A Namorada Do Papai escrita por Thay Paixão


Capítulo 25
A vida perfeita


Notas iniciais do capítulo

Oi gente >< Como sempre aquele muito obg especial a todo mundo que comenta, favorita, recomenda, cobra capitulo ♥
Esse capitulo tá cheio de ''refrecos'' apreciem sem moderação.
Boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/782863/chapter/25

Isabella.

 

—Que bom que você veio com o Edward. -Rosalie disse.

—Nunca o deixaria sozinho, ele ficou muito abalado.

—Acho que estamos todos. -Ela desviou o olhar bebendo um copo de água. Olhei em volta da sala de Tanya, grande e chique

—Como você está? -Repeti a pergunta de mais cedo.

—Voltei ao trabalho. Emmett não tem mais me preocupado. Comecei a sair com um cara… -ela fez uma careta.

—Conte me tudo sobre ele!

—O nome dele é Peter, ele é estagiário lá na emissora, eu sei, ele é tipo quase dez anos mais novo que eu. É lindo, forte, alto e…

Ela se perdeu apesar de toda a animação em sua voz.

—Mas não é o Emmett.

—Eu iria dizer: "e estou grávida". -Ela me deu um pequeno sorriso.

—Não! -coloquei uma mão na boca. -De jeito nenhum!

—Eu ainda estou meio chocada com a ironia de tudo. Eu aceitei o fato de que era cedo demais para investir em uma produção independente, mas não era tão cedo para sair com alguém não é?  E ele é tão doce, Bella! Acho que tenho um fraco para homens grandes e doces. Rolou um clima entre a gente, logo de cara, mas é claro que eu não dei muita atenção, garoto novo recém saído da faculdade. Ele ficou em cima, sendo fofo, fazendo de tudo para estar à minha volta… então eu deixei rolar. Nós tomamos todos os cuidados, mas… eu estou grávida. Foi tão estranho! Todos esses anos com Emm, a maior parte do tempo sem usar proteção nenhuma… e de repente isso acontece!

—Você não podia engravidar de Emmett. - A lembrei em voz baixa, afinal ele fez vasectomia.

—Eu sei, agora eu sei. - Ela revirou os olhos. - Mas na época eu achava que tinha algo errado comigo.

—Ah Rose…

—Não, não quero me lamentar por ele agora. 

—Então você vai ter um bebê! De quanto tempo?

—Oito semanas, muito pouco tempo. Pode acontecer várias coisas, pode não ir adiante…

—Ei, não pense nisso! Já foi ao médico?

—Sim, mas não deu pra ver muita coisa. Fui mais para saber todos os cuidados que devia tomar, as vitaminas, essas coisas.  Não quis ouvir o coração, fiquei com medo…

—Rose…

—Se essa gravidez não vingar, Bella, eu vou ficar arrasada e sei disso. - Ela fechou os olhos, uma mão pousou na barriga plana com carinho. 

—Vai dar tudo certo. - Segurei sua mão tentando passar segurança. -Então o jovem Peter está animado com a ideia de se tornar pai?

Ela fez uma careta.

—Foi engraçado e apavorante contar para ele, sabe? Eu tinha certeza de que ficaria com o bebê não importasse o que ele fosse dizer, ele que deveria decidir se iria fazer parte da vida da criança ou não.

Bella, eu cheguei até ele toda autoritária e nervosa, falei que estava grávida, que mesmo a gente tomando todo o cuidado algo deu errado e eu tinha engravidado. Ele ficou lá, sentado no sofá do meu apartamento meio congelado olhando para o chão. Eu queria que ele disse alguma coisa. Então eu falei mais, que eu era uma mulher independente, que não precisava dele e nem de homem nenhum. E que esse bebê não precisaria. Que se fosse mais cômodo para ele eu arrumaria um serviço para ele em outra emissora.

—Rosalie!

