A Namorada Do Papai escrita por Thay Paixão


Capítulo 26
A Novidade


Notas iniciais do capítulo

Que eu amo cada comentário de vocês, vcs já sabem né? Deixa eu dizer mais ma vez EU AMO CADA COMENTÁRIO DE VOCÊS!
muito obg, de coração ♥

Boa leitura ♥



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Renesmee

 

—Quem a Rebecca pensa que é para comentar aquilo no seu post?! - Jane reclamou.

—Não importa. - Dei de ombros comendo minha maçã.

—Não importa?! Claro que importa! É a Rebecca, meu amor, a REBECCA!

Suspirei.

—Por que Jane está odiando tanto aquele ser insignificante que precisa colher biscoitos no meu post? - Perguntei a Bree como se Jane não estivesse presente.

—Rebecca deu em cima de Seth. - Bree disse com tranquilidade, mantendo a atenção no celular. Pela expressão em seu rosto, devia estar falando com Diego.

—Ela tem perseguido a droga do meu namorado, e pior NA MINHA CARA! 

Jane não era muito dada a ataques de raiva, então o de agora merecia a nossa atenção.

 -E Seth? - Perguntei lixando as unhas.

—Olhe para ele. - Ela bufou. Estávamos na quadra coberta da escola, vendo o time de basquete treinar. Seth entre eles.

—O que tem? - Não entendi o ponto dela.

—Ele é um grande babaca que não percebe nada! Também não dá confiança a ela, mas você acredita que hoje cedo ela ‘’não o viu’’ e se jogou em cima dele?! Eu estava bem ao lado dele! 

—Parece mais que ela quer chamar a sua atenção do que a dele. - Observei. Jane fez uma careta.

 -Ela vai chamar a atenção da minha mão na cara dela!

—Você está impossível. - Ri.

—Chega de falar daquela garota tóxica. Vai mesmo visitar sua mãe hoje?

—Sim, meu pai vai me levar essa tarde.

—Os minions vão?

As meninas e eu tínhamos apelidados meus seguranças.

—Claro. Até que eles são legais, quase nunca noto que estão por aqui.

—Eles são gatos isso sim. - Bree parou de mexer no celular.

—Já resolveu sua situação com Diego? - Perguntei.

—Terminamos, Renesmee. - Ela disse séria. - Está tudo resolvido.

—Não parece nada resolvido. Mas se engane, problema seu. - Falei.

Ela bufou, mas ficou quieta.

—Ah, por falar em assuntos não resolvidos, Alec tem perguntado por você.

—Ele tem meu numero, pode me ligar. - Rebati.

—Foi o que falei para ele. -Ela deu de ombros e não disse mais nada.

Terminei minha fruta.

—Então?

—Então o que?

—O que ele queria saber de mim?

Jane me lançou seu sorrisinho superior.

—Ele parecia muito pensativo, pensativo demais até para Alec. Ele apenas queria saber se você estava bem e eu disse que sim.

—Você é impossível.

—Achei que ele só queria saber da sua saúde. sabe, quando perguntam para ser cortez.

—E disse que podia me ligar.

—Claro.

Peguei minha mochila.

—Já vai?

—Sim, quero passar no banheiro para retocar a make, vai que uma presidiária se apaixona por mim. - Lancei um beijo para elas. Bree me olhou estranha, mas segui para fora do ginásio sem dar atenção a isso.

Eu estava atraindo muitos olhares e cochichos enquanto caminhava pelo corredor, pelo menos não estava cheio. Era engraçado como isso não me incomodava como foi na época de Riley. Eu sentia muita raiva por Riley ter me traído, e imaginava que todos me achavam uma idiota por isso. Os boatos de que eu tinha traído Jacob eram mais fáceis de lidar, e agora… de que eu era filha de uma assassina. 

Eu não me importava e disso eu tinha certeza.

No banheiro havia duas meninas do primeiro ano.

—Sumam. - Ordei. Elas saíram rápido e de cabeça abaixada. Entrei em uma das repartições, joguei a mochila no chão e forcei  o vômito até colocar tudo para fora.

