Shut Up! escrita por Daniela Mota


Capítulo 29
2ª Fase: Cápitulo 14 - Missão L.O.V.E


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Jasper PDV


–Olha Jas, aquele foi o desperdicio do ano! - Orlindo quase gritou, era incrivel como ele estava arrependido por eu não ter ficado com o Ricardão, ele estava me atrapalhando mais do que me ajudando com toda essa pressão que ele insistia em exercer sobre mim.


–Eu não tive coragem, não é assim que as coisas funcionam Lindo... - gemi enquanto ele ria irônico.


–Cadê a dificuldade hein? Era só você pegar o Ricardão. Aquele corpão entupido de óleo, a testa marcada, aquele cabelo liso bem preto molhado pelo suor do trabalho pesado, aquelas coxas torneadas, aquele sorriso maldoso. Ai Deus. - Orlindo começou a se abanar, eu fiquei o encarando, perplexo - Não sente tesão? - neguei e ele suspirou pesado - Estou começando a duvidar da sua homossexualidade.


Bufei, não estava achando nenhuma graça no que ele dizia.


–Hoje a noite podemos ir numa boate, afinal, hoje é domingo e vai estar lotado de vagabundos que não trabalham na segunda. E os vagabundos são os mais gostosos, mais gostosos que o Ricardão que tu pecou em desperdiçar.


–Boate homossexual aqui? - zombei.


–Tenho certeza que deve ter pelo menos uma, eles costumam camuflar por causa do preconceito para com os que amam gostosões em vez de Jabucréias, os que gostam de salsicha ao invés de ostras. Huahuahuahua, eu sou muito podre - ele se divertia descontrolado e eu o encarei com o meu típico tédio.


–Tá, boa sorte. - dei de ombros.


–Você vai ter que me prometer que hoje vai agir certo, vai se esforçar pra descobrir quem você é de verdade. Promete?


–Eu já sei o que eu sou - encarei o teto - Sou um idiota.


–Não é - Orlindo afagou meus cabelos, mas parecia segurar o riso - Se hoje não der certo, não iremos desistir. Se for possivel, nós ficamos. Só pra te ajudar com sua escolha.



Edward PDV


Emmett segurava o copo de vidro na parede enquanto escutava com concentração o que era dito no outro quarto. Podia dar certo, ou não. Eu não sei. A cama parecia confortável demais pra me fazer pensar em qualquer coisa. O copo escorregou da mão de Emmett enquanto ele desencostava dele com a boca escancarada de espanto.

O copo foi pego por ele antes de cair no chão, e eu devo admitir, foi um reflexo incrivel.


Ed... Edward


–O que você ouviu?


–Tudo. - ele me encarou, com um típico suspence de apresentadores de TV - Ontem eles saíram, o Orlindo queria que o Jasper ficasse com um tal de Ricardão com coxas torneadas molhada do trabalho pesado preto - ele deu o recado mais rápido que narrador de jogo de futebol, ergui uma sobrancelha em resposta - O Jasper não teve coragem então marcaram de ir hoje de novo e dessa vez parece que vai, e se não for a bicha disse que come teu irmão!


–O que? Não... Não vou permitir que esse cara converta meu irmão dessa maneira, se até agora ele não quis ficar com nenhum cara é porque ele é muito macho. Não acha?


Emmett parecia sério e concentrado, pensou um pouco antes de falar, o que era raro.


–Ou, porque ele não tem coragem. E sabe o que nos dá muita coragem?


–Alcool, uma boa quantidade de alcool e você esquece até seu nome. - acompanhei sua lógica - Você acha que a bicha vai embebedar meu irmão?


–Não resta dúvidas.


–E o que nós vamos fazer? - mesmo sem quase nenhuma esperança o perguntei, era muito pouco tempo pra bolar um plano.


Emmett colocou a mão na minha frente como se estivesse pedindo um tempo pra pensar, o deixei pensar, talvez ele tivesse alguma ideia sem noção com um pouco de noção.

A impaciência me dominava.


Emmett!


–Eles vão pra uma boate, boate homossexual. Aqui não tem nenhuma boate homossexual, mas o Fanta Uva não sabe disso. - Emmett pensou alto e eu não consegui acompanhar onde ele queria chegar com aquilo - Ele pensa que em algum lugar tem uma boate que não se identifica como homossexual por causa do preconceito em massa... Bingo!


–Fala!


–O Fanta Uva quer ir numa boate homossexual, então recomendaremos uma boate heterossexual pro Fanta Uva, mas é claro que ele não vai saber né? - ele deu um riso muito sacana.


–Ele não vai confiar na gente. - bufei.


–Como quem não quer nada, a gente acaba passando o endereço da boate. Vou ver uma bem longe daqui para que não possam desconfiar, pra nos certificarmos, os seguiremos assim que eles saírem de casa. Se tudo correr bem, essa vai ser nossa ultima etapa da missão L.O.V.E.


–Espero.


–Tenho outra má noticia, você que vai indicar o lugar pra bicha - Emmett se esquivou como se esperasse por um soco, logo após riu - Se fodeu mano.


–Eu?


–Ah, vamos ser realistas, a bicha odeia você. Ela paga pau do Jasper... Eu sou um caso a parte, a bicha vai ficar me paquerando. E se aquele viado tirar onda comigo de novo eu... Vou perder a cabeça, literalmente.