—Eu sei, eu parecia uma metralhadora pra cima dele. Ele me deixou falar, conforme eu falava ele parecia ficar mais calmo, então imaginei que estava tudo certo para ele da forma que eu queria fazer; produção independente sem gastar todo o dinheiro da fertilização. Quando eu fiquei quieta e sentei um pouco afastada dele, ele se sentou no chão, de frente para mim, mas mantendo certa distância e disse; ‘’ Pode parecer que eu quis te dar o golpe mais antigo do mundo, Rose, mas não foi a minha intenção. A camisinha nunca furou, você lembra? Acho que é o destino trabalhando, essa criança quer muito vir ao mundo. ‘’ Ah Bella, você tinha que ver os olhos dele! Como brilhavam ao dizer isso! Daí ele disse também :’’ Eu fiquei quieto e em choque, realmente a gente tomou todos os cuidados não é? Eu também fiquei com medo do que você quisesse fazer, porque eu sei que nossa relação é muito recente, e você me acha um bobão que acabou de sair das fraudas’’ ele fez uma careta nessa parte, porque sim, eu já chamei ele de bobão que acabou de sair das fraldas. Ele disse que quer esse bebê, Bella, e ficou apavorado com a possibilidade de eu querer fazer um… aborto, e só estar comunicando a ele a decisão. Ele disse que ficaria arrasado, e não saberia como tirar a ideia da minha cabeça. Ele disse coisas tão bonitinhas Bella, que eu me senti uma adolescente apaixonada! Desde do nosso primeiro encontro, ele tinha deixado claro que não curtia relacionamentos relâmpagos, nem nada de apenas uma noite. Ele realmente queria me conhecer e que o conhecesse, mas é claro que nós pulamos na cama, né? - Ela parou para rir. Estava tão envolvida em seu relato que seu rosto estava corado, igual mesmo a uma adolescente apaixonada.

—Então vocês são namorados agora? - Tentei.

—Sim, acho que éramos desde que eu aceitei conhecer ele melhor! -Ela riu. - Ele é um fofo, um cavalheiro… você vai adorar ele.

—Fico muito feliz por você, Rose! - A abracei pelo pescoço.

—Agora vem a parte difícil. - Ela disse mais baixo. -Isso tudo aconteceu ontem. E ontem mesmo, antes da nossa conversa, ele recebeu uma proposta da emissora de trabalho.

—Hum… lá tem alguma política contra relacionamentos?

—Não, longe disso. Qualquer dia te conta dos casais e casos de lá que você vai ficar de boca aberta. Aliás, Emmett também trabalha lá, né? Tudo bem que nossos estúdios são muitos longes, mas estamos na mesma folha de pagamento. A proposta que o Petter recebeu foi de ser efetivado, mas como correspondente no Siria. 

—Oh oh. 

—’’Oh oh,’’ é pouco. É o sonho dele, ficar no meio da ação. Serão seis meses por lá.

—Ele já aceitou?

—Ele aceitou no momento em que propuseram a ele. Ele pensou em mudar por causa do bebê, quer estar aqui, mas já tirei isso da ideia dele. Ele vai no mês que vem, e volta a tempo do parto. Ele só vai perder um tempo de gravidez.

—Bom, Rose, é um momento especial. - Falei devagar. - E ele aceitou antes de falar com você, mesmo vocês estando namorando?

—Bella, somos jornalistas, viciados em nossas carreiras. Eu teria feito o mesmo. Ele pensou que um relacionamento à distância, durante seis meses não seria nada demais. Eu também não acho que é algo ruim. Ele só vai perder eu ficando maior e maior, todos os enjoo e sei lá mais o que de início da gravidez. Vai voltar bem a tempo de me ver imensa de grávida e dar a luz. Ai meu Deus! Eu vou dar a luz! - Ela olhou para mim com os olhos arregalados.

—Não hoje. - Brinquei.

—Não hoje. 

—Fico muito feliz com você, Rose. De verdade. 

—Obrigado, Bella. Agora preciso ver o melhor momento para contar isso para a família. Com Alice agarrada no DJ Jasper, e Tanya na cadeia, não parece um bom momento.

—Na verdade parece sim, uma notícia boa.

—Tem razão.

Ouvimos passos na escada. Era Edward.

—Ela dormiu. - Ele disse chegando por detrás de mim no sofá e massageando meus ombros. -Ela parece mais magra, os ossos da clavícula mais proeminentes. - Disse com um vinco entre a testa.

—Ela deve ter crescido, nada de mais. Queria ter a facilidade que Nessie tem de perder peso! - Rosalie sacudiu a cabeça.

Edward pareceu chateado com o comentário da irmã, mas permaneceu em silêncio.

Notei que Rosalie parecia se contorcer, provavelmente querendo contar a novidade para ele.

—Vá em frente Rosalie. -a incentivei.

—O que foi? - Edward ficou na retaguarda.

—Rosalie tem uma novidade. -Falei.

—Acho que Tanya ser presa por homicídio já é muita novidade por um dia. - Ele bufou.

—Vamos, amor, precisamos de notícias boas. -Incentivei. Ele olhou para a irmã de forma cautelosa.

—Não me diga que cortou as bolas do Emmett, eu não tenho falado muito com ele por esses dias.

—Emmett? Quem é Emmett? Nem me lembro mais dele, Edward, por mais que talvez ele mereça ter as bolas arrancadas. A notícia que tenho para dar nada tem a ver com ele.

—Então…

—Você vai ser tio!

A cara de Edward foi cômica. Ele olhou para mim como se buscasse ajuda para uma reação.

