A Namorada Do Papai escrita por Thay Paixão


Capítulo 19
A minha casa, sua pensão


Notas iniciais do capítulo

Oie meninas do meu coração! >< Desculpem a demora em att, tive alguns dias... ruins. :/
Muito obg pelos comentários, vou lá responder, tá?
Boa leitura ♥



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Isabella.

 

Haviam sete visitantes no meu pequeno apartamento, todos falando ao mesmo tempo.

—Eu sabia que o Seth não faria essa reserva direito, porque ele é incapaz de fazer algo direito. - Bree disse sentada em cima de sua mochila no meio do chão.

—Não seja dura com o meu bebê, ele só estava bêbado. - Jane a rebateu beijando o rosto de Seth que se fazia de coitado.

—Nós podemos arrumar um lugar para ficar que seja mais… espaçoso, certo? - O tal Jacob disse olhando para o pequeno espaço com uma careta.

—Já não deveriam ter feito isso? - Edward falou cruzando os braços. -Não entendi o que vieram fazer aqui.

—Eu fui convidada a estar aqui, se não se lembra. - Rosalie encarou o irmão.

—Tudo bem, gente, já está tarde. Porque não tentamos nos acomodar? Amanhã será mais fácil. - Suspirei.

—Eu to morrendo de fome. - Seth disse.

—Eu preciso de um banho! - Jane deu um pulo para o banheiro.

—Ei, deixa eu tomar um banho primeiro! - Bree reclamou.

—Já estou aqui!

—Sem suas coisas de banho! Você precisa sair para pegá-las! 

—Vou pedir pizza. - Renesmee suspirou e revirou os olhos para atitude das amigas.

Pegou o celular e foi para o corredor fechando a porta atrás de si.

—Ei Nessie, eu quero de mussarela! - Seth gritou a seguindo.

Troquei um sorriso contido com Edward.

—Não precisa aceitá-los aqui, tem vários hotéis por perto. - Ele me disse.

—Já está tarde. - Lembrei. - É melhor que fiquem. Se conseguirem se acomodar.

Rosalie já estava abrindo portas do meu guarda roupa e procurando cobertas para fazer de colchonete.

—Vamos ter uma grande festa do pijama! - Ela comemorou.

—Você parece bem. - Obervei.

—Porque estou bem. Não é porque terminei um relacionamento de anos que devo parecer arrasada.

—Seria o mais lógico.  -Edward jogou.

—Emmett parece arrasado? - Ela rebateu.

—Sim, o tempo todo.

Ela pareceu vacilar com aquela sentença, mas logo se recuperou.

—É bom que esteja. - Resmungou sem se abalar em seu trabalho.-Além do mais… não deveria, tudo isso foi escolha dele. - Sussurrou jogando uma leva de cobertores no chão. - Quando comprou tudo isso?

—Não comprei, Vick estava sem espaço em sua casa, e achou legal transferir algumas coisas para cá- Dei de ombros. - Veio a calhar.

—Como isso aconteceu? -Perguntei. -Todos vocês aqui assim tão de repente.

Edward e Rosalie trocaram um olhar cansado e meio… divertido?

—Nossas conversas por telefone não pareciam ajudar muito, eu queria te ver. Precisava te ver. - Edward disse como se ignorasse a plateia presente e falasse apenas comigo. - Depois de nosso último… desentendimento, decidi vir. Estava passando pela minha sala para falar com Renesmee que iria vir para cá…

—Quando eu mesma disse que estava vindo. -A Renesmee em questão entrou de volta a casa. - Pedi pizza o bastante para todos. Jane! Não demore no banho!

—E todos decidiram vir juntos? - Adivinhei o óbvio.

—Papai já sabia que eu viria com o pessoal para o show do Imagine Dragons. - Renesmee falou diretamente comigo. Parecia diferente, mais tranquila talvez. - Só que ele estava muito afetado pensando em você para se lembrar disso.

—Viemos todos juntos, mas Edward disparou para cá logo que pousamos, nem se importou conosco! E retirou o seu convite como se fosse o dono da casa! - Rosalie fingiu ultraje.

—Fomos para o hotel, e descobrimos que eu me enganei um pouco com as datas da reserva e hoje eles não tinham mais quartos. - Seth disse com uma careta.

—Um pouco? - Bree fez couro. - Você marcou para o mês que vem, Seth!

—Mas a data estava correta, só errei o mês. - Ele mostrou a língua para ela que ameaçou atirar o celular nele, que por sua vez se encolheu. 

—Vocês são uma figura. - Jacob comentou com os braços cruzados olhando de um para o outro.

—Bom, de qualquer jeito são todos muito bem vindos a ficarem, só tenho um pequeno banheiro e o espaço é esse. - Apontei a nossa volta.