(...)


Desci as escadas e sentei ao lado de Orlindo, ele estava olhando pra televisão, mas logo me encarou.


–O galo de briga cotó já consegue se levantar? - ele zombou e eu assenti sem me importar com o apelido lindo que ele me deu. Ele então virou o rosto e continuou assistindo TV. Observei o episódio acabar com o beijo de dois caras, devo concluir que era uma serie homossexual, o letreiro "Glee" me deu a informação do nome.


–Aff, hoje eu ia sair e tal pra ir pra uma balada - puxei assunto e ele continuou olhando a TV, outro episódio começava, ele parecia altamente despreocupado - Mas eles irão fechar, não querem ter concorrência com a boate que tá bombando, há rumores que a boate é homossexual, mas até que o nome não dá essa ideia. "Sexy tips" - bufei tealtramente - Ah, quem disse que uma boate homossexual pode competir com uma hetero? São uns idiotas.


–Ah, é...? - ele fingiu não interesse.


–Além do mais a boate fica um pouco longe, perto do shopping mais popular daqui. Dizem que a boate no dia de sábado é cheia de lésbicas se pegando, mas no dia de domingo só dá homem. Eu até arriscaria o sábado, podia até conventer algumas. Mas domingo eu não passo nem perto. - Orlindo me olhou com antipatia - A boate abre as sete e só fecha no dia seguinte. Deus sabe o que acontece lá dentro, dá vontade de vomitar. - fiz uma careta de nojo bem convincente - Que droga, eu precisava tanto tirar o atraso.


–Se quiser tirar o atraso nem precisa de uma boate - ele me olhou malicioso e depois sua expressão se fechou numa de completa repulsa - Contrata uma puta alejada que nem tú, huahuahuahua .Vai parecer dois cachorros cotós cruzando, huahuahuahua.


Não disse nada em resposta, nem mudei a minha expressão, apenas me levantei e subi as escadas sem olhar pra trás. Talvez tenha sido engraçado, mas só um pouco. Foi engraçado, bastante. Devo admitir que meu humor melhorou.


Agora só nos restava esperar a hora "H" pra ir atrás deles e transformar a noite gay numa noite hetero inesquecivel. E talvez, só talvez. Nós conseguiriamos levar o viado embora de uma vez por todas.


Bella PDV


O Jake entendia que era muito bom ficarmos juntos, mas cada um de nós precisávamos de um tempo com a nossa família. Bem, eu acho que ele entendia. Mas eu não sentia essa necessidade de me relacionar com o resto do mundo, a única pessoa que não me decepcionava era ele, talvez eu devesse dar uma chance pra cada um ser melhor.

Peguei um esmalte pra pintar as unhas, um rosa claro parecia combinar mais com essa etapa da minha vida. Doce, simples, claro, fofo, bonito. Talvez Jake. Ri comigo mesma, queria só ver a cara do Jake sabendo que foi comparado a cor rosa.

Ouvi batidas na porta e acabei borrando o esmalte, é incrivel a minha capacidade de não me assustar fácil.

Quem poderia estar batendo?

1-Edward,

2-Edward,

3-Edward,

4-Edward,

5-Edward.


Minha lista imaginária estava um tanto com nomes repetitivos. Como era possivel eu ter 9 pessoas morando na minha casa e só conseguir pensar em uma?

Suspirei apagando a minha lista imaginária.

Me levantei da cama e pus a mão na maçaneta, mas, as batidas na minha porta ficaram agressivas, agressivas igual quando Edward bateu na minha porta pra brigar comigo. Várias cenas daquele dia se passaram na minha mente, quando ele me xingou, gritou comigo e brincou, me lembrei da raiva que senti e quando o joguei o vaso e ele caiu no chão. Ri baixinho ao lembrar do meu desespero quando achei que o Edward estava morto, talvez fosse a única desgraça do passado com que eu conseguia rir.


–Eu sei que está aí Bella, não adianta fugir.


Reconheci a voz de Alice e suspirei de alívio. Girei a maçaneta em seguida e abrir a porta.


–Porque demorou? - ela perguntou ofegante.


–Estava esperando o esmalte secar pra... - ela me interrompeu fazendo sinais com as mãos pra eu parar de falar. Sutil.


–Olha, eu fiquei te esperando chegar mó tempão, então não quero conversinhas. O papo é reto, fala logo! - ela bateu os pés no chão impacientemente.


–Ele me pediu perdão - sorri que nem uma idiota - Por tudo.


–Ah, o Edward sabe se desculpar? - ergueu uma sobrancelha e eu assenti -Rolou beijo?


Completamente sutil.


–Não, não rolou.


–Olha, eu o beijaria, até se ele fosse um assassino que tivesse tentado me matar no passado. Porque olha... O Edward não é do tipo que fala "desculpa e obrigado", ele provavelmente derrubou o orgulho com unhas e dentes pra dizer isso pra você, derrubar o orgulho do nada não é fácil. Isso realmente merecia um beijo satisfatório.


–Estou namorando... O Jake. - expliquei.


–Ah tá, entendo. A velha história de "não magoar". Mas é o Edward que você quer.


