Abra Seus Olhos escrita por Lilindy


Capítulo 4
Capítulo 3 - Sam, Dean e apuros na floresta - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura para todos!



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O grupo assistia o estalar do fogo enquanto as chamas consumiam os restos mortais da matriarca dos Miller. Dean, Sam e Sophie olhavam para baixo, para a cova recém-aberta. O calor do fogo subia e encontrava os rostos jovens presentes.

— Ela não conseguiu viver sem a família. — Diz Sophie fazendo Dean olhar para ela por alguns instantes. Talvez ele compreendesse o significado daquela frase mesmo que não mostrasse nenhuma empatia por aquela família. — Então... — Ela olha para os dois. — Quando conseguirem fazer o mesmo com o restante da família, o que acontecerá com eles? — Sophie realmente estava em dúvida quanto á isso. Ela tinha dúvidas sobre muita coisa.

Seu olhar encontra a face de Dean.                           

— Moça, eu não tenho a resposta para sua pergunta.

— Então caçam fantasmas e não sabem o que acontece com eles? — Solta a Marshall, um tanto satisfeita com aquela indagação. O humor de Dean a irritava na maioria das vezes.

— Eles não voltam mais. Isso é o que importa. — Rebate o Winchester.

Sophie suspira, olhando para frente. Era impossível debater com aquele cara.

— Quando eles se desapegam do que os prendiam aqui, eles vão embora. — A explicação de Sam faz a Marshall olhar para ele. — Talvez para um lugar melhor, mas nós não sabemos. Ninguém sabe. — Sam volve seu olhar para o fogo.

— O que acontece quando queimam os ossos deles?

Dean lança um olhar para ela, um que dizia o quanto ele estava cansado de suas perguntas. Sophie não se importava.

— Bom, nosso pai sempre dizia que era a morte para os fantasmas, sabe? — O Winchester mais novo vira o rosto para ela. Ele parecia sempre disposto a explicar as coisas para Sophie. Ela era grata por isso. — Mas a verdade é que ainda não sabemos com certeza.

A garota deixa seu olhar sobre Sam por breves instantes antes de volver sua face para o fogo. As chamas dançavam ali. O irmão mais alto a observa.

— É por isso que nos apegamos tanto á vida. — Uma troca rápida de olhar com o irmão antes de Sam prosseguir. Sophie levanta o olhar por alguns segundos, o encarando de forma breve. — Nós temos muito medo do desconhecido.

Os três ficam em silêncio após a última sentença do Winchester caçula, todos focados na dança que o fogo fazia. Dois minutos se passam até Sophie proferir uma frase:

— Eu só tenho medo de perder o Zack. — Sua declaração faz os dois irmãos a olharem. Sophie engolia em seco e seus olhos pareciam marejados á luz das chamas. — Eu só preciso vê-lo de novo. — Os azuis de seus olhos encontram os rostos dos caçadores. Ela estava sendo sincera ali, seu gêmeo era uma das pessoas mais importantes de sua vida.

Silêncio de fez presente outra vez.

A garota tenta engolir o choro que ainda insistia em sair, desviando o olhar das faces dos outros dois.

— Eu preciso. — Sua voz sai embargada, fazendo com que Sam deixasse seu olhar sobre ela. Dean faz o mesmo.

Os dois irmãos compreendiam aquela necessidade de garantir a segurança de quem amavam. Eles faziam isso um pelo o outro. Os Winchesters compreendiam a dor de Sophie. Dean volve sua atenção para o fogo, já Sam permitiu-se observar a garota pelos minutos que se seguiam. Sophie sabia que estava sendo observada, mas não ligava. De algum modo, sabia que tal ato de Sam simbolizava preocupação.