Mais água que tudo.

fiquei sentada abraçada ao vaso sanitário, eu precisava dar um jeito naquilo. Eu estava indo a psicóloga, contando a ela várias coisas, admitindo coisas para mim mesma que antes eu negava ou fugia. Mas estava escondendo isso dela. Era vergonhoso. 

Me levantei devagar, na pia lavei o rosto e a boca. Olhei minha expressão. A maquiagem fazia um bom trabalho em esconder as olheiras, eu não conseguia dormir muito nos últimos dias. Eu sabia que não era gorda. Eu via isso em fotos, meu corpo era bonito, perfeitamente aceitável. Eu posso comer.

—Você pode comer, Renesmee. - Sussurrei para meu reflexo. Então porque eu me sentia enjoada só em pensar em comida? Por que eu me sentia imensa depois de comer apenas uma maçã?

Eu precisava contar isso a psicóloga, deixar cair o único muro que ainda mantenho erguido para ela e para mim mesma. E se ela quiser me medicar? Se eu precisar de um… psiquiatra? Eu seria doida?

Sacudi a cabeça. Renesmee, você sabe que loucos nunca questionam sua sanidade! 

—O certo é procurar ajuda. - Falei em voz alta. Eu precisava dormir. Relaxar. Me sentir inteira como… como nunca me senti.

—Está tudo bem, querida? - Papai me perguntou no caminho para a penitenciária.

—"Tudo" envolve muita coisa, pai. - Revirei os olhos querendo fazer graça. Ele deu um pequeno sorriso torto.

—Vamos por partes então: como está com a visita a sua mãe?

—Ansiosa para vê-la e questionar como ela vai sair dessa. - Respondi rápido. Porque eu sabia que Tanya não tinha matado aquele homem e com toda certeza já tinha um plano para se livrar dessas acusações.

—Esse fogo nos olhos. - Papai reclamou. - E sobre o Ja… garotos.

—Jacob é passado. Um erro estúpido que cometi e aprendi. -Deixei claro. Até eu conseguia acreditar na certeza da minha voz. 

—Bella?

—Pai, você tem uma lista de tópicos a abordar nesta curta viagem? - Brinquei.

—Você não é boa em se comunicar diretamente nem eu. Minha psicóloga diz que eu não devo ter medo de abordar os assuntos importantes em tópicos. - Ele respondeu como se fosse um aluno aplicado em sala de aula.

Sorri.

—Ela tem razão, pai. Fico feliz que a terapia esteja dando certo para você.

Um vinco se formou na testa dele.

—E para você?

—Não tanto quanto devia. - Fui sincera.

—Filha…a

—Agora não por favor. Estamos falando da Bella, não? Estamos nos dando muito bem, ela chamou Jane, Bree e eu para irmos num programa de TV com ela na sexta. Não tentei sabotar os shampoo dela nem nada do tipo. Nem envenenar a comida. - Ri.

—Renesmee.

—Estou brincando, eu nunca faria isso! - Ri mais alto. - Ela te faz bem, é legal, e até que tem um papo legal. E por tudo que é mais sagrado, ela é uma santa por nos aturar. 

Eu sei.— ele afirmou, sacudiu a cabeça e ambos estávamos rindo da maluquice de tudo aquilo.

—Estou muito feliz por vocês estarem se dando tão bem.

—Ela ama você - falei. 

Eu sei. — ele disse de novo com aquele olhar de alarde. 

—Ela é sortuda por ter você, papai. Tenho certeza que ela se sente da mesma forma, vocês apaixonados são tão previsíveis. - Revirei os olhos.

—Como você está de verdade, filha?

Suspirei.

—Eu não sei. Na maior parte do tempo parece que está tudo bem, mas do nada.. .tudo parece escuro e sem sentido. E tem esse vazio dentro de mim… acho que eu estava buscando em Jacob preencher isso. E achava que estava conseguindo e manipulando ele para o que eu queria, quando na verdade quem estava nas mãos dele era eu. 

Papai parou o carro na vaga. Olhei para o grande presídio temerosa de entrar lá. 

—Renesmee…

—Precisamos ir. - O interrompi. -A visita tem hora, certo?

—Certo… mas vamos voltar a esse assunto.

—Tudo bem. - Abri a porta do meu lado, e sem esperar por ele caminhei para a entrada.

