Depois que ela leu o bilhete ela guardou nas vestes e não disse mais nada, voltando a fazer seu trabalho, olhei pra ela e vi que ela olhava alguma coisa, acompanhei seu olhar e vi que Oliver Carter se aproximava da nossa mesa.

Como eu odeio esse cara.

— Oi Rose – ele a chamou sorrindo – oi – ele disse para o restante de nós – Rose você tem um minuto pra mim?

— Claro. O que você precisa.

— Podemos falar em particular acho melhor.

Ela assentiu e se levantou, então em um total acesso de raiva amassei o pergaminho que fazia meu trabalho.

— Parabéns agora vai ter que passar a limpo – Al riu.

— Eu te avise que você precisaria estar preparado pra esse tipo de coisa.

— Lyra eu dei um fora na Parkison na frente dela. O que mais ela pode querer?

— Um fora só não é suficiente Scorpius. Ela te viu ficando com quantas meninas diferentes durante esse ano? Você realmente acha que ela vai achar que você mudou porque você deu um fora em uma garota. Acorda pra vida se você acha que será fácil ganhar a confiança da Rose você está terrivelmente enganado. Ela está magoada e ainda não decidiu se deve te dar esse voto de confiança.

— Você abriu o olho tarde demais Scorp – Al completou – devia ter me escutado logo no começo. Eu te avisei que você devia ter dado valor logo que vocês começaram com esse caso, mas você não me deu ouvidos. Achou que tudo ficaria bem.

— Ele não escuta conselhos Al. O Scorpius só aprende quando quebra a cara.

— Isso apedrejem um pobre homem caído.

— Não faça drama Scorpius. Você está colhendo o que plantou. Quer colher diferente plante diferente.

— Já entendi seu ponto de vista Lyra. Sei que está certa, mas isso não impede que eu sinta ciúmes.

— Eu achei que morreria e não veria meu amigo afirmar que estava com ciúmes. Realmente a Rose mexeu com o coração deste galinha.

— Parem de me chamar de galinha, isso só vai piorar minhas chances de conquistar a Rose. Enquanto vocês me chamarem assim ela não vai acreditar na minha mudança.

— Você está muito sensível hoje Scorp. – Lyra brincou – está na tpm?

— Vocês me irritam, sério.

Levantei e juntei meu material, não tinha mais cabeça para permanecer ali com eles me enchendo as paciências.

— Vejo vocês depois.

Sai da biblioteca e fui em direção ao lago negro eu precisava espairecer a cabeça. Quando virei o segundo corredor, vi uma cena que jamais gostaria de presenciar. A Rose estava encostada na parede com o Oliver muito perto, eles não se beijavam, mas ou já tinham se beijado ou aconteceria em breve.

Apressei o passo para sair dali antes que a segunda opção acontecesse, mas não sem antes capturar o olhar que ela lançou ao me ver. Parecia assustada, mas também havia uma certa preocupação no seu olhar, abaixei a cabeça e segui meu caminho, mas minha verdadeira vontade era voltar ali e socar a cara daquele idiota por ele ter coragem de se aproximar da minha garota. Porém ela ainda não era minha garota, não mais, e tudo por culpa minha que não havia dado valor quando eu tinha ela comigo.

Ver aquilo me fez pensar em como ela se sentia quando me via conversando com alguma garota daquela forma, ou quando me via ficando com alguma delas. Eu era um completo imbecil, não dei valor na única garota que realmente tinha valor e agora estou aqui, com raiva por outro estar dando esse valor. Virei mais um corredor e a raiva me corroía por dentro, meu sangue fervia e eu não sabia o que fazer para me acalmar. Então em um total ato de raiva e idiotice eu soquei a parede mais próxima. A raiva que eu sentia até ali foi substituída pela dor que eu sentia.

Sentei ali no chão sem saber o que fazer, minha mão doía, mas não tanto como meu coração. Abaixei a cabeça e fiquei ali por alguns minutos até que senti alguém sentando ao meu lado.

— Você está bem? – ela perguntou baixinho.