—Somos os maiores empata foda que já se ouviu falar! - Seth disse às gargalhadas. Renesmee ficou vermelha.

—Cala a boca seu babaca! - Reclamou com o amigo.

Não teve jeito, mesmo havendo outros hotéis por perto, parecia que todos gostaram da bagunça de estarem juntos ali, e entre o falatório as pizzas chegaram, as meninas conseguiram tomar um banho, e nos acomodamos no chão para comer. Os adolescente falam e implicavam sem parar uns com os outros, logo ficou claro que Jacob era o recente namorado de Renesmee, se ele próprio não declarasse isso ao chamar ela de ‘’linda’’, ‘’princesa’’ ou se referindo a Edward como ‘’sogrão’’ a forma como ele parecia fazer tudo para agradá-la denunciaria. Renesmee por sua vez parecia deleitada com tamanha atenção, um sorriso convencido brincando o tempo todo em sua boca.

Jane e Bree falavam sem parar na necessidade de conhecerem os estúdios onde estavam sendo gravado o filme, e em como estavam ansiosas para o show da banda que tanto amavam. Rosalie parecia fingir estar animada com os planos da mais nova, o tempo todo lançando olhares entre mim e Edward como quem diz ‘’vocês terão muito o que fazerem juntos.’’

E eu não fazia ideia do que faríamos quando tivéssemos um tempo juntos. Juntos e sozinhos. Na primeira oportunidade eu havia pulado nele sem nem dar tempo de qualquer tipo de explicação, e agora… agora precisávamos realmente conversar.

Quando ficou muito tarde, Rosalie convenceu a todos que deveríamos nos acomodar e dormir. Ela não queria saber de meninos dormindo junto de meninas.

—Mas a gente dorme junto o tempo todo! - Seth reclamou quando ela o apontou um lugar perto do banheiro, bem longe de onde tinha posto Jane.

—Não sobre minha supervisão! Anda logo antes que eu te ponha para dormir no corredor moleque!

Jacob nem tentou discutir, acho que estar diante do pai da namorada o dava um pouco de juízo. Dormiremos Rosalie e eu na cama, Jane, Bree e Renesmee logo ao lado, e os rapazes todos próximo ao banheiro. Edward parecia querer me dizer algo, mas a algazarra a nossa volta não permitia, e eu me peguei sussurrando para ele ‘depois’’ varias vezes, até que todos estivéssemos deitados no escuro. 

Não demorou muito para a conversa cessasse e os jovens dormissem, contudo minha cabeça estava a mil. Me levantei tentando fazer o mínimo de barulho possível para não atrapalhar o sono dos meus hóspedes, abri a janela e pulei para a escada de incêndio, a fechando atrás de mim. A noite era pouco fria, minha blusa fina daria conta do recado. Me sentei nas escadas olhando o céu da noite em Los Angeles. Em Forks, conforme crescia sempre aproveitava as raras noites claras onde podia ver as estrelas para contemplar o céu. Me trazia calma, sonhos. Quantas vezes eu sonhei em sair de Forks? Não muitas, e certamente nunca pensei que seria assim, nessas circunstâncias. 

—Desculpe pelos roncos do Jacob.- A voz vinha um pouco a cima de mim. Um lance de escada a cima, Renesmee estava encolhida com o celular em mãos.

—Eu nem reparei que roncava. -Falei. A menina se levantou e desceu. Dei espaço para que ela se sentasse ao meu lado.

—Quer um? - Me ofereceu um pedaço de kitkat. 

—Obrigado. - Aceitei. Ficamos em um estranho silêncio, escada de incêndio, a madrugada de Los Angeles entre nós.

—Não conseguiu dormir? - Puxei papo.

—Não, me sinto ansiosa demais. Minha cabeça não…para.

—A minha também. - Sussurrei.

—Desculpe por aparecer assim e estragar a reconciliação de vocês. -Renesmee sussurrou.

Eu ri baixo.

—Não estragou nada, estamos… nos acertando. -Fiz uma careta.

—Pularam direto para a cama não é? Eu realmente não entendo o apelo sexual. Ou entendo, tanto faz.

Ela pareceu ansiosa de repente. 

Era a primeira vez que a filha do meu namorado parecia realmente receptiva ao falar comigo, sem muros e falsidades, decidi que era uma boa oportunidade para se aproveitar.

—Eu sou completamente apaixonada pelo seu pai. Quando o vi na minha porta… eu explodi. - Confessei.

—Pularam toda a conversa e direto para a cama.

—Agora temos uma situação estranha para resolver.

—Você realmente gosta do meu pai, não é?

—Sim. - Respondi sem pestanejar. Eu gostava de Edward e isso era um fato, não precisava de reflexões. 

