Lonely, Always escrita por Desconhecida


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um cap. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/782871/chapter/2

Capítulo 2

 

 

Estávamos andando há horas e minhas pernas já começavam a doer, mas o pior era a minha boca, seca que nem o Saara. Eu já estava desidratada e olhando para o céu pude constar que já estava começando a escurecer. A última vez que havia bebido água tinha sido na noite anterior, e como estava sem fome de manhã havia comido apenas uma maçã. Já havia perdido muito líquido durante o dia e ficar andando esse tempo todo no calor não estava ajudando.

— Hey, Naruto. Tentei chamá-lo, mas Kakashi puxou mais forte a corda que havia prendido em meus pulsos, estes ardendo por estarem amarrados tão fortes.

— Fique quieta. Disse Kakashi continuando a andar.

Após andar por mais uma hora, Kakashi achou que era melhor montar acampamento porque viajar a noite seria perigoso. Perigoso mesmo era para eles me arrastando desse jeito. Eles iam só ver quando eu conseguisse me soltar e recuperasse minhas forças. Meu vestido já estava todo sujo e eles haviam tirado todas as armas que eu carregava.

Espero que Itachi ainda não tenha voltado, eu estou tão morta se ele descobrir a enrascada que estou.

Mais uma vez fui amarrada a uma árvore enquanto Kakashi fazia uma fogueira e Naruto tinha ido para algum lugar no meio da mata. Sasuke não parava de me encarar e isso já estava me deixando desconfortável.

Tentei relaxar mesmo ainda amarrada para recuperar as energias, eu já estava muito desidratada. Fecho os olhos e recosto a cabeça na árvore, mas logo Naruto chega gritando animado:

— Sasuke, você tinha que ver! Encontrei vários coelhos lá na mata – ele contava animado – Consegui pegar um para a janta. Tinha no rosto um sorriso enorme estampado.

Ele mostrava o coelho morto como uma criança mostrando um troféu à mãe, todo orgulhoso.

Sasuke não correspondeu com a felicidade do amigo, apenas pegou o coelho e começou a prepará-lo para comer. Eu só queria uma pouco de água...

Naruto andava de um lado para o outro enquanto pegava gravetos para pôr no fogo e Kakashi se encontrava concentrado virando o coelho para não queimar. Olhei para todos os cantos, mas parecia estar faltando um, Sasuke havia desaparecido.

Ao ver que eles não pareciam nem um pouco interessados em dividir a refeição comigo resolvo voltar à antiga posição e tentar dormir. Minha cabeça latejava de dor pela fome e desidratação.

Sinto alguém me cutucar e quando abro os olhos vejo Itachi. Isso até piscar mais algumas vezes e perceber que na verdade era só Sasuke. O pouco de alegria que senti na hora cessou.

— Beba. Ele disse sério olhando em meus olhos.

Só então pude ver que ele segurava um pequeno copo com água. Meus olhos brilharam. O calor que fazia estava me deixando cada vez mais sufocada.

Ele colocou o copo em meus lábios e rapidamente bebi todo o conteúdo.

— Quer mais? Ele perguntou segurando o cantil.

Apenas assenti e ele me deu mais água. A sensação da água descendo pela minha garganta era tão refrescante.

Sasuke sentou ao meu lado e ficou olhando para a paisagem sem dizer nada. Eu queria muito perguntar se ele e Itachi eram parentes. Talvez primos? A semelhança entre eles era devastadora. Minha curiosidade já estava me matando. A única diferença era que Itachi parecia ser a versão um pouco mais velha de Sasuke.

Sinto falta de Itachi. Pensei que fosse poder passar meu aniversário com ele. E teve meu primeiro beijo, arruinado. Deidara sabia que nós estávamos juntos e fez aquilo de propósito, eu sei disso.

— Obrigada por me curar. Ele diz.

Sasuke me tira de meus devaneios. Apenas volto a olhar para meus pulsos machucados sem responder. Se ele fosse realmente grato me deixaria ir. Ainda não consigo aceitar a ideia de que estou sendo levada como prisioneira. Preciso achar um jeito de fugir logo.

A viagem durou mais um dia e meio. Meus pulsos estavam tão machucados que até as cordas estavam vermelhas de sangue. Minhas vestes estavam sujas assim como meu cabelo, que agora estava cinza por conta da poeira.

Chegamos a um portão enorme e vi vários ninjas o vigiando. Fugir deste local não vai ser uma tarefa fácil...

— Bem-vinda a Konoha. Disse Kakashi enquanto eu olhava para os portões sendo abertos, revelando a cidade.

Acho que nunca senti tanta vergonha na vida. Eles iriam pagar caro por isso. Ao ser arrastada pela cidade, todos me olhavam e julgavam. Eu queria ir para casa, queria estar com Itachi. Uma lágrima escorre e abaixo ainda mais a cabeça para que não percebam.

