Na luta da vida escrita por Bitz111


Capítulo 6
Capítulo 6




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Pov Anna

Acordei meio desnorteada por não saber exatamente onde estava. Precisei de uns 10 minutos sentada na cama para me lembrar que aquela casa era do Vini, aos poucos lembrei que havia concordado em vir para casa com ele e dar uma olhada no apartamento.

—- Bom dia flor do dia – Respondeu risonho na beira da porta só de short, deixando o seu abdômen definido a mostra.

—- Que horas são?

—- 8 horas. Eu fiz café, vamos comer e decidir quando você se muda pra cá

—- Clar.... Eu o que ????

—- Ontem você aceitou se mudar, não lembra? A gente chegou, eu te mostrei o apartamento e você disse que ia se mudar. Logo depois você tirou a roupa e disse que era pra eu “te usar” – Falou extremamente sério

—- COMO É??? – Dei um grito e acabei caindo da cama enquanto tentava ver se estava vestida ou não. Ainda demorou um pouco pra perceber que ele estava rindo descontroladamente vendo o meu desespero e entender que era uma brincadeira. – Tu me paga, Vini!!!

—- Calma... Calmaa bb, foi só uma brincadeira. Eu ainda vou te mostrar o apartamento, ontem você chegou e apagou sentada na cadeira da mesa. Mas não precisa ficar triste, quando tu se mudar pra cá nós vamos ter tempo de fazer loucuras de amor...

—- Eu nem vi o apartamento e já estou tentada a recusar.

—- Para de graça e vem logo!! Eu fiz café – Falou já saindo do quarto. Levantei e fui atrás dele

O apartamento era muito bem localizado, mas não era tão grande. Tinha duas suítes, uma sala, cozinha e área de lavanderia. Sem exageros, mas muito aconchegante. Aparentemente o Vini era super organizado e mantinha o lugar em ordem. Ela já conseguia se ver morando ali.

—- Então, o que você achou? – Perguntou super entusiasmado

—- É ótimo aqui!! Mal posso acreditar que tu mora sozinho e mantêm o lugar tão arrumado assim.

—- Eu herdei isso do meu pai, ele era militar e mantinha tudo organizado. Com o tempo eu aprendi a me virar.

—- Entendi... meu pai também era militar, da marinha na verdade. Mas ele nunca conseguiu me fazer ser organizada e com o tempo acabou se acostumando com a bagunça.  

—- Tu trabalha com o que?

—- Eu sou médica da marinha também.

—- Sério???

—- Sim, porque?

—- Nada... é que considerando o seu salário, talvez você prefira morar sozinha – Falou deixando visível o quanto ele estava triste

—- Na verdade... eu acho que prefiro ficar aqui mesmo. Eu cheguei agora na cidade então não tenho muitos amigos e nem sou tão boa em fazer amizades assim. Então eu estava pensando que... talvez fosse melhor... – Aquele era um assunto difícil, na verdade, eu não era tão boa em fazer amizades. O meu grupo de amigos me acompanhava durante toda a vida, então nunca precisei me preocupar em começar novas amizades assim.

—- Eu entendo, bb. Por mim você pode se mudar hoje mesmo, se quiser aproveitar que eu estou de folga no trabalho te ajudo a pegar as coisas no hotel.

—- Sério??? – Talvez eu tenha ficado animada demais.

—- Sim... Termina o café e nós vamos.

No fim daquela tarde o segundo quarto estava todo ocupado, os moveis foram comprados e dois estavam extremamente exaustos da mudança. Se sentaram no chão da sala com uma pizza grande e algumas cervejas espalhadas ao redor.

—- Um brinde... à um novo começo!! – Falou rindo e oferecendo a garrafa de vidro para brindar.

—- À um novo começo!!

Pov Luana

O fim de semana passou eu já estava hospedada no meu antigo quarto na casa do felipe. Antes de decidir ir morar com a Julia nós dividíamos o apartamento e no dia em que eu saí dali ele disse que quando eu quisesse voltar o quarto seria meu.