Caímos em um silêncio confortável de novo, o Kitkat acabou. Ela deixou o celular ao seus pés e descansou o queixo nos joelhos.

—Bella, eu… descobri coisas sobre mim. Coisas que meus pais esconderam de mim e não deveriam. Talvez se eu soubesse dessas coisas… as coisas teriam sido diferentes. Eu teria sido diferente. 

Fiquei em silêncio sem saber bem onde ela queria chegar com aquele assunto, mas já tendo uma ideia. 

—Talvez o meu pai tenha falado algo para você, por isso era… é tão complacente comigo.

—Palavra nova? - Brinquei.

—Sou uma jovem culta. - Ela mordeu o lábio inferior.

Suspirei, eu queria que aquele assunto continuasse.

—Eu sei que você foi uma criança muito pressionada.

—Eu sou uma doida fudida. - Ela sussurrou.

—Não, não é.

—Como pode ter certeza?

—Por que você é uma criança. Ta, ok, não tão criança assim… você entendeu o que eu quis dizer.

—Não entendi não. -Ela disse mais tinha humor na voz.

—Você parece bem agora. - Indiquei pela janela as pessoas que dormiam no chão, dava para ver os pés de Jacob maiores que os dos outros.

—Jacob é legal. Muito melhor que Riley.

—O babaca daquela noite. -Lembrei.

—É. Só de imaginar que se eu tivesse dado ao Riley o que ele queria ainda poderíamos estar juntos… sinto nojo. 

—O que ele queria…

—Sexo. -Ela deu de ombros. - Não é o que todos querem? Não sei porque estive evitando isso antes, parece tão bobo agora.

—Hã… então você e Jacob…

—Sim. Eu do a ele o que ele quer, ele me da o que eu… preciso. - Sua voz baixou mais na ultima palavra.

—Renesmee… isso não parece certo. - falei. - Eu acho sexo muitas coisas, ‘’bobo’’ não é uma delas.

—Eu só não consigo entender o fascínio. Parece um meio para um fim, apenas.  

Ela parecia tão… conformada. Eu não conseguia pensar em nada para dizer. Diante de mim eu tinha uma das minhas leitoras. O que Samantha diria? Era a heroína dos meus livros com certeza ela gostava da personagem.

—Eu acho que sexo é mais do que a união de dois corpos. É a união de duas almas, que se entrelaçam, se conhecem profundamente. Quando é vazio é porque falta isso, é porque falta tudo. Não devemos compartilhar nosso corpo com quem não tem interesse na nossa alma. Fazer do sexo um meio para um fim. É… errado. E no final isso nos ferre.

—Já  se sentiu ferida por causa de sexo vazio?

—Já. -sussurrei me lembrando dos babacas da faculdade com quem me envolvi logo após Mike. -Era um meio para um fim, então quando acabava eu me sentia sozinha e vazia. E ansiosa para pular na cama do próximo. 

—Não teria sido melhor arrumar um parceiro fixo? -ela não disse aquilo como uma acusação, ela realmente queria a resposta. Me abracei mais.

—Eles não queriam ficar. -sussurrei. - ou eu não queria que ficassem.

Remesee me encarou com o cenho franzido, pensei que a trégua entre nós iria se acabar ali, mas a menina riu. 

—Você é tão poeta, Isabella! Acho que isso é o que mais combina com o meu pai, vocês são almas sensíveis. Mas a vida é assim: pegue e não se apegue!

—Fico triste de ouvir alguém tão jovem soar tão desesperançada.

—Ah, não se preocupe com isso, eu tenho muitas esperanças. 

—Então tudo bem entre você e Jacob?

Ela ficou em silêncio e eu queria muito saber o que se passava em sua cabeça. 

—Está sim, Isabella, não se preocupe. Ah, obrigada por nos receber. Poderia ter nos mandado de volta para a rua, ou até o hotel mais próximo, como meu pai certamente queria.

—Gostei da companhia de vocês.

—Eu to enrolando muito para dizer apenas que eu sinto muito. - Ela disse num fôlego. - Desculpe pelo seu cabelo, pelas ignorâncias, pelo tom ríspido e por ter me comportado como uma mala. Mas parece que você já me perdoou.

—Não, não perdoei. - Minha resposta rápida pareceu surpreender ela. 

—Eu… eu não entendo.

—Eu estou muito chateada com o cabelo. -Confessei. - Com todas as suas atitudes ríspidas comigo quando eu só tentei ser sua amiga.

—E mesmo assim você me recebe na sua casa. - Ela bufou.

—Por que fez aquilo comigo, Renesmee? - Sussurrei. Ela pareceu sem palavras.

o silêncio caiu sobre nós de novo, junto com um vento frio. Dei um bocejo, o sono finalmente estava chegando.

