IMAGINARIUM; A Árvore da Vida escrita por Tio Thi


Capítulo 1
Novo Mundo; A Aventura Começa


Notas iniciais do capítulo

Como eu mencionei no post de divulgação do grupo oficial do Nyah! no Facebook, "dessa vez essa história é um pedido de desculpas de mim para mim mesmo e não poderia estar mais feliz com o resultado."

Então espero que vocês curtam esse lançamento duplo inesperado e que se divirtam como eu tô me divertindo horrores escrevendo e publicando essa história. Tudo o que estou sentindo com ela desde a ideia até a criação, desenvolvimento e planejamento é imensurável, me sinto no topo do mundo e quero vocês juntinho comigo lá.
Boa leitura! ♥



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Hoje seria um grande dia e Freddy contava com isso mais que nunca! O jovem de 25 anos depois de resolver toda a papelada e documentos necessários pôde enfim retornar ao seu país de origem: Brasil.

Meu querido, tem certeza que quer isso? Ainda pode mudar de ideia. Quem sabe… — Freddy a interrompeu, ele sabia que se sua mãe começasse a falar não iria parar mais. 

Mãe, já conversamos sobre isso. Eu já sou crescido, se lembra?! — questionou irônico, beijando a bochecha dela. 

Eu vou ficar bem! Ficarei junto com a tia Beth em São Paulo por uns dois anos como combinado e depois irei para o Rio. — recapitulou os planos com Rosalie que, mais uma vez, o abraçou fortemente com intensas lágrimas rolando de sua face, ela sempre fora muito sentimental. O pai de Freddy Duncan, por sua vez, já era mais “pé no chão” e ciente de suas decisões, ele confiava indubitavelmente no caráter de seu filho.

 

Ao se lembrar daquele episódio em que despediu-se de sua mãe, Freddy esboçava um sorriso incrédulo. Ele simplesmente não conseguia acreditar que estava finalmente pegando um voo para o Rio de Janeiro, ele ia, por fim, reencontrar seu amigo Carlos, que não via desde os 4 anos de idade quando fora levado junto de seus pais para os Estados Unidos. Ele nasceu no Brasil mas foi radicado nos EUA, e está em fim, realizando o sonho de retornar para seu antigo bairro em São Cristóvão. 

Por ser detalhista e minucioso, o jovem já havia planejado todos os seus passos iniciais no Rio no momento em que pisou no estado. Na verdade, antes de ir para a cidade maravilhosa, o garoto precisou ficar 2 anos junto de sua tia Beth e provar que, de fato, era capaz de cuidar de si mesmo como, por exemplo, arrumando um emprego, ajudando nos afazeres domésticos, solucionando problemas e por aí vai. Só depois que Beth deu o aval para sua mãe que o garoto recebeu a permissão para ir ao Rio e seguir com seus planos. 

Ele planejava encontrar um emprego como atendente ou até mesmo auxiliar, qualquer coisa que lhe ajudasse a manter o apartamento dado pelo seus avós. Mas obviamente sua mãe jamais permitiria que seu amado filho fizesse uma viagem tão longa sem depositar um dinheiro extra em sua conta. E coloca EXTRA nisso! 

Ah, mãe... Eu vou te devolver tudo isso, eu prometo! — falava para si mesmo ao olhar rapidamente a conta num aplicativo bancário, e perceber que seu dinheiro tinha alguns “zeros a mais”. Na verdade a intenção de Freddy era utilizar apenas o suficiente daquele dinheiro, para que pudesse devolver o resto para sua mãe juntamente com o que gastou. 

E finalmente ao chegar no apartamento o garoto cumprimentou o segurança que, de certa forma, já estava em seu aguardo. Antes de liberarem o local, sua avó contatou todos os funcionários responsáveis pela gestão do edifício para que nada de errado acontecesse durante a estadia de seu querido neto no local. E Freddy teve consciência disso no instante que girou o tambor da maçaneta, e viu quase todos os cômodos já mobiliados e prontos para o uso. “Vocês realmente me tratam feito bebê, não tem jeito não…” pensava ele, guardando sua mala e mochila em seu mais novo quarto. 

Apesar do medo e certo receio em deixá-lo totalmente por conta própria, Rosalie Duncan, mãe de Freddy, sabia que era a melhor decisão que tomara para seu filho. Além disso, tanto ela quanto a avó dele sabiam que o garoto já era um adulto, e estava mais do que preparado para tomar certas responsabilidades para si. Ainda fingindo estar nos EUA, Freddy enviava mensagens para seu amigo Carlos por uma rede social, perguntando onde ele estava e o que fazia. “A depender da resposta, vou visitá-lo agora mesmo” pensava ele.  E ao receber a resposta que ele estava na padaria próximo a Universidade Veiga de Almeida, Freddy se arrumou rapidamente e saiu às pressas ao encontro tão esperado do amigo.  