***

Os minutos passam lentamente. Cada integrante do trio procurava fazer alguma coisa enquanto aguardava. Dean se mantinha sentado de frente á uma janela presente na sala, uma das mãos envolta do cabo de sua arma. Sam caminhava entre a sala e a cozinha e Sophie mantinha sua atenção sobre o álbum de família dos Miller, sentada á velha mesa no centro do cômodo. Certo tempo tinha se passado e nada aconteceu. Restava aos três esperar.

Sam para sua caminhada, se detendo na entrada da cozinha. Seus olhos pousam sobre Sophie. Ela olha para ele quando nota estar sendo observada, o encarando por instantes antes de voltar ao que estava fazendo antes. O Winchester se mantém na mesma posição por certos segundos antes de virar o corpo na direção do irmão. Sam parecia incomodado.

— Devíamos contar sobre o irmão dela. — Diz ele ao se aproximar de Dean. Sem tom de voz era quase um sussurro.

— Sabe que não podemos. — Dean usa o mesmo tom. Ele olha para o irmão por sobre o ombro antes de volver sua atenção para a janela.

O mais novo lança uma olhada para a cozinha, se certificando que Sophie não ouvia nada.

— Isso é cruel, Dean. É cruel deixá-la sofrer por ele assim. Eu não gosto de deixá-la no escuro.

— Mas é para o bem dela. — Argumenta o outro, imitando o gesto feito anteriormente ao olhar para Sam.

O mais novo não esconde seu incômodo, mas fica em silêncio. Dean lança um olhar rápido para a cozinha antes de se levantar e ficar quase de frente ao irmão.

— Eu sei que você sente culpa, mas vamos focar no plano. Quando tirarmos a Sophie daqui, contaremos a ela.

— Contar o quê? — Os dois olham para a garota, ela já estava em pé na entrada da cozinha. Tinha escutado os murmúrios dos dois e procurou se ater á conversa. Contudo, só conseguiu ouvir o final dela. Os irmãos ficam em silêncio enquanto a Marshall dá dois passos. — O que vocês dois estão escondendo de mim? — Não era de agora que a garota ouvia cochichos entre os irmãos. Escutou o mesmo quando desceu a ladeira e Sam e Dean ficaram no topo, a observando.  As expressões faciais e falta de resposta de ambos faz a jovem pensar em só uma coisa. — É sobre o Zack? Vocês sabem o que aconteceu á ele?

— Sophie...

— Não, Sam.

— Não o quê? — O tom de voz dela torna-se urgente. — Não querem me contar por que eu vou atrapalhar vocês? — Sophie se aproxima, já estava com certa irritação com aquela situação. Ela não era estúpida, sabia interpretar os olhares de Dean quando ela lançava suas indagações. Sabia que para ele a sua presença poderia significar certo atraso em tal caso. Ela sentia isso. — Vocês não se importam comigo ou com o meu irmão. Só querem saber sobre os fantasmas. Eu só estou no caminho. — Solta ela em uma espécie de desabafo.

— Não é verdade, Sophie. — Diz Sam.

— Ah não? — Ela arqueia levemente suas sobrancelhas. Sam e Dean a encaravam. — Então, seja o que for me contem. Por favor. — Sua frase foi direta e seu olhar firme.

Sam desvia seu olhar do da garota. Dean faz o mesmo. Ambos pensativos e reticentes.

O silêncio se tornou amigo dos três até um som se fazer presente ali. Uma espécie de sussurro curto vindo da cozinha.

Os três olham para a mesma direção. Sam apontando a lanterna para a entrada do cômodo.

— Eles estão vindo. — Afirma a Marshall, seu coração já mudando o ritmo das batidas. Afinal, eles estavam atrás dela. Como Sam havia dito, Sophie era a escolhida da vez.

— Fique com ela. — Dean avança para a cozinha. A lanterna em uma mão e a arma em outra.

