Dare To Dream escrita por Dhampir


Capítulo 2
I. Come Together




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Come Together

Temos esperança no horizonte

E nós não podemos deixar de escalar a montanha

Estamos cansados de nos manter em silêncio

Nós vamos, vamos, nós vamos

Nós vamos nos unir

Echosmith

I

Andreia Norton ainda estava se acostumando com o novo país. Não era apenas com a cultura, mas também com o futebol. Existiam diferença entre o campeonato inglês e o português. E além de vir de uma liga mais fraca, ela ainda estava disputando posição com excelentes jogadoras e tinha que mostrar serviço.

Ter Claudia Neto ajudava. Conversavam bastante, principalmente sobre a frustração de estar no banco. Mas não era apenas Claudia que ajudava, mas também os outros portugueses da equipe. Sérgio era um deles.

O bom-humor do homem ajudava que ela não pensasse muito nisso. Conseguia fazer o principal, que era apenas fazê-la relaxar e se divertir um pouco. Uma boa distração enquanto esperava no lobby do hotel sua carona chegar.

— Ele ainda está bravo com você? — Andreia perguntou. Sabia que Érico não estava falando com Sérgio desde o Natal.

— Acontece, mas eu tentei ajudar ele. Mas e você? — Ela tinha entendido a pergunta, mas podia tentar mudar o foco.

— O que tem eu?

— Gosta dele?

Andreia sabia que teria que responder aquela pergunta em algum momento para Sérgio, já tinha respondido para as garotas.

— Como amigo? Sim. Como futuro namorado? Não sei, isso se avalia depois de alguns encontros.

— Então deveria convidá-lo, já deve ter percebido que esperar tomar uma atitude é perda de tempo. — Andreia riu. — Érico é um bom partido. E vocês dois fariam um bom casal.

— Mas por que quer que eu saia com ele?

Sérgio não estava esperando aquela pergunta, não tão cedo. Talvez depois que os dois já estivessem saindo.

— Precisa de um motivo para querer unir as pessoas? — Ela assentiu, e Sérgio percebeu que talvez tivesse que contar a verdade... ou não, dependeria se ela acreditasse na sua próxima resposta. — Vocês dois combinam, só isso.

Andreia suspirou. Antes que pudesse falar sobre a resposta de Sérgio, porém, viu Claudia sair do elevador.

— E eu tenho que ir para o treino. — Levantou-se da poltrona. — Tenta fazer as pazes com o Érico, chocolate funciona.

Piscou para o amigo. Esperava mesmo que ele e Sérgio se resolvessem.

 

II

Tinham visto a casa e gostado. Só faltavam alguns detalhes, mas Julia e Alisha estavam otimistas em conseguir algo. Seria uma boa de começar o ano de 2019. Ainda teriam que falar com Ramona para combinar os últimos detalhes e ter certeza de que Kristina também faria parte, mas tinham tempo para fazer isso.

— Quando Rammy e Kris voltarem a gente pode conversar sobre isso — Alisha começou. — Só espero que não tenha nenhum problema entre vocês duas.

— A gente era amiga no tempo de Bayern, só perdemos contato quando ela foi para o Lyon, me abandonou. Mas estou feliz por ela, está fazendo uma boa temporada e trabalhando com a Mia Hamm e a Sawa.

— Ela trouxe a Mia para cuidar da base feminina, na próxima temporada ela já deve começar a acompanhar. A Sawa faz parte da equipe de análise do time feminino. A única questão é quem vai assumir o comando do time.

— Ralf não vai ficar?

— Não, só até achar alguém. Deve só escolher alguém depois da Copa, mas parece que já estão vendo alguns nomes. A única coisa é que querem trazer um nome forte.

— É agora que fala que o Matt Beard está na lista? — Simic brincou, ela sabia que Alisha não devia conhecer os nomes dos técnicos circulando nos bastidores. — Mas pelo jeito Legends tão vindo forte no feminino.

