A Escolha Foi Sua escrita por Yara_Volturi, Nicole_Cullen


Capítulo 5
Queimando/Minha filha




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-Salve...a...criança... – pedi com dificuldade. Ele me pareceu confuso, mas não tive certeza. Minha visão ficou embaçada, e nada parecia em seu devido lugar, ou com sua perfeita forma. Como minha última imagem, o vi, tentando salvar meu filho, ajudando uma completa desconhecida. Talvez, os Cullen não sejam os únicos vampiros bons no universo, talvez, o fato de serem vegetarianos não os torne melhores, afinal, Edward mesmo sendo um vegetariano, quis que eu tirasse meu bebê de dentro de mim.

 

Foram esses, meus últimos pensamentos. As últimas palavras, antes de mergulhar na escuridão.

 

Eu tinha uma pequena consciência do que acontecia ao meu redor, embora não tenha aberto meus olhos ainda. Não sentia dor alguma, para ser mais exata, não sentia nada para baixo de minha cintura.

 

O som do vento, e de algum lago, ou rio, foram os únicos que eu ouvi até aquele momento. Até o momento, de um choro tomar conta do ambiente. O choro de meu bebê, ele estava vivo, e nada mais me importava.

 

Abri levemente os olhos, e vi uma menina linda nos braços do vampiro que me ajudou. Estendi meus braços com dificuldade, e supliquei com o olhar, quando ele relutava em me entregar minha filha.

 

Tão diferente, mas ao mesmo tempo, tão igual aos meus sonhos. Não era o lindo garoto, mas era uma linda menina, com olhos castanhos, e cabelos cor de bronze. Alguma metade minha estava presente nela, e outra metade de Edward.

 

Meus braços vacilaram, e eu entrei novamente na escuridão. Partindo de minha cabeça, e se espalhando por toda a extensão do meu corpo, uma dor, se alastrava. Essa dor já me era familiar, a dor da transformação. Não reagi aquilo de nenhuma forma, não gritei, não me mexi. Preferi ficar mais do que imóvel, respirava, fazendo o maior silencio que conseguia.

 

Eu não gritaria, faria isso por minha filha. Não quero que ela se assuste, ou fique com medo. Ela deve estar próxima, e eu quero que ela permaneça o mais serena possível, sempre.

 

...

 

Aquela sensação já estava insuportável. Eu queria morrer, era esse um dos meus maiores desejos. O único que o ultrapassava era viver. Morrer para acabar com essa dor que se apossou de meu corpo, a um tempo que eu não faço idéia de qual seja, talvez minutos, talvez horas, dias, semanas, ou até anos, eu não conseguirei responder isso. Viver para conhecer minha filha, e acompanhar cada momento ao seu lado. Viver para encontrar novamente Edward, e Viver para seguir meu destino.

 

Meu coração palpitava, descompassado, enquanto a dor do meu corpo se concentrava somente naquela região.

 

-Está acabando. Ela logo acordará. – ouvi uma voz abafada, por um chiado que se concentrava em meus ouvidos. Da mesma maneira que essa voz, uma risada infantil tomou conta do ambiente. Minha filha. Aquela risada me fez decidir, que acima de qualquer desejo, estava o de querer encontrá-la, e tê-la sempre perto de mim, seja o momento que for.

 

Uma última batida, essa mais forte do que qualquer outra, e meu coração parou. A queimação se cessou, e eu me sentia mais viva, e mais completa do que nunca.

 

Abri meus olhos, lentamente, e tentei reconhecer o ambiente. O teto branco, e as paredes em um tom de bege, com cada partícula visível, cada grão de poeira que pairava perto da lâmpada. Um sofá no canto e ao seu lado, uma mesinha com um vaso de flores, onde haviam algumas rosas, em cores variando entre branco, rosa e vermelho. Virei minha cabeça um pouco, e avistei uma prateleira com alguns livros, e porta-retratos. Movi meu pescoço para olhar o outro lado, onde se encontrava uma escrivaninha, com uma luminária delicada. Rosa, bege e branco, eram as principais cores que se encontravam no quarto, alguns detalhes ficavam entre vermelho e marrom, formando uma harmonia perfeita.

 

O homem/vampiro que me salvou, entrou no quarto, sorrindo. Seus olhos vermelhos, e pele branca contrastavam com seu cabelo negro desarrumado. Meio alto, e magro, mas ainda assim musculoso.

 

-Demorou para acordar. – Falou, abrindo a cortina. A luz de mais um dia nublado de Londres, incomodou um pouco meus olhos, mas os mesmos logo se acostumaram. Queria agradecer aquele desconhecido que me ajudou, mas precisava saber de minha filha. – Deve estar ansiosa para vê-la. – falou, como se adivinhasse meu desejo.

 

Assenti, ansiosa. Ele saiu do quarto por um momento, me deixando com uma expectativa cada vez maior. Ouvi alguns sussurros do outro lado da parede, mas não entendi exatamente o que pronunciavam.

 

Ele voltou, agora, em seu colo minha filha, com seus cabelos cor de bronze longos, e os olhos castanhos. Não aparentava apenas alguns dias, mas eu não esperava por isso, não depois de ter uma gestação de um mês. Seu coração batia frenético, e um sorriso surgiu em seu rosto.

 

Não quis, e nem poderia evitar de sorrir. Ela estendeu os bracinhos em minha direção, e eu a segurei, afundando meu rosto em meio aos fios acobreados. Respirei fundo, seu aroma não me incomodava, como pensei que faria, afinal eu sou uma vampira. Um pouco floral e adocicado, como Edward descrevia ser meu cheiro.

 

-Renesmee. – sussurrei seu nome, e ela riu baixinho.

 

-Gostei. – falou, se sentando na minha frente. Arregalei um pouco os olhos, como ela já consegue falar. Olhei para o vampiro, que observava a cena.

 

-Ela fala? – perguntei para ele.

 

-Sim, e é muito esperta também. – Me respondeu. Renesmee mexia em meu caelo, brincando com os cachos. – Com sede?

 

-Na verdade, não. – respondi sincera. Eu não estava realmente com sede, talvez por estar tão alegre com minha filha, ou talvez eu não seja uma recém-nascida comum, como nunca fui em nada. Ele sussurrou algo, impossível de ser compreendido, e saiu do quarto.

 

Brinquei um pouco com minha filha, ela me contava suas aventuras. Será que eu fiquei tanto tempo desacordada?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... desculpas pelo atraso, estava sem imaginação...

Haverão algumas mudanças nos hibridos, mas isso eu vou citando conforme a fic...

beijões...

e obrigada a BarbVolture pela recomendação da fic....