Marcas de Guerra (Espólios de Guerra 1) escrita por scararmst


Capítulo 7
Fúria


Notas iniciais do capítulo

Olha gente não vou mentir, foi foda escrever hoje e Warriors tá bem atrasado por causa disso -q
Mas eu tentei, e apesar de atrasado acho que tá controlável a situação. Se me agarrar muito, eu vou ter que passar para quinzenal os capítulos das semanas nas quais eu não tiver ele já previamente preparado. Vamos ver
Tá aí. Esse eu tive que reescrever né. Espero que gostem



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8 de julho de 1998

 

Rony aparatou em um beco escuro no centro de Londres. Não sabia descrever a mistura de ansiedade e receio em seu peito naquele momento. Desde o momento no qual Harry o aceitara como seu parceiro, Rony vinha esperando para saber quando seria a primeira missão dos dois. Considerando a situação atual, já um pouco mais calma, no fim das apreensões, não deveria ficar surpreso por ter demorado algum tempo até Harry ter a localização de alguém para entrar em contato com ele.

Estava entre dois prédios pequenos de apartamentos apertados em um bairro mais pobre de Londres. Pensar em um Comensal engolindo o resto de orgulho, o suficiente para se forçar a esconder em um local como aquele, já era o bastante para Rony sentir que a justiça começara a ser servida. Mas ainda havia mais a se fazer.

Em poucos minutos, Harry aparatou em sua frente. Rony abriu um sorriso, ajeitando as vestes de trabalho — porque agora tinha de usá-las — e balançando a varinha, em um lumus silencioso.

— Que bom que estou no lugar certo — Rony comentou. — Sou péssimo para seguir direções e você não é lá muito bom para dá-las.

Esperava uma risada de Harry, qualquer sinal de divertimento, mas fosse por preocupação ou cansaço, ou ambos, ele não reagiu. Harry acendeu a varinha também, apontando a luz para o prédio à sua direita.

— Estivemos interrogando Comensais. Um dos apartamentos desse prédio aqui é propriedade de Aleto e Amico Carrow. Estive aqui ontem para lançar alguns feitiços protetores no beco, eles não devem saber que estamos aqui.

Rony deixou o queixo cair um pouco, surpreso.

— Aleto e Amico Carrow? Os que estavam lecionando Artes das Trevas e Estudos dos Trouxas em Hogwarts? O cara que cuspiu em McGonagall, aquele Amico?

— Sim. Exatamente eles.

Como? O auror franziu a testa, confuso, vendo Harry se aproximar da entrada dos fundos do prédio ao lado.

— Mas… McGonagall deixou os dois amarrados na Torre da Corvinal antes da coisa toda começar! Como eles saíram?

Harry deu de ombros.

— Não sei. Não preciso saber. No meio de toda aquela confusão, sinceramente, surpresa seria se nenhum deles escapasse. Principalmente dois que estavam longe da batalha principal, sem ninguém para os vigiar. As pessoas estavam aparatando dentro de Hogwarts, pelo amor…

Como Harry estava falando isso com tanta calma? Ele não se lembrava… Não. Não era possível… Harry começara a enfeitiçar a maçaneta, tentando desfazer o feitiço fechando a porta, mas Rony não conseguia se concentrar nisso.

— Harry… Amico Carrow está solto? Ele… Ele… Ele torturou a Gina no sexto ano!

— Eu sei! — Harry se afastou da porta, virando para Rony. — Por que acha que eu não contei antes a você? Ou a ela! Você sabe muito bem o que ela faria!

Por Merlin… Sim. Sim, ele sabia. Algo louco, vingativo, irresponsável e perigoso. Tudo bem. Talvez fosse mesmo melhor Harry ter mantido segredo sobre isso.

Harry enfiou a mão no bolso das vestes, tirando dois frascos pequenos e estendendo um para Rony.

— O que é isso? — O ruivo perguntou, pegando o frasco.

Havia um líquido azul muito escuro dentro, pontuado de vários pontos brancos de luz.

— Poção para ver no escuro. Não podemos entrar lá com as varinhas acesas se queremos manter a surpresa. O prédio está enfeitiçado para que não se possa aparatar lá dentro, que é porque tivemos que nos encontrar aqui fora. É a solução dos Carrow para que não possamos entrar lá de uma vez. 

Ótima ideia. Rony brindou com Harry, e eles viraram suas poções de uma vez. O efeito foi bem imediato. Ele rapidamente apagou a varinha, sentindo a luz em excesso o incomodar, e quando Harry fez o mesmo sua visão ficou tão clara como poderia. Estavam prontos.

— Em silêncio.

Rony concordou, e Harry abriu a porta devagar.

O prédio era feito de escadas apertadas e portas para dois apartamentos por andar. Rony deixou Harry levar a dianteira. Era como as coisas funcionavam entre eles. Harry fez um sinal para Rony, mostrando três dedos, indicando o terceiro andar como localização dos inimigos.