Ao virar no quarteirão, pela falta de atenção e excitação momentânea ele não percebeu que uma garota também virava ao mesmo tempo, o que acabou chocando ambos num tropeço na calçada. 

Não olha por onde anda não, playboy? Acorda!  — respondeu Jéssica Carvalho, ríspida. A garota era moradora da comunidade de Manguinhos e tinha 24 anos. Ainda sem entender o que aconteceu, Freddy apenas trocou rápidos olhares com a garota, fez um aceno desculpando-se com o impacto e seguiu em direção a padaria que estava um pouco mais à frente. 

Faltando pouquíssimos passos para ele finalmente entrar na panificadora, ele ouviu um grito de socorro que simplesmente não podia ignorar. Instintivamente o garoto olhou na direção em que os gritos eram emitidos e vinha do outro lado da calçada. Se tratava de um grupo de adolescentes agredindo um rapaz indefeso que estava caído no chão. Freddy achou estranho as pessoas ao redor não reagirem, e muito menos não se darem conta do que estava acontecendo bem diante delas. “Não tenho tempo para lidar com quem vê alguém ser agredido e não faz nada a respeito” pensava Freddy atravessando a rua em meio aos carros numa corrida perigosa e quase mortal. 

Hey fiquem longe dele, covardes! O que pensam que tão fazendo, ein?  — questionou Freddy olhando fixamente para todos os garotos que viraram para ele. 

Que foi, mano? Tá querendo apanhar também? Oh, não se mete que esse aqui é um viado, é isso. Ele merece apanhar mesmo. — respondeu agressivamente o que parecia ser o líder daquela pequena quadrilha de adolescentes malfeitores. Freddy meneou a cabeça negativamente, pegou impulso e se jogou contra o corpo do líder da gangue, caindo com ele no chão.

Você é um merda, é isso que você é. — foi tudo o que disse antes de começar a desferir vários socos ferozes no rosto do rapaz que estava preso em suas pernas. Freddy sentou em cima do corpo do adolescente, enquanto socava facilmente o rosto dele. Quando o resto da gangue se deu conta do que acontecia mais à frente, deixaram o garoto que atacaram inicialmente para trás apenas para partirem para cima de Freddy.

E ele sabia que o resto do grupo inteiro iria em cima dele revidar os socos que deu no líder. Mas Freddy simplesmente não conseguia controlar sua fúria contra pessoas preconceituosas e de mente tão limitada. 

Vou mostrar para vocês como levar porrada é bom. Isso que vocês fizeram é inadmissível!  — gritava euforicamente enquanto via seu corpo ser jogado para trás por todos os colegas do líder que bateu. Naquele momento, Freddy só conseguiu olhar para trás e ver que o garoto que foi agredido havia conseguido fugir enquanto ele era agarrado. “Isso aí, se cuida irmão” pensava ele. Dois amigos do líder seguravam ele pelas costas enquanto o  forçavam a ficar de pé. 

Agora você vai ver o que ganha defendendo viadinho na rua, cuzão! — disparou o líder do grupo preparando-se para socar fortemente o rosto de Freddy quando viu algo nos olhos do rapaz. O garoto suspirou fundo e deu dois passos para trás, assustado. ”Que porra é essa?” pensava o líder da gangue. 

Antes que pudessem entender o que acontecia, todo o corpo de Freddy rapidamente começara a ficar envolto por uma aura elétrica que percorria desde seus dedos do pé até o último fio de cabelo, os dois garotos que o seguravam foram obrigados a soltá-lo depois de sentirem uma forte corrente elétrica ao entrar em contato com o corpo dele. 

Você vai ver...— prometeu Freddy, mirando o indicador na direção do líder do grupo. Ele estava inconscientemente prestes a conjurar um tiro de choque pelo seu dedo quando ouviu a voz do seu amigo do outro lado da calçada:

FREDDY! — gritou Carlos, tentando correr o mais rápido que podia para ajudá-lo. Mas no momento em que Freddy se virou e viu o semblante de seu amigo uma distorção mágica apareceu diante deles, criando um portal dimensional que sugou Freddy Duncan para seu interior, se desfazendo logo em seguida. O tempo na Terra havia parado, como se todo o mundo estivesse congelado. O que tudo aquilo significaria afinal?! Para onde Freddy foi levado? 