Eles me levaram até uma tal de Tsunade e rapidamente ela veio a nosso encontro.

— O que temos aqui, Kakashi? Não tive coragem de olhar em seus olhos, mas pude sentir pela voz que ela estava brava.

— Acreditamos que esta seja a fugitiva do País do Fogo – Kakashi começou a falar – Ela estava fazendo o seu justo de cura no Sasuke.

Levanto meu olhar para encontrar os de Tsunade, ela era uma mulher alta, bem encorpada, loira e não parecia muito alegre. Sua expressão ficou em choque, como se não acreditasse no que estava vendo quando nossos olhares se encontraram.

— Ela é uma Haruno, seus idiotas! - ela gritou tão alto que meus ouvidos doeram – Não acredito que não perceberam. Ainda tem uma Haruno viva! Tsunade estava num misto de raiva e alegria.

— Qual seu nome, criança? Perguntou Tsunade com uma voz doce, mas ela não iria me enganar assim.

Não disse nada até que Naruto falou por mim:

— O nome dela é Sakura...

Mas é claro que eu sou uma Haruno, esse é meu nome... Mas como aquela louca sabia meu nome?  Fiquei ainda mais confusa quando ela veio em minha direção e me desamarrou. Assim, relevando meus pulsos vermelhos de sangue.

Tsunade parecia indignada com toda a situação. Kakashi parecia inquieto e Naruto parecia tão confuso quanto eu. Já Sasuke continuava sério e sem dizer nada.

Tsunade se aproximou mais e tomei um susto quando ela esfregou meus cabelos, tirando a poeira e revelando o rosa.

Ela gritou com eles mais algumas vezes e então fui levada para o hospital onde cuidaram de minhas feridas e me alimentaram. Depois de algumas horas no hospital e com os pulsos enfaixados fui levada por Sasuke, a mando de Tsunade, para uma casa. Ao chegarmos, pude constar que havia o símbolo de minha família na porta. Não sei como, mas sabia que aquele era o símbolo de minha família. Talvez estivesse ainda enterrado em algum lugar na memória.

Sasuke foi à frente para me mostrar a casa, que era muito bonita e bem decorada. O mais estranho era que a casa estava cheia de símbolos da minha família, mas ao mesmo tempo não parecia que ninguém morava lá.

Ele me explicou que minha família era muito respeitada antigamente e que infelizmente eu era a única que havia sobrado. Também disse que Tsunade o havia deixado como meu segurança, pois haviam encontrado rastros que pareciam ser da Akatsuki perto de Konoha e não seria seguro eu ficar sozinha.

Desde que chegamos a Konoha eu não conseguia dizer nada, era muita informação de uma só vez. Não entendia como todos do meu clã estavam mortos, mas eu não. Também não entendia porque seria perigoso a Akatsuki estar por perto, eles são minha família afinal... Quase não pude observar a beleza da cidade enquanto era arrastada até Tsunade, mas agora poderia apreciar melhor a vista e tentar encontrar um meio de voltar para base.

Sasuke me levou ao que agora seria o meu quarto, que era muito bonito e aconchegante, e disse que era para eu ficar à vontade. Fechou a porta e saiu. Fui para o banheiro e tomei um banho demorado. Acho que eu não tomava um banho quente desde que me país se foram...

De banho tomado eu estava até apresentável de novo. Meus cabelos voltaram à cor natural e meus machucados já não doíam mais. Peguei uma roupa dentro do guarda roupa e desci as escadas. Eu ainda estava desconfiada, tudo isso era muito estranho. Não encontrei Sasuke e aproveitei para tentar fugir, mas as portas estavam todas trancadas. Assim que pulei pela janela para sair tomei um susto...

— O que está fazendo, Sakura? Perguntou Sasuke com raiva.

Ele me pegou de surpresa tentando fugir. Fiquei sem reação, nem consegui responder nada.

Sasuke me olhava sério enquanto segurava duas sacolas cheias, uma em cada mão. Ele me empurrou de volta para dentro da casa e tive a certeza que estava com raiva quando o mesmo bateu a porta depois que eu passei.

Ele foi até a cozinha sem dizer nada enquanto eu ia me sentar no sofá. A paisagem que se via pela larga janela era muito bonita, dava para ver várias outras casas, todas também muito bonitas. Mas o que mais me impressionou eram as pessoas. Elas pareciam tão contentes com a vida que levavam...

— Sakura – Sasuke chamou – Venha comer. A janta está pronta.

Dirigi-me até a cozinha e rapidamente pude sentir o aroma delicioso. Sasuke havia preparado sopa de legumes com carne e parecia bem gostoso. Sentei-me a mesa e logo ele também o fez. Senti-me grata por ser Sasuke e não Naruto, eu não queria ter que falar nada e seu silêncio era reconfortante.