Devagar, os dois subiram o primeiro lance. O prédio estava muito silencioso, e Rony se perguntou se seria efeito de algum feitiço, ou se o local estava abandonado. Talvez devesse ter feito essa pergunta antes, mas agora não adiantava chorar à pergunta não feita. Harry não iniciaria uma invasão em um prédio populado por trouxas. O local devia estar vazio.

Por outro lado, não conseguia ver os Carrow morando em um apartamento em um prédio de trouxas. Olhando desse ângulo, era bem provável os outros apartamentos serem todos de bruxos, ou, ainda pior, de bruxos das trevas. Todos agora já capturados, ou absolvidos, à exceção desses dois.

Eles chegaram ao segundo lance de escadas. Harry desacelerou os passos, e Rony também. Sua mão suava um pouco na varinha, aflita e ansiosa. Seu coração começara a acelerar. Desde a batalha de Hogwarts não sentia aquele tipo de desespero, aquela ansiedade e adrenalina de um combate de resultado incerto. Sua mente divagou, por um instante, e ele se lembrou das noites vagando sozinho pelas florestas, procurando Harry e Hermione depois de ter partido. Todas as noites sem dormir, os temores da solidão sendo procurado pelo Comensais, sabe-se lá quanto sua cabeça valia…

Mas não tinha de sentir nada daquilo ali. Não estava sozinho. Harry estava com ele. E ali ele não era a caça… Era o caçador. Estava ali para atacar e capturar seus inimigos. E pretendia o fazer, a qualquer custo.

A qualquer um.

Alguém como Amico Carrow, alguém capaz de colocar os alunos para usar Maldições Imperdoáveis uns contra os outros como parte da disciplina, alguém que torturara Gina com Maldições Cruciatus tantas vezes durante uma batalha que ela chegara a desmaiar…

Ele não merecia viver uma vida longa, mesmo em Azkaban. Azkaban não era mais o tormento de pesadelos de antes, não era castigo o suficiente. Amico deveria estar morto.

Subiram o terceiro lance de escadas. Rony estava quase empurrando Harry a essa altura, andando rápido, ansioso…

Um raio verde passou escada abaixo na direção dos dois. Harry reagiu muito rápido, atraindo uma caixa de papelão com um Accio e a utilizando para bloquear o feitiço. Rony olhou para cima, procurando a origem do ataque, e logo os encontrou.

A maldição saíra da varinha de Aleto Carrow, a irmã de Amico. Ele a viu erguendo a varinha novamente e se abaixou, empurrando Harry para o chão com ele com o braço nas costas. A segunda maldição passou voando por cima deles e atingiu a porta atrás.

Rony sentiu o sangue ferver. Ele viu outra silhueta humana, de um homem, atrás dela, recuando. Amico. Com certeza, Amico.

— Cuide dela — Rony sussurrou para Harry, ao seu lado. — Amico é meu.

Ele se levantou, de uma vez, avançando escadas acima.

— Rony, espera!

O grito de Harry foi ignorado. Rony marchou escada acima, em direção à varinha de Aleto, com a dele em riste. Ela começara a carregar a próxima maldição, mas Rony aprendera muito em seu tempo de fuga sobre como essas coisas funcionavam. Um Avada Kedavra não podia ser castado imediatamente. Requeria uns dois segundos. Um Cofringo podia.

Cofringo!

A mulher teve de interromper o feitiço para desviar para o lado, e foi o suficiente para Rony a empurrar grosseiramente com o braço e continuar subindo as escadas. Não ligava de dar as costas a ela. Confiava em Harry pra cuidar disso. Seu objetivo estava à sua frente, ou melhor, acima de si. Amico já subira um lance de escadas à mais, e Rony receava não conseguir alcançá-lo.

Ele mirou a varinha para cima, lançando um feitiço estuporante. Amico saltou, evitando o laivo vermelho, e apontou a varinha para baixo. Sem a sorte de poção para ver no escuro, Amico usava lumus para enxergar, dando a Rony uma excelente noção de onde ele estava. Por outro lado, a poção deixava a visão do auror bastante fotossensível, e ele teve de abaixar o rosto um pouco.

Não podia arriscar tirar Amico de seu campo de visão. Ele levantou a varinha, mirando um feitiço estuporante na direção da luzinha se movendo lá em cima. Atirou, e o raio vermelho errou Amico por vários e vários centímetros. Além disso, ter parado para mirar, dera um bom espaço de vantagem para ele.

Inferno. Rony abaixou a varinha, voltando a correr. Harry deveria ter os arrumado uma poção de velocidade também. Ele se forçou, um passo atrás do outro, mais e mais rápido, saltando degraus, mas Amico não estava ficando mais perto.

Enfim, ele viu Amico arrombar a porta de um apartamento e entrar. Era isso. Se não o pegasse ali dentro, não pegaria mais. Era agora, precisava correr.

Ele invadiu o apartamento, com a varinha de pé, pronto para atirar mais um cofringo. Amico não estava na primeira sala.