–Está confundindo as coisas... O Jake é o cara certo que eu sempre procurei, é o certo desde o inicio.


Queria pôder acreditar nas minhas próprias palavras.


–Você não consegue nem enganar a si mesma. Até que você queria, mas não é. Por mais idiota que o Edward tenha sido com você, é ele que você ama.


–Por que está me dizendo essas coisas?


–Ouvir umas verdades de vez em quando é bom. Ainda mais quando se mente pra si mesma constantemente.


–Eu amo o Jake - me surpreendi com o tom nervoso da minha voz.


–Ama, mas não do jeito certo. - ela insistiu.


–Desde quando passou a não me apoiar? - fui fria na minha pergunta, talvez o Edward tenha mandado ela me dizer essas coisas, eu não me surpreenderia.


–Desde quando você enlouqueceu! Desde quando vai fazer algo que vai se arrepender daqui a algum tempo, quando o magoar.


–Eu não vou magoar o Jacob, nunca. - minha voz aumentou de tom mais ainda.


–Querendo ou não, ele vai falar "Eu te amo" e não vai escutar uma resposta que o faça sorrir. Ou então você vai dizer "Eu te amo" sem amar, o que ainda é pior.


–Chega Alice, cala a boca! Cala a boca! - a raiva subiu na minha cabeça quase me fazendo explodir. Minha voz havia se tornado agressiva demais.


–Se não fosse verdade, não doeria. O Edward quer você da mesma intensidade, isso está meio óbvio até pro Emmett, nós conversamos e ele me perguntou se eu tinha notado a forma que o Edward olha pra você. Você sabe o certo a fazer, lá no fundo. - ela pôs a mão no coração - Mas falta coragem pra arriscar.


–Mas eu não o quero. - minha voz tinha tanta firmeza que, até eu, acreditei.


–Tá na hora de cair a ficha.


–Ele também não me quer, ele quer os meus cosméticos caros que me enfeitam. Ele quer meu rosto novo, o cabelo loiro, macio, grande e brilhante. Ele quer as roupas que eu uso que fazem eu parecer mais com um objeto do que com uma garota. Lembra da antiga Isabella? Ele queria ela? Ah, não. Ele sentia nojo dela só porque ela não era bonita, e agora vem me dizer que ele me quer? - um certo tom de zombaria ficou marcado em minha voz enquanto as palavras me machucavam. Alice estava parada, intacta. - Está feliz agora? - limpei uma lágrima despercebida - Tá aí a verdade e ela machuca sabia? No dia que eu descobri que era adotada eu podia ter feito besteira. Mas o Jake conversou comigo, mesmo não me conhecendo, foi à garota feia que ele deu conselho. Enquanto o Edward encostou sua boca suja na minha só pra me causar mais dor. Você pode entender a diferença? Será que pode? - berrei.


–Estou falando do Edward atual. - ela riu nervosa.


–Você não sabe o que é sofrer Alice. Pra você é bem fácil, você sempre foi linda, mas... EU? Eu precisei mudar para que me notassem, e isso sempre vai fazer parte do meu presente. - era incrivel a forma como as palavras saiam desesperadas da minha boca - O único que havia me amado de verdade era o nosso pai, e ele foi embora e levou um pedaço meu junto com ele. - Alice parecia terna - O Jacob faz eu me sentir inteira, novamente, fez eu me sentir feliz e realizada. Então não vem me dizer que o Edward é melhor, porque ele não é! Talvez você não enxergue isso, você nem sabe o que é amor. Então, por favor... Não dá palpite na minha vida.


–Eu não sei o que é amor? - ela debochou e eu assenti fria - Eu estou apaixonada por alguém que não sente o minimo de atração por mim, que nunca me olhou com desejo, alguém desconcertante, ingênuo, lindo como um anjo, que vive ao meu redor - a dor estava na sua voz, ela parecia ao longe - que não sorrir, e não faz ninguém a sua volta sorrir, vive num mundo diferente do meu, porque não combinamos, não nos conectamos, como você e o Edward. É por isso que eu estou desesperada por um homem, pra me fazer esquecer essa burrada. Eu não pedi, eu não mandei isso acontecer. Foi uma espécie de mágica e puff, ele estava roubando meus sonhos e tomando conta da minha cabeça por inteiro. - me lembrei do que aconteceu comigo, exatamente a mesma coisa - Acha que eu não sei o que é alimentar uma causa perdida? O que me ajuda é que eu sei parecer poderosa, fria, feliz, na hora que eu quero - ela soluçou - Eu só não queria que acontecesse o mesmo com você. Ficar presa num beco que parece não ter nenhuma saída, e no meu caso, não tem.


Por um momento chequei a descrição da suposta pessoa, tudo que ela disse, e porque aquilo parecia tão complexo pra ela, uma burrada. Enfim entendi toda a dor da sua voz, só não acreditava que isso podia ser real. Arregalei os olhos descrente na conclusão que havia criado, não podia ser.


Jasper...?



Edward PDV


Olhei os dois entrarem no carro de Carlisle exatamente às 7 e levantei do sofá junto a Emmett.


–Hoje você dirige - não sei porque, mas senti que eu me arrependeria de ter dito isso.


Entrei no carro do Emmett e ele entrou em seguida, parecia altamente animado.


