Dragon Fang escrita por Só Mais Um


Capítulo 42
Conflitos




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A luz da lua cheia ilumina um corredor de pedra, por uma janela. Assobios podem ser ouvidos, ecoando por esse corredor.

[???] - Assobio.

Akaiba, com suas mãos na cabeça, anda por esse corredor, despreocupadamente.

[Akaiba] - Ei, Asmodeus. Você não acha que é meio chato o fato de nunca ficar de dia aqui ?

[Asmodeus] - A atmosfera feita de Sparta realmente é um pouco incômoda, não vou mentir.

[Akaiba] - Verdade. Ei. Como será que tá o treinamento do maninho ?

[Asmodeus] - Como se você se importasse com isso.

[Akaiba] - É, eu não ligo. Mas precisamos de todos eles, infelizmente.

Passos podem ser ouvidos. Varia chega no corredor. Ela e Akaiba se encaram seriamente por alguns segundos.

[Varia] - Esse garoto está tramando alguma coisa...
[Akaiba] - Essa mulher está tramando alguma coisa...

Os dois vão embora, em direções opostas.

[Varia] - E eu vou descobrir o que é.
[Akaiba] - E eu vou descobrir o que é.

Algum tempo depois. Akaiba está atrás de uma pilastra, se escondendo de algo.

[Asmodeus] - O que está fazendo ?

[Akaiba] - Shh ! Se eu não me engano...

Ouroboros chega no local. Ele se senta em seu trono de raízes negras. Segundos depois. Varia chega no local.

[Ouroboros] - O que quer ?

[Varia] - Lorde Ouroboros, eu gostaria de lhe perguntar algo.

[Ouroboros] - Prossiga.

[Varia] - Por que mantém aquele garoto, Akaiba, por perto ? Ele pode facilmente lhe trair.

[Ouroboros] - Akaiba é meu braço direito. Ele, mais do que ninguém, sabe quais são as consequências por traição. Não é verdade, Akaiba ?

[Akaiba] - Ugh !

Ele sai de trás da pilastra.

[Akaiba] - Yo, chefia !

[Ouroboros] - Não há como esconder sua presença de mim.

[Akaiba] - É, deu pra perceber.

[Varia] - Viu ? Ele estava espionando sua conversa.

[Ouroboros] - Eu não me importo com isso. Ele sabe que não há como me derrotar.

[Akaiba] - É, eu sei… Infelizmente...

[Varia] - Vim lhe entregar o relatório sobre a base de coleta de almas humanas.

[Ouroboros] - Resultados.

[Varia] - A chegada do carregamento foi um sucesso. Mas…

[Ouroboros] - Mas… ?

[Varia] - Um grupo de pessoas apareceu, e derrotou o esquadrão responsável pela segurança da carga.

[Akaiba] - Droga ! Ela vai falar do Mason !

[Ouroboros] - Você eliminou eles ?

Varia olha para Akaiba, que parece nervoso.

[Varia] - Não… Pelas palavras de seu braço direito, ele os eliminou.

[Ouroboros] - Algo mais a relatar ?

[Varia] - Não, senhor.

[Ouroboros] - Vão embora, então. Os dois.

Akaiba e Varia saem do local.

[Varia] - Que bom que eliminou aquele grupo...

[Akaiba] - Ainda bem que sabe disso-
[Varia] - É o que eu diria.

[Akaiba] - Como assim ?

[Varia] - Você ficou nervoso quando mencionei aquelas pessoas. Há alguma coisa neles que só você sabe...

[Akaiba] - Eu eliminei eles. Ponto final.

[Varia] - Creio que é como diz o ditado: "O peixe morre pela boca."

[Akaiba] - O que quer dizer com isso ?

[Varia] - Não existe uma forma de você tê-los eliminado.

[Akaiba] - Eu sou mais forte do que você pensa.

[Varia] - Havia uma pessoas com eles que você jamais conseguiria derrotar. Akaiba, você está planejando algo. E eu irei descobrir.

Ela vai embora.

[Asmodeus] - Uma pessoa fria e calculista, como sempre.

[Akaiba] - Sigh. Só espero que ela não me atrapalhe...

Ele põe as mãos na cabeça e vai embora. Algum tempo depois. Akaiba está caminhando em um local movimentado. Ele começa a resmungar consigo mesmo.

[Akaiba] - Tch. Ratos insignificantes. Só andam distraídos por aí, como se fossem formigas cegas. Sequer sabem as coisas que estão à sua volta.

[Asmodeus] - Vejo que seu ódio pela humanidade continua o mesmo.

[Akaiba] - Exatamente. Raça esquecida pelos céus, e diversão dos demônios. Humanos não passam disso. E esse é o karma da humanidade.

[Asmodeus] - Desde minha época de vida, a humanidade vem sendo um empecilho.

[Akaiba] - E continuam sendo.