— Yeah, parece que o objetivo é ter uma equipe forte o suficiente para disputar a Champions já na quarta temporada. Pode ser que o planejamento mude, não sei. Tudo o que sabemos é os boatos que circulam nos bastidores e algumas coisas que Kristina fala.

— Mas esse é o plano inicial? — Alisha assentiu. — É legal time investindo no feminino, com categoria de base e pensando grande. Só que tem outra coisa que quero falar com você. É sobre o acampamento de futebol para garotas.

Antes que Julia pudesse continuar, o barulho na porta chamou brevemente a atenção das duas, mostrando uma Ramona e um sorriso aparecendo no rosto de Alisha.

— Hey — falou ao perceber a presença de Julia Simic.

— Kristina não veio com você? — Simic perguntou.

— Ela passou no CT para resolver algumas coisas, mas talvez venha mais tarde. Como você está?

— Bem. Estava falando com a Alisha sobre o acampamento e se vocês vão querer participar esse ano.

— Por mim será perfeito — Ramona falou, aproximou de Alisha e depositou um beijo em sua bochecha. — Vou tomar um banho.

— Tudo bem. Depois queremos falar sobre a casa.

— Ok, eu já volto. — E com um sorriso para a noiva, sumiu no corredor.

Definitivamente eram perfeitas uma para outra. Julia só sorriu para Alisha, porém, guardando o comentário para si.

— Voltando para o acampamento.

 

III

Homare Sawa sabia como a adaptação poderia ser difícil, principalmente para Junko Eguchi. A jogadora não tinha experiência internacional, diferente das maiorias das meninas contratadas pelo Legends. Parte da carreira de Junko havia sido no Japão e não teve muitas oportunidades na seleção, isso a colocava em desvantagem com as outras jogadoras.

O ataque já contava com a melhor do mundo Ada Hegerberg. Além da experiência de Alex Morgan, Ramona Bachmann e Toni Duggan, não era fácil competir com elas. Isso sem contar com as promessas Alisha Lehmann, Andreia Norton e Erin Cuthbert.

Talvez fosse ambicioso que Junko buscasse a titularidade da equipe, mas teria que ser se quisesse buscar coisas grandes. Não poderia se contentar com pouco. E Sawa queria mostrar e ajudar Junko a conseguir isso.

— O número de faltas é o maior problema. Tem que usar o corpo, mas tome cuidado. Em alguns momentos a defensora vai oferecer para que cometa a falta. Além dos cartões amarelos, não é bom que uma atacante tenha um número elevado.

— Acha que não devo usar meu corpo?

— Quero que use seu corpo para proteger a bola e fazer a parede. Só não use o corpo quando elas tiverem a bola, elas vão tentar provocar o contato e conseguir a falta. — Aconselhá-la sobre as faltas era um bom passo. — O posicionamento podemos resolver durante a temporada e à medida que o time for ganhando entrosamento. Você tem características diferentes das outras jogadoras, então terá alguns jogos que será mais útil.

Sawa sabia que alguns problemas levariam tempo para ajeitar e não poderia apressar. Quando Junko aprendesse melhor o inglês, sabia que ficar mais fácil para ela em campo e entender as instruções de Ralf e da futura treinadora.

— Isso é tudo até o momento. Durante a semana, vamos continuar falando e atualizar algumas estatísticas.

— Obrigada. — Junko agradeceu.

— Está se adaptando bem a cidade?

— Aos poucos.

— Se precisar de qualquer coisa me avise.

— Obrigada novamente.

Para Junko, não se tratava apenas de brigar por uma vaga na equipe titular ou se acostumar com o estilo de jogo inglês. Ela ainda tinha que se adaptar com uma nova cultura. Não era fácil recomeçar em outro país, e principalmente sozinha. Ainda demoraria algum tempo até Takashi se mudar. Até lá, a única coisa que poderia fazer é continuar buscando por seu espaço.


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