–Siga aquele carro!


Emmett pisou fundo no acelerador, com um sorriso sacana no rosto, o típico sorriso de quando ele tem algo muito poderoso em mente, as vezes, tá, quase sempre essa coisa que ele tem na mente é muito sem noção, mas algo me dizia que nada poderia dar errado naquela noite. Talvez a amizade não seja ridicula como eu pensara, é um cara mais idiota que você, fazendo junto com você a mesma merda, mesmo tendo 99% por cento de chance de dar errado. Amizade é você acreditar nesse 1%. E eu estava colocando fé nesse 1% e, pelo jeito, ele fazia o mesmo.


Estacionamos o carro longe da boate em questão, vi o Jasper cambalear do carro e o Orlindo cambalear junto com ele pra fora, o Emmett tinha razão, eles encheram a cara antes de chegar aqui. Desci do carro enquanto observava os dois entrarem parecendo dois bêbados da esquina.


[Música: Like a G6 - Far east movement]


Entrei na boate junto a Emmett, o som animado mixado pelo DJ me envolveu, eu sentia falta disso, da energia que a música me passava.


–Esse Orlindo é mesmo um filho da puta, olha só... Nem bem chegou e já tá enchendo a cara do seu irmão. Se continuar nesse ritmo amanhã seu irmão não vai lembrar de nada. - segui os olhos de Emmett e vi o copo do Jasper e do Orlindo cheio, Orlindo estava bebendo o liquido com uma rapidez terrivel, em apenas um gole, ele detonava o liquido e pedia mais pra bargirl, que já parecia estar ficando assustada.


–Acho que teremos um enterro pra ir, e não vai ser do Jasper - brinquei.


–Edward, você já pensou o que vai ser do Orlindo se ele agarrar algum desses machos daqui? - Emmett entrou na brincadeira - O cara vai morrer sem saber o motivo.


Rimos juntos.


Uma grande vontade de aproveitar a noite tomou conta de mim, talvez isso me fizesse tirar a Bella da mente nem que fosse um pouquinho, desde o hospital eu não tinha a visto, eu sei, eram apenas algumas horas, mas essa necessidade dela me dominava e era inútil ignorar isso. Mas eu podia tentar.

No tempo que eu ia pra boates era pra sair pegando geral, eu pouco dançava, pouco curtia. Encarei o globo girando e me maravilhei com as luzes que piscando, era uma grande e atrativa boas vindas para a diversão. Devo admitir que o DJ também contribuía, ele de fato era muito bom, era quase impossivel ficar parado enquanto via tanta gente se divertir, me mechi um pouco, tentando curti a música bastante agitada, tentei pegar leve nos movimentos, eu havia tomado uma bela surra ontem e estava abusando da sorte. Pessoas chacoalhavam e se encoxavam na pista, enquanto as luzes não paravam de piscar, ao lado ficava um monte de mesas onde os casais estavam tranzando.


Menores de idade, todos os tipos de bebidas, pegação exagerada, sexo. Pelo jeito, ali, nada era proibido. Se eu ainda fosse o Edward habitual faria um belo de estrago aqui. E talvez eu pudesse voltar, nem que fosse por uma noite. Uma simples e única noite.

Emmett ainda permanecia ao meu lado, mas ele não se mexia, não se divertia.


–Aproveita a noite cara, faz disso uma missão divertida.


–Eu amo muito a Victoria.


–Não Emmett, não é só assim que um cara pode se divertir e você sabe disso não sabe? - ele negou com a cabeça - Você é um cara tão difícil. Se não quer se divertir, farei isso a mais por nós dois beleza?


–Prefiro ficar só na investigação. Não me dou bem com bebidas, eu viro outro cara e daqui a pouco amanhã acordo com um olho roxo, uma dívida de milhares de reais pra pagar e talvez uma garota grávida pedindo dez mil de pensão prum garotinho. - não era uma boa hora pra lembrar que um bebê levava 9 meses pra nascer - Vou ouvir o que o Orlindo e o Jasper estão conversando.


–Tenha cautela.


Emmett desapareceu na multidão e eu havia me perguntado se ele conseguiu chegar ao outro lado sem ter se batido em alguém.

O Edward que você sempre foi, pelo menos nessa noite.

A verdade era que, nem mesmo querendo eu voltaria a ser o Edward que eu sempre fui, lições e ocasiões mudaram a minha personalidade e a minha vida e eu me orgulhava disso, de certa forma.



Emmett PDV


Fiquei na escuta, perto do balcão onde o Fanta Uva e o Jasper enchiam a cara. Eu até tinha jeito pra coisa. Só esqueci meu equipamento. Uma escuta caíria bem.


–Sabe garçonete, vocês disfarçam muito bem nesse lugar. - a bicha riu adoidada enquanto deu um golão acabando de uma só vez com a coisa que antes enchia seu copo, provavelmente wisch. A garçonete fitava o Jasper que mantinha a cabeça abaixada enquanto bebia, de vez em quando bebia um pequeno golinho do seu suposto wisch.


–Espero que aproveitem bem. É a primeira vez que vêm, estou certa? - Jasper assentiu tímido -Vão viciar neste lugar, cada dia tem uma coisa nova.