—Hã… você ou Alice? - Ele disse baixo.

—Por que eu iria te contar se Alice tivesse grávida?!

—Por que não contaria? Você é a maior fofoqueira da família!

Rosalie colocou a mão no peito falsamente magoada. Mas Edward sorriu, demonstrando que entendia muito bem o que ela queria dizer.

—Eu vou ser tio! - Ele deu a volta no sofá e bagunçou os cabelos dela.

—Pirralho. - Rosalie resmungou.

—Então você decidiu fazer a tal inseminação?

—Não precisou, foi do jeito tradicional. Eu estava explicando agora mesma para Bella, como foi uma surpresa.

—Quem é o cara, Rosalie? - Edward mudou o tom de voz, parecendo um pai.

—Não use esse tom comigo, sou sua irmã mais velha, não ao contrário.

—Não quero saber, eu sou seu irmão…

—Não venha com papo machista pra cima de mim!

—Quem é o cara…

—Calma, calma! Me deixe contar como comentei a Bella…

ela se lançou a mesma história que tinha me contato.

 

Mais tarde Edward conseguiu conversar com uma das irmãs de Tanya para poder entender melhor a situação de Tanya, ela continuaria presa, seria transferida para um presídio.

—Parece que tem gente poderosa envolvida nisso! - Ele me contou.

—E o que podemos fazer? -Perguntei.

—Nada, Irina disse que ‘o pessoal de Tanya’’ já está tomando conta de tudo, apenas não devemos dizer nada a imprensa caso eles venham atrás de nós, e manter Nessie sobre vigilância.

—Armaram isso para Tanya? -Sussurrei.

—Ao que tudo indica, sim. 

—Eu não posso imaginar Tanya matando um homem. - Rosalie disse. -Devemos contratar seguranças?

—Para Nessie, talvez.-Edward.

—Não quero guarda costas. - O objeto de nossa conversa nos encontrou na sala.

—A bela adormecida acordou. - Rosalie falou.

—Acho que troquei o dia pela noite. - Renesmee disse. Afinal já passava da meia noite. - Pai.

Ela correu para os braços do pai.

—Pensei que estivesse sonhando com você. - Ela disse meio abafado pela blusa dele.

—Estou aqui. - Ele respondeu acariciando seus cabelos.

—Isabella. - Ela me notou de forma polida.

—Oi Renesmee.

—Querida, quem incriminou sua mãe, pode tentar te fazer mal. - Rosalie falou olhando sério para a sobrinha.

—Se alguém tentou fazer mal a minha mãe, essa pessoa é Félix, e eu não tenho medo dele. -Os olhos dela pareciam em chamas ao falar do homem.

—Mas eu vou tomar todas as providências para que nada aconteça a você. Não estamos negociando nada.

Edward foi incisivo.

—Que seja. - Ela respondeu arrogante.

Acabamos passando a noite ali, mas no dia seguinte Edward quis voltar a sua própria casa, e claro Renesmee nos acompanhou.

Eu me senti um pouco deslocada ali, da última vez em que havia estado ali, as coisas não terminam tão bem. Aquilo também me fez questionar meu relacionamento com Edward e para que rumo estava caminhando. Eu não era como Alice, um espírito livre, que quando finalmente se conectou com Jasper largou tudo para o seguir em suas turnês, sem me perguntar duas vezes se aquele relacionamento daria certo. 

Eu não tinha uma casa em Nova York, na verdade eu não tinha uma casa em lugar nenhum, e isso me deixava um pouco insegura enquanto viaja daqui para ali.

—Finalmente em casa! - Edward me disse em seu quarto, se jogando na cama. Quando decidimos vir para Nova York, ele avisou a mãe para pedir a uma empresa de faxina para arrumar a casa. Claro que Esme Cullen havia supervisionado tudo. Renesmee tinha pedido ao pai para chamar algumas amigas para ficar com ela, e atualmente elas estavam juntas no quarto de Renesmee.

—Sabe, se Renesmee não quer seguranças, ela tem o direito de decidir. Já é maior de idade. - O disse como quem não estava dando muito valor a fala.

—Na verdade amor, não; ela acabou de completar dezessete, não dezoito. Ainda que tivesse dezoito, isso não seria tema para discussão, a segurança dela é mais importante. Tanya se envolve com pessoas perigosas, ela faz muitas amizades poderosas, com mocinhos, bandidos, bandidos do colarinho branco… mas faz muito inimigos também. Se houver qualquer possibilidade de alguém querer fazer mal a Tanya através de Renesmee, eu não vou permitir.

—Você está certo. - fiz uma careta, da onde eu tinha tirado que Renesmee já era maior de idade? Talvez fosse meu subconsciente querendo isso o tempo todo. 