Ele se senta em um banco e começa a encarar o chão.

[Akaiba] - O pior da humanidade, é sua cegueira e fraqueza. Eles não são capazes de fazer nada, em situação nenhuma. Apenas enxergam aquilo que os interessa, e passam por aquilo que não gostam.

Uma chama branca começa a queimar o banco.

[Asmodeus] - Acalme-se.

A chama desaparece.

[Akaiba] - Esses idiotas só servem de gado mesmo.

Ele põe as mãos na cabeça e começa a olhar para o céu ensolarado, com algumas nuvens.

[Akaiba] - Sigh. Cara, aquelas nuvens tem sorte ! Elas podem simplesmente ficar vagando por aí, sem se preocupar com nada. Mesmo se elas desaparecerem, vão acabar se juntando de novo. Bem que eu podia ser uma nuvem.

[???] - São coelhos.

[Akaiba] - Hã ?

Ele olha para o lado. Também sentado no banco, há um pequeno garoto de cabelo preto, olhos também pretos, pele morena, vestindo uma camiseta azul, um shorts jeans e um par de sapatos marrons.

[Garoto] - É ! São coelhos !

[Akaiba] - . . .

[Garoto] - O que foi, moço ?

[Akaiba] - O que você quer aqui, escória ?

[Garoto] - Não, não ! Meu nome é Tatsuya, não escória ! Ahahaha ! Que palavra engraçada !

[Akaiba] - Eu não perguntei o seu nome.

[Tatsuya] - Qual seu nome, moço ? E o que você tá fazendo aqui ?

[Akaiba] - Meu nome e o que eu faço não são da sua conta, pivete. Agora, vai brincar com os seus outros amigos formigas.

[Tatsuya] - Eu até iria, mas… eu não tenho nenhum amigo...

[Akaiba] - Então vai brincar sozinho. Interação com as pessoas faz mal pra saúde.

[Tatsuya] - Sério ? Minha mãe disse que fazer amigos é legal, e que isso vai me deixar mais forte !

[Akaiba] - Meus parabéns. Você tem os pais mais mentirosos da humanidade.

Ele se levanta e vai embora.

[Akaiba] - Tch. Criança chata.

[Tatsuya] - Você não deveria falar das pessoas pelas costas. Elas não gostam disso, sabia ?

Ele está seguindo Akaiba.

[Akaiba] - Sigh. Eu mereço... Ei, pivete. Vê se sai da minha cola.

[Tatsuya] - Não vou sair até você me dizer seu nome !

[Akaiba] - Não.

[Tatsuya] - Fala.

[Akaiba] - Não.

[Tatsuya] - Fala !

[Akaiba] - Não.

[Tatsuya] - Fala ! Fala ! Fala ! Fala ! Fala !!

[Akaiba] - Grr ! Ok ! Meu nome é Akaiba ! Pronto, pivete ! Agora, volta pra onde seus pais tão !

[Tatsuya] - Não dá.

[Akaiba] - E, por que não dá ?!

[Tatsuya] - …Porque eu não sei onde eles estão... Você pode me ajudar a encontrar eles, irmãozão... ?

Essa frase começa a ecoar na cabeça de Akaiba, que põe a mão cabeça.

[Akaiba] - Ugh !

[Tatsuya] - O-O que foi, irmãozão !?

[Akaiba] - N-Nunca mais diga isso !

[Tatsuya] - O quê !?

[Akaiba] - Seus pais ! Nunca mais diga aquela frase !

[Tatsuya] - Que meus pais sumiram ?

[Akaiba] - Ugh !

[Tatsuya] - O-Ok ! Eu não vou mais dizer !

[Akaiba] - É melhor mesmo. Pro seu bem.

[Tatsuya] - Então, você vai me ajudar a encontrar eles ?

[Akaiba] - Ajudo ! Só… Sigh. Só não fala aquela frase de novo.

[Tatsuya] - Eba ! Valeu, irmãozão !

[Akaiba] - Também não me chama disso !

[Tatsuya] - Tá bem, irmãozão !

[Akaiba] - Sigh. Só pode tá de brincadeira com a minha cara... Vai, pivete. Me fala onde foi que você viu eles da última vez.

[Tatsuya] - Foi naquela floresta ali perto ! Estávamos fazendo um piquenique !

[Akaiba] - Então vamos logo. Não aguento mais ficar perto de você.

[Tatsuya] - Vamos !

Ela segura a mão de Akaiba.

[Akaiba] - Grr ! Me solta !

[Tatsuya] - Não~ Ahahaha !

Algum tempo depois. Eles estão em uma floresta.

[Tatsuya] - É aqui.

[Akaiba] - Se eu não me engano, tem uma clareira aqui por perto.

Ele dá alguns passos para frente.

[Akaiba] - Que estranho... Por que o chão tá meio molhado ? Não choveu recentemente. E, que cheiro esquisito é esse ? Hã ? O que é aquilo ?