–É, ouvi dizer - Orlindo deu um riso malicioso - Mas acho que só gostamos dos domingos. - ele encarou Jasper - Hã... Garçonete, por favor. Pode encher o copo do meu amigão aqui com uma cervejinha?


–Claro. - a garçonete pegou a garrafa de cerveja.


–Não Orlindo, não aguento beber muito, talvez mais tarde. - Orlindo assentiu e a garçonete um pouco descontente guardou a cerveja.


–Peraí Jasper, só vou beber essa e iremos pra pista. - Jasper assentiu.


Orlindo virou o copo em dois tempos e se levantou arrastando Jasper, quando chegaram na pista, a música acabou. Me dobrei de rir com a cara sem graça de Orlindo. Impagável.


Uma mulher alta e morena apareceu no palco, seu cabelo era bem curto, enquanto o seu corpo cheio de curvas parecia mais um violão, e pelo jeito muita gente queria tocar esse instrumento. Menos eu, porque a Vic é minha única música. A mulher ergueu o microfone e olhou pra todos.


Muito, muito boa noite! - sua voz era altamente sensual, tipo aquela voz de garota de comercial de cerveja. - Vejo que estão aproveitando esta noite - ela olhou pra uma mesa em que o casal estava tranzando sem se preocupar com as pessoas a sua volta - Quero saber se estão prontos para ficarem completamente... Excitados.


Encarei Orlindo assenti descaradamente, pelo jeito ele ainda achava que era uma boate homossexual e que iriamos assistir um monte de homens tirarem as roupas, e dançarem de cuecas rosa. Imagina só a cara dele quando vê mulheres no lugar de caras.


[Música: Sexy bitch - David Guetta]


A primeira garota entrou ao som da música que começou a agitar o lugar, ela usava uma máscara vermelha que cobria seu rosto por inteiro, seu cabelo num tom bem vermelho, me lembrava o cabelo da minha Vic, mas eram mais longos e lisos. Seu corpo em medidas perfeitas dava forma ao roupão de seda que ela usava, vermelho e até os joelhos. Stripptease? Boate bem moderna, devo admitir. A última vez que curti uma stripptease foi em American Peas.

A garota começou a dançar sensualmente, sensual demais. Devo dizer que era um grande exagero de sensualidade. Suas unhas vermelhas desfizeram o nó do roupão em pouco tempo, ela fez uma voltinha completa e jogou longe o roupão que vestia. Perdi o ar diante da minha visão, de repente ficou difícil respirar diante daquelas curvas perfeitas que dominavam seu corpo, sua saia pequena e de pregas mostravam as suas coxas perfeitas, sua blusa minúscula mostrava metade dos seus seios fartos e as letras brilhantes "Fuck me" chamavam atenção. Nos pés ela usava um sapato agulha que media mais de 1 centimetro, concerteza. Os gritos dos caras da plateia tomaram conta do lugar, inclusive eu, se não fosse um cara comprometido gritaria, aquilo era uma obra prima, mais gostosa que qualquer artista de filme pornô que eu havia visto na minha vida inteira. Eu te amo Vic.


–Levanta mais essa blusa vadia. Eu pago. - um homem gritou chamando sua atenção.


A garota o encarou, parecia que não havia gostado muito do que tinha ouvido e inesperadamente ela deu uma meia volta suave e entrou por onde tinha saído. Olhei em volta e todos estavam surpresos com sua atitude, mas, não demorou muito e ela estava de volta. Mas voltou com uma loira de cabelos longos e ondulados que, também, usava uma máscara, mas não um roupão, ela já revelou seu corpo logo de cara arrancando o vestido que estava usando em dois tempos, ela era mais ousada que a outra, mas o seu corpo não me encantava tanto quanto o da ruiva. Eu nem devia estar olhando pra stripper, nenhuma mulher chama a minha atenção, apenas a Vic.


Mas a ruiva, a ruiva me atraiu, me hipnotizou.


–Tira vai - um homem gritou pra ruiva e ela nem olhou pra ele, apenas olhou pra loira como se estivesse apelando por ajuda, a loira assentiu friamente pra ela e ela continuou dançando sensualmente, uma dança que estava me enlouquecendo. A loira desceu até o chão perto de um cara logo a frente da platéia, ele tafulhou um maço de dinheiro dentro do seu soutien. Ela deu um sorriso um tanto vadio e continuou a dançar, devo dizer que ela devia ser experiente no ramo, enquanto a outra, parecia um tanto novata e nervosa, mas nem por isso deixava de ser sexy.


A música começou a ficar mais agitada e como resposta a toda essa agitação a loira ficou de costas e arrancou o seu soutien, o lançando na platéia, a ruiva parecia um pouco assustada com sua reação. Observei o soutien cair na cabeça de Orlindo, arregalei os olhos, era capaz dele xingar a dançarina, cuspir e até arrumar uma confusão por aqui e aí o bicho ia pegar, de verdade.

Orlindo pegou o soutien nas mãos e começou a rodá-lo no ar com uma cara de quem estava se divertindo, isso me assustou. A loira se virou com as mãos nos seios e piscou pra ruiva como se dissesse "Assim que se faz". Ela marchou no ritmo da música com seu enorme salto enquanto, ainda segurava seus seios. A outra, sem hesitar fez o mesmo, numa sincronia, elas balançaram os cabelos e dançaram até o chão, caprichando no rebolado. Um senhor, que estava na frente colocou um maço de dinheiro na sua calcinha.

