Filho, Meu Filho escrita por unalternagi


Capítulo 8
Capítulo VIII. Sua provação está chamando


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!

Antes de qualquer coisa eu queria pedir desculpas pela demora.

Primeiro capítulo do ano, não pretendo demorar mais tanto assim, desculpem!

Bem, antes de irmos ao capítulo, queria dividir com vocês que uma leitora (chloe less) me indicou fazer um twitter como melhor forma de divulgação das minhas histórias e eu acatei a dica e estava pensando esse tempo que é uma boa maneira de vocês acompanharem o desenvolvimento dos capítulos e interagirem comigo (eu nunca vejo as mensagens diretas, eu esqueço, desculpa) enfim, fiquem a vontade para me seguirem por lá: @porgiovannad

Preparades para entenderem ainda mais da história delas?

Espero que gostem.



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Capítulo VIII. Sua provação está chamando

Os dias incidiram sem muito peso ou provações. Conhecer a história de Isabella, da maneira que ele o fazia agora, para Edward, era o que realmente importava. Enquanto ele se colocava à disposição de Emmett e Tia – que era a parceira do agente no momento em que a história dele se cruzou com a de Isabella e Rosalie – ele aprendia um pouco mais da relação entre as vítimas.

Nada estava realmente preocupante até o momento que o Emmett disse o nome.

James.

—Agente Swan... – Isabella começou a dizer, mas se sentia submergida.

Ela não pensou que aquela parte fosse ser relevante.

—Marie – o agente suspirou – Eu preciso que você me conte tudo e tem que ser agora, eu falo sério. Não posso continuar com isso se vou ser agraciado com informações apenas quando você percebe que o círculo se fechou – ele raciocinou com o maxilar travado.

A frustração era palpável. Edward parou atrás de Isabella, fazendo uma leve massagem em seu ombro. Rosalie ainda encarava Bella com o rosto contorcido em pânico puro, ela conhecia o nome, se lembrava, apesar de não poder fazer a associação com o rosto.

Ele tinha uma família – Isabella articulou e Emmett enterrou as mãos no cabelo em sinal de nervosismo.

—Informações como essa são cruciais, Marie – ele urrou – Por que você não me disse isso antes?

—Porque eles não faziam parte de nada, não sabiam sobre Rosalie – ela explicou rapidamente.

Tia encarava toda a interação meio surpresa, ela também não sabia daquilo e se manteve curiosa sobre a explicação que a mulher dava agora.

—Como eles não saberiam disso? – Emmett pediu.

Ele...

Edward percebeu que o agente mudou a pose. Tirou as mãos do cabelo e encarou Isabella como se a estudasse, algo abrilhantou o rosto do agente e ele negou com a cabeça devagar, parecia desacreditado do que quer que tinha lhe cruzado a mente.

—Você sabe o nome dele – Emmett disse de repente.

Rosalie ficou mais branca, Tia a encarava esperando todas as reações. Edward simplesmente entrelaçou seus dedos com os de Bella, queria lhe passar confiança e, se manter calado foi uma decisão tomada no momento em que ela se dispôs a contar mais para o agente.

—Não é relevante – foi Rosalie que acabou com a falta de respostas de Isabella.

Emmett então jogou o olhar para ela. Parecia desconcertada e amedrontada, como aquilo poderia ser possível? Por que parecia que ela o protegia?

O médico manteve as mãos nas da esposa e, estudando o agente como o mesmo fazia com Rosalie e Isabella, reparou que ele não conseguia forçar Rosalie a nada, não tentava tirar informações dela, então percebeu o agente voltando o olhar para Bella.

—Eu quero os nomes, de todo mundo. Você vai me contar, mas vai contar direito – ele disse com a voz mais suplicante que altiva.

Isabella se virou para o seu marido, ela não conseguiria falar nada e Edward tinha a história fresca na mente, tentou convencê-la a falar com Emmett por todo o tempo em que estiveram juntos e, naquele momento, ele sentia-se quase agraciado por perceber que era o momento de contar a verdade – quase – completa.