Há uma toalha no chão de uma clareira.

[Akaiba] - Ei, pivete ! Vem aqui !

Tatsuya chega perto.

[Tatsuya] - Gasp ! Aquela é a toalha em que estávamos ! Valeu, irmãozão !

[Akaiba] - Ugh ! De novo com isso ?! Eu já falei pra não me chamar assim !

[Tatsuya] - Valeu mesmo por me trazer aqui !

Akaiba põe as mãos nos bolsos.

[Akaiba] - Agora eu não preciso olhar pra sua cara. Adieu, pivete.

Ele começa a ir embora.

[Tatsuya] - Você é bem legal, irmãozão ! Vê se aparece mais vezes por aqui !

[Akaiba] - . . .

Ele desaparece em um arbusto.

[Tatsuya] - Mãe ! Pai ! Eu voltei !!

Na verdade, Akaiba está atrás de uma árvore, observando ele.

[Asmodeus] - Você já conseguiu o que queria. Por que continuar aqui ?

[Akaiba] - Eu só quero ver o sorriso dele, quando encontrar os pais. Só isso.

[Asmodeus] - Você parece não odiar esse garoto.

[Akaiba] - Não vou mentir, eu não odeio esse pivete. Ele até que lembra um pouco eu, quando era criança.

[Asmodeus] - . . . Que estranho…

[Akaiba] - O quê ?

[Asmodeus] - Algo não me parece certo... Essa floresta está emanando mais magia do que o normal.

[Akaiba] - Por que você-

Algo escorre pela árvore.

[Akaiba] - Hã ? Sniff Sniff. Espera aí... I-Isso aqui não é seiva !

Ele olha para cima. Há dois cadáveres pendurados nos galhos.

[Akaiba] - Hã- Gasp ! Pivete-
[Tatsuya] - AAAHHH !!!

Ele está cercado por demônios em armaduras negras.

[Akaiba] - Demônios do Ouroboros !? O que eles tão fazendo aqui ?! Ei, vocês !

[Demônio] - Nós precisamos de mais almas. E, essa aqui é bem pura e saborosa !

Tatsuya cai no chão, de medo, e começa a tremer.

[Tatsuya] - I-Irmãozão, socorro ! Eu tô com medo !

[Akaiba] - Vocês não precisam da alma desse humano idiota !

[Demônio] - Lorde Ouroboros nos mandou pegar almas puras, priorizando as crianças !

[Akaiba] - Ele… o quê... ? Ugh !

A voz de um garoto ecoa pela cabeça dele.

[Garoto] - Não !! Por favor, parem com isso !! Deixem eles em paz !!

[Asmodeus] - Ei, Akaiba ! Eu sinto que algo se desestabilizou em você !

Um demônio pega Tatsuya pelo rosto, o levanta e começa a apertá-lo.

[Akaiba] - P-Parem com isso !

[Demônio] - Mais uma alma para a coleção.

[Tatsuya] - I-Irmãozão... so… soco-

O demônio arranca o coração dele e o esmaga.

[Akaiba] - PARE !!!

[Demônio] - Beleza, rapazes !

Ele joga o corpo de Tatsuya no chão.

[Demônio] - E, com esse, já foi a família inteira ! Só precisamos de mais umas quarenta crianças, e o trabalho vai ser mais do que cumprido ! E, agora que o Akaiba está aqui, nós vamos pegar essas almas muito mais rápido, não é-

Akaiba está muito perto dele.

[Akaiba] - Você gosta de tirar almas, não é ?

[Demônio] - Somos especialistas nisso, senhor !

[Akaiba] - Sabe, você não deveria matar as vítimas tão rápido assim. Tem que deixar elas sofrendo um pouco. Olha, eu vou te mostrar.

Ele quebra o braço do demônio. Depois, a perna. E, quando o demônio cai no chão, Akaiba pisa na cabeça dele com força, a afundando no chão.

[Akaiba] - Opa, acho que eu exagerei.

Ele olha para os outros demônios com um olhar psicótico.

[Akaiba] - Em quem eu devo demonstrar depois ?

Algum tempo depois. Akaiba está saindo da floresta, com as mãos na cabeça.

[Akaiba] - Sigh. Ouroboros desgraçado...

[Asmodeus] - O que há de errado em pegar almas puras de crianças ?

[Akaiba] - Asmodeus, não começa.

[Asmodeus] - Aquilo foi realmente necessário ?

[Akaiba] - Claro ! Eles mereciam !

[Asmodeus] - Não estou falando sobre isso. Eu me refiro a depois da briga.

[Akaiba] - . . . Era o mínimo que eu podia ter feito...

Na floresta. Três pequeno montes de pedra estão alinhados.

[Akaiba] - Querendo ou não, eu te levei até onde seus pais estavam, pivete... Adieu...


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