Uma típica puta que topa tudo por dinheiro, mas a ruiva, parecia menos atrevida, levava isso como um trabalho, talvez. Como resposta ao que eu pensava a ruiva rasgou a sua saia de pregas e jogou longe, suspirei diante da sua calcinha minúscula de renda. Ela me parecia tão familiar e ao mesmo tempo tão estranha. As duas.


Será que eu já peguei?


Os insultos que os homens soltavam ao ouvido da loira soava como um elogio, mas apenas pra ela.


–Continua! - quase desmaiei de susto quando vi que a voz vinha de Orlindo que ainda girava o soutien no ar.


A loira cobriu seus seios com seus longos cabelos e mais atrevida, pegou na sua calcinha minúscula como se a fosse tirá-la. Orlindo a olhava com uma malícia incontrolavel, a malícia que eu nunca vi quando ele olhava pra mulheres.


[Música: Who's that chick - David Guetta ft. Rihanna]


–Que tal essa sua amiga aí hoje finalmente revelar o rostinho dela? Vamos lá, ela nunca tira essa máscara. - um cara sacudiu um bolo de dinheiro na mão. Sem falar nada, a loira tirou a máscara pra todo mundo ver. Juro que se não fosse mais musculoso caíria bambinho e apagado no chão.


–Rosalie? - sussurrei baixo demais pra loira ouvir.


Puta. Que. Pariu. Edward.

Era a irmã mandona do Edward? Foi impossivel não ficar de boca aberta, ela tinha um segredo obscuro, muito obscuro, devo acrescentar.

Mas o que leva uma garota rica a fazer isso? Não é falta de grana. Ela não é pobre, está morando na minha casa, concerteza tem uma boa e gorda mesada. O que leva ela a ser dançarina de boate? Era inevitável não questionar a cena sobre meus olhos. Era a irmã do meu brother ali em cima tirando a roupa, era minha irmã agora, morava na minha casa, gostava de mandar em todo mundo. Isso não seria possivel seria? Talvez ela tivesse dupla personalidade. Ou então devia ser daqueles ser humanos altamente viciados em sexo. Deveria considerar todas as hipóteses.


–Emmett - reconheci a voz de Edward e me virei.


–Onde estava? - observei sua camisa um tanto surrada.


–Fiquei trancado no banheiro com uma garota louca, é uma longa história.


–Chega desse jogo de surpresas, eles querem te ver. É a sua chance. - ouvi um sussurro, eu tinha uma audição de cão mesmo.


Nem me preocupei em olhar. O importante era que o Edward visse, eu já estava em choque demais.


–Cara, você não está vendo a sua irmã lá em cima?


Puta. Merda.– ele disse enquanto arregalou os olhos e abriu a boca em espanto - Emmett, sugiro que você não olhe.


Engoli como um bolo de farinha ao imaginar que aqueles cabelos ruivos, mesmo lisos eram familiares desde o inicio. E, eu temia, temia em me virar e dar de cara com Victoria, temia em não conseguir me controlar se de fato fosse ela. Temia estragar tudo. Mas qual era a probabilidade de ser ela? 0 em 1.000.000,00.

Sem mais nada a temer eu me virei.

Me engasguei de dor ao encarar a minha Vic, ali, no palco, a maquiagem escura não escondia seu rosto angelical por inteiro. Ali estava ela sendo elogiada por outros homens enquanto o mostrava, aquilo não era possivel, era? Minha cabeça esquentou de raiva e a ira tomou conta do meu corpo, senti como se eu estivesse dentro de um forno sendo assado em altissima tempetura, vivo. Queimando vivo.


Dei um passo a frente e Edward segurou meu braço, tudo ficou mudo a minha volta. Eu queria puxá-la a força e arrastá-la se possivel daquele palco, pra que parassem de elogiar e querer a mulher que pertencia a mim, somente a mim. Ou talvez não fosse tão minha assim. Um nó na garganta me fez gritar por dentro e tentar me livrar dos braços de Edward que tentavam que eu não fizesse alguma besteira, que eu não deixasse a raiva me dominar por completo. Eu podia me livrar daqueles braços com a ira que eu sentia contida dentro de mim.


Enganado pela única garota que você amou de verdade.


Do que adiantaria eu tirá-la do palco? Ela concerteza já deve dançar há algum tempo nessa boate, deve tirar a roupa todo dia só por simples trocados de broxadores. Não me adiantaria de nada tirar ela dali, pelo contrário, eu estragaria tudo, estragaria a missão L.O.V.E e foderia com nossa única chance, com minha única chance de fazer algo direito.

Não importava o que Victoria fizesse naquele palco, eu não ia tirá-la de lá.


–Emmett... - Edward sussurrou como tivesse me tirando de uma transe profunda.


Victoria não estava mais no palco, apenas Rosalie, que descia dele. Edward me puxou e me sentou no balcão do barzinho, observei um grande espaço ser aberto pra Rosalie continuar a dançar, agora entre os homens. Senti uma lágrima idiota escapulir e a limpei enquanto olhava o palco e pedia pra que Victoria não voltasse pra ele, nunca mais. Eu só queria esquecer essa noite e continuar acreditando na inocência de Victoria, como eu sempre acreditei.