—Vem cá. Ele se sentou na cama, bateu na coxa pedindo que eu me sentasse em seu colo. Pulei ali muito animada repetidamente. Ele fechou os braços à minha volta.

—Hum… eu amo o seu cheiro. - Ele disse cheirando meu pescoço, sua respiração provocando cócegas.

—Eu também amo o seu cheiro. - Falei me virando, segurando seu rosto em minhas mãos e beijando sua boca.

Eu nunca tinha sentido isso com ninguém, essa calmaria ao beijar, essa tranquilidade cheia de fogo. Era profundo, parecia que a cada movimentar de nossos lábios gravava ele sob minha pele. Edward estava marcando seu lugar em mim.

—Como você faz isso? -Perguntei roçando meus lábios no seu, meus dedos acariciando seu rosto.

—O que?

—Me faz esquecer a lógica, os costumes, os receios… tudo o que quero é você. É estar com você.

—Senti seus lábios se curvarem em um sorriso.

—Essa é a intenção, te atar a mim até que você não queira ir a lugar nenhum.

—Eu amo você, Edward Cullen. E não me importo que seja cedo demais, que tudo seja intenso demais… eu quero viver com você. Quero tudo com você. 

Acho que ele conseguiu pegar a intensidade das minhas palavras pelo meu tom de voz. Edward afastou o rosto um pouco do meu, uma mão me segurando pela nuca, a outra em minha cintura. Seus olhos pareciam queimar nos meus, e eu podia ver sua alma ali. Confusa, um pouco caótica… uma linda bagunça. E o mais importante; amor. Eu podia ver quilometros e quilometros do seu amor. 

—Eu amo você, Bella. - ele disse com intensidade, sua voz saindo meio rouca, carregada de emoção.

Como era possível irmos de um extremo a outro em tão pouco tempo? Ele me carregou um pouco, me passando para a cama, me deitando ali de costas. Se afastou, ficando de pé, de frente para mim. Retirou a camisa pela cabeça, a jogando no chão. Mordi o lábio com a visão do seu peitoral, os poucos pelos na região abaixo do umbigo, mostrando ‘’caminho da alegria’’. Eu queria que ele tirasse aquela calça jeans. Mas não era esse o plano dele; Edward se aproximou, desabotoando a minha calça jeans e a puxou pelas minhas pernas. Lentamente. Ele queria me torturar? 

Jogou minha calça na chão.

—Tira a blusa. - ordenou. Prontamente atendi sua ordem. Tirei a blusa de qualquer jeito, muito afoita para o que iria acontecer a seguir. A joguei pelo quarto. Não com a força que imaginei, ela parou no abajur exatamente ao meu lado. Ainda bem que eu usava roupa íntima mais adulta agora, meu conjuntinho de calcinha e sutiã, embora discretos combinavam.

Ele me devorou com os olhos.

Subiu na cama, me inclinei para trás. Ele pegou uma de minhas pernas a erguendo no ar, beijou minha panturrilha, me causando cócegas. 

—Edward, isso faz cócegas, não é sexy. - Reclamei rindo.

—Muito pelo contrário, você rindo é muito sexy. - ele disse aquilo, lançando sobre mim todo o poder dominador de seus olhos. Me senti desfalecer. Mas ele estava ali, me beijando, me fazendo sentir… senti-lo, em todos os lugares. 

—E é por isso que eu acho que seria uma excelente vampira. - Jane terminou sua lista de atribuições que a colocariam como uma ótima personagem vampira em meu livro.

Estávamos na mesa da cozinha desfrutando de um interessante café da manhã. 

—Não sei se Seth concordaria com você sendo uma atriz. -Renesmee disse perspicaz.

—Ele teria que aceitar. -Jane deu de ombros.

—Vou reformular: não acredito que Aro Volturi concordaria em ter uma filha artista.

Jane fez uma careta.

—Agora você acertou o alvo. -Resmungou.

Renesmee e Bree riram e eu acompanhei. Era muito bom estar entre jovens.

—E você deusa escritora, seria uma vampira? -Bree me questionou.

—Vou contar um segredo para vocês que nunca contaria numa entrevista.

Agora eu tinha a atenção completa das três, e me lembrei que antes de ser a namorada do pai de Renesmee eu era uma grande autora para ela.

—Acho que meus vampiros são meu alter ego. Eles tem toda a confiança que me falta, o destemor… eu com toda certeza gostaria de ser vampira.

—E qual seria a sua resposta para uma entrevista? - Renesmee quis saber.

—Só que eu gostaria de ser vampira. Não deixaria claro que tem muito da minha personalidade ali… Seria estranho.

Todas assentiram.

—Ah, eu tenho uma entrevista num canal de TV aqui na próxima semana, vocês gostariam de ir comigo?