Nem nos meus delírios mais louco me imaginei entrando na prisão para visitar um dos meus pais. Já me imaginei presa - quando estava assistindo vis a vis na Netflix -, mas nunca me imaginei nessa posição de hoje.

—Tudo bem? Papai perguntou de novo.

Apenas assenti.

Fomos levados a uma espécie de refeitório, fiquei feliz por não ter que falar com a minha mãe através de um um vidro por telefone.

Tanya estava horrível no macacão laranja, os cabelos pareciam secos e sem vida e ela tinha olheiras.

Mas ela caminhou até nós no seu jeito costumeiro, passos firmes, cabeça erguida e pela expressão não estava nada feliz ao me ver.

—Não devia ter trazido ela aqui. -Ela se dirigiu ao meu pai.

—Bom te ver também. - Ele ironizou.

—Isso não é lugar para ela!

—Não pode me proteger do mundo, mãe. - Sussurrei. Ela respirou fundo e se concentrou em mim.

—Nessie…

A abracei tomada por uma estranha emoção. Um nó na garganta.

—Diz que não matou aquele homem! - Pedi.

Tanya me segurou pelos ombros me afastando do seu corpo e olhou bem em meu rosto.

—Eu vou sair daqui dentro de poucos dias. Não se preocupe, e não volte aqui. - Disse firme.

—Mãe…

—Edward, a leve daqui. - Ela disse firme. Dura. Eu quis chorar, mas de alguma forma consegui prender o choro.

—Mãe…

—Você é forte. - Ela disse firme, me olhando nos olhos com alguma urgente. - Forte, inteligente, espeta… vai ficar bem. Volte para casa com seu pai, e não apareça mais aqui, logo eu vou voltar para casa.

—Eu quero algumas respostas! - Tentei exigir.

—Não posso te dar, desculpe. Isso não tem nada a ver com você, Renesmee. - Ela se inclinou beijando meu rosto. - Agora vão, os dois. Preciso receber uma visita importante.

—Mais importante que ue? - Ri descrente, típico da minha mãe.

—Nesse momento? Sim, é muito mais importante que você. 

—Eu com certeza não devia ter perdido o meu tempo aqui! - Dei as costas em direção a saída sem me importar se meu pai me seguia ou não.

Ela era tão mesquinha! Como podia agir daquele jeito mesmo depois de dias na prisão?! Não sentia a minha falta? Não se importava comigo? 

Eu estava do lado de fora, no estacionamento já, morrendo de vontade de gritar. Me contentei em chutar a roda do carro.

—Não desconte no meu carro. - Papai me encontrou.

—Da pra acreditar que ela me tratou daquele jeito? Ingrata! - Gritei para ele.

—Da sim, eu também não gostaria nada de ter você num lugar desses. Mas hoje ela tinha seus motivos, parece que um dos advogados iria se reunir com ela para trazer boas notícias.

—Foi o que ela te disse?

—Sim, e que vai sair daqui a alguns dias.

—Ela não me disse que é inocente. - Falei mais baixo. - Papai respirou fundo, descruzou os braços que estavam firmes a sua volta, e segurou meus ombros.

—Filha, você conhece a sua mãe. Acha que ela fez isso?

Eu já não tinha resposta. 

—O que você faria se fosse a sua mãe a tratá-la dessa forma? - Questionei Bella, ela tentava digitar no seu notebook, mas enquanto não pedisse privacidade eu não a daria.

—Eu realmente não sei, Tanya é muito diferente da minha mãe. -Ela disse.

—E você é muito diferente de mim. Quase uma santa. - Reclamei. - Você perdoaria Tanya e estaria lá na próxima visita.

—Mas pelo o que seu pai e você disseram, ela não vai estar lá para a próxima visita. - Ela me olhou sábia.

—E se ela matou esse homem?

—Você até ontem tinha certeza que ela não faria isso. - Bella me lembrou.

—Você não viu como ela me olhou quando eu perguntei aqui. - Sacudi a cabeça.

—O jeito superior e meio arrogante? - Ela tinha um pequeno sorriso ao dizer isso. -Talvez eu tenha uma ideia, é o mesmo jeito que você olha muitas vezes.