O lugar estava vazio e calmo, assim como Sophie havia deixado. Nada aconteceu durante o minuto seguinte. E então a atenção de Dean é levada para a janela ao lado da geladeira. Os passos do rapaz eram lentos até parar no centro do lugar, seus olhos focados sobre o vidro da janela e uma fina camada de gelo que se formava sobre ele. Todo o vidro foi coberto, exceto algumas áreas. Áreas não, contornos, letras. Letras que formavam uma frase:

Ela é nossa.

Ao lado da garota, Sam se mantinha atento, esperando qualquer sinal para entrar ação. Ele olha para a Marshall, a jovem estava próxima á janela por onde Dean desempenhava sua vigia antes. Se certificando que estava tudo ok, Sam avança mais alguns passos até a entrada da cozinha.

Sophie mordia o lábio inferior, ansiosa, nervosa e com medo. E tais sensações se apoderaram dela por completo quando, de súbito, Lawrence a envolveu nos braços após quebrar os vidros da janela e inclinar seu corpo um pouco para frente para alcançar a jovem.

Sam vira o corpo na direção da sala. Um grito de desespero saiu da garganta da Marshall e então a garota desapareceu pela escuridão.

— Dean, eles levaram a Sophie! — Sam já se punha a pular pela janela segundos depois de proferir tal sentença. Seu irmão não pensou muito e seguiu os passos do mais novo.

Os dois correm floresta adentro até que se dão conta que tal ação seria em vão se não soubessem que caminho seguir. Minutos depois, eles estavam de volta á casa velha.

— Essa família é persistente. — Fala o mais velho, dando passos largos pela cozinha.

— Temos que achar a Sophie.

— Temos que achar os ossos dos Miller. — Dean entra na sala.  Sam estava prestes a fazer o mesmo quando algo o detém. Sua lanterna é direcionada para algo, para o álbum de família aberto sobre a mesa. — Eu não quero aumentar a tensão, mas temos menos de duas horas para o amanhecer.

Dean encarava o lado de fora ao mesmo tempo em que Sam lia um conteúdo do álbum.

— Ei, Dean.

O mais velho volta-se para ele, aproximando-se quando nota o que Sam fazia.

— O que achou? — A lanterna de Sam estava focada sobre uma foto específica. A família estava toda reunida, abraços ao lado do outro.

— Seis de abril de 1995. — O mais velho lê a legenda da fotografia. —Isso foi há duas semanas antes do acidente, não foi?

— É. Parece ser a cabana de caça deles na foto. Mas eu juro que tem uma árvore onde eles estão em pé.

Os irmãos se encaram até Sam soltar um bafejo rápido. Dean o conhecia a ponto de saber que ele havia pensado em algo.

— O que foi?

— Eu devia ter pensando nisso.

— Pensando em quê?

— Um antigo costume do interior, Dean. Plantar uma árvore para marcar um túmulo.

— Tá, mas estamos falando de três pessoas, Sam.

— Ás vezes as famílias são enterradas no mesmo túmulo. Isso não é muito comum, mas acontece.

Dean pareceu ponderar as palavras do irmão. E, no final, não deixou de soltar um dos seus comentários.

— Cara, você é uma enciclopédia ambulante sinistra.

O mais velho se põe a andar para fora da casa enquanto o outro pensou sobre sua declaração por uns instantes.

— É. Eu sei. — Sam segue o irmão.

***

Com os braços suspensos e os punhos postos um sobre o outro, presos, Sophie se sentia uma caça que estava prestes a ser morta e destroçada pelo trio que a encarava. O coração dela batia descontroladamente dentro de sua caixa torácica enquanto os três pares de olhos a observavam.

— Cadê o Zack? O que fizeram com ele? — As perguntas saíram de sua garganta seca. 

— Eu não me preocuparia mais com ele. — Diz o patriarca da família. Seu tom de voz era calmo e firme.

A jovem sorveu a sentença.

— Oh céus. — A voz de Sophie saiu fraca. Seu estômago afundou, sentindo o golpe daquela frase.