 

A respiração saía cortada, seu corpo continuava em puro êxtase por ter sentido uma corrente elétrica tão poderosa percorrer dos seus pés até a cabeça. Freddy Duncan olhava ao redor sem entender o que acontecia, sua visão era turva e tudo parecia esverdeado demais. Olhando mais atentamente o garoto vislumbrou o que parecia ser uma pequena e peculiar criatura se aproximar que parecia medir mais ou menos 1,20m. 

Olá humano! Como se chama? — perguntou Leopold, um gentil habitante de Imaginarium. Ele tinha a aparência de um duende da floresta e partes de seu próprio corpo se assemelhavam a cipós e folhas.  Freddy olhava para ele sem acreditar no que via, sua cabeça rodava e tudo o que ele conseguia pensar era: “Eu morri?” 

Ah, já entendi. Você acabou de ser transportado para cá, né? Vamos fazer um tour pela cidade central de Imaginarium que eu explico todas as suas possíveis dúvidas, ok?! — sugeria Leopold, se recusando a receber um não como resposta. Sem aguardar reação de Freddy, a pequena criatura seguiu rumo a saída do domo central da cidade, Freddy tinha muito o que ver e entender. Seguindo os passos curtos da criatura, Freddy percebeu que outros humanos visivelmente perdidos também caminhavam juntamente àquelas simpáticas criaturinhas, enquanto outros apenas os observavam, como se já estivessem a par de tudo o que acontecia. 

Ao caminhar ao lado de Leopold, Freddy vislumbrou uma gigantesca árvore localizada no centro de toda a metrópole, ele parou por alguns instantes para apreciar a magnitude daquela árvore encantada. O duende esverdeado abriu um largo sorriso ao perceber o interesse do humano pela atração principal de toda a tour. 

É linda, não é? A majestosa árvore Kalanchoi é o que nos dá vida e a certeza de um amanhã. Ela será o último ponto que visitaremos pela cidade. Agora preciso que me acompanhe. Tenho muito para te contar, vamos à  biblioteca! — explicava o duende, dando saltinhos entusiasmados enquanto andava ao lado de Freddy. Ele seria o primeiro humano a ser atendido por ele e Leopold mal podia esperar para revelar tudo para o garoto.

O caminho era longo e o jovem não conseguia parar de apreciar a beleza e peculiaridade do local, casas que mais pareciam ocas de fadas espalhadas pelas laterais da área central. Havia também algumas sedes de tecnologia e inteligência que mais se assemelhavam a torres de controle, cada uma dessas unidades residiam mais de 60 mil habitantes  e cada um deles com suas respectivas casas no interior. Estranhamente a aparência dessas torres lembravam a Freddy longos chapéus de baixo para cima. O garoto sequer teve tempo de se dar conta do que acontecia ao seu redor, o estalo para realidade ainda não lhe tinha acometido. 

 

Ah, olha só! Onde estão os meus modos. Eu me chamo Leopold e você… Bom, pode trocar de nome, se quiser. A maioria dos humanos que foram teletransportados alteraram suas identificações.  — mencionou a criatura, parando próximo à beira de uma montanha.

Mudar identificação? Do que você tá falando, cara? Onde eu estou? E o que é você?  — questionava Freddy euforicamente, a tensão de não saber o que acontecia começara a afetar seu nervosismo. “O que será que aconteceu com Carlos? Que droga é essa?!” pensava ele. Leopold apenas meneava a cabeça positivamente esperando o garoto terminar sua crise de euforia.

Veja bem… Para nós foi uma surpresa também, acredite em mim. Antes de você aparecer, vários outros humanos foram teletransportados do nada para cá. E sem sabermos o que acontecia fizemos a nossa própria pesquisa e o que descobrimos não é nada bom.— alertava Leopold, fazendo um gesto para que o garoto se sentasse juntamente a ele. 

Vamos Freddy, sente-se! — sorriu a criatura. 

Como você sa-... — antes que ele pudesse continuar, Leopold o cortou. 

Eu leio mentes. Pergunto o nome das pessoas só por educação. E eu sou um imaginariano, uma criatura do mundo Imaginarium, aqui nós sabemos de tudo. Ou quase tudo...—  a pequena criatura deixou a frase sumir no ar, lembrando-se da euforia que foi quando os primeiros humanos apareceram em sua terra há alguns dias. 

Mesmo com várias suspeitas, Freddy sentia que podia confiar naquela criatura então ignorou seus instintos de desconfiança e sentou-se ao lado de Leopold. O local que estavam era uma das montanhas mais altas da região, daquele ponto era possível ver todas as vilas, cidades e a grande metrópole do povoado. 