Alcool, uma boa quantidade de alcool e você esquece até seu nome.


–Wisch, por favor. - pedi a bargirl, vidrando os olhos nas bebidas ao invés do palco.


–Não disse que não ia beber?


–Vou tentar engolir esse bolo de dor junto com Wisch - rosnei, Edward apenas assentiu sem saber o que dizer.


A bargirl me deu o copo e eu virei em dois tempos, que nem o Orlindo, senti o ardor do liquido descendo na minha garganta.


–Sinto muito.


–Me dá a coisa mais forte que você tem aí - pedi a bargirl num tom frio e impaciente ignorando a pena de Edward.


–Não é bebendo que você vai apagar isso.


–Você não sabe a dor que eu tô sentindo agora, então por favor cala essa boca, porque você não entende.


–Não? Acha que também não dói ver a irmã que você um dia cuidou ter se tornado isso sem nenhum motivo aparente?


A bargirl me serviu novamente, dessa vez a bebida saiu dilacerando e queimando tudo, empurrando o bolo de raiva enorme que estava formado na minha garganta.

1 copo, 2 copos, 3 copos, 4 copos, era inútil contar. Não foi o suficiente pra nada, Edward tinha razão, a bebida não ia apagar aquilo que eu queria. Resolvi então desabafar.


–Foi inútil acreditar que ela me amava de verdade. Ela sempre quis o meu dinheiro, se fez de santa por mera fachada, e, eu como sempre burro, acreditei. Dói pra caralho, eu me iludi cara, me iludi. Desculpa por não acreditar em você.


–Talvez ela tenha um bom motivo.


Será que um soco estragaria nossa amizade?


–Ela é uma vadia... Sexy. Mas é uma vadia.


–Não é só porque ela é stripper que ela tem que sair dando por aí. Você está julgando ela.


–Vai se foder cara. Eu posso ser burro, mas disso eu tenho certeza. Eu achei que a Victoria era uma moça pobre, humilde, pura. - zombei de mim mesmo - Puta merda, como eu sou burro! Uma garota perfeita ia cair do céu, se bater com você por acidente, gostar de um desenho idiota infantil...? Sou um asno.


Dei mais uma golada na bebida, Edward me olhou assustado.


–Está sendo duro consigo mesmo.


–Dá palpite na tua vida cara, você ultimamente tem sido um teórico do caralho. - passei a mão nos meus olhos que ardiam - Fica com essa cara de viado o tempo todo pensando nela, larga mão de ser viadinho. E depois tu fala de mim beleza? É cada uma... - resmunguei.


–Eu não penso na Bella, não o tempo todo. - fiz sinais com as mãos pedindo pra ele parar.


–Você pensa tanto que eu nem mencionei seu nome e você fala dela. - observei sua cara sem graça - Rá! Joga esse caô no caralho! Vai se foder mano, você pelo menos tem alguém que vale a pena lutar.


–Obrigado - ele foi indiferente - Agradeceria se parasse de beber e mandar eu me foder toda hora. É possivel que você lance um dicionário de palavrões hoje.


–Vai se foder! - ri alto enquanto me divertia olhando pros dois Edward's a minha frente. Os dois eram tão viadinhos. Viadões, os cinco. Ou eram 10? Sei lá. - Foda-se os dez!


Já que o desabafo não adiantava em nada eu resolvi passar pra outra, talvez pagar com a mesma moeda me deixasse mais aliviado, talvez eu ainda podia salvar minha noite. Peguei do bolso da calça uma nota de 100 e joguei no balcão, em seguida me levantei e observei toda a boate, todas as garotas, das mais magrinhas, as gordinhas, até as gostosas que era meu alvo preferido, observei a ruiva de cabelo curto requebrar até o chão e foi em sua direção que eu andei, tentei não trocar as pernas e me manter equilibrado o tempo todo, uma mão me segurou antes que eu a tocasse.


–Achei que tinha mandado você se foder Edward's - me virei fulo pra eles.


–Mandou, mas quem ia fazer isso é você. Olha, você quer mesmo voltar pro hospital e dessa vez ser você o internado lá? Se controla, ou sou eu que vou te mandar pra um! O mundo não acabou porque sua namorada escondeu alguma coisa de você, ela te ama, você a ama e isso é muito, você não sabe mesmo sobre a minha vida, minha irmã se tornou a mesma coisa que a minha mãe foi um dia e você acha que isso é motivo de encher a cara? Olha, se você continuar nesse drama do caralho não vai gostar do que vai vir a seguir.


–Vai se foder. - zombei.


Edward deu um tapa estrondoso na minha cara.


Edward PDV


–Isso não vai ficar assim - ele colocou o dedo na minha cara - Quando eu chegar em casa eu vou contar pra minha mãe, valeu?


Ele tinha razão, ele era muito fraco pra bebida. Ele ia levar uma surra e tanto com o cara malhado. Era difícil tomar conta dele enquanto observava o Jasper e o Orlindo, eles estavam dançando, no meio da multidão, o Jasper até parecia um pouco mais solto.


