Estranha Sensação escrita por Loreh Rodrigues


Capítulo 50
Meu ponto forte (+18) - Último Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo
Eu só tenho a agradecer por tudo que essa história me deu. O maior agradecimento é pra minha amiga Deh por ter me pedido e me impulsionado a escrever essa história. Mas Estranha Sensação me deu coisas que eu jamais esperava e não vou parar nunca de agradecer. Obrigada por terem vivido meu primeiro TDA comigo, por cada leitura, favorito e comentário. A cada leitor meu MUITO OBRIGADA!
Desfrutem e leiam a notinha depois do fim.
⚠️ ALERTA ⚠️ 
Capítulo com descrição do ato sexual.



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El sentimiento de que no soy yo

Y que hay algo más cuando tu me miras

La sensación de que no existe el tiempo

Cuando están tus manos sobre mis mejillas

Como me llenas como me liberas

Quiero estar contigo si vuelvo a nacer 

Le pido a Dios que me alcance la vida

Y me de tiempo para regresar

Aunque sea tan solo un poco

De lo mucho que me das

Le pido a Dios que me alcance la vida

Para decirte todo lo que siento gracias a tu amor 

Que me alcance la vida— Sin Bandera

***

Victoria se levantou e caminhou até o outro extremo do escritório, sentindo o coração na boca. Ela sempre havia considerado Heriberto seu ponto fraco por tudo o que ele representava para ela somado a tudo o que haviam vivido, mas, a verdade é que Heriberto era seu ponto forte.

Com ele havia aprendido a confiar em outra pessoa e, sobretudo, a confiar no amor. Se Heriberto lhe falhasse, àquela altura, ela não tinha forças para lidar com essa decepção, seria sua destruição completa, ela sabia. Muito mais potente do que o risco de perder seu dinheiro, seu prestígio e sua empresa. E era precisamente disso que ela tanto havia fugido.

Ele se aproximou dela por trás, acariciou seus ombros, seus braços e sentiu o inebriante aroma de seus cabelos antes de responder. 

— Eu devia ficar chateado com você por me perguntar isso depois de tudo o que vivemos. — Deslizou seu rosto por seus cabelos fazendo com que ela visse se mover todas suas estruturas. — Mas por tudo o que aconteceu, vou te compreender e relevar. Victoria, eu acredito que já te demonstrei, de todas as maneiras possíveis que você é tudo para mim. O que mais você quer? Você só tem que me dizer e eu faço! — Ele afirmou no momento em que ela se virou.

— Heriberto, você entende que isso não existe? — Ela perguntou sincera com os olhos brilhando por sua emoção. — Você é um homem perfeito demais, onde estão seus defeitos? Onde está sua humanidade? Será que eu devo mesmo confiar que um homem como você amaria uma mulher toda errada como eu?

— Victoria, o que foi que Osvaldo te disse? — Ele perguntou preocupado. — O que ele te disse que te fez reagir daquele modo e estar assim tão insegura?

— Heriberto, não é que eu duvide de você. Até porque, se eu ouso fazê-lo com o simples fato de que você se aproxime, todas as minhas dúvidas se dissipem. — Ela se alterou afastando-se. — O que eu quero é que você me diga que nunca me enganaria e que me faça sentir que não é uma idiotice muito grande confiar que um homem como você estaria assim tão apaixonado por uma mulher tão cheia de erros como eu.

— Victoria... — Ele se aproximou paciente como sempre costumava ser. Ela ficava toda mole com o jeito como ele falava seu nome. — Meu amor — ele colocou as mãos em suas bochechas emoldurando aquela carinha insegura que nem parecia pertencer àquela mesma mulher tão imponente, das coisas que só o amor pode explicar — existem coisas que não se fingem. Essa paixão que você me provoca, essa alteração na minha pele, essa necessidade de você... Além disso, acredite em mim, eu tenho você em muito mais alta estima do que você pode imaginar. 

— Como assim? — Ela indagou com os olhos carentes daquele seu olhar de desejo.

— Para mim, é você quem é inalcançável, é você quem é perfeita e eu... eu sou o mais sortudo de todos os homens por haver te conquistado. Existem muitos homens como eu, pacatos, comuns, normais. Mas não existem muitas mulheres como você, imponentes, altaneiras, mas que, no privado, na vida em comum e... na cama provocam um verdadeiro vendaval fazendo que um homem se sinta muito envaidecido de que uma mulher assim o deseje. Você é única e, nesse momento, nós deveríamos estar fazendo coisa muito melhor do que conversando para comemorar nosso casamento. 

O meio sorriso em seu rosto precederia o beijo, ela sabia. Ele a envolveu com aquela paixão tão particular, aquele desejo que, de fato, não se fingia, aquela pegada que a fazia delirar desde o primeiro toque e que nunca se tornava entediante, muito pelo contrário, era sempre quente, forte e frenética.