Minha curiosidade ainda estava me matando. Por que a Akatsuki seria perigosa para mim? E por que Sasuke e Itachi se pareciam tanto? É óbvio que eram parentes, afinal eles têm o mesmo sobrenome. E por que todos do meu clã estão mortos e eu estou aqui, viva?

Eu sentia muita falta de Itachi, ele provavelmente já deveria estar de volta à base e deveria estar com muita raiva pelo meu sumiço. Precisava de um plano e logo para sair deste lugar.

Quando percebo, Sasuke estava me encarando. Volto a comer para não ter que olhá-lo e fico feliz por ele não dizer nada, por mais que seja possível ver claramente que ele tem algo a dizer...

Assim que acabamos de comer, levanto silenciosamente e começo a tirar as coisas da mesa. Como ele havia preparado a janta era apenas justo que eu lavasse tudo, e assim o fiz. Sasuke continuava sério, mas com o tempo percebi que ele apenas fazia isso para não demostrar o que sentia.

Enquanto guardava os pratos pude sentir sua respiração em meu pescoço. Peguei discretamente uma faca que estava na pia e me preparei para atacar. Quando ele se aproximou mais um pouco, eu tentei o acertar, mas ele conseguiu segurar meu braço fazendo com que a faca caísse de minha mão. Nós estávamos muito próximos, ele com uma mão segurava meu braço e com a outra me puxava para mais perto pela cintura.

Seus olhos brilhavam, mas sua expressão continuava séria. Mais uma vez eu não conseguia dizer nada, tentava me soltar de seu aperto, mas isso não parecia afetá-lo de modo algum. Quanto mais ele me apertava, mais raiva eu sentia. Não queria que um desconhecido me segurasse, e ainda mais daquele jeito!

— Você realmente não se lembra de mim, Sakura? Suas feições continuavam sérias, mas seus olhos transbordavam em raiva.

Como eu poderia lembrar de alguém que não conheço? Minha cara de confusão fez com que Sasuke afrouxasse o aperto e agora sua expressão já não estava mais tão séria, ele também parecia confuso. Aproveitei para me afastar dele assim que soltou meu braço.

Sasuke olhava para baixo, parecia pensar em algo importante.

Eu só queria que Itachi viesse me resgatar... Mas como ele me encontraria se nem sabia onde eu estava? Mais uma vez uma maldita lágrima escorreu e rapidamente a sequei. Eu não gostava de ficar aqui, nada fazia sentido. Se ao menos ele estivesse comigo.

Sasuke mais uma vez se aproximou e me olhou nos olhos.

— Por que você não fala nada? – ele parecia bastante irritado – Desde a viagem você não disse mais nenhuma palavra, Sakura. Sei que está escondendo alguma coisa! E eu sei que você também se lembra de mim!

Seu rosto já estava vermelho e mais uma vez suas mãos me seguravam. Eu não gostava que ele gritasse comigo e nem que me segurasse daquele modo.

Tentando me soltar, sem sucesso, grito:

— Não! Sai daqui! Não encoste mais em mim!

Pego mais uma vez a faca e o ameaço, ele continua bem perto e me encarando.

Sasuke consegue desviar de meu ataque, jogando a faca para longe e me imobiliza. Continuo a me debater para que ele me soltasse, consigo acertar uma cotovelada em sua costela e uma cabeçada em seu nariz. Mas ele fez algo que me pegou desprevenida... Sasuke me abraçou. Sim, me abraçou. Ficou lá me apertando contra seu peito até que eu parasse de me debater.

Quando me canso de tentar afastá-lo e paro de o empurrar, Sasuke afrouxa seu aperto. Levanto a cabeça para olhar em seus olhos e vejo que ele está com o rosto muito próximo ao meu. Posso sentir sua respiração batendo em meu rosto, e ele cada vez mais se aproxima. O que diabos ele pensa que está fazendo?

De repente sinto seus lábios tocarem os meus, e devo dizer que ele não foi nada sutil. Segurou minha nuca e apertou seus lábios aos meus. Até que eu senti como se fosse um estalo em minha mente, e fui levada até uma pracinha, onde duas crianças brincavam. Uma tinha os cabelos negros e a outra tinha cabelos róseos, elas corriam e sorriam. E quando o menino se virou pude perceber que este era Sasuke.

Rapidamente o empurrei e dei-lhe um tapa no rosto. A marca da minha mão em pouquíssimo tempo se tornava cada vez mais vermelha e na mesma proporção Sasuke me olhava cada vez mais triste. Seus olhos me lembravam tanto Itachi...

Eu não podia acreditar que ele havia roubado o meu primeiro beijo. Deveria ser Itachi, e não Sasuke! Minha raiva transbordava e meu rosto ficava vermelho. Eu tinha que sair daquele lugar imediatamente, não podia ficar nem mais um segundo. Eu iria fugir e voltar para Akatsuki, para o meu Itachi...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que estão achando? Me digam onde posso melhorar! Críticas construtivas são sempre bem vindas!
xoxo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lonely, Always" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.