—Claro! 

—Sim!

—Eu escolho a sua roupa.

Renesmee disse a última frase naquele tom superior tão costumeiro dela.

—Ótimo! Vocês não deveriam ir para a escola?

—Já perdemos a primeira aula, se sairmos agora vamos chegar adiantadas para a segunda.

—Por que vocês se atrasaram? Eu deveria ter acordado vocês ou…

As três caíram na gargalhada com minha dúvida. Que era totalmente pertinente, certo? 

—Relaxa, Bella, não precisa nos acordar para irmos para a escola, não temos mais cinco anos.

Renesmee disse, e não me escapou, nem a duas amigas, que ela usou meu apelido "Bella". Tentei ficar neutra, o uso foi muito natural.

—Bom, e porque não foram?

—O senhor C. disse para esperarmos ele voltar. -Bree explicou.

—Ah os seguranças. -Lembrei que Edward tinha saído muito cedo para se encontrar com os seguranças indicados pela senhora Cullen.

—Acho isso muito desnecessário. É claro a morte desse cara é resultado de algum joguinho entre Félix e a minha mãe; ela finalmente largou ele e ele não gostou disso.

—Mas matar um cara, Ness? -Jane.

—Sim! Esse promotor é um cara poderoso, tá envolvido em um monte de casos importantes para o Félix. Embarreirando ele, entende? Ele se livra do cara e ferra a minha mãe. Pronto, dois coelhos num único rolê.

—Pode ser que tenha razão, e mesmo assim ele queira se vingar da sua mãe em cima de você também. Vamos deixar que o seu pai cuide de sua segurança.

Me levantei da mesa recolhendo meu prato para lavar a louça. As meninas seguiram meu exemplo deixamos seus pratos e copos na pia. Jane se ofereceu para me ajudar a lavar, mas recusei a ajuda.

Elas foram para o andar de cima terminar de se arrumarem.

Enquanto lavava as coisas fiquei contemplando o fato de que agora as coisas pareciam muito melhor entre Renesmee e eu. E em como eu me sentia à vontade naquela casa, como se fosse minha. 

Eu não iria mais ficar pensando em ter ou não uma casa em Nova York, afinal minha casa era Edward. Onde ele estivesse, este também seria meu lugar.

Quando terminei com o último talher ouvi a porta da frente abrir. Sequei as mãos e fui para lá, ouvindo as meninas desceram as escadas também.

Edward estava com três homens grandes, com roupas informais e discretas. 

—Amor. -Ele me comprimentos com um beijo casto nos lábios.

—Esses são Giovanni, Alexandre, Afonso. Eles vão cuidar da segurança de Nessie enquanto isto durar.

Edward parecia cansado.

Os homens acenaram para mim.

—Isso é desnecessário. Mas já que insiste, Papai…-Renesmee terminou de descer os degraus se prostrando na frente do pai. -Eles não podem entrar na escola.

—Não vão. E também não se vestem de preto, gostou? Eles vão te observar de longe, a paisana.

—isso é bom. -Ela tinha a expressão fechada.

—Vamos pequena, desfaça essa cara feia. -Edward apertou o nariz dela e ela riu afastando a mão dele. Ela a puxou para um abraço. -Se notar algo estranho ligue para Giovanni imediatamente, ok? 

Ela pegou o celular gravando o número dos dois.

—Eles também vão te ligar de imediato se acharam uma movimentação suspeita. Se ele te disser para ficar em um lugar, fique.

—Tudo bem, pai, mas tudo isso é desnecessário, tenho certeza que não sou alvo de ninguém.

—Melhor pecar pelo excesso de cuidado.

Renesmee assentiu mesmo a contra gosto.

 -Fico muito feliz que você e meu filho tenham voltado. -Esme disse durante o almoço daquele dia. 

—Eu amo muito o seu filho. -Confirmei.

—E ele ama você. -Ela respondeu.-Queria que Alice voltasse para casa.

—Alice nunca está em casa, mãe. -Edward a lembrou.

—Só quando estava em turnê. Agora ela teria uma boa folga, para ficar com os pais. Então o seu amigo a enfeitiçou.

Edward e eu rimos da expressão da mãe dele.

—Alice é bem grandinho e pelo o que fiquei sabendo ela gosta tanto dele quanto ele dela.

—Era a minha menina, a única que ainda estava em casa. 

—Estava em casa durante o que? Três meses durante o ano? Mamãe, Alice é adulta.

—Eu sei, eu sei! Seu pai diz a mesma coisa. Quem sabe Rosalie volte para casa agora que não está mais com Emmett.

Edward e eu trocamos um olhar.