Abri a boca em choque.

—Eu não faço isso!

—Está aí! -Ela apontou para o meu rosto rindo. - VOcê se parece muito com a sua mãe.

Fechei a expressão.

—Renesmee o que eu quero dizer, é que não pode se deixar levar pelas atitudes dela hoje. Ouça seu coração. - Ela deu de ombros no final.

—Ouvir meu coração? - Repeti. - Meu Deus Bella, você é tão… boazinha.

—Acho que isso é um elogio. - Ela deu de ombros fechou o notebook. - Já que eu não posso escrever com a senhorita tão agitada, por que não vamos fazer algo juntas? 

—Estamo fazendo algo juntas. - Resmunguei.

—Algo fora de casa! Vamos me leve para algum lugar muito legal na sua cidade!

Não era só porque ela estava muito animada, eu realmente queria sair. Acabei levando ela para o café onde costumava a ir com Alec.

—Que lugar charmoso! Queria ter trazido meu notebook. - Ela resmungou.

—Muitos escritores veem aqui. -Comentei olhando em volta, com medo e ao mesmo tempo querendo ver Alec.

—Vou me tornar frequentadora assídua. - Bella garantiu. Ela pediu algo para comermos, mas me concentrei em meu celular. Eu mesma poderia mandar uma mensagem para Alec…

O nome de Maggie apareceu na tela. Abri a conversa com ela.

Maggie: você podia fazer a boa neta visitar a vovó?

Eu: por que?

Maggie: hospital do Câncer. Apenas venha.

Eu: Agora?

Maggie: sim.

—Que cara é essa?

—Você é contra a sairmos daqui a agora?

Bella olhou em volta.

—Não tem nada de errado aqui, é minha prima, Maggie. Ela pediu para eu ir ao hospital do câncer, agora.

—Claro, vamos. Vou pedir para colocarem nosso pedido para a viagem. - Bella foi em direção ao balcão. 

Bella era uma péssima motorista no trânsito de Nova York.

—Você precisa dirigir mais rápido.

—Estou respeitando o limite da via. - Ela esclareceu.

—Mas a via a sua frente está livre e atrás de você sempre vai haver novaiorquinos com muita pressa. - Revirei os olhos.

—Ei, eu sou uma menina de cidade pequena, filha do chefe de polícia, ok? Eu respeito as leis de trânsito.

—Muito caipira isso. - Eu ri e ela fez uma careta, mas aumentou a velocidade.

—Sua avó está internada? - Ela perguntou quando chegamos ao hospital.

—Não que eu saiba. - Dei de ombros. -Devemos dar o nome dela na recepção? - Perguntei quando entramos.

—Acho que…

—Nessie! - Maggie acenou para nós. Ela me abraçou brevemente e a apresentei a Bella.

—Namorada do meu pai, Bella. 

—Bom te conhecer.

—Igualmente.

—Então, onde é o incêndio? - Brinquei. Maggie me olhou seria. - Desculpe.

—Sasha não está nada bem, a quimio tem exigido muito dela.

—E o que você está fazendo aqui? Depois de tudo…

—A minha avó, paterna, também teve câncer. toda a família esteve ao lado dela e os médicos dizem que isso foi fundamental para a recuperação dela. - Maggie disse. -Não posso deixar Sasha sozinha, mesmo que ela seja uma paciente terrível.

—E que conta com os melhores médicos e enfermeiros. - Alembrei.

—Ainda assim, não é família. Ela está muito… chateada com a prisão da sua mãe.

—E alivia por não ser ela. Ela não pode ser presa pelo caso da farmacêutica?

—Acho que não, eles vão fazer acordo com os processantes, algo assim. -Ela balançou as mão mão como quem faz pouco caso.

—Por que me chamou aqui?

—Não é óbvio? Fale com a vovó daquele seu jeito arrogante e a faça querer melhorar.

—Maggie… não sei se é assim que funciona.

—Sasha é o ser mais teimoso que eu conheço, depois vem sua mãe e então você. Vocês se entendem e… você é a neta favorita dela.

Sua voz ficou mais baixa no final. Aquilo a magoava.

—Eu não sou. - Acontradice.

