Porto de Nápoles – 03/02, 15:38hrs.

Giorno esperava impacientemente o moreno. Não confiava em Fugo, afinal, sabia se tratar de um ex arrependido. Todavia, as palavras do ruivo soavam confiantes, os detalhes que recebera de Trish eram minuciosos, impossível terem sido inventados com tamanha precisão.

De toda forma... Trish.... Ele realmente não sabia se devia confiar neles, mas não devia idealizar Bruno, afinal, ele era imperfeito como qualquer um. Teria ele feito isso mesmo? Teria ele jogado fora todos os sentimentos sinceros que Giorno lhe deu?

Seus pensamentos foram cortados quando Bruno apareceu.

O loiro inspirou, procurando forças.

— Bucciarati...

— Giorno, quero que me ouça antes.

Disse o moreno, incisivo. O loiro não falou mais que isso, preferiu ouvi-lo primeiro.

Ao invés de esperar palavras, um beijo invadiu sua boca. O moreno o agarrou pela cintura e provou de sua boca num roçar de lábios apaixonante. Giorno perdeu o fôlego naquela ousadia.

— B-Brun...

— Shh...

Fez o moreno, mantendo aquele carinho até que suas mentes ficassem em branco e apenas o ato estivesse presente. Giorno já o beijava espontaneamente, sem se perguntar o porquê daquele momento. Levou os dedos até as pontas do seu Chanel, como adorava, e os puxou de leve. Bruno desfez a sua trança.

— P-por quê? ...

— Eu quero assumir isso, Giorno. Eu quero você para mim.

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Gabinete de Giovanna: 03/02, 14:50hrs.

Não era o que Pannacotta Fugo planejara, mas, se havia acontecido, ele usaria sem remorso algum. Bruno era perfeito para se por defeito: um homem sério, romântico, fiel. Descobrir uma possível traição em um momento em que Giorno está arfando de amor por ele era a hora perfeita para tirá-lo da jogada.

Fugo o queria de volta, não importa o que precisasse fazer.

— Bucciarati se encontrou com Abbacchio... não preciso dizer o que estavam fazendo, não é?

Giorno gelou. Sabia que podia ser mentira, mas ver a confiança encarnada nos olhos violetas do ruivo o incomodava indubitavelmente.

— Não posso acreditar em você...

— Você acha que eu quero te prejudicar?

Fugo. Trish e Fugo. Giorno ouviu a voz da garota de longe. Em um fatídico dia ambos, ex companheiros, agora, resolveram se tornar bons samaritanos. Inverossímil.

Em passos lentos, o loiro se aproximou do ruivo. Se aproximou o suficiente para fazê-lo acreditar que seus lábios se tocariam, que Giorno havia crido naquela afirmação.

Ilusão.

O loiro fixou seus belos olhos turquesa nos do ruivo, no qual sentiu um frio na espinha.

— Se eu descobrir que é mentira... não irei te perdoar...

Sussurrou. Aquela frase acabou surtindo efeito contrário, pois, logo, Fugo sorriu confiante. Giorno estava ficando sem alternativas. Bruno o traíra? Ele fez mesmo isso?

Sem dizer mais nada, o ruivo saiu da sala. Deixou Giorno em seus pensamentos. Agora, o loiro encontrava-se inseguro. E se fosse verdade? Ele perdoaria o moreno?

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Porto de Nápoles – 03/02, 16:22hrs.

Era possível contemplar o pôr-do-sol ao longe. No porto, enquanto as aves litorâneas sobrevoavam a costa, Bruno e Giorno encontravam-se em um banco solitário, o moreno repousando a cabeça no ombro do loiro. Repousaram depois de uma longa e franca conversa sobre seu relacionamento.

Não a completaram. Preferiram contemplar a bela vista, na companhia um do outro. As mãos fortes do moreno envolveram a pele clara do loiro. Um beijo faria tudo perfeito ali, mas, ao invés disso, Giorno retomou a conversa com uma afirmação curiosa.

— Eu não me importo que fique com outras pessoas...

O moreno levou os olhos em sua direção, a expressão confusa, mas procurou não aparentar estar muito chocado.

— Giorno...

O loiro lentamente afastou-se para contemplar melhor a reação de seu amado.

— Eu te amo demais para te prender a mim. Na verdade... não quero prender nenhum de nós.

E, então, Bruno entendeu.

— Quer uma relação poligâmica?

Giorno deu ombros.

— Nosso grupo vive de uma relação colorida. Isso é mentira, Bucciarati?

Não houve resposta do moreno. Era verdade e ele não podia negar isso. Os membros de sua equipe tinham casos sem compromisso uns com os outros. Ele sabia, participava de alguns deles quando era solteiro, mas não pensara que Giorno toleraria isso.

— Você gosta da relação que o nosso grupo alimenta?

Giorno assentiu. Deviam ser francos um com o outro. Bruno não ficou chateado, ele achou interessante o pensamento do amado.

— Se é assim... pelo menos vamos por um limite a esse relacionamento. Não vamos aceitar pessoas de fora do nosso grupo, certo?

O loiro sorriu e assentiu.

 Após aquela conversa, decidiram que não iriam oficializar nada abertamente. Eles se amariam em conjunto, como já faziam.

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Aposentos de Giovanna – 12/02, 21:42hrs.

Naquela noite, todo o grupo dormiria reunido. Fugo e Trish, embora relutantes, aceitaram se unir à equipe. Nem Bruno, nem Giorno guardaram rancor.

Naquela noite, Trish e Bruno passaram um tempo na cozinha, preparando alguns quitutes. Mista e Narancia foram a um mercado 24hrs para comprar algumas besteiras. Os demais organizaram o quarto.

Aquela noite não foi muito diferente de outras e outras que tinham, ao se reunir. Quando as luzes estavam para se apagar, os aprochegos começavam, tímidos. Bruno e Giorno, embora sentissem algo especial para com o outro, não deixaram esse detalhe arraigar-se a eles.