—Desculpe, Isabella. você não merecia. É que eu sou tão confusa na maior parte do tempo, e quando o papai veio com você, eu quebrei. Fiquei com raiva, e agora nada disso faz mais sentido e tudo…

—Ok, Renesmee, calma. Está tudo bem agora.

—Eu não vou mais me meter no seu relacionamento com meu pai. -Ela se virou para mim, os olhos tempestuosos. - Eu vejo quanto ele gosta de você, e meu pai merece ser feliz. 

Ela parecia engasgar com as palavras.

—Me desculpe por tudo, Isabella. Pode não ser hoje, mas espero que um dia possa me perdoar.

Eu não guardava rancor da menina, tinha muito pena do que ela passou na infância e agora ela me parecia perdida mais uma vez. Eu queria ajudar, mas não me envolveria tão diretamente e nem permitiria que aquilo me machucasse mais, ou que ela, no meio de sua confusão adolescente, me visse de novo como um alvo para sua frustração. 

—Cuide-se, Renesmee. Eu não sei como as coisas vão ficar entre mim e o seu pai, mas eu… quero que você fique bem.

—Eu estou bem, Isabella. - Ela sorriu para mim.

—Vamos entrar, se não dormimos um pouco não vamos aguentar esses outros amanhã. - Ela revirou os olhos mas sorriu, então a coisa mais estranha aconteceu; Renesmee se inclinou e me deu um abraço, meio desajeitado, com apenas um braço e pelos ombros, ainda sim um abraço. Sorrimos uma para a outra e voltamos para dentro, tomando o cuidado de não pisar em ninguém no nosso caminho até nosso lugares de dormir. 

Olhei para onde estávamos os garotos procurando por Edward na luz difusa da lua, tive a impressão de que seus olhos estavam abertos e se fecharam rápido ao cruzarem comigo, ele tinha um pequeno sorriso no canto da boca que o dava um ar de menino.

Respirei fundo e dessa vez foi fácil adormecer.

 

Na manhã seguinte o falatório foi inevitável, o espaço era mesmo pequeno demais para todas aquelas pessoas, contudo o show aconteceria naquela noite e as meninas - Bree e Jane - queriam fazer compras, Renesmee queria ir a praia em Santa Mônica.

—Não está tão quente para a praia. -Jane reclamou.

—Nem trouxe biquíni. - Bree saiu em apoio.

—Podemos comprar biquinis. Por favor vocês moram em Nova York, querem fazer compras em Los Angeles? - Renesmee olhou incrédula para as amigas.

—Não quero me atrasar para o show, Renesmee. Você lembra do show Panic at Disc? você queria passear antes pela cidade, nós chegamos na metade! Metade! - Jane ficou vermelha ao falar, parecia com a memória fresca sobre o evento.

—Ah Jane, não vamos nos atrasar. Não são nem oito da manhã! Podemos ir a praia, voltar na hora do almoço e nos arrumamos para o show. - Renesmee disse remexendo em sua mala.

—Baby, não quero soar chato, mas precisamos ver um lugar para ficar. Acho que já incomodamos muito a senhorita Swan. - Jacob disse com a cheia de waffles que o próprio tinha feito para o café da manhã.

—Você mesmo pode ver isso, Jacob. -Renesmee o olhou como se ele fosse o seu empregado.

—Se vocês conseguirem se arrumar por aqui, por mim tudo bem se ficarem. - Dei de ombros.

—Bella? É demais. -Edward disse pela primeira vez algo dirigido a mim desde que tinha acordado, parecia perdido em pensamentos.

—Não ligo, realmente. já mandei uma mensagem para Angela dizendo que todos vocês vão estar na festa de encerramento do filme.

—Ai eu vou conhecer a Samantha! - Jane deu um pulinho muito engraçado.

—Não, você vai conhecer a atriz que interpreta a Samantha. Por favor, Janezinha não me faça passar vergonha. - Renesmee disse revirando os olhos.

—O papo está ótimo, mas vou ficar com a equipe da praia também. Um pouco de sol e mar não me faria mal. - Rosalie disse e por mais incrível que pareça, ela tirou um chapéu de praia de sua mala. 

—O que? - Perguntou quando viu o meu olhar. -Gosto de estar preparada. 

—Praia venceu. - Renesmee disse.

—Nunca esteve em votação. - Seth bufou. - Como vou a praia sem minha prancha de surf?

—É melhor sem ela, você não surfa nada, Seth. - Bree disse com um sorriso debochado para ele. 

—Não magoe meus sentimentos, elfo de jardim. Ou conto para seu namorado que a única coisa que sua mãe administra é a cozinha da casa da minha namorada. 

Ele usou um tom baixo e frio. 