—Você é…

—Não sou. Eu sou… como eu posso dizer? Ela queria que eu fosse. Tudo que ela sonhou para mim, está em você.  E ela ama você.

Maggie ficou em silêncio.

—Depois de tudo, todas as ofensas horríveis, a única neta que vejo ao lado dela é justamente você. Você é melhor do que todos nós, e tem que ensinar isso a ela.

—Você pode até ter razão, Renesmee… mas se ela não quiser viver, ela não vai se recuperar nem ter tempo o bastante para aprender. 

Ficamos em silêncio por um tempo. Bella parecia desconfortável entre nós.

—É claro que eu vou visitá-la. - Falei por fim. - Mas não pelo motivos que você acha. 

—Já agradeço.

—Bella, você… 

—Eu espero aqui. Vou ligar para o seu pai avisando onde estamos. - Ela se afastou com o telefone em mãos.

Olhei para Maggie respirando fundo.

—Vamos lá.

 

Sasha Danali estava destilando ódio pelos olhos durante a quimioterapia.

Reclamou do hospital, dos enfermeiros, dos médicos, das pessoas. O médico dela conversou comigo, dizendo que cada pessoa lidava com a doença de um jeito, e parecia que o jeito de Sasha era odiar o mundo. 

—É como se ela levantasse essa barreira, para não demonstrar fragilidade. - Ele contou. Contudo, a fragilidade estava presente; no cansaço aparente, na perda de peso, nas olheiras. Na voz frágil.

—Acha que vai melhorar? - A perguntei. Maggie havia nos deixado a sós.

—Está torcendo para que morra, menina? - Ela cuspiu.

—Não, isso deixaria Maggie triste. - Falei. - Ela gosta de você . -Arregalei os olhos com falso pavor, afinal eu também gostava daquela mulher.

Por um milagre um pequeno sorriso surgiu no canto da boca de Maggie.

—Ela tem uma alma bondosa.

—Ela tem pouco dos Danali. - Comentei.

—Talvez.  Agora, respondendo a sua pergunta, eu espero sobreviver.

—Com essa atitude, eu acho difícil.

—Essa sou eu.

—Tente ser menos… você. - Fiz uma careta. - Por Maggie. Nem suas filhas te amam tanto quanto essa neta.

—Eu sei. - Ela disse aquilo com forma e eu tive que acreditar em suas palavras. -Não conte a ela, mas só aceitei esse tratamento por causa dela. Eu queria deixar o câncer me consumir quando vi que ele não tinha desaparecido completamente com a cirurgia. 

Aquilo era novidade.

—Então seja mais simpática com sua equipe, por ela. - Me levantei.

—Renesmee? - Vovó me chamou quando a dei as costas. 

—Você acha que eu tenho alma?

—Humm. -Aquilo me tirou um pouco o chão. - Claro. Todos temos alma.

Ela virou o rosto para o outro lado.

—Tem essas pessoas… de um grupo de igreja que a Maggie trouxe aqui. Eles falam coisas intrigantes.

—Deveria então ouvi-los mais, perguntar essas coisas a eles. - Comentei.

—Talvez… - ela disse baixinho. - Você está bem?

—Vou ficar bem. - Respondi a pergunta de outra forma. Por que sim, eu iria ficar bem.

—Espero que Tanya dê logo um jeito nessa situação em que se meteu.

—Ela garantiu que vai. - Falei com a mão já na maçaneta. -Eu vou voltar.

—Isso foi uma ameaça? - Ela perguntou, eu podia ouvir o sorriso em sua voz.

—Leve como quiser. - Respondi da forma mais rude que consegui, mesmo um sorriso preso. Sai dali sem olhar para trás.

—Eu vou voltar. Você não tem que passar por isso sozinha. - Falei com Maggie no corredor.

—Não estou sozinha. Tia Kate, mamãe, os meninos… todos também veem aqui vez ou outra.

—Mas você é a única empenhada em ver essa mulher de pé de novo, deixando todos malucos. - Brinquei. - Eu estar com vocês.

—Obrigado, Ness. - Maggie e eu nos abraçamos. Quando nos afastamos ela me olhou bem.

—Você… tem algo de diferente em você.

