O palacio cor de rosa - Uma visita ao passado escrita por dreamy nerd


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Sou do tipo que assistia sempre Coraline quando era criança e morria de medo mas assistia mesmo assim porque a historia é muito cativante e sempre me fez pensar em varias coisas. Dai surgiu a ideia de fazer uma historia sobre a avó do Wybie porque caso lembram ela tinha uma irmã gémea ( uma das almas que ajudou Coraline)
Caso voce nao tenha visto o filme vai conseguir entender a historia mesmo assim porque ela se passa anos antes dos eventos da historia original mas depois que terminar de ler e de comentar corre lá para ver o filme porque ele é muito bom.



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Anos antes dos eventos de Coraline e o mundo secreto

Para todos os moradores da cidade de WillWood - em especial as crianças - o palácio cor de rosa, uma grande casa que ficava um pouco afastada do resto e perto da floresta e dos limites da cidade, aparentava ser ao longe igual as casas de bonecas que se vendiam na loja de brinquedos da rua cinco perto da biblioteca.

A casa era toda rosa com pequenos detalhes em branco e um jardim nos fundos que lhe dava um ar mesmo charmoso, pelo menos costumava dar quando o jardim estava em seus anos de gloria. Mas atualmente, sem flores e com as plantas murchas o jardim contribuía para que quem olhasse de perto achasse que o lugar possuía um ar sombrio.

Quem em nome de Deus moraria numa casa tao assustadora? – Perguntavam-se as crianças. Era longe do resto das casas e construções da cidade, ficava rodeada pela floresta cheia de arvores grandes que não deixavam que o sol penetrasse direito e acima de tudo ficava perto do poço “amaldiçoado”.

Ninguém da cidade se lembrava de quem tinha cavado aquele poço, mas todos sabiam que era amaldiçoado. Todas as historias dos antepassados dos moradores da cidade garantiam que antes do poço secar qualquer um que tivesse bebido de suas aguas morreu ou simplesmente desapareceu de forma misteriosa. Por essa razão ate aqueles dias ninguém olhava para o poço com bom olhos e todos cuspiam no chão para afastar os males sempre que o poço era mencionado. E pior, diziam que ele era tao fundo que se alguém caísse lá dentro e olhasse para cima conseguiria ver as estrelas mesmo que fosse de dia.

Depois de tudo isso creio que todos acham que o palácio cor de rosa é desabitado não é mesmo? Pois estão todos errados.

No Palacio cor de rosa vivia uma família. Daquelas mesmo tradicionais.

O senhor e a Senhora Lovat eram herdeiros tanto daquela casa quanto de um chale que ficava mais ao fundo da floresta e quase não era usado. Aquelas propriedades estavam na família a mais de 100 anos e não seriam apenas algumas historias bobas sobre poços amaldiçoados e florestas sombrias que impediram o senhor Lovat de criar suas duas filhas na mesma casa em que ele crescera e passara toda sua infância.

As suas duas filhas, gémeas idênticas, Minerva e Miriam diferente de todas as outras crianças da cidade não tinham medo nenhum do palácio. Aquela era sua casa, seu lar.

Juntas elas exploravam cada parte daquela imensa casa e se divertiam criando historias malucas para cada um daqueles moveis velhos que as vezes cheiravam a mofo.

Mas apesar de se divertirem muito naqueles momentos sua vida não era fácil. A vida raramente é…

Com um pai ambicioso e avarento que quanto mais trabalhava e mais dinheiro ganhava muito mais queria e uma mãe infeliz com seu casamento que passava a grande parte do seu dia pintando grandes e melancólicos quadros que representavam seu estado de espirito as irmãs Lovat passavam a maior parte do seu dia sozinhas.

Diziam as más línguas que a Senhora Lovat tinha perdido a cabeça a muito tempo devido a tristeza do seu coração e que o dinheiro tinha enlouquecido o senhor Lovat. Diziam também que a loucura era um mal de família, logo se esperava que as filhas também fossem loucas o que fazia com que não tivessem nenhum amigo na cidade.

Tudo que as gémeas tinham eram elas mesmas, dois pedaços idênticos de uma mesma fruta e que se completavam. Mas talvez não fossem tao idênticas assim.

Miriam representava tudo que uma criança de oito anos deveria ser, alegre, risonha e muito saltitante. Vivia sonhando acordada e detestava o silencio mortal que a casa sempre se encontrava, por vezes sentia-se ao ponto de sufocar com tanto silencio.

Enquanto que Minerva era… diferente. As pessoas raramente sabiam como descrever Minerva e saber o que ela pensava, seus próprios pais já tinham desistido a muito tempo. Pensativa demais para alguém que tinha apenas oito anos ela costumava embarcar em todas as aventuras que sua irmã a propunha apenas para que está ficasse feliz. Com certeza o que as unia era o amor que sentiam uma pela outra.

A única hora do dia em que Minerva e Miriam tinha a companhia de verdade dos seus pais era na hora do jantar, era uma tradição de sua família jantar todos juntos. E era nessa hora que Miriam despejava com alegria todos os acontecimentos de seu dia e Minerva olhava com raiva a indiferença dos seus pais para com ambas.

Diferente de Miriam Minerva sabia que os únicos momentos em que seus pais olhavam verdadeiramente para elas era quando pretendia dar-lhes um curativo por terem feito algo de errado.