—Seth não seja babaca! - Jane o repreendeu.

—Desculpe, Bree. - Ele logo disse. Bree parecia ter caído num lago congelado, a cor tinha deixado seu corpo. Me aproximei da menina afagando suas costas.

—Nunca vai dizer nada ao Diego, a vida da Bree não é da conta dele. - Renesmee disse.

—Claro que é, quando ele é podre de rico e acha que ela é pelo menos bem de vida. - Ele abriu aspas no ar.

—Ok, esse apartamento é pequeno demais para todos nós. Edward, vamos a locadora pegar um carro. Dois carros. - Rosalie pegou sua bolsa e saiu puxando o irmão que a seguiu, provavelmente porque preferia estar bem longe da disputa adolescente. 

—Como pode ser tão babaca? - Renesmee olhou para ele de cima a baixo.

—Diego não se importa com essas coisas.-  Jacob disse olhando para Bree. - Tenho certeza de que ele te trataria igual se descobrisse que você é… não tem tanto dinheiro.

—Não se ele descobrir. - Me meti no assunto já que estava do lado de Bree e era a única adulta restante no recinto. - Tem que contar a ele Bree, a mentira tem um peso muito grande.

—Eu… eu não disse que era rica. Ele… deve ter entendido isso, porque…

—Por que meu pai paga sua escola e a dos seus irmãos e você anda com a gente. - Jane a interrompeu. - Se ele deduziu isso é problema dele, Bree, não tem que se sentir culpada. Apenas conte algo sobre sua família que o faça entender quem é você.

Bree olhou para baixo parecendo envergonhada.

—Talvez… talvez eu tenha contado a ele coisas que davam a entender que eu tinha dinheiro.

—Como o que? - Perguntei.

—Ferias em Aspen. - Ela fez cara de culpada.

—Mas você já passou férias em Aspen. Lembra quando tínhamos quatorze anos? foi tão legal! - Renesmee lembrou.

—Dependendo de como ela falou isso, pode a dar a impressão de que os pais dela tem dinheiro. -Falei para Renesmee que por sua vez deu de ombros.

—De novo não seria culpa dela. Não se preocupe com isso ok? Vamos aproveitar que papai e titia foram alugar um carro e encontrarmos biquíni! 

Contra o bom humor e disposição de Renesmee eu não podia lutar, segui as meninas pelas ruas próximas, por sorte haviam muitas lojas na região para satisfazer minhas hóspedes. Eles andavam pela calçada fazendo muito barulho, falando alto, tirando fotos, gravando stories, rindo. Atraíam muito atenção e eu me sentia envergonhada e pedindo desculpas às pessoas que eles esbarravam o tempo todo, por um momento me imaginei passeando por los Angeles com cinco cachorros, poderiam fazer menos estrago. Talvez não fosse não divertido.

As meninas conseguiram arrumar os biquínis e até maiôs, elas tinham uma pequena compulsão por compras. Os meninos foram rápidos em escolherem calção de banho. E sunga. Jacob vestiu uma branca, muito justa e andou quase a loja toda atrás de Renesmee porque queria aprovação dela. Eu tinha minhas suspeitas de que ele queria exibir o corpo, muitos clientes estavam achando graça do jovem de sunga e filmando. Uma vendedora pediu que ele voltasse ao provador, o que ele fez depois de beijar Renesmee demoradamente na frente de todos. 

Eu precisa saber o que Edward estava achando daquele relacionamento.

Conseguimos voltar ao meu apartamento em uma hora, Edward e Rosalie pareciam presos em um discursarão na frente do prédio. Quando nos viram pararam imediatamente. 

—Estamos prontos para nosso dia na praia? - Rosalie disse com um sorriso brilhante.

—Manhã, por favor apenas manhã na praia, eu não posso perder esse show. - Jane disse nervosa. 

—Claro que não vamos perder, gatinha. - Seth passou um braço pelo seu pescoço beijando sua bochecha. 

—Jacob. - Edward o chamou atirando algo no ar para ele que pegou com destreza. - Você dirige um e eu o outro.

—Por que eu não posso dirigir?! - Rosalie se queixou, parecia que esse era o motivo da discórdia entre eles antes que nós chegássemos.

—Porque você está distraída. 

—Pode deixar comigo, sogrão. Baby. - Ele pegou a mão de Nessie a dirigindo para o outro carro, estacionado atrás do que estávamos em frente, ambos eram idênticos na cor preta.

Jane e Seth seguiram os dois. Bree entrou no carro que Edward iria dirigir. 

Entre na frente ao lado de Edward, Rosalie assumiu o banco de trás de cara feia pelo irmão não deixá-la dirigir.