— Covarde! — Rony gritou. — Covarde, mostre sua cara!

Amico não apareceu. Ele ouviu o ruído de algo caindo no fundo do apartamento, e avançou pela sala. Não era um local grande, e logo depois de um curtíssimo corredor ele viu um quarto. Uma estátua de madeira estava caída ao chão, claramente o ruído ouvido por ele, e ali estava o Comensal.

Rony não pode fazer nada. Rápido demais, Amico acertou um feitiço na janela, a estourando. Ele levantou um protego de emergência, impedindo os cacos de vidro de o acertarem, e com isso, já era tarde. Amico saltou pela janela e, fora do prédio e da limitação do feitiço anti-aparatação, ele pôde aparatar em meio ao ar e desapareceu de vista.

— Não! Covarde desgraçado!

Rony socou a parede, sentindo o sangue ferver. Não podia ter deixado Amico escapar, e ainda assim… Não. Não, tinha de haver alguma forma de encontrá-lo. Mas… Como?

Ele ouviu uma explosão distante, e se lembrou de repente de Harry, duelando com Aleto lá embaixo. Aleto! Se capturassem Aleto, ela com certeza saberia.

Rony voltou correndo escadas abaixo, o mais rápido possível para ele. Viu Harry e Aleto trocando feitiços, ele sendo forçado a recuar mais e mais escadas abaixo, mas atacando furiosamente. É claro. Aleto já teria fugido se Harry não estivesse sendo tão firme nos ataques.

O auror olhou para baixo, esperando Harry o ver ali em cima. Se acendesse uma luz, ou tentasse chamar a atenção de Harry visualmente de alguma forma, Aleto também o veria ali, e ele não queria isso agora. Mas ele e Harry estavam vendo no escuro. Tinham de usar isso em sua vantagem…

Harry finalmente olhou para cima. Os dois trocaram um olhar rápido, e Rony já sabia como agir. Ele ergueu a varinha, mirando em Aleto e esperando uma brecha. Harry atacou duas vezes seguidas, com feitiços simples, e era o exatamente o que Rony precisava agora.

Immobilus.

Ele sussurrou o feitiço, o fazendo sair de forma consideravelmente inaudível no meio dos ruídos dos outros feitiços sendo lançados. O laivo transparente atingiu Aleto nas costas, e ela congelou no lugar.

Harry não perdeu tempo, correndo até ela e tirando a varinha de sua mão. Então Rony terminou de descer as escadas até os dois, encarando Aleto, paralisada no primeiro degrau. Apenas os olhos da mulher se moviam, e as íris se moveram para os cantos, encarando Rony com um olhar só descritível como de fúria pura e encarnada. Ele também estava furioso. Não reclamaria.

— Seu irmão — ele disse, apenas. — Para onde ele iria para se esconder?

Ela estreitou os olhos, mas não disse nada. Obviamente, estando enfeitiçada, dava para entender. Aleto não conseguiria falar nada assim.

— Harry, chegue para trás, por favor — Rony pediu, vendo a varinha da mulher na mão dele.

— O que você vai fazer?

Apesar da pergunta, Harry fez se afastou. Então, Rony desfez o feitiço imobilizante. O primeiro instinto de Aleto foi o de tentar avançar em Harry, mas Rony estava mais esperto. Ele lançou um incarcerous, amarrando Aleto de cima a baixo, e a empurrou com o braço para a parede.

— Eu quero um endereço. Agora.

Aleto riu, em escárnio. Poucas vezes em sua vida Rony quis tanto bater a cabeça de alguém na parede quanto naquele momento. Estava começando a enxergar vermelho.

Ele levantou a varinha, soltando um diffindo na coxa da feiticeira. Ela gritou, e Rony a empurrou mais contra a parede.

— Endereço. Onde eu vou encontrar Amico Carrow?

— Rony!

Nisso, Harry o puxou pela trás pela gola das vestes.

— O que está fazendo? — Harry perguntou. — Não é assim que se descobrem as coisas no Ministério!

— Amico escapou, Harry! Ele estava na minha frente! Nas minhas vistas! E ele escapou!

— Nós vamos encontrá-lo! Mas não desse jeito!

Rony bufou, guardando a varinha nas vestes. Aleto começara a rir. Rony quis chutar a cara dela, mas se fizesse isso, era certeza de deixar Harry muito incomodado.

— Vá pra casa, Rony. Eu vou levar ela para Azkaban, e o Setor de Interrogatórios de Azkaban vai descobrir para onde Amico foi. Foi assim que achamos esse lugar, e é assim que acharemos o próximo. Eu te mando uma carta.

O auror tremeu o lábio, irritado. Nojeira. Esperava sinceramente que Amico tivesse aparatado no ar em algum lugar, e tivesse se estrunchado em queda para algum lugar. Que achassem só os restos dele.

Rony não se despediu. Ele acertou um feitiço explosivo na parede atrás de Aleto, errando a orelha dela por alguns centímetros, e então aparatou para casa.


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Notas finais do capítulo

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