Dez chicotadas para quando danificassem algum quadro de sua mãe ou qualquer item valioso da casa e cinco chicotadas caso dessem algum gasto que não fosse extremamente necessário. Apenas as três refeições do dia e uma roupa do corpo eram consideradas necessárias para as crianças. Ate mesmo as fitinhas cor de rosa que enfeitavam suas tranças tinha sido feita com retalhos velhos de um antigo vestido da mãe.

Brinquedos? Podiam sempre fazer com pedras e galhos. E foi por essa razão que quando naquele dia na hora do jantar quando seu pai lhes entregou uma boneca ambas ficaram surpresas.

— Para nós? – Perguntou Miriam feliz enquanto desembrulhava avidamente o presente.

— Encontrei está bugiganga velha nas coisas de minha falecida mãe e resolvi não jogar fora, ela sempre teve uma estranha fixação por bonecas e tenho certeza que amaldiçoaria meus negócios caso eu jogasse essa fora. – Respondeu o homem enquanto comia suas batatas.

Quando abriram o pacote veio a segunda surpresa daquele dia, a boneca era idêntica a elas. Talvez com exceção dos olhos feitos com botões.

— Olha Min, tem ate mesmo nossas fitas no cabelo. – Gritou Miriam entusiasmada recebendo logo em seguida um olhar repreendedor da mãe.

— Vão logo brincar com essa tralha no quarto, o cheiro de velho esta começando a piorar minhas enxaquecas. – Ordenou o pai com voz grossa fazendo com as duas meninas se levantassem rapidamente e se dirigissem para o local ordenado.

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Passados alguns dias nada tinha mudado, a não ser talvez pela nova integrante da família Lovat.

A bonequinha, apelidada de Mimi, tinha se tornado a companhia predileta de ambas as irmãs. Por isso naquela madrugada enquanto ouvia a voz de seus pais gritarem alto em mais uma de suas inúmeras discussões Miriam agarrou forte na pequena boneca de pano enquanto desejava que Minerva acordasse e lhe fizesse companhia.

Porque a irmã tinha de ter o sono tao pesado?

Decidida a se afastar o máximo do barulho Miriam desceu as escadas e se refugiou em um dos sofás da sala enquanto encarava o mais novo quadro de sua mãe.

Uma criança triste que segurava o cone de um sorvete que tinha acabado de cair e vestia-se todo de azul. A paisagem do quadro parecia totalmente alegre contrariando assim o humor que o pequeno rapaz carregava. Aquele quadro simplesmente não parecia certo para Miriam.

Porque a criança não comprava outro sorvete e ficava contente? Porque os pais da criança não o consolavam? Porque seus próprios pais brigavam tanto e não a consolavam? Porque a vida insistia em ser tão triste?

A cabeça de Miriam estava cheia de tantas perguntas sem resposta e ela não conseguia entender nenhuma delas. Seus pensamentos estavam baralhados porque ela ainda conseguia ouvir o barulho de seus pais mesmo no andar de baixo.

Então ela teve a ideia de ir para o outro lado da enorme casa, o lugar onde sua mãe usava de deposito para seus materiais e suas telas e servia também como uma galeria. A casa era tao grande que haviam apenas duas formas de chegar ao deposito: ou pelo lado de fora da casa, teriam que sair de casa e descer uma pequena escada ou então quem fosse pequeno o bastante (ou um adulto que estivesse disposto a fazer muito esforço) poderia passar pela pequena porta que ficava na sala e disponibilizava uma passagem.

Normalmente todos da casa usavam a primeira opção, mas por causa da hora Miriam decidiu atravessar a passagem. Quando abriu a porta o caminho lhe parecia estranho.

Não se lembrava de a passagem ser assim longa ou do caminho ser tao estranho. Mas mesmo assim atravessou engatinhando rapidamente devido as teias de aranha.

Quando chegou ao outro lado ficou perplexa ao notar que tinha ido parar exatamente no mesmo lugar, em sua sala de estar. Mas as coisas estavam diferentes.

A sala, assim como toda a casa, parecia toda iluminada e os barulhos dos gritos dos pais tinham sido trocados por uma animada melodia que vinha da cozinha. Como era possível que ela estivesse em um lugar tao igual, mas ao mesmo tempo tao diferente de sua casa?

Ate mesmo o quadro da sala tinha sido trocado por um com o mesmo rapaz, mas que agora carregava um sorriso feliz e se encontrava no meio de duas pessoas que eram claramente seus pais.

De repente um cheiro maravilhoso invadiu a sala fazendo Miriam notar o quão faminta estava. Não tinha jantado porque odiava sopa e por isso tinha ido para a cama com fome.

Guiada pela sua barriga ela seguiu ate a cozinha onde encontrou sua mãe de costas mexendo algo em uma grande tigela azul. Aquilo eram panquecas?

Quando sua mãe se virou Miriam pulou de susto. Aquilo eram botões no lugar de seus olhos?

— Miriam! Ainda bem que você chegou, estávamos todos esperando você. Porque não trouxe a Minerva também? – A voz era animada e melodiosa, a pequena Lovat nunca tinha ouvido nada parecido vindo de sua mãe.

— Você não é minha mãe. – A garota afirmou sabendo que estava certeza. – E esta não é minha casa.

— Mas é claro que sou sua mãe bobinha. – A mulher respondeu gargalhando suavemente fazendo com que Miriam também quisesse rir. – Eu sou sua outra mãe. 


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Notas finais do capítulo

E foi isso, espero que tenham gostado e que comentem muito. A proxima parte logo será postada e farei mais uma revisão assim que puder.
Ate logo!



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