—Estou usando uma base nova. - Brinquei.

—Você parece muito pálida.

—E você parece que foi a praia. Isso não é justo! - Reclamei para distraída. 

—A vida não é justa. - Ela deu ombros.

—To com um pouco de presa agora, mas vamos manter contato.

Sai dali antes que Maggie também começasse a questionar se eu estava bem.

Antes da entrevista no programa de TV, Bella teve uma sessão de fotos para uma revista que faria uma matéria com ela sobre seu livro. Como as fotos eram depois da escola e eu não tinha nada interessante para fazer acompanhei ela e meu pai. Ela estava muito desconfortável com as câmeras, então meu pai e eu tentávamos distrair ela para ela ficar o mais natural possível, até que eu meu pai começou a mostrar para ela as poses que deveria fazer acabou atraindo a atenção das câmeras para si. Não aguentei, peguei uma foto dela e outra dela fazendo uma montagem para postar no meu instagram com a legenda: ‘’socorroooo! o meu pai tá se achando modelo! a @isaautora nos levou para um ensaio fotográfico e ele tá roubando a cena! alguém avisa pra ele que ele é um senhor idoso:” Coloquei a carinha de um macaquinho tampando os olhos. Logo choveu de comentários.

—Renesmee Cullen. - Um rapaz… ou seria uma moça?... com cabelo colorido me abordou. - Foi você quem roubou o meu emprego hoje!

—Eu… eu não… 

—Relaxa bobinha! Meu emprego está salvo! Amei a make que você fez na Isa! 

—Ah. - Relaxei. - Nós chegamos muito cedo, e tinha todas aquelas coisas no camarim… eu quis brincar um pouco, achei que daria tempo para tirar e refazer. - Me desculpei. Essa seria toda a desculpa que elx teria.

—Teria tempo. - esclareceu. - Mas ficou tão perfeito que eu não quis mexer. Você tem um canal de maquiagem, certo?

—É mais um vlog, não é exclusivo para make.

—Deveria investir nisso, você tem talento. - disse com confiança.

—Alex! - Uma mulher nos interrompeu. - Não incomode a senhorita Cullen, foi uma decisão unânime usar a maquiagem que ela fez na Isa.

Alex parecia mortificadx.

Sem falar mais nada saiu de perto de nós.

—Ele… ela… não estava me incomodando.

A mulher riu do meu embaraço.

—Alex é homem, querida. biologicamente falando. Ele não se identifica com nenhum sexo, o lado bom é que não se incomoda quando nos referimos a ele, como ele ou ela. Fique a vontade a se referir a ele com o que ele se parecer no dia. 

Apenas balancei a cabeça.

—Então deveríamos fazer algumas fotos suas! Você está tão linda!

—Ah, eu não vim preparada. - Fugi.

 - O seu pai também não, e veja, as câmeras amam ele.

—Talvez outra hora. - Continuei a me esquivar.

Meu pai e Bella parecia muito envolvidos, como se estivessem dentro de uma bolha onde nada pudesse perturbar os dois. Alguém chamou a mulher e ela se afastou de mim. Meu celular vibrou com uma mensagem. Era Bree.

Bree: Ness, aconteceu uma tragédia!

Eu: Seja mais especifica.

Bree: Diego apareceu na minha casa!

Ela tinha colocado vários emoticons com expressão assustada.

Eu: E…?

Bree: Renesmee isso é uma emergência! Ele está lá em baixo com a minha mãe! O que eu faço?!

Eu: Se ele não te viu ainda, você pode fugir pela janela. Se ele te viu… o expulse daí. Não deve nada a ele.

Bree: Não posso fazer isso, seria cruel.

Ela colocou uma carinha triste. Aquilo era tão cansativo…

Eu: Bree, se ele deu um jeito de descobrir seu verdadeiro endereço e está aí conversando com a sua mãe, talvez você devesse dar uma chance a ele. Talvez ele valha a pena. 

Bree: Ele vai me odiar.

Eu: Se isso é o pior que pode acontecer… você precisa tentar. Até porque você já terminou com ele.

Ela não respondeu então imaginei que tivesse descido para encontrar Diego.

Liguei para Jane.