Antes de qualquer coisa é importante você entender que não estamos na Terra. Esse mundo chama-se Imaginarium, mas não se engane pelo nome! Ele é tão real quanto sua amada Terra.  — iniciava a explicação, acomodando-se ao lado do garoto. Leopold vislumbrava as fadas dentro da densa floresta e não conseguia conter o riso ao vê-las brincar. Elas sempre faziam as mesmas brincadeiras, e claro, ele sempre vencia.  Quando Freddy ameaçou a fazer uma pergunta, Leopold levou seu indicador até os lábios do rapaz, pedindo para que ele deixasse as perguntas para o final. 

Responderei tudo depois que você me ouvir, ok? Então continuando… O tempo no mundo de vocês foi paralisado, o que significa que todos que não vieram para cá estão congelados lá por hora.  Agora eu tenho certeza que você quer saber porque está aqui. — contava Leopold, lembrando-se de seu encontro com o primeiro humano que teletransportou em Imaginarium. 

Todos os humanos que teletransportaram para cá, estavam de alguma forma numa situação de extrema tensão, êxtase e excitação. E acredite, houve pessoas que estavam em excitação no sentido que você imagina. — comentou Leopold, segurando o riso ao lembrar-se de um indivíduo específico. Freddy arregalou os olhos, depois meneou a cabeça negativamente. Aquela altura, ele sequer conseguia decidir quais informações eram mais chocantes então apenas deixara a criatura prosseguir sua explicação.

Pelo o que me consta em seus registros...— falou Leopold, puxando um dispositivo tecnológico que se assemelhava com um celular, mas suas funções e ferramentas eram extremamente mais avançadas e modernas. Ao clicar no único botão central, o aparelho quadricular fez surgir pequenos hologramas contendo todas as informações de Freddy momento antes de ser sugado pelo portal. 

É, vocês não deixaram passar nada.— comentou ele, incrédulo com o que via. 

Que nada, somos apenas atenciosos aos detalhes. Ah, e esse dispositivo se chama Fader e é oferecido para todos os habitantes de Imaginarium. Inclusive agora que está aqui já deve ter recebido o seu. Cheque o bolso de sua calça. — alertou Leopold enquanto procurava um detalhe específico na aba de informações gerais de Freddy. O garoto passou a mão pelo bolso de sua calça, e estranhamente sentiu a presença de um objeto que não estava ali antes. Quando ele puxou viu que a pequena criatura estava certa, o dispositivo simplesmente apareceu no bolso do garoto, deixando-o estupefato. “Cara, nada disso faz sentido…” questionava o rapaz mentalmente. 

Eu sei que ainda está tudo confuso, mas acredite quando eu lhe digo que para nós também foi uma grande surpresa. Há alguns dias humanos começaram a aparecer e desde então não param de ser teletransportados. — a criatura respirou fundo, colocou uma de suas pequenas mãos no braço de Freddy e sorriu para ele. 

Lembra quando eu disse que o tempo congelava? Então, parece que para vocês essa paralisia não surtiu efeito, então alguns humanos simplesmente foram teletransportados para cá. E nós imaginarianos apelidamos vocês amigavelmente de Estímulos. — contava Leopold, empolgado com a história. Ele adorava ser o contador de fábulas, mas a história que contava era tão real quanto o perigo eminente. 

Estímulos? — arqueou a sobrancelha, o garoto ficava confuso a cada nova informação dada pela criatura. 

Sim, afinal foram os estímulos em tensão e êxtase que trouxeram vocês pra cá pra início de conversa. Agora deixe-me terminar. — disparou, mostrando a língua divertidamente para o rapaz que não entendeu nada, então apenas deu de ombros. 

Vê a árvore Kalanchoi no centro de toda a metrópole de Imaginarium? Ela é o motivo por estarem aqui, ela é o motivo da nossa existência e de tudo o que acontece por aqui. Infelizmente ao que parece a árvore corre um grande perigo, nossos radares astrais captaram oscilações gigantescas de energias das trevas que há muito anos não víamos antes.  — enfatizava Leopold, lembrando dos dias de trevas há séculos no passado.

Quando perguntamos a tão poderosa Kalanchoi o motivo da chegada de vocês, elas nos disse por meio de manifestações que vocês são a chave para a salvação ou a destruição dela. E que deveríamos escolher com sabedoria o que fazer. — dissertava o pequeno elfo, temendo a vida de Kalanchoi. 