— Devia se preocupar com você. — A voz feminina faz a Marshall direcionar a atenção para a filha, Caroline. Ela parecia mais nova que o irmão e possuía o mesmo semblante calmo e sério dos outros dois.

Foi quando o Miller mais novo, Charles, se aproximou de Sophie. O coração da garota parecia querer sair por sua boca, seus olhos estavam marejados e não demorou para que algumas gotas escapassem. Ela balança a cabeça negativamente algumas vezes.

— Por favor, eu não fiz nada á vocês. — Em vão, Sophie se move, tentando se libertar.

O Miller mais novo ignora as palavras da jovem, levando uma de suas mãos até o rosto de Sophie. A mão dele estava suja de sangue seco e isso só causou mais medo á ela. O que fariam á seguir?

— Não! Eu... Eu sei sobre sua mãe. — Solta ela, lutando para raciocinar em meio ao desespero. — Eu sei sobre a mãe de vocês dois, a Norah.  — Ela fala do nome que leu em uma legenda de uma das fotos presentes no álbum. — Eu sei sobre sua esposa. — Ela se volta para o Lawrence. — Me machucar não a trará de volta. — Sophie olha para todos ali.

A mão de Charles desce até o pescoço da jovem. Ele para, parecendo pensar sobre a sentença dita pela refém.

— Minha mãe morreu. — Sophie soluçava. O medo já a dominando por completo enquanto o hálito quente do homem batia em seu rosto. — Só nos resta machucá-la.

— Não... — Diz Sophie, chorosa.

O Miller usa seu dedo indicador, passando o mesmo sobre o colo da garota. Quando a unha encontra a carne de Sophie, um corte passa a ser aberto lenta e dolorosamente.

Um grito curto e visceral sai da garganta dela.

A respiração da jovem estava desregulada e seus olhos arregalados quando o homem se afasta um pouco para o lado. Ele a encarava de forma inexpressiva, parecendo que o fato de fazer tal coisa á garota fosse algo comum e rotineiro. Parecia já um hábito.

Foi a vez da filha se aproximar. Ela encarou Sophie da mesma forma que o irmão. O pai observava tudo em silêncio.

— Por favor. Por favor, me deixe ir. — Súplica a Marshall. Ela tenta se mover mais um pouco, seus pés não tocavam o chão devido á sua suspensão.

— Ir? — Pergunta o Miller mais velho. Caroline analisava o corpo Sophie como se a tal fosse sua futura presa. E a enfermeira sentiu seu corpo se arrepiar com tal ação da outra. — Você não vai embora.

— Você nunca irá embora. — Completa a filha. — Ela se aproxima mais um passo. Sophie fecha os olhos com a proximidade, o peito subindo e descendo rapidamente com sua respiração descompassada.

Foi quando outra dor a invadiu. Um corte mediano feito em sua barriga, causado pelas mãos da Miller, a fez soltar outro grito.

 

Do lado de fora, Sam e Dean puderam assistir quando a garota da família fez o segundo corte na lateral da barriga da Marshall. Os gritos dela só os alarmaram ainda mais.

— Vá pegar a Sophie. — Diz Sam. Os dedos de sua mão direita envolviam uma pá antiga, tirada da própria casa dos Miller, e em seu ombro a alça da mochila que os dois trouxeram com eles desde que saíram de perto do Impala.

O mais novo se locomove até a árvore localizada próxima á cabana e Dean segue para ajudar Sophie. Ao entrar na cabana, a visão que teve foi: Lawrence um pouco mais afastado de Sophie, Charles mais próximo e mais ao lado da garota e Caroline de frente para a jovem. Dean não pensou duas vezes antes de disparar contra as figuras que lhe lançaram olhares sombrios quando notaram sua presença ali.

Três tiros para três fantasmas.