–Amanhã eu vou terminar com a Victoria.


–Isso me lembra que eu tenho que terminar com a Jessica, mas ela não vai aceitar isso. Não sei como fazer isso.


–Diz a ela que virou gay, e não se preocupe. Não estará mentindo. - ele riu alto e eu bufei.


–E você... Não vejo um bom motivo pra terminar, não vai deixar ela se explicar?


–Porra nenhuma, eu quero fazer sexo.


Não consegui me controlar, tentei disfarçar o meu riso que saia descontrolado da minha boca. O pior é que ele achou que meu riso era um incentivo a continuar.


–A Victoria nunca me deu e eu não ligava, eu a respeitava. Achava que ela gostava de respeito, mas pelo jeito... Se eu oferecesse cinquentinha ela me daria tudo que eu tinha direito. Sério, vou comer alguém hoje. Estou me sentindo um viadinho.


Lutei contra a ideia de presenteiar Emmett com um segundo sonoro tapa na cara.


Direcionei meus olhos ao lugar onde todos dançavam, procurei por Orlindo e por Jasper e não achei nenhum dos dois. Pedi a bargirl pra tomar conta de Emmett enquanto ele continuava desabafando e xingando sua namorada. Meus olhos pecorreram todo o lugar.


O primeiro que achei foi o Jasper, ele estava ficando com uma garota e, olha, ele parece ter escolhido ela a dedo, era muito bonita. Ele a beijava ferozmente como se fosse engolir a cabeça da loira.

Não sei porque, mas uma felicidade tomou conta de mim, me senti orgulhoso por ter conseguido tal feito. Meu irmão porra! Homem, ficando com mulheres. Isso aí!

Onde Orlindo estava não me interessava, pouco me importava o que a bicha estava fazendo, mesmo assim olhei em volta pra ver se o encontrava, alguém tocou o meu ombro e eu virei assustado, era o Emmett.


–Sou foda. - Emmett riu descontrolado enquanto olhava Jasper - Paguei uma nota pra essa garota agarrar ele de jeito e pelo jeito ele tá gostando.


–Quando foi que pagou?


–Eu não sei, eu não lembro. Talvez ontem, talvez hoje, talvez nunca. Eu não sei... Eu não lembro de nada. Eu só sei que eu caí, bati em vários lugares e parei aqui - ele passou a mão na cabeça e eu me segurei pra não rir da sua confusão - Puta que pariu, olha só! O Orlindo tá pegando tua irmã. - diante das bobagens ditas anteriormente era difícil acreditar no que ele me dizia.


Olhei em volta apenas por extinto e arregalei os olhos, abrindo a boca em espanto. Orlindo dançava se encoxando na minha irmã que parecia gostar, em seguida ele a puxou pela mecha de cabelo brutamente e praticamente a devorou num beijo assustador.


–Parecem canibais sedentos por carne humana.


De fato pareciam, pareciam selvagens. Orlindo passou a sua mão atrevida por todos os lugares do seu corpo enquanto rebolava junto com Rosalie, aquilo era de traumatizar qualquer pessoa.


–Não se preocupe, ele não vai comer ela. Precisaria estar drogado pra isso. - Emmett continuou comentando e nós rimos.


Encarei Jasper que agora dançava solto, sem a garota que antes ele estava beijando, ele parecia com um caçador em busca de caça. Ele parou, olhou pra uma garota de costas, a puxou pela cintura com força, em seguida a girou e como um desesperado a beijou. Como um digno canibal, cheio de desejo.


–Vamos fazer uma aposta? Eu aposto que seu irmão canibal pega 10 e come 5. E você?


–Aposto que ele vai dormir. E você também. Mas pelo menos nós conseguimos terminar a missão L.O.V.E antes disso. - sorri orgulhoso e o Emmett sorriu junto.


Levamos o viado embora de uma vez por todas– Emmett completou, orgulhoso - Cara, ele tá subindo a saia da tua irmã. Ele vai comer ela! - encarei a cena assustadora que acontecia a metros de mim - A moça violão tinha razão, a stripptease excitou até a bicha. Infalivel.


–Isso é assustador cara, mas pelo menos é com uma mulher. Imagina se fosse com um cara - fizemos caretas - Enfim, acabou. Nós conseguimos. Não ligo que seja minha irmã.


L.O.V.E sempre em nossos corações.


Emmett me abraçou forte por um bom tempo e eu revirei os olhos.


–Não é a toa que você tá se sentindo um viadinho, não é falta de sexo é falta de masculinidade.


Ouvir o ronco assustador dele no meu ombro e o afastei, ele continuou dormindo num sono pesado, como uma pedra. Nem a música que tocava foi capaz de acordar o cara, diante de tudo eu não tive escolha, eu apenas rir, rir do seu ronco assustador e do seu cansaço e fraqueza para com o alcool, era incrivel como ele ficava sincero, sem medo de consequencias. Por isso que ele não bebia.

Nós confiamos esta noite nos 1% de chance de dar certo, os 99% de chance de erro foram ignorados e conseguimos efetuar nossa missão com sucesso, numa noite cheia de traumas. E, agora, só me restava carregar a mula até o carro parado do outro lado da rua e algo me dizia que seria a parte mais difícil.


Continua...



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Notas finais do capítulo

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