Enquanto ouvia as explicações, Freddy não parava de olhar fixamente para a árvore, ele sentia algo intenso vindo dela como se o tronco da árvore emanasse uma energia que fosse emitida pelo caule, galhos e folhas ao redor de toda a cidade. “Parece que eu estou num jogo de RPG” pensava ele, bufando. Leopold riu, mas não conseguiu conter o comentário que viria seguir:

E te garanto que ficará ainda mais parecido… Ah, e me desculpe! É que eu leio mentes e algumas vezes eu não consigo me controlar, foi mal! — desculpava-se, rindo de si mesmo. Freddy rolou os olhos, mas acabou rindo da situação. Tudo aquilo parecia loucura demais para ser levado tão a sério. 

Depois de muita pesquisa, reunião e conversa, decidimos deixar nas mãos de vocês a procura por mais respostas e sinais, qualquer coisa que nos dê uma pista mais concreta do o que está acontecendo e porque Kalanchoi se sente tão ameaçada. E antes que você pergunte, te direi porque não podemos fazer isso por nossa conta.— Leopold suspirava, só de cogitar aquela hipótese era demais para seu pequeno coração.

Nós imaginarianos, não podemos sair de perto da árvore. É ela que nos fornece vida, luz, esperança e o amanhecer de um novo dia. Nós depositamos todo nosso amor e devoção a benevolência da Árvore da Vida. — Leopold falava com empolgação, seus olhos brilhavam e seu punho se fechou sem nem perceber. Naquele instante, Freddy se deu conta que aquela criaturinha seria capaz de tudo para defender seus ideais e principalmente a Árvore Sagrada.. 

E como a própria Kalanchoi nos alertou, vocês são a nossa esperança, mas também poderão ser a nossa ruína. Nós não podemos arriscar sair da cidade e deixar apenas alguns imaginarianos aqui. Um entre vocês, humanos, será o responsável por causar dor e destruição uma vez mais ao mundo de Imaginarium. — revelava Leopold, assustado. 

Então por que simplesmente não nos prende em algum lugar e vão procurar vocês pelas respostas? — questionou Freddy. “Se o motivo de tanta preocupação somos nós mesmos, então que o façam. Não ligaria de ficar preso contanto que eu saísse daqui o mais rápido possível” pensava. 

Não adiantaria. Porque aí conseguiríamos conter a destruição, mas a salvação também e estaríamos fadados a um destino destrutivo em algum momento. A verdade é que seguimos as instruções da própria Kalanchoi sobre o que devemos fazer. — explicava a criatura, ficando de pé ao lado do humano. Curiosamente, mesmo Freddy ainda sentado, a altura de Leopold batia nos ombros do humano.

E o que ela disse?  — perguntou o rapaz, curioso.

Ela disse para separarmos vocês em trios e deixá-los descobrir todo o mundo de Imaginarium, há muito mais para ver além da metrópole principal. Além das fronteiras principais vocês encontrarão, florestas, cavernas, fazendas obscuras, grupos de feiticeiros renegados, novas dimensões,  todo o tipo de criatura e muito mais. Como você imaginou, será uma verdadeira aventura de RPG, só que é a vida de vocês e a nossa que está em risco. — dizia Leopold, fazendo menção para que Freddy finalmente o acompanhasse à biblioteca. 

Então ela quer que a gente viaje por aí em busca de dicas, pistas, qualquer coisa que ajude a entender o que está por vir, enquanto ela mesma tenta descobrir quem será a salvação e a destruição de Imaginarium?  — questionou o rapaz, levantando-se finalmente. 

Você é bem esperto, eu gosto disso. Sim, é exatamente isso. E agora como vocês conseguirão sobreviver sozinhos nesse mundo? Isso é muito fácil! Lembra do poder que você manifestou ainda na terra antes de ser transportado para cá? É aqui que você vai aprender a evoluir ele e a utilizar novas habilidades. Então vamos logo na biblioteca, ainda tenho muito para te mostrar. —  dizia Leopold animado com a pequena tour que fazia ao lado do garoto. Freddy sentia suas mãos serem puxadas suavemente pela criatura e simplesmente deixou ele lhe guiar até o caminho enquanto pensava sobre tudo o que acontecera naquele dia. 

Eu realmente contava que hoje seria um grande dia. Mas não imaginei que seria tão surreal assim”, refletia enquanto adentrava finalmente na biblioteca juntamente com Leopold. Ele descobriria toda a história de Imaginarium, o que foram os Dias das Trevas, e o que precisarão fazer para conseguirem voltar para a Terra. A aventura do jovem destemido e audacioso estava apenas começando...


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Notas finais do capítulo

Curiosos para saber o que aguarda nosso protagonista destemido e inconsequente em Imaginarium? Contem pra mim suas expectativas nos comentários e bora pro próximo!



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