Superfície ➶ B. Swan escrita por Woodsday


Capítulo 2
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Reid Dale.

❝Foda-se Bells, eu não sou rico ou bonito como ele. Mas porra, eu te amo, eu te amo mesmo e eu sempre vou enfrentar a merda que for ao seu lado. Eu não vou fugir.

 

❝Bella, escute, eu não sou como aqueles caras. Eu não vou te cercar e te impor uma decisão. Você sabe onde me encontrar.❞

xx

— E ai, passarinho?! — Bella pulou ao dar de cara com Reid à sua frente, suas bochechas coraram quando ela abriu a boca para falar e a fechou logo em seguida. Ela não sabia exatamente o que dizer, deveria se desculpar pelo papel de maluca da noite passada ou simplesmente agir como se nada tivesse acontecido? — Não precisa se preocupar com ontem. — Reid continuou, como se soubesse exatamente qual o dilema em que ela estava. — Você sabe, às vezes todo mundo tem que dar uma surtada.

— Eu não surtei. — Bella arqueou uma sobrancelha, se defendendo e Reid riu. Um som rouco escapando da sua garganta e Bella parou, encarando-o pela primeira vez. Apesar do seu tom defensivo, um pequeno sorriso surgiu em seu rosto.

Reid tinha um cigarro na ponta dos dedos, ela odiou o cheiro daquela coisa, mas ele estava bonito. Os cabelos negros estavam espalhados pela testa, uma camisa xadrez por baixo da jaqueta jeans e coturnos marrons, além dos jeans rasgados. Se impressionou com tão pouca roupa ele estava usando, embora o inverno já tivesse acabado, ainda fazia frio em Forks.

— Você meio que deu uma surtada. — Reid ergueu a alça da mochila, acompanhando os passos lentos de Bella. — mas foi legal, bem maneiro. — ele continuou e Bella o encarou incrédula, Reid riu finalmente. — Eu tô pegando no seu pé, mas quero dizer, eu meio que vi você dando uma de zumbi, the walking dead, sabe? Foi legal, você se agitar. Devia fazer mais vezes. — ele disse antes de dar alguns passos para trás, acenando. — A gente se vê, passarinho. 

— Não vai para a aula? 

Reid Dale estralou os lábios com um sorriso, enquanto jogando o cigarro no chão. — Hã, não. Tem coisas mais legais pra fazer. Tá afim? 

— Hum, não, obrigada. — Bella corou quando Reid a encarou malicioso, como se soubesse que essa seria exatamente a sua resposta.

Ele suspirou teatralmente, acenando com dois dedos enquanto se virava e Bella encarou confusa às costas torneadas de Reid Dale. Que maluquice, ela nunca imaginou que ele voltaria a falar com ela tão rápido. 

As aulas daquele dia passaram rápido demais, não que Bella estivesse de fato prestando atenção. Ela passou a maior parte do tempo presa em um romance que encontrou nas coisas de Charlie no dia anterior, ela não sabia de fato de quem era, mas estava gostando da história porca de um casal que conhecia e se apaixonava profundamente, algo sobre uma casinha com cerca e um cachorro bonitinho.

Desde que conheceu os Cullens, qualquer coisa normal e humana pareceu desinteressante para Bella. Ela sabia que isso não era muito saudável, mas na verdade, tudo que ela sempre quis foi viver algo extraordinário que a fizesse sentir parte de alguma coisa, então de repente, ela é parte de uma família linda, doce e cruel. 

Não parecia certo, de forma nenhuma. De repente, a casinha e o cachorro pareciam mais saudáveis, felizes e promissores.

Quando Charlie chegou para o jantar naquele dia, não parava de reclamar sobre um adolescente que havia se acidentado na rodovia principal. Ele reclamava incessantemente sobre o quão irresponsável o garoto fora e que quase se matara em o que Charlie achava ser uma corrida clandestina. 

Em Forks! Quem diria que existia esse tipo de coisa na pequena e pacata Forks?