Edward seguiu para Santa Monica, coloquei o último disco da Lana Del Rey para tocar no meu celular.

—Essas músicas deprimidas? - Edward gemeu.

—Deprimidas? Edward Cullen, esse disco é uma obra prima feita para dias como os de hoje. - Bufei.

—Eu gosto. - Bree me apoiou.

—viu?

—Estou com Edward, deprimido demais para um dia de sol. -Rosalie se meteu.

—Devo lembrá-los de que estão hospedados na minha casa? Eu escolho a música. - cruzei os braços e descansei a cabeça no encosto, cantarolando com Lana. Edward às vezes me olhava e sorria.

Foi um momento estranho, tudo era muito estranho na nossa situação naquele momentos, mas eu me sentia aquecida com o seu olhar, não de uma forma sexual, era… na alma. Eu me senti aquecida, bem e segura. Me vi sorrindo de volta para ele, e num momento ele pegou minha mão em meu colo a levando aos lábios e depositando um beijo ali. Era como receber um choque de vida em meu coração.

Aquilo, nós era certo. Era justo. Ele era o cara que via a minha alma, era quem eu queria ao meu lado durante toda a loucura que estava por fim, tapetes vermelhos, entrevistas… vida. Eu queria Edward na minha vida e eu podia suportar tudo, passar por tudo, desde que no final do dia eu tivesse ele ao meu lado.

Mas e quanto a Edward? Ele tinha crescido neste mês? Tinha organizado sua mente ao ponto de conseguir me manter em sua vida de verdade, me mostrar tudo sobre ele e sua família e se dedicar a nossa relação? Ou no primeiro surto de sua filha ele me daria as costas?

Não, eu realmente não queria competir com a filha dele, eu tinha medo dele me dar as costas quando ela tivesse um problema. Que ele me excluísse da vida dele, ao invés de querer me incluir. 

Respirei fundo, tudo dependia de Edward agora. 

Renesmee havia dito que não iria interferir no nosso relacionamento - e eu esperava que ela tivesse falado a sério - se ela estava disposta ficar no canto dela no que se dizia respeito a eu namorar o pai dela, tudo poderia ser diferente a partir de agora, desde que Edward… desde que Edward o que?

—Bree? - O motivo da minha indagação mental, quebrou meu raciocínio.

—Sim senhor C? 

—Apenas conte a Diego sobre a sua origem e apresente ele a sua mãe. Se ele for um bom rapaz como parece, tudo vai ficar bem. Se não… é porque ele não valia a pena o esforço. -Ele disse sério olhando pelo retrovisor a menina. Bree corou e olhou para suas mãos.

—É uma garota incrível, Bree. Sua mãe é uma guerreira, e você vai longe. Esse rapaz terá sorte de ter você ao lado dele. Seja verdadeira com ele, e descubra se ele é digno de estar ao seu lado.

—O...obrigado, senhor C.

—Nossa Ed, você falou como se a menina tivesse que decidir se irá se casar com ele! - Rosalie disse.

—Ela não tem que decidir isso agora, é claro. Mas é bom investir em relacionamentos duradouros, com esse objetivo. - Ele pegou minha mão de novo a beijando, e talvez, só talvez eu tivesse um sorriso bobo no rosto. Como poderia ser objetiva se eu era uma boba apaixonada?!

—Eu queria ter essa clareza de entendimento mútuo com Renesmee. 

—É mais fácil com os filhos dos outros mesmo, senhor C. Mas o senhor faz um trabalho muito bom com Nessie. -O puxa saquismo corria solto nas veias de Bree.

A praia não estava cheia, e as pessoas presentes pareciam turistas como nós. Edward caminhou devagar pela areia, e eu diminuí o ritmo para segui-lo - de qualquer forma ele havia segurado minha mão.

—Bella, eu preciso desesperadamente conversar com você. - Seus olhos eram ansiosos.

—Vai me pedir desculpas pelas coisas que você insinuou sobre James e eu? - Tínhamos parado de caminhar, os outros já estavam se instalando na área, com direito a guarda-sol e cadeiras de praia, eu apostava que o tempo todo esse era o plano de Rosalie, um dia na praia em Santa Mônica.

—Isso e muito mais. Tanta coisa aconteceu nesse mês… - ele ficou visivelmente ansioso ao falar isso.

—Você me ama? - Perguntei. Edward pareceu incrédulo com a minha pergunta.

—Apenas responda a pergunta.

Ele ficou em silêncio avaliando meu rosto, não sei o que buscava, ou se encontrou, contudo sua expressão mudou radicalmente de insegura para firme, até mesmo feroz.