Não consegui olha-la, não queria que ela me visse naquela situação, naqueles poucos minutos que eu havia ficado sozinho tinha me permitido chorar. Apenas confirmei com a cabeça e continuei de cabeça baixa.

— Então por que não me olha.

— Porque eu não mereço sua preocupação Rose.

— Por que não?

— Porque eu te magoei de uma forma que jamais deveria ter magoado e agora estou arrependido e provando do meu próprio veneno.

Ela ficou em silencio sem saber o que dizer. Só soube que ela ainda permanecia ali quando a senti segurando minha mão.

— O que aconteceu com a sua mão? – ela perguntou preocupada.

— Eu soquei a parede.

— Por que?

— Pra não socar a cara do Carter.

Escutei quando ela reprimiu uma risada então finalmente eu a olhei. Ao ver minha cara ela pareceu surpresa.

— Você estava chorando.

Em uma atitude impensada ela secou minha lagrimas.

— A mão está doendo tanto assim?

— Não e pela mão que eu estou assim Ro. E por ter sido um completo babaca com você, não dei valor e te perdi.

— Scorp

— Não precisa dizer nada, eu sei que você tem todo o direito de tentar seguir adiante com quem quer que seja, mas dói, dói te ver com outro.

— Assim como doía em mim.

— Eu sei e por isso que sinto mais raiva de mim mesmo. Agora eu consigo ver e sentir o mal que te causei. E tudo isso porque não fui homem de assumir meus sentimentos de verdade. Eu devia ter escutado o Al quando ele me aconselhou, mas fui burro achei que era bobeira dele. E agora vejo que o bobo era eu que não sabia lidar com os meus sentimentos. Será que algum dia você vai me perdoar e me dar uma chance?

— Não sei – ela foi sincera – você tem que entender que é difícil acreditar nessa sua mudança repentina.

— Eu entendo Ro. E você tem todos os motivos do mundo pra duvidar de mim. Mas mesmo que você siga adiante e resolva mesmo ficar com o Carter pra valer saiba que eu não ficarei com outra garota. Agora que sei o que sinto por você nenhuma outra substituíra.

— Scorp eu preciso de tempo, tempo pra ter certeza que você mudou e pra ver que vale a pena te dar outra chance.

— Enquanto isso você ficará com o Carter?

Ela me encarou seria.

— Scorp eu não sou assim. Eu joguei limpo com o Oliver disse que eu estou confusa e que não sei o que fazer. Pedi um tempo pra ele também até resolver. Enquanto isso eu e ele somos apenas amigos.

— Então isso quer dizer que eu tenho uma chance?

— Só depende de você.

Um sorriso nasceu nos meus lábios, eu pensei em beija-la, mas ela levantou.

— Vamos vou te acompanhar a enfermaria.

— Não precisa.

— Scorpius e obvio que sua mão precisa de cuidados. Vamos eu vou com você.

Tê-la ali se preocupando e cuidando de mim me dava mais vontade de lutar por ela e mais raiva de mim mesmo por não ter dado valor antes. Me levantei e fomos em silencio até a enfermaria aproveitando a companhia um do outro. Ela parecia tranquila e eu estava extremamente nervoso por estar do seu lado, mas não poder toca-la.

Entramos na enfermaria e a Madame Finigan nós olhou e sorriu.

— Senhorita Weasley, senhor Malfoy. No que posso ajudá-los?

— O Scorpius machucou a mão.

Ela veio até mim e analisou a mão.

— Como você se machucou senhor Malfoy.

— E necessário mesmo eu falar?

Ela me olhou ríspida.

— Claro preciso saber se mais algum aluno se machucou.

— Ele só brigou com a parede Madame Finigan – Rose respondeu rindo.

— Já que é assim. Sente-se naquela maca que eu pegarei minha varinha para atendê-lo.

— Está achando graça né. – perguntei a Rose

— Não é todo dia que vemos alguém sair no soco com uma parede. – ela deu de ombros.

Ela riu novamente e ali eu me senti renovado para continuar lutando por ela. Ali eu decidi eu e Rose Weasley casaríamos e construiríamos uma família junto. Eu enfrentaria o que fosse preciso para tê-la ao meu lado.