— O que passa em sua mente, Hipácia? – Corinna perguntou, surpreendendo-me. Nunca iniciava conversas desnecessárias. Acompanhava-me desde quando alcancei, ferida, quase deixando este mundo, o monastério feminino da sua Ordem, onde estudava as artes da cura. Acreditava fortemente que o Destino me guiara.

Afastei-me da fogueira quando começou a crestar, sem desviar o olhar. Alisei meu braço, inconscientemente.

— Fortuna não nos favorece. Talvez, pensando proteger o reino, eu o condene.

— Você é a caçadora, não eles. Eles fogem ao reconhecê-la.

— Eu sou a última, Corinna. Que são algumas dezenas sacrificando-se para me matar, se milhares se erguerão destemidos à realeza extinta?