—Eu amo você Isabella Swan. Amo você desde que sorriu para mim naquele primeiro dia, eu apenas soube que tinha que fazê-la minha, e eu sei que estou sendo péssimo nisso, mas eu te amo, é uma desculpa ruim, sei que podem existir muito James por aí, mais adequados a você, mas eu te juro que irei me tornar, todos os dias, o homem que você merece. 

Eu tinha esquecido como se respirava.

—Por que? - Balbuciei a palavra.

Edward arregalou os olhos para mim, incrivelmente verdes e brilhantes ao sol. Só que dessa vez o humor era nítido em sua expressão.

—Porquê eu amo você. Amo com um fogo que queima em meu peito, e me deixa sem ar. Quando você me deixou, eu entendi que fez o que precisava ser feito, não devia se submeter a uma situação de merda por amor a mim, mas o vazio que isso deixou… eu nunca mais quero me sentir assim de novo. É mais do que uma necessidade, eu amo você e não vou abrir mão de você.

—Edward… - eu não sabia o que dizer, ele segurou minhas mãos.

—Não é para isso soar como se eu fosse eu maníaco nem nada disso, eu só preciso que você entenda que eu te amo e que se você me der uma oportunidade de provar.... eu não vou mudar. Eu já mudei. Eu fui um idiota quando insinuei aquelas coisas sobre você e James, me perdoe, eu estava cego pelo ciúme! Você tem que entender, imaginar que já era tarde demais… -ele fechou os olhos. - Me destruía. 

—Eu disse que amava você. Como pode duvidar do meu amor?

—Eu nunca duvidei do seu amor por mim. Eu apenas sabia… sei, que você é boa demais para mim.

—Edward…

—Por favor, Bella. - Ele se ajoelhou na areia atraindo alguma atenção de curiosos para nós. - Me perdoe por ser um idiota confuso que não sabe...sabia. Que não sabia lidar com a própria vida. Eu estou mudando, estou… crescendo. E quero, e preciso de você ao meu lado. Por favor, seja a minha namorada de novo.

Ele disse essas coisas com um joelho no chão, segurando minha mão na sua com as duas mãos. Tinha se formado uma rodinha a nossa volta, pessoas filmavam a cena imaginando se tratar de um pedido de casamento.

—Ali o sogrão ta pedindo a escritora em casamento! - o vento trouxe a voz de Jacob até nós. Nossos amigos e família convergiram até nós, eu podia ver Rosalie, Bree, Seth filmando com seus celulares. Não pude captar a expressão de Renesmee, ela vinha muito atrás e eu me voltei para o pai dela aos meus pés.

Eu o amava, isso era incontestável. Eu poderia ser uma tola apaixonada, poderia me arrepender depois… mas agora tudo o que eu queria era me jogar nos braços dele e o amar. 

—Eu perdoo você. E quero ser sua namorada. - Falei. Edward sorriu, riu, se colocou de pé me erguendo em um abraço forte, me girou.

—Edward! - Reclamei, mas estava feliz.

—Eu amo você, nunca mais a gente vai se separar. - Ele prometeu entre girou e me beijou. Ouvi o alvoroço a nossa volta enquanto o beijava de volta, feliz, com um ligeiro frio na barriga e desejando com todas as minhas forças que aquela promessa durasse e que ficássemos juntos e felizes.

 

—Olhem só! ‘’A autora em ascensão, Iza foi pedida em casamento hoje em Santa Monica” É amiga, me conte como é ser famosa? - Rosalie disse. Estávamos deitadas na minha cama, minhas costas ardendo apesar de ter passado protetor solar. Meus hóspedes adolescentes tinham ido para o show do Imagine Dragons e Edward estava no banho.

—Confuso. Dizem muitas coisas sobre mim, e a maioria não é verdade.

—Ou não está cem por cento correto. Parecia um pedido de casamento, meu irmão é muito gado!- Rosalie riu.

Gado?— Repeti.

Ela revirou os olhos.

—Você parece mais velha que eu! credo! É a gíria jovem para um cara que está aos seus pés.

—E você está falando como se tivesse quinze anos. - Rebati. - Não pega bem para uma jornalista, que dirá uma âncora de noticiário.

—Eu estou de férias! - Ela me olhou ultrajada.

—Pode se habituar e ter dificuldades para voltar a falar direito.

E agindo muito como se tivesse quinze anos, ela me mostrou a língua. Ri a empurrando.

—Foi muita surpresa vocês aparecendo na minha porta, mas estou muito feliz, feliz como há muito tempo não me senti. E apavorada com essa decisão. - Conclui olhando para a porta para que ela entendesse ao que me referi ao dizer que tinha medo. Rosalie ficou mais séria seguindo meu olhar.

—Entendo, ele sempre foi um garotinho perdido. Renesmee disse que ele parecia péssimo esses dias, que ela achava que se não fosse por Kaure ele poderia ainda estar na mesma.