—Não deveria contar com isso, mãe. Rosalie não mora com vocês a muito tempo, não acho que ela vá querer mudar isso agora.

Esme suspirou descansando o braço na mesa e então apoiando o rosto na mão, a expressão falsamente cansada.

—Quem sabe Renesmee? Com Tanya pressa… talvez seja hora de morar com a vovó.

A expressão de Edward endureceu. 

—Tanya não vai ficar presa por muito tempo. E devo te lembrar que Renesmee tem pai.

Nunca vi Edward falar de um jeito tão duro com a mãe.

—Mas você não fica tanto em Nova York mais. Ela não pode morar sozinha, é muito nova e, é irresponsável, convenhamos. E mesmo que vocês decidam ficar aqui agora, estão começando a vida, queridos. Uma adolescente temperamental como Renesmee só vai dificultar a vida de vocês. Ouça sua mãe, Edward. Você e Bella precisam de toda a privacidade e liberdade para começar a vida de vocês juntos.

Edward parecia petrificado no lugar, tão imóvel e irradiando tensão.

—Senhora Cullen…

—Já disse que pode me chamar de Esme, querida.

—Esme. Não acho que Edward ou eu tenhamos problemas com… falta de privacidade. 

—Ah querida, mas vão ter. Você é tão jovem, não tem filhos e uma adolescente caindo de paraquedas? Acredite em mim você não quer isso.

—Obrigado por se preocupar comigo, Esme. Mas eu quero isso sim. Renesmee é filha de Edward, está é a casa dela e estou muito feliz por ela me aceitar na vida dela.

—Renesmee não vai morar com você e com meu pai, mamãe. Ela é minha filha.

—Eu só quero ajudar, filho.

—Então não diga coisas assim novamente.

Esme deu de ombros. Edward continuou com a expressão fechada o resto do encontro.

Quando Renesmee voltou da escola parecia apática, eu estava na cozinha e ela se sentou na bancada com um garrafinha de água.

—Meu pai?

—No estúdio. - Respondi.

—Eu quero visitar minha mãe. - Ela disse com a atenção toda na garrafinha, mexendo na tampinha.

—Entendo. - Eu não sabia o que dizer, mas entendia o sentimento dela de querer ver a mãe.

—Mas tia Irina diz que ela não quer me ver. Tudo bem que ela deve estar horrível de macacão laranja. - Ela arregalou os olhos para mim para enfatizar seu horror. - Mas preciso vê-la. Nada disso parece real.

—Mas você realmente quer ter essa lembrança? - questionei. - Não deve ser nada fácil de lidar.

—Eu sei que ela é inocente. Eu estou com tanta raiva daquele cretino ter feito isso com ela! Eu tenho certeza que foi ele! 

—Fale com seu pai, então, tenho certeza de que ele não irá te negar.- Falei de um jeito neutro.

—Você acha que minha mãe fez aquilo? - Seu tom voltou ao que eu mais conhecia, o petulante.

Suspirei.

—Eu não conheço a sua mãe tão bem, e tenho uma postura de não julgar as pessoas. Se você diz que ela não fez, estou do seu lado, ok?

Aquela resposta pareceu satisfazer ela.

—Vou gravar uns tutorias de maquiagem para me distrair um pouco. - Ela pulou da bancada. Pareceu perder o equilíbrio e eu estava ao seu lado tentando ajudá la.

—Tudo bem?

—Desci rápido demais, fiquei tonta. Não se preocupe, isso acontece.

—Tudo bem…

—Quer me ajudar?

—A subir?

Ela revirou os olhos.

—Não, Bella-bobinha. Com o tutorial de maquiagem.

—Isso seria.... legal.

—Poderia me contar também como está indo o desenvolvimento do livro…

—Sonhe com isso!

Subimos juntas as escadas, notei que quando chegamos ao segundo andar, a respiração dela estava meio ofegante, como se tivesse dado uma pequena corrida.

Ajudei Renesmee a montar a luz do seu quarto, ligar a câmera e fiquei impressionada como tudo parecia tão profissional.

—Pensei que era só colocar o celular para gravar num lugar plano. - Comentei e ela riu.

—Se fosse assim a luz não seria boa, a qualidade do vídeo uma merda, logo você teria menos acessos.

—Eu sempre me pergunto como vocês influencer conseguem fazer tantas coisas… de graça.

—Ah, não é de graça! Meu canal no youtube é monetizado, eu não dou muita bola, também não posto vídeo com tanta frequência, e às vezes uso musicas que tiram a monetização dos meus vídeos, faço um esquema de usar músicas de autores pouco conhecidos para da uma força.  

—Isso é muito legal da sua parte. - Ela estava separando as maquiagens que usaria e deu de ombros.