Seus corpos se dissiparam no ar em forma de uma névoa negra. E Sophie não acreditava que estava feliz em ver Dean e sua cara marrenta á sua frente. Ele se aproxima. Olhares cautelosos sendo lançados pelo mais velho antes de baixar a arma.

— Graças a Deus.

— Pode me chamar de Dean. — E lá estava ele, sorrindo brevemente após soltar mais uma de suas frases.

Sophie estava prestes a dizer algo quando nota uma movimentação um pouco mais á direita na cabana. Saindo das sombras, Lawrence se aproximava.

— Dean!

Notando o olhar de medo de Sophie, o Winchester vira o torso, se deparando com o Miller mais velho. E pela primeira vez, a Marshall ouve um risinho discreto vindo do homem antes dele, com um gesto simples de mão, atingir o rosto de Dean, o fazendo virar o torso novamente. O Winchester olha para Sophie, a expressão dele era de aborrecimento enquanto um corte em sua bochecha direita começava a sangrar.

— Essa família já está me irritando. — Dean estava pronto para avançar contra Lawrence que, com um gesto das duas mãos, faz o caçador ser jogado contra uma das paredes da cabana.

— Dean! — Exclama Sophie, se sentindo impotente por não poder fazer nada.

O Winchester arfa, vendo sua arma um pouco distante de suas mãos agora.

 

Do lado exterior da cabana, Sam escuta os pedidos do irmão. Uma exclamação, para ser mais exato.

— Rápido Sam!

O mais novo já havia conseguido escavar e encontrar os restos mortais presentes no túmulo compartilhado dos Miller. Sal foi posto sobre os corpos assim como o combustível. Apenas restava queimá-los.

Mas as coisas nunca eram fáceis assim.

Uma força de origem desconhecida joga o corpo de Sam contra o chão. Ele cai ao lado do túmulo. O irmão caçula de Dean arfou com o impacto e não teve tempo para se levantar, um peso sobre o seu tronco o mantinha sobre o solo da floresta. Então, bem na frente de seus olhos, o filho mais velho do Miller apareceu. A mão esquerda de Charles estava sobre o peito de Sam e o Winchester tinha quase certeza que, se o fantasma quisesse, ele podia quebrar seu externo e suas costelas ali mesmo.

Mas os planos eram outros.

Um pouco mais atrás, a irmã caçula surgiu. Ela segurava a pá usada por Sam minutos atrás e parou ao lado do irmão que estava agachado próximo a Sam. Os dois pares de olhos, agora totalmente negros, encaravam o Winchester. Caroline deu um passo á frente, suas duas mãos segurando o cabo da pá que agora ela levantava. A garota mirava no pescoço do rapaz, se descesse o objeto com força com certeza arrancaria a cabeça de Sam fora. O Winchester mais novo olha para sua esquerda, o túmulo estava próximo. A solução daquele caso estava tão perto e ao mesmo tempo tão longe.

Foi quando ele lembrou-se: o isqueiro estava em seu bolso, ele não teve tempo de tirá-lo dali antes de ser atacado.

Talvez se...

 

Dentro da cabana, Lawrence estendia sua mão direita na direção de suas ferramentas de caça. Ele atrai para si uma das facas presentes em seu acervo. O objeto cortante segue até sua mão como se o Miller tivesse o dom da telecinese. Seus dedos envolvem o cabo da faca e ele volve sua atenção para Dean. O Winchester mais velho parecia não conseguir se mover e sair de onde estava para pegar sua arma, outra obra do Miller.

O homem se aproxima de Dean, agachando-se de frente para o outro. Ele segura a gola do casaco escuro do rapaz antes de começar a avançar a lâmina da faca contra o pescoço do mais novo. Dean não se deixa vencer e passar a segurar firmemente o pulso da mão que envolvia o cabo da arma afiada. O rosto do Winchester se contorcia com a força desempenhada por ele e Sophie não sabia por quanto tempo Dean aguentaria.

Até que Lawrence para.