—Royce King II – Edward falou e Tia se sentou no sofá, a informação surpreendente demais para que ela tivesse força de manter-se em pé – Ele vivia em Forks, era conjugado com Irina King e tinha apenas um filho, James.

Emmett parou, levantou as mãos pedindo para Edward aguardar um segundo e o médico o obedeceu enquanto fazia círculos ritmados na mão de Isabella. Ninguém quis cortar o raciocínio de Emmett, o rosto do agente estava grave e ele parecia sem humor algum, perdido em pensamentos que pareciam o atormentar, Emmett voltou sua face para Tia.

—O crime não é sobre a Rosalie – Emmett murmurou, ainda parecendo procurar sentido em tudo.

—Emmett – Tia o advertiu de que fazer suposições antes de escutar tudo era precipitado e estúpido.

No meio de todos que viveram a história, Edward sentiu-se responsável então sentou Isabella no sofá e, ao passar por Rosalie, a colocou sentada na poltrona também. Agora as três mulheres encaravam o agente Swan andando de um lado para o outro enquanto Edward enchia copos com água para todos se acalmarem.

Entregou um para cada pessoa desestabilizada na sala, ele tentava entender o que cada um sentia. Os policiais pareciam confusos com as partes que descobriam enquanto as vítimas sentiam a ferida sangrar abundantemente sob as memórias da coisa que elas mais queriam esquecer.

—Agente Swan – Isabella tentou, ganhando um olhar perdido de Emmett – Eu sinto muito, sobre tudo o que está acontecendo, eu sei que deveria ter contado, mas não soube o que era relevante e o que não era e quando tudo aconteceu...

Tia se levantou, ela sabia bem quem eram os culpados, os pais de Rosalie que nunca de fato se importaram em deixar a filha falar sobre aquilo, cuidaram de tudo para que os fatos todos fossem apenas lembranças, algo que ninguém poderia saber sobre, afinal, o sobrenome Hale não poderia ser sujo com um escândalo daquele tamanho, mas o tempo tinha ido. Rosalie era obediente demais, mas Isabella sofreu as consequências da omissão que lhe foi imposta.

—Bella – a ex-policial começou se aproximando dela – Não há problema nenhum, ninguém te julga, mas a cada minuto sem informações nós podemos colocar Mary em maior perigo, então com calma, nos conte sobre isso direito.

Edward estava parado de pé perto de Bella e sentiu quando ela o encarou com os olhos suplicantes. Ele então se aproximou, sentando-se próximo a esposa se sentindo seguro ao entender que ela necessitava dele, que parecia que era ele o porto seguro de sua companheira depois de tantos anos reprimidos em omissões sobre os passados doloridos um do outro. Isabella sabia tudo sobre ele e, agora, ele também sabia sobre ela. O amor dos dois era o ponto de equilíbrio e ele percebia, durante aquela viagem, que ela o amava apenas como ele a ela.

—Não é sobre a omissão, amor, é sobre tu contares agora a eles tudo o que sabes e, assim, iremos descobrir o que há para ser feito dentro das possibilidades – Edward disse baixo, apenas para ela ouvir – Sabemos que podemos confiar neles.

Ela assentiu devagar.

Edward segurava as mãos da esposa enquanto a sala se mantinha em um silêncio sepulcral. Isabella se retesou e Edward percebeu que ela estava pronta para repartir.

—Quando eu tinha nove e Mary seis anos, nós fomos para a casa de Royce. Ele contou a Irina que era o responsável por nós duas através de um tutor que pagava por nossas roupas, comida e educação, foi quando eu conheci James. Ele é apenas um ano mais velho que eu e, desde aquele tempo temos problemas, mas ele sempre adorou Mary. Ela tinha pânico de Royce, chorava sempre que ele se aproximava dela – Isabella narrava com uma agilidade desconcertante na fala, os dois agentes se esforçavam para entender o que ela dizia – Não era uma história muito conhecida em Forks porque ele tinha muito dinheiro e abafou as coisas, quase ninguém sabia que era com ele que nós morávamos e, dois anos depois, ele se desfez de Mary – Isabella suspirou – Foi a primeira vez que desobedeci Royce...