—Eu sei que existem pessoas por aí que não tem as mesmas oportunidades que eu, ou mesmos recursos… então se eu posso ajudar, tenho que ajudar. Mas você não deveria ficar surpresa sobre fazer coisas de graça, quando te ‘’conheci’’ você escrevia de graça.

Era verdade.

—Me fazia bem. Colocando dessa forma consigo entender melhor. 

Renesmee cruzou os braços me encarando.

—Vai mesmo levar Bree, Jane e eu, para o programa de Tv?

—Sim. -Eu já tinha falando com Angela e ela tinha concordado. 

—Por que não testamos maquiagem em você? - Os olhos dela brilharam. - Podemos testar alguma para o dia do programa.

—Tem certeza?

—Claro, fazer maquiagem em alguém é sempre mais fácil do que automaquiagem. E claro, eu fazer sua maquiagem para o programa é uma forma de agradecer por… tudo. 

Renesmee foi me explicando o que cada pincel fazia na pela, qual o efeito de cada produto que ela passaria na minha pele, a textura, fazendo testes para meu tom de pele… ela parecia muito compenetrada e profissional. Também descontraiu me contando um pouco da sua infância e falando de micos que o pai dela já a fez pagar.

—Você tinha que ver como era quando ele aparecia na escola para reunião de pais e mestres. - Ela disse espalhando algo no meu rosto para limpar. -Nada justificava as mães ficarem tão derretidas por ele! Não é como se ele fosse o único pai bonitão, tinha filhos de atores de cinema lá.

—Mas seu pai se destaca. - Comentei com uma risadinha.

—Talvez. E nas apresentações da escola? Ele ficava gritando: ‘’ é a minha filha! Vai lá filhinha!’’ Eu morria de vergonha! E amava, porque eu estava com medo e os gritos dele me deixavam descontraídas, sabia que ele estava lá e tudo daria certo. Tanya quase nunca aparecia, ou chegava muito atrasada. Uma vez meu pai apareceu na escola vestido de mulher, para uma homenagem pelo o dia das mães e Tanya estava participando de um julgamento muito importante. Afinal, todos os julgamentos são muito importantes. Ah, acho que eu tenho uma foto aqui!

Ela se afastou pegando o celular.

—Onde está… eu digitalizei algumas fotos… tenho certeza que está aqui… olha! - Ela virou o celular para mim. Lá estava Edward com um vestido florido, provavelmente de Rosalie porque ela é quase tão alta quanto ele, uma peruca ruiva, com certeza para combinar com os cabelos de Renesmee, sapatilhas combinando. Ele estava com a mão na cintura, Renesmee muito sorridente na frente dele, e Tanya ao lado dele vestida formalmente com um sorriso envergonhado.

— Quando anos você tinha aqui? - perguntei.

—Oito ou nove. - Ela virou o celular para a câmera.

—Olha meu pai vestido de mãe pessoal!

—Eles sempre se esforçaram por mim… - ela disse baixinho olhando a foto, a pontinha do nariz ficando vermelha, os olhos marejados. -Sou uma garota de sorte, não?

—Sem dúvidas. 

Ela colocou o celular de lado.

—Agora me fale dos seus pais, Isa. -Ela disse voltando a trabalhar no meu rosto.

Quando terminou nós ainda conversamos mais um pouco na frente da câmera.

—Agora eu só preciso editar e está tudo pronto. Foi muito legal você deixar eu te maquiar, acho que posso até colocar como título ‘’maquiando e entrevistando Isa.’’

—Se todas as entrevistas forem assim acho que vou ficar bem tranquila. - Brinquei. -Isso está incrível!

A maquiagem estava perfeita! 

—Obrigado.

—Posso entrar? - Edward apareceu na porta, logo que tinha desligado a câmera, Renesmee tinha aberto a porta. - Sabia que estava gravando, não queria atrapalhar. Uau. - Ele olhou para mim, em sua mão a plaquinha de ‘’estou filmando, não perturbe!’’ que Renesmee tinha posto na maçaneta da porta.

—Gostou? - Brinquei.

—Minha criação. - Renesmee se gabou pegando os pincéis e levando para seu banheiro. -Se não lavar agora eu esqueço. -Justificou.

—Você está estonteante, meu amor. - Edward se achegou a mim me puxando pela cintura. -Precisamos sair, está linda de mais para ficar em casa.

—Vou só dar um jeito no meu cabelo e colocar uma roupa. - Me estiquei na ponta dos pés para beijar seus lábios. - Renesmee?

—Oi? - sua voz vinha do banheiro, ela estava de costas com a porta aberta de frente para a pia. -Consegue se arrumar rápido? Seu pai vai nos levar para sair.

—Claro, onde?