A segunda-feira foi cheia e não deu nem tempo de pensar no termino, de vez em quando alguma coisa me lembrava Julia e a saudade batia. Não era uma saudade absurda de quem perdeu um grande amor, era uma saudade da rotina, dos hábitos do dia a dia que não existiam mais. Porém, apesar disso o sentimento que imperava no meu peito era de liberdade e alivio, afinal eu não estava mais vivendo uma farsa ou uma mentira e nem forçando sentimentos que já haviam acabado. Eu estava livre e pretendia continuar assim por um bom tempo.

Quando chegou o horário da minha última turma eu já estava cansada e estressada, mas sempre era assim, quando os meninos chegavam o meu estresse e cansaço sumiam. Eles eram mais que alunos, eram meus amigos e companheiros. Mas o meu estomago deu uma pontada assim que eu vi a novata entrar pela porta ao lado do Vini e o jeito como as mãos dele estavam apoiadas no seu ombro. “Talvez hoje o estresse não vá embora”.

—- BOA NOITE PROFESSORA!!! –Chegou gritando e correndo pra me abraçar

—- Boa noite. – Eu juro que tentei ser simpática, mas aquilo estava sendo mais forte do que eu.

—- Credo!! Alguém acordou meio do avesso hoje

—- Desculpa Vini, eu só estou cansada.

—- Boa noite professora – Ela falou um pouco sem graça

—- Boa noite novata. Vocês vieram juntos? – Ok, talvez eu não tenha resistido a minha curiosidade.

—- Bem... hee.. sim

—- Nós vamos nos casar Lu – Falou o Vini me pegando de surpresa.

— O QUE?

—- Vini ela vai enfartar assim. Para de graça

—- Se tu continuar falando assim bb, quando você me pedir em casamento eu vou dizer que não.

—- Só se for nos teus sonhos

—- Os meus sonhos são focados só na noite de núpcias.

—- Porra Vini!!

—- Quando você quiser uma amostra grátis é só bater na porta do quarto. Eu já te falei que quem experimenta a minha cama sempre volta pra ter mais um pouco.

—- Eu devia ter dormido na calçada ao invés de ter aceitado aquele convite

Eu perdi as contas de quantas pontadas o meu estomago deu ao escutar aquela conversa, o que nem fazia sentido por que quem sou eu para me meter na vida de uma aluna que eu acabei de conhecer. Se ela quiser dormir com o Vini ela tem todo o direito, eu só posso aceitar o fato.

—- Vini tu ta deixando a professora sem graça. Cala a boca – Disse percebendo o meu estado que não era dos melhores.

—- Ela ta é com ciúme. – Ele respondeu me fazendo perder de vez o ar. Mas aquilo não era ciúme, era apenas gastrite.

—- Ciúmes de você Vini?? Só se ela estivesse muito bêbada. Essa aula não vai começar não? – Respondeu Felipe que havia chegado em algum momento durante a conversa. Ele sempre me salvava dessas situações.

—- Cadê os irmãos? – Perguntei fingindo que o casal na sala não existe.

—- OPA!!! Tão fofocando da gente é ?? – Respondeu entrando na sala na mesma hora da pergunta.

—- Vamos começar.

A aula ocorreu tranquilamente, apesar de eu não conseguir me concentrar muito durante a parte em que fiz dupla com a Anna. Ela estava de top preto e uma calça leg, mas o pior era que durante os movimentos era possível ver os peitos dela balançando na minha frente. Então imagine a minha situação, eu com uma gastrite no estomago me dando pontadas toda vez que essa garota chega perto, tendo que fazer dupla com ela e ainda por cima ficar cara a cara com os peitos dela balançando pra mim. Ok, talvez eles não estivessem balançando pra mim... mas você entendeu.

—- Lu, esse mês a gente não vai poder ter aula – Falou Felipe, quando eles já estavam se preparando para ir embora. – Nós vamos fazer uns treinamentos de socorrista na Cruz Vermelha e vai durar o mês todo.

—- Mas não todos vocês? -- Perguntei já meio pra baixo pensando em ficar um mês sem a minha melhor turma.

—- Não, só nós quatro. Acho que a Anna vai continuar tendo aula normal, certo?

—- Sim... Claro – Respondeu me olhando meio sem jeito

“PUTA QUE PARIU”, foi a primeira coisa que veio na minha mente. Um mês só eu e a senhorita “meus peitos balançam lindamente” iriamos ficar sozinhas em uma sala três noites por semana durante um mês... Isso não vai dar muito certo.


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