—Que mesma?

—Eu não  o vi muito esses dias, tenho os meus próprios dilemas… acho que ele vai te contar. Logo. Estou feliz por vocês, de verdade.

—E quando a você? - Segurei sua mão a olhando atentamente. Rosalie parecia uma mulher forte e decidida, e na maioria das vezes parecia haver um véu entre ela e o mundo, onde ela não permita que alguém ultrapassasse e descobrisse o que exatamente acontecia por debaixo dele. Por um momento ele respirou fundo e tive a certeza que de ela me diria a verdade, como realmente se sentia sobre tudo, mas a porta do banheiro se abriu e Edward saiu de lá com uma toalha em volta da cintura, o cabelo gotejando, gotinhas de água escorrendo do seu cabelo pela sua pele, e muito no chão. 

—Você não se secou no banheiro?! Está molhando todo o chão! - Rosalie reclamou com o irmão enquanto eu ficava em silêncio observando a cena, querendo tirar a toalha de banho de sua cintura, muito ciente de que tínhamos visita, desviei o olhar.

—E ainda por cima saí nu do banheiro! Onde estão seus modos, Edward?

—Os perdi. - Edward deu de ombros caminhando lentamente para sua mala. 

—Isso é ridículo, se as crianças estivessem aqui…

—As crianças não estão aqui, Rosalie. -Edward rebateu.

—Sua irmã está aqui!

—Não tem nada debaixo dessa toalha que você não tenha visto. - Ele se inclinou nos dando uma visão de sua bunda coberta pela toalha.

—Chega, eu vou dar uma volta! - Rosalie se levantou e saiu pela porta a batendo pelo caminho.

—Pensei que teria que tirar a toalha para ela fugir, mas até que foi fácil dessa vez. - Ele disse piscando um olho para mim. 

—Foi golpe baixo. -O censurei.

—Ela é muito intrometida, sempre foi. 

—Onde será que ela foi sozinha a essa hora? 

—Não se preocupe com Rose, ela conhece muito bem Los Angeles e tem amigos na cidade. Acho que ela vai nos dar um pouco de privacidade.

—Hum… privacidade para que? - Entrei no jogo dele, enquanto ele deixava a toalha cair no chão e se aproximava mais de mim na cama.

—Para fazer as coisas que planejei fazer com você no momento em que você me aceitou de volta.

Edward estava deitando o corpo por cima do meu, me obrigando a deitar de costas na cama. Segurei seu rosto em minhas mãos querendo decorar cada linha de suas expressões. Ele parecia cansado, mas incrivelmente feliz e satisfeito. Meu coração pareceu aquecer com aquela visão e senti que nada era difícil demais, poderíamos conseguir conciliar qualquer coisa, desde que ficássemos juntos.

—Eu amo você. - Sussurrei puxando seu rosto para mim e o beijando de leve nos lábios.

Ele gemeu baixinho.

—É como é bom ouvir isso, meu amor.

—Então diz. - Sussurrei com os lábios roçando nos seus.

—Eu amo você. - Ele sussurrou me beijando de leve. - Amo seu cheiro, seu sabor, seu sorriso, seu jeito, seus olhos, seu nariz…

—Meu nariz é estranho! - Reclamei com uma careta, ele descia beijos agora pelo meu pescoço.

—... seus lábios, sua língua, seu corpo… eu amo você. Amo por inteira.

—Edward…

—Sim?

Eu precisava de mais garantias antes de entregar meu coração completamente para ele de novo.

—Sempre que tiver um problema, um dia ruins, preocupações… pode compartilhar comigo. Pode me dizer qualquer coisa, eu vou estar ao seu lado, sempre.

Ele deu um pequeno sorriso triste.

—Desculpe, Bella. É difícil… confiar. Confiar o pior de mim, tenho medo de não ser o melhor para você e ao saber disso você me deixe. 

—Nunca irei embora por isso, Edward. -Olhei bem em seus olhos a falar aquilo, tentando passar para ele a certeza que eu sentia.

—Eu quero ser sua parceira na vida. Isso demanda confiança, e só pode ser assim… se você se abrir comigo. Ok?

Ele fechou os olhos assentindo.

—Nunca mais vou afastar você. E nunca vou impedi-la de ir, se for a sua vontade.

—Eu não vou a lugar nenhum. 

Ele distribuiu beijos pelo meu rosto, Toda a urgência se foi, pela primeira vez eu senti como se estivéssemos livre, e os nossos corpos se conectarem, e mais do que isso, nossas almas se entrelaçam.

                                                                                                                 


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Notas finais do capítulo

Olha o nosso casal juntinho ><
finalmente temos uma bandeira branca erguida entre Bella e Renesmee?
bjs :*