Sua face adquire uma expressão de dor e mesmo que ele quisesse resistir, o homem parecia não vencer tal sensação. Ele se levanta, para o alívio de Dean. Sophie viu o patriarca se contorcer em dor, seus olhos fechados e sua mão ainda segurando o cabo da faca.

Então o homem grita.

Fogo surgiu abaixo dos seus pés e passou a subir para o restante do seu corpo. O Miller solta mais um grito, dessa vez mais visceral, antes de desaparecer em uma explosão súbita.

Sophie possuía os olhos arregalados após cena. Ela olha para a faca, agora fincada no chão, depois para Dean que ainda estava sentado, apoiado contra a parede de madeira. Ele tinha uma expressão de alívio no rosto e recuperava o fôlego após o esforço que tinha feito.

Segundos depois, mais dois gritos viscerais ecoaram do lado de fora.

***

Á passos mais calmos, o trio se dirigia para o Impala 67 estacionado no encostamento da rodovia 66. Durante o percurso, Sam havia contado o que aconteceu a ele antes de conseguir queimar os ossos dos três membros da família Miller. Em um golpe de sorte, o Winchester mais novo teve êxito em acender o isqueiro e sorte ao jogá-lo e atingi-lo dentro da cova aberta. Se tivesse fracassado, não estaria vivo agora.

— Ah neném, foi uma noite tão longa. — Fala Dean ao se aproximar do seu carro. Sophie franze um pouco os cenhos ao ouvir tal frase, mas releva.

O mais velho abre a porta esquerda do banco traseiro e joga sua bolsa ali antes de fechar a porta.

— Certo... — Inicia Sam. Ele abre a porta do lado direito do assento do carona para Sophie. — Vamos tirá-la daqui.

Com o olhar direcionado para o veículo, cansada e ferida, a Marshall reúne forças para falar:

— Não vou sair daqui até vocês me contarem o que aconteceu com meu irmão. — Ao levar seu olhar para Sam, vê que o mesmo já a encarava.

— Sophie...

— Esse tempo todo eu estive procurando por ele e vocês sabiam que os Miller o tinham matado, não é?

Sam vê os olhos azuis dela marejarem. A dor bem presente em sua face. O filho mais novo de John abaixa o olhar e fica em silêncio, isso faz Sophie pensar no pior.

— Ele morreu mesmo? — Uma lágrima cai de um dos seus olhos e percorre a bochecha direita da garota. Ela engole em seco, levando uma das mãos até o rosto para limpá-lo.

Os olhos de Sam focam em um ponto qualquer por instantes antes dele volvê-los até a face da jovem.

— Não, Sophie. Ele está vivo. .

— O quê? — Fala ela, ainda desacreditada. — Você tem certeza?

Sam dá um sorriso fechado e singelo, movimentando a cabeça positivamente uma vez antes de responder.

— Eu tenho. — A alegria e felicidade invadem o peito da Marshall e ela se permite sorrir largamente. — Vamos levá-la até ele. — Sam aponta para o interior do carro com um movimento único de cabeça.

Sophie ainda sorria para ele quando entrou no veículo. Se antes seu coração batia acelerado por medo e angústia pela ideia de ter perdido o irmão, agora ele batia de contentamento e alívio. Seu gêmeo estava vivo e á salvo.

Alguns pingos de chuva começaram a cair antes de Sam fechar a porta ao lado de Sophie. Ele entra logo depois.

Estava na hora da Marshall reencontrar seu irmão.

 

 


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Notas finais do capítulo

Estamos perto do final da fanfic, espero que estejam gostando até aqui.

Eu realmente não tenho prática em narrar cenas de ação, então peço perdão por qualquer erro narrativo nos momentos finais e mais tensos do capítulo. Estou aberta ás sugestões caso queiram dar.

Qualquer erro de português, coerência ou algo do tipo, podem informar.
Bjus, Lili ♥



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