—Fala, garota que segura vela para o pai. - Ela atendeu no primeiro toque.

—Contou ao Diego sobre Bree? - Perguntei.

—Claro. Ela gosta mesmo dela e parecia desesperado para entender porque ela não o queria mais. Eu não podia deixar que um casal tão fofo não acontecesse só porque Bree tem problemas por ser pobre. 

Ela foi direta.

—Acho que você fez bem, ele está na casa dela. - Me afastei do movimento no estúdio para não atrapalhar com a minha conversa.

—Acho que tudo vai se resolver entre eles. - A voz dela soou satisfeita.

—espero. - Suspirei.

Temos que conversar, eu e você.

—Jane, eu realmente não quero ter nenhum tipo de conversa tão cedo.

—Que espécie de amiga é você? Já passou pela sua cabeça que eu também tenho problemas?

—Desculpe, Jane, vamos conversar ok? Apenas não hoje.

Ótimo. O programa de TV com Bella ainda está de pé?

—Aposto que sim.

Credo, Renesmee! Vê se anima um pouco, quem saber se dormir? até mais! te amo, sua chata!

—Também te amo sua insuportável. 

Ela desligou o celular, e fiquei olhando o meu aparelho. Eu não falava com Alec desde o incidente com Jacob, talvez eu devesse tomar a iniciativa para ligar para ele…

—Vamos para casa? - Meu pai interrompeu meus devaneios.

—Já?

—Já anoiteceu, querida. Terminamos por aqui. - Ele estava sorrindo e relaxado, o cabelo mais bagunçado que o habitual, por conta das vezes que ele tinha passado as mãos por ali.

Bella se despedia de algumas pessoas um pouco distante.

—Tudo bem, vamos. 

 

—Por que tia Rosalie marcou um jantar no meio da semana na casa da vovó e do vovô? -Reclamei mais uma vez, dessa vez a caminho da casa dos meus avós. O que só era preciso atravessar a rua, já que a casa do meu pai era de frente para a dos pais.

—Ela tem uma notícia a nos dar. - Bella me respondeu, pela primeira vez. Tinha um sorrisinho no canto da boca.

—Tomara que seja algo muito legal, e que deixa a família realmente surpresa. Ei, tem um carro diferente ali.

—Deve ser do acompanhante de Rosalie. - Papai disse. Franzi a testa.

—Ela vai nos apresentar um namorado? Posso voltar para casa? Ainda acho que prefiro o tio Emmett. - Reclamei.

—Você vai jantar com a família, sem discussões. - Ele disse sério. Bufei.

—Sobrinha?! - Ouvi a voz antes de ver a pequena pessoa que me chamava. Era tia Alice ao lado do DJ Jasper. Tia Alice tinha a pele mais morena, deveriam estar curtindo as praias, seja lá por onde eles tinham andado. Corri em direção a ela a abraçando forte. Tia Alice sempre foi tão pequena?

—Finalmente você deu as caras! - Gritei. 

—Ah, não faz tanto tempo assim. - Ela revirou os olhos. Cumprimentei Jasper de forma mais contida.

—Tenho uma novidade para vocês. - Ela disse já estendendo a mão onde um anel de brilhantes reluzia.

—Você está noiva! - Gritei de novo.

—Não! Nós casamos! - Ela deu um pulinho. 

Olhei para meu pai e Bella que não sabiam como reagir.

—Essa era a grande surpresa da noite? - Brinquei.

—Não, mas vocês deveriam nos parabenizar. - Ela reclamou.

Mais abraços foram trocados.

—Acho que a mamãe não gostou muito disso. - Meu pai falou;

—Ela odiou. Por isso estamos aqui fora. -Tia Alice disse mantendo um sorriso no rosto.

—Bem vindo a família, Jas. - Meu pai puxou o meu agora tio Jasper para um abraço.

—Como assim vocês casaram?! - Bella sussurrou alarmada para tia Alice.

—Estamos no lugar certo, na hora certa. E decidimos casar! Foi tão natural, Bella! - Tia Alice disse sonhadora.

—Foi de um nada? - Bella ainda estava indignada.

Tia Alice deu de ombros como quem não tinha entendido aquele questionamento.

