ela fechou a porta e observou que o sol já tinha nascido.

Nunca tinham demorado tanto no outro mundo.

Ela então gritou pelos seus pais, chamou-os com toda sua força e aos soluços contou toda a historia apenas para ver seus pais sorrirem achando que tinha sido apenas uma historia inventada.

Depois de algumas buscas o senhor e senhora Lovat constaram que Minerva tinha inventado tudo aquilo e que Miriam estava apenas brincando ou que tinha fugido de casa, mas que voltaria tao logo sentisse fome.

Mas embora Minerva não tivesse ficado lá na outra casa por tempo suficiente para ouvir os gritos de horror de sua irmã e para ver a agulha furar-lhe a carne dos olhos para colocar os botões e sugar-lhe para sempre a vida Minerva sabia do fundo do seu coração que sua irmã nunca mais voltaria.

E então ela chorou… chorou por sua irmã, chorou pela crueldade da vida, chorou, pois, embora soubesse que tinha feito a escolha certa temia que sua irmã estivesse certa e seus pais não a amassem e ela estava sozinha no mundo.

Sozinha porque uma bruxa tinha roubado sua metade da fruta.  

E então caro leitor Minerva cresceu, seus pais morreram e ela construiu sua própria família, mas mudou-se para o pequeno chalé mais ao fundo da floresta alugando o Palácio cor de rosa em partes e selando a passagem, ela então fechou a pequena boneca em um baú junto com todas as suas memorias e nunca mais entrou no palácio cor de rosa.

Mesmo assim, as vezes durante a noite Minerva Lovat jura que pode ouvir a voz da outra mãe lhe chamando e um pequeno barulho de alguém batendo na pequena porta.

Antes do fim caro leitor, permita-me que eu lhe dê um conselho: nem tudo que reluz é ouro e nem todos os sorrisos são sinceros, mas principalmente nunca confie em belas damas…  


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que tenham gostado porque gostei muito de a escrever, comentem e me mandem uma mensagem caso queiram porque adoro jogar conversa fora.
Irei revisar a historia assim que possivel e caso sinta saudades minhas pode sempre ir na minha conta e procurar alguma historia.
Caso se interessem em historias da mesma vibe que essa tenho uma oneshot da sininho ( Tinkerbell) que tem essa mesma aurea mais sombria digamos assim. ~
Um beijo e até a proxima!



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