Um bolo parecia ter sido colocado na garganta de Isabella, já que a mesma parou de falar instantaneamente quando a voz embargou.

—Ele ficou mais violento depois da chegada de Mary, ela nunca queria fazer o que ele mandava, costumava mijar em suas calças quando ele impunha uma aproximação para com ela – Rosalie contou no canto da sala.

Edward refletia que todos os buracos na narrativa de Isabella poderiam ser supridos por Rosalie e torceu para, um dia, aquela história ser contada por completo, para que todos os envolvidos pudessem responder judicialmente por aquela barbaridade.

—Ele não bateu em mim, sabia que chamaria a atenção na escola – Isabella começou a chorar.

Os olhos dos três ouvintes voaram para Rosalie enquanto a mesma encarava Isabella, ela se levantou e sentou ao lado dela, abraçando seus ombros.

—A culpa não é sua – a mulher disse brandamente.

—Se eu não tivesse o desobedecido... – Bella chorou audivelmente.

Edward decidiu não intervir, deixou as duas se acalmarem, apesar da vontade inumana de pegar Isabella em seu colo e cuidar para que nada mais a machucasse assim. Queria aniquilar todo o seu passado e deixa-la viver apenas no presente onde ele cuidaria para ela ser feliz e plena.

—Foi a primeira vez que ele me bateu, ganhou força contra Bella naquele dia – Rosalie disse controlada, quase como se contasse uma história que não a sua.

Edward se perguntou quanta terapia ela havia feito para estar tão branda enquanto falava, ao mesmo tempo, ele percebeu que todos haviam começado a chamar “Marie” de “Bella” e ele mesmo tinha reparado que ela respondia melhor quando era chamada daquela forma.

—A primeira vez? – Tia perguntou duvidosa, tirando Edward de seus devaneios.

Rosalie se conteve em anuir.

Emmett e Tia trocaram um olhar cheio de significados enquanto Isabella se abrandava para continuar a história. Edward ficou irrequieto para indagar aos parceiros o que aquele olhar significava, mas não abriu a boca quando ouviu a respiração carregada de sua esposa.

—A partir dali ele cuidava para eu não desobedecer, usou Rosalie e Mary para me manter em rédeas curtas, foi quando eu comecei a frequentar a escola normal, antes eu tinha tutores me ensinando na casa de Irina, deixando-me no nível escolar condizente com a minha idade – ela descreveu – James começou a ser mais gentil comigo pelos corredores da escola e, em casa, defendia-me de Irina, então nós começamos a fazer programas com Royce, mas eu não conseguia forçar normalidade...

—Por que você me contou sobre Rosalie no dia em que te achei? – Emmett indagou, percebendo que todas as coisas realmente relevantes haviam sido expostas.

—Eu não sei, você ia ver no meu histórico que Royce era o meu correspondente em Forks.

—Por que não me deu o nome dele? – Emmett demandou mais altivo agora.

Edward se levantou quando Emmett andou para o lado de Isabella. O agente estava intrigado, aquele pedaço da história modificava tanto.

—Você sabe, eu estava com os Hale, queria que me deixassem ficar com Rosalie e, mesmo com tudo isso, fui obrigada a ir para um lar que eu não queria. Sem ninguém – Bella proferiu se levantando também, agora irritada com a falta de gentileza do agente.

—Marie, você sabe que se eu pudesse...

—Você o tirou de mim – ela o cortou, tão sensível com as lembranças que sequer percebeu o que tinha dito.

Emmett então empacou, desnorteado com a colocação da mulher.