— Hum, pai? 

Charlie ergueu o rosto, quase surpreso por Bella estar começando uma conversa e ela se amaldiçoou pelo que estava sujeitando o próprio pai. Naquele dia, ela havia tentado passar um corretivo nas olheiras e um pouco de cor nas bochechas, alguma coisa que lhe tirasse a aparência pálida e doentia. Mas ela sabia que também estava muito mais magra do que dois meses atrás e que Charlie não estava convencido da sua sanidade mental. Não que ela pudesse culpá-lo por isso.

— Sim, Bells?

— Sobre esse adolescente, ele está bem?

Seu pai a encarou desconfiado, mas Bella supôs que ele estava mais contente por ela parecer interessada em algo, do que preocupado por esse algo ser justamente um delinquente.

— Está. — rugiu de má de vontade. — Ele está no hospital de Forks, vai ficar de molho por algum tempo, felizmente. Bom pra aprender.

— Hum. O senhor sabe o nome dele?

— Porque está interessada, Bells? — a sobrancelha grossa de Charlie se ergueu e Bella deu de ombros, com sua melhor expressão de desentendida. — Não se meta com esse tipo de gente.

— Na verdade, pai, é porque houve um boato na escola. Eu só queria confirmar. 

— Hum. — Charlie murmurou novamente e Bella quase sorriu, achando graça da indecisão dele. — É o garoto mais novo dos Dale, aquela família irresponsável. A mãe se quer apareceu no hospital, acredita? Só a irmã. Outra irresponsável.

Bella não comentou mais nada à respeito e não soube de Charlie ficou aliviado ou arrependido pela conversa. No entanto, no dia seguinte durante à escola, ela não pôde deixar de olhar ao redor procurando pela presença marcante das botas marrons de Reid. Enquanto sentava na mesa do almoço com os amigos, outra vez tentando ser vivaz e animada, Bella encontrou os olhos tempestuosos da garota do outro lado do salão. 

Ela a encarava com igual interesse e Bella não a conhecia, mas fazia ideia de quem ela era. Os cabelos eram negros, na altura dos ombros, ela não parecia mais alta que Alice, apesar do corpo ser mais curvilíneo e quando ela arqueou a sobrancelha para Bella e sorriu, ela entendeu quem era a garota. 

— Ei, Angela, quem é aquela garota?

Angela olhou por cima do ombro antes de sorrir. — O nome dela é Brooklyn Dale, ela está no primeiro ano, eu acho.

— Brooklyn como o bairro?

Angela sorriu com graça. — É, legal não é? Ela sempre fica sozinha na dela, mas parece interessada em você. 

— Acho que Bella agora vai começar a andar com esse tipo de gente. — Jéssica alfinetou, recebendo olhares interessados da mesa inteira. — Ontem ela parecia bem contente na garupa de Reid Dale.

— Reid Dale? — Angela sorriu pra ela com os olhos animados, um interesse inocente e Bella sorriu, corando. — Sério?

— Na verdade, foi só uma volta. — ela deu de ombros, não sentindo a necessidade de se justificar para ninguém na mesa, nem mesmo Mike que a encarava ofendido. Como se tivesse todo o direito sobre ela, agora que a maior competição havia saído de cena. — ele parece legal. 

— E é mesmo. — Angela confirmou baixinho. — Reid e Brooklyn Dale frequentam a mesma igreja que eu e minha mãe. Eles são boas pessoas, apenas... Não tiveram muita sorte.

Bella assentiu silenciosa, ela entendia o que era não ter sorte, mas não imaginava como devia ser não tê-lo na própria família.

Naquele dia, após a aula Bella seguiu reto pelo caminho que levava à sua casa e foi direto para o hospital de Forks, seu coração se apertou ao estacionar em frente à entrada. O hospital evidentemente a fazia lembrar de Carlisle Cullen e ela realmente sentia muita falta de todos eles, não só de Edward. 