Olhei para Edward, ele parecia levemente chocado, mas sorriu e disse;

—Jantar, no restaurante mais chique de Nova York, nada menos para as mulheres mais lindas da minha vida.

—Chique, mas sem frescuras? - Renesmee voltou ao quarto.

—Tudo bem, no restaurante do Pedro? - Eu me lembrava vagamente daquele nome.

—Perfeito! trinta minutos! Vão, eu preciso me arrumar! Ah. Bella?

—Sim?

—Tem algum vestido justo, de cor neutra? e saltos?

—Acho que sim…

—Se não tiver volte aqui, sei que tenho algum que cabe em você. Agora vão!

Ela nos expulsou. Edward estava rindo no corredor.

—Vocês estão se dando muito bem. - Ele me disse.

—Ela tem me dado muita abertura. Espero que isso dure.

—Eu Também. - Ele me abraçou pela cintura. - Minhas garotas se dando bem, o que mais um homem pode querer?

Nos beijamos no corredor, até que porta do quarto de Renesmee foi aberta.

—Vocês! Não fiquem se agarrando no corredor, vão se arrumar!

 

Edward já tinha me levado naquele restaurante antes, e me apresentado ao dono e Chef, um amigo dele, Pedro. O ambiente era sofisticado, porém com um toque de informalidade que deixava tudo ainda mais perfeito. Edward não economizou elogios a mim e a Renesmee e não era exagero dizer que estávamos muito felizes.

Quando pedimos a sobremesa o amigo de Edward veio nos cumprimentar. Ele disse o quanto Renesmee estava crescida, e ficava com medo só de imaginar a filha dele, que acabara de completar um ano de idade, nessa idade.

—Você tem muitas fases boas até chegar a terrível adolescência. - Edward brincou.

—Ei, a adolescência não é tão terrível assim. - Renesmee se defendeu.

—É quando vocês começam a se tornar menos dependentes, e isso… nos deixa saudosos desses primeiros momentos, onde vocês são tão nossos. - Edward disse olhando para a filha com muito amor. -Aproveite muito cada fase, Pedro.

—Com toda a certeza.

Edward e ele começaram a trocar palavras, mas minha atenção agora estava em Renesmee que olhava para o outro lado do salão com uma expressão dura. Acompanhei seu olhar, vendo um casal jantar.

—Os conhece? - A perguntei em voz baixa.

—É o irmão de Jane e a namoradinha dele. - Ele sussurrou. - Acho que vou passar a sobremesa.

—É o cara que brigou com Jacob?

—Sim. - Ela rebateu.

—Vai deixar de comer a sobremesa maravilhosa, que você pediu, porque esse… carinha tá lá jantando tranquilamente? Ah, não ele não vai estragar a nossa noite!

Ela me olhou surpresa.

—Eu apenas perdi a vontade comer.

—Depois que viu ele ali. Quer que vá lá pedir para ele se retirar?

—Você não faria isso. - Ela riu.

—Quer apostar?

Ela me olhou em dúvida. Depois para o casal, que sinceramente não pareciam nada apaixonados e comiam absortos na comida, um parecia fingir que o outro não existia. 

—Não. Fique aí, eu vou comer. Só preciso ir ao banheiro rapidinho. - Ela se levantou. Não precisou passar perto deles para chegar ao seu destino.

Quando voltou parecia ligeiramente mais pálida, mas me forçou um sorriso e atacou o seu sorvete de sobremesa. 

Estava cedo ainda quando saímos do restaurante, e ela propôs que caminhasse um pouco na quinta avenida, lotada de turistas e pessoas apressadas. Edward andava entre nós duas com os braços no nossos ombros. Renesmee fez alguns stories com nós dois, rindo e brincando sobre como éramos um casal fofo. Quando chegamos em casa ela deu boa noite e foi para seu quarto.

—Hoje foi um dia muito bom. - Contei a Edward.

—Sim, por mais dias assim. - Ele pediu, estava sentado na cama, encostado na cabeceira. abriu os braços e deitei me aconchegando em seu peito.

—Renesmee comentou que quer ver a mãe.

—Imaginei que ela iria querer. O     que você acha?

—Acho que ela pode lidar com isso.

—Eu também, mas acho que eu preciso falar com Tanya primeiro, porque não sei se ela pode lidar com isso.

—Amanhã vou conversar com Nessie. Agora… o quão cansada você estar? - O tom dele mudou.

—Hum… acho que só um pouquinho.

—Pouquinho?

—Bem Pouquinho. -confirmei buscando seus lábios com os meus. 

Seria perfeito se todos os dias fossem como esse.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Finalmente a paz reinou entre essas duas! O que vocês acham?
vejo vocês por ai e nos comentários, pode vir no meu tt @missthayy ou no ig @pensamentosdathayy. beijão :*