Edward começou a suar frio, como sempre que aquele assunto era fantasma de conversas. O silêncio recaiu, Rosalie e Tia não entendiam mais o que acontecia enquanto o agente Swan tentava se colocar na conversa.

O celular de Edward tocou quase como uma salvação divina para que eles não falassem demais.

—Jenks – Edward consentiu depois de uma rápida olhada no visor.

Enviei os documentos para você, não devem tardar a chegar— o homem falou do outro lado da linha, a voz neutra como era seu costume.

—Eu agradeço pela prontidão.

Depois de despedidas breves, ele olhou para Emmett, se colocando, delicadamente, na frente de Isabella que agarrou as costas do marido quase como se ele fosse um escudo.

—Os documentos estão finalizados, determinei que os fossem entregues na ONG para que não fossem ligados a nós, Tia disse que seria melhor porque é comum para elas receberem correspondências dos mais diversos lugares – Edward falou controlado e Emmett assentiu, ainda parecendo desconcertado demais para dizer qualquer coisa.

—Certo, isso é bom – Tia se expressou – Finalmente não há mais nada o que nos prende aqui. Rosalie e eu encontramos profissionais para tomar conta da ONG no momento em que nos ausentarmos e Afton vai nos ajudar a cuidar de lá enquanto estivermos fora do país – Tia disse tentando aquietar o ambiente.

—A história acabou? – Emmett perguntou a Isabella e ela assentiu, sem querer falar mais nada.

Edward reparou como o agente parecia irrequieto, queria entender em que ele pensava se, por um acaso, qualquer parte de Emmett o enviasse a parte daquela história que Isabella e Edward queriam mantê-lo longe.

—Isso muda muito – Emmett decretou por fim, olhando para Tia que assentiu.

—O que quer dizer sobre isso? – Rosalie inquiriu.

—Royce foi tido como morto um tempo depois de vocês saírem de Forks – Emmett expôs.

O desconcerto entre os que não tinham a informação foi palpável. Aquilo colocou dúvidas intermináveis nas mentes deles.

—O que isso significa? Então Mary... – Isabella parecia desconcertada.

Edward estava em sintonia com ela, pensava na possibilidade de tudo ser independente. E se o sequestro de Mary não fosse ligado a tudo o que tinha acontecido antes? Então eles realmente estavam correndo atrás de algo desconhecido, um novo crime.

—Está tudo interligado – Emmett garantiu.

—Provavelmente foi James quem pegou Alice – Tia esclareceu – A preocupação se origina daí, isso pode significar que não é um crime passional e sim uma vingança dele. Ela corre mais perigo do que atribuímos de primeira.

Rosalie e Bella sentiram as batidas do peito perderem força.

—Temos que ir atrás dela. Agora mesmo – Rosalie ponderou depressa – Agora. Emmett, eu quero ir atrás de Mary agora – ela demandou ao agente.

Edward se sentia perdido com tudo o que aprendia, nada parecia fazer o sentido necessário para se encaixar na mente dele. Como o homem poderia estar morto? Por que James estava atrás de Mary e o quanto de perigo aquilo proporcionava para Isabella?

—Ele não machucaria Mary – Isabella proferiu acertada daquilo.

Ninguém realmente escutou a colocação dela. Nem mesmo Edward acreditou nela e, agora, ele quis a abraçar como um conforto porque ninguém naquela sala acreditava que Mary realmente estava viva.

—Eu acho melhor cada um ir arrumar suas coisas para podermos partir, assim que colocarmos as mãos nos novos documentos partiremos para Forks – Emmett falou com a voz gélida antes de se retirar da sala.


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Notas finais do capítulo

Em "Em cima do Muro" o capítulo terminou alocando o James na história, então esse vem para explicar o que aconteceu.

O próximo capítulo será em "Em Cima do Muro" também, e a saga não demora para acabar. Espero que estejam prontes para fortes emoções.

Aguardo os reviews e apostas, ansiosa.