—Não foi planejado, mas temos um anel e a certidão. Talvez quando a raiva da minha mãe passar, possamos organizar uma grande festa! Agora vamos entrar, Rosalie está com um cara muito gatinho e parece eufórica para nos contar algo. Você sabe o que é, Nessie?

—Não faço ideia. Nem conheço esse tal gatinho. - Contei. 

—Aproposito, fiquem o tempo todo perto de mim, não deixe minha mãe puxar assunto nenhum, ok?

—Por que… -Bella começou a questionar.

—Apenas a interrompa o tempo toda que ela começar a falar, e não me deixem sozinha com ela. 

Seria um jantar daqueles.

O gatinho com tia Rosalie parecia muito um dos amigos de Riley. Eu não sei se era o fato dele parecer muito jovem e despreocupado, ou porque eu já estava muito acostumada a ver Tia Rosalie com tio Emmett, mas não gostei daquilo. Parecia errado.

Mas ela parecia que iria transbordar de alegria a qualquer momento, e o gatinho, Petter, era muito simpático e engraçado. Não tanto quanto o meu tio. Eu nunca iria chamar aquele ser de tio. 

Se os olhos da minha avó lançasse chamas, tio Jasper - sim eu já estava chamando ele de tio, principalmente para irritar vovó - teria derretido na nossa frente. Todas as vezes que ela tentativas dizer algo Bella, ou eu falávamos algo mais alto e tia Alice nos lançava um olhar agradecido. O jantar transcorreu de forma tranquila, vez outra o assunto ficava muito alto, as risadas enchiam o ambiente.

—Mas Jasper, você se casou com a nossa garotinha sem nem ao menos pedir a mão dela de forma adequada. - Vovô soltou a bomba, justo ele, nós não esperávamos isto.

Tio Jasper segurou a mão de Alice por cima da mesa e levou aos lábios deixando um beijo ali. 

—Sinto muito, senhor Cullen. Nunca foi minha intenção desrespeitá-lo ou desrespeitar Alice.

Dúvido, se fosse isso eles não teriam transado…?

—Mas quando algo tão intenso e verdadeiro como o amor que eu sinto pela sua vida nos cerca, nos encontra, é impossível esperar mais tempo. Eu apenas tinha que fazê-la minha.

Tia Alice pareceu derreter na cadeira. 

—Vamos devagar com todo esse doce. - Resmunguei.

—Não seja uma chata. - Tia Rosalie estava literalmente chorando?!

—Eu só espero que vocês levem esse casamento a sério, e não como uma brincadeira que pode ser feita e desfeita a qualquer momento. - Vovó aproveitou o momento para se manifestar sem interferência.

—Eu garanto a senhora, senhora Cullen que o compromisso que eu e sua filha firmamos e real e permanente. E nós temos plena certeza disso. 

Sinceridade transparência de sua voz. 

 -Acho muito bom. -Vovó resmungou, mas não pode resistir ao charme de Jasper por muito mais tempo. 

—Ah, a família cresceu tanto tão de repente! - Tia Rosalie fungou.

—Pois é… - sussurrou olhando para a mesa.

—E vai crescer ainda mais, por que eu vou ter um bebê! - Ela disse muito animada.

O silêncio pela sua declaração foi muito pequeno, todos se levantaram, menos meu pai e Isabella então deduzi que eles já sabiam, mas depois a cercaram também desejando parabéns. 

—A fábrica de bebê Cullen voltou a funcionar! - Falei. 

—Verdade, querida! Se Bella e Alice engravidasse agora não seria perfeito? - Tia Rosalie disse muito feliz para notar que a reação a palavra ‘’perfeito’’ não era muito feliz por parte de Bella e tia Alice. Uma olhou para outra com sorriso sem graça, claramente desconfortável.

—Esse é o seu momento irmã! Vamos nos concentrar nisso! Eu vou tirar de novo! - Tia Rosalie disse animada abraçando a irmã.

—Quando vamos saber o sexo? Precisamos ir às compras! - Falei animada abraçando minha tia de novo.

Parecia que a novidade não, as novidades, fariam muito bem a família Cullen. 


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Notas finais do capítulo

Finalmente a familia Cullen vai aumentar de tamanho! o/