Independente das emoções brutas e doloridas, Bella saudou a recepcionista que prontamente indicou a ela onde encontrar Reid e constrangida, Bella procurou pelos números dos quartos encontrando o 325 no fim do corretor com Brooklyn Dale encostada sobre a porta.

A garota a olhava como se fosse lhe dar um soco e certamente ela poderia. Estreitando os olhos quando interceptou o caminho entre Bella e a porta, Brooklyn Dale era assustadora.

— Dá fora, passarinho. 

Bella franziu o cenho para o apelido que Reid também usava e suspirou, agarrando a alça da mochila e tentando não parecer insegura. 

— Eu queria ver o Reid.

— Só dá o fora. — Brooklyn murmurou irritada. — Ele não é seu tipo, beleza? Você também não é o dele.

— Olha, Brooklyn... 

— Só Brooke.

Bella assentiu. — Certo, Brooke, eu não quero nada demais. Eu só quero ver se ele está bem, fazer uma companhia. Eu não vejo ninguém além de você aqui, que mal faz? 

— Porquê? 

— Seu irmão foi muito legal comigo ontem, eu só quero retribuir. 

Brooklyn suspirou antes de descruzar os braços e assentir, ela parecia realmente cansada e Bella sugeriu que ela fosse tomar um café e descansar de alguma forma. A garota ainda parecia desconfiada quando deu às costas para Bella.

Ela entrou no quarto, encontrando Reid com o braço engessado, além da perna enfaixada e algumas hematomas em seu rosto. Um suspiro escapou dela, quando se sentou ao lado da cama encarando os cabelos negros e a barba rala no rosto pálido de Reid. Ele usava uma camisa regata, o que deixava à mostra as tatuagens grandes e indecifráveis, além dos músculos fortes e das marcas de arranhões que o asfalto deixara.

— Me admirando, passarinho? — ele questionou e Bella ergueu os olhos, corando. Só então notando que estava sendo observada. — E ai, você também visita doentes nas suas horas vagas?

Bella sorriu. — Na verdade, só aqueles que já me viram surtando. 

— Oh, então você admite. — ele brincou abrindo um sorriso malicioso. — Não me olhe assim, querida, eu estou ótimo.

— Você parece bem machucado. — Bella ignorou o apelido deliberadamente. — Corrida clandestina, hein?

Os olhos de Reid se arregalaram em surpresa. — Como soube disso?!

— Na verdade, eu sou a filha do chefe de polícia. — Bella deu de ombros. — As notícias chegam em primeira mão.

Reid riu, erguendo o braço bom e passando os dedos nos cabelos pretos. — Ah, eu sabia que você era uma coisinha certinha.

— Eu não sou assim.

Ele sorriu malicioso. — Você é, mas tudo bem, é tão atraente! 

— Não seja um idiota. — Bella retrucou, corando, embora não se sentisse desconfortável. — E então, qual o diagnóstico? 

— Vivo. — brincou arqueando a sobrancelha. — Foram só algumas costelas e o braço, vou ficar bem em alguns dias.

— Você vai fazer de novo, não é? — Bella rolou os olhos com a constatação e sorriu ao ouvir a gargalhada dele. — Isso é maluquice, sabia?!

— Isso é aventura, passarinho. — ele piscou, abrindo a boca e bocejando. — Desculpe, Bella, eu vou acabar dormindo, acabaram de me dar remédios. Mas se abusar de mim, seja gentil, por favor.

— Idiota! — ela bufou, se levantando. — vou te deixar descansar.

— Não, fique. — Reid pegou seu pulso, puxando-a para baixo outra vez. — Brooke não para de reclamar na minha cabeça. É bom ter alguma companhia silenciosa. — os olhos negros de Reid brilharam quando ele sorriu, parecia tão doce que Bella não resistiu. — Principalmente a sua. 

 

 


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Notas finais do capítulo

xx

Gente, eu amo o Reid. Sério! ♥

O que acharam?



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