Aquela Victoria, que pertencia unicamente a Heriberto explodiu naquele mesmo quarto onde haviam protagonizado tantos ardentes momentos de paixão inesquecíveis. Entraram ali beijando-se, esbarrando-se nos móveis, intensamente envolvidos como se nada mais no mundo existisse além deles. 

E essa era a mesma maneira que eles enfrentaram a todos os obstáculos que haviam entre os dois e à que eles com muita paixão haviam superado. Atropelavam tudo, indomáveis, sentindo apenas a deleitosa necessidade de beber aquela deliciosa sensação até a última gota. Como se eles não soubessem o quanto seus corpos e suas almas eram insaciáveis quando se tratava daquele amor.

***

— Ai Antonieta, você demorou! — Disse Victoria andando de um lado para o outro naquela quarto sem ter porquê disfarçar sua impaciência em um dia como aquele. — Você trouxe o que eu pedi? 

— Claro que sim, Victoria, mas por que você deixou para fazer isso no dia do casamento? — Indagou ela entregando o pacote para a amiga que aflita o agarrou de uma vez tirando a caixa imediatamente de dentro da sacolinha. 

— Porque eu não ia aguentar não contar nada para Heriberto se eu tivesse a certeza. — Ela falou com os olhos brilhando. — Eu quero contar para ele em nossa festa de casamento, enquanto dançamos no meio da pista, de uma maneira muito romântica. Heriberto já me fez muitas surpresas, eu quero contar a ele que vamos ter um filho de uma maneira que esteja à altura de tudo o que vivemos. Ele vai enlouquecer, eu já posso até ver. — Victoria exalava felicidade.

— Sim! — Os olhos de Antonieta também brilhavam compartilhando aquela felicidade. —E onde ele está? — Antonieta percebeu sua aflição.

— Vai passar o dia na casa de seu amigo Luiz onde vai se arrumar. Ele nem levou o celular, pois a mãe dele está tentando fazer chantagem emocional com coisa de doença, mas ele tem recusado veementemente qualquer contato com ela. — Victoria explicou. 

— De verdade? — Indadou Antonieta perplexa enquanto Victoria assentia. — Esse é o pior castigo que ela poderia ter.

— Não é o pior, mas com certeza é um castigo que ela nunca poderia esperar já que Heriberto sempre foi tão estoico com ela. Ela está desesperada com a recusa dele em visitá-la desde que voltamos de Miami. — Victoria mostrou que não tinha nenhuma compaixão pela futura sogra. — Mas chega de falar dessa velha que vai dar azar para meu casamento. Eu vou fazer o teste! — Exclamou se dirigindo ao banheiro com a ansiedade estampada na cara.

Poucos minutos depois, ao lado de Antonieta, vibrou com o resultado positivo. Um filho! Um filho com Heriberto, não podia ter sonhado com nada mais lindo, havia desejado tanto aquela alegria, sobretudo nos últimos tempos. Já começava a imaginar a cara dele no momento em que, pouco depois da cerimônia de casamento ela lhe revelasse a novidade, enquanto eles dançassem como ela havia sonhado nos últimos dias, toda a felicidade que compartilhariam. 

Depois daquele momento incontestável de alegria, Victoria pediu que Antonieta lhe esperasse em casa. Apesar do escândalo da briga com Osvaldo, o acordo financeiro tinha amolecido o coração de Fernanda que havia decidido assistir ao casamento para alegria de Victoria. Entretanto, como estava chegando de Miami naquele dia, lhe pediu que ela lhe encontrasse na Casa de Modas onde ela escolheria uma roupa para ir à festa. 

E, claro que ela poderia passar essa incumbência a Antonieta ou a qualquer outro de seus empregados, mas quis aproveitar o momento para tentar se aproximar da filha e desfazer aquele clima ruim que havia ficado desde a viagem. Um momento de mãe e filha um pouco antes da cerimônia não estaria nada mal depois do bombardeio de Osvaldo. 

***

Quando o controle abriu o portão para a área externa da Casa de Modas, Victoria se encontrou, novamente, com aquela absorvente penumbra que envolvia o silencioso corredor que dava para a entrada do lugar apesar de ainda ser de manhã. Ela sentiu um calafrio lhe percorrer, o lugar estava completamente vazio, todos os funcionários estavam de folga, pois assistiriam ao seu casamento com Heriberto. 

Acendeu as luzes e passou a caminhar sozinha por entre aquele labirinto de salas, portas e ateliês quando o telefone fixo tocou. Fernanda lhe disse que ela levasse as roupas que pensasse que mais lhe agradariam para sua casa, pois seu voo atrasaria e ela não conseguiria chegar a tempo de encontrar-se com ela ali e não queria atrapalhar sua preparação para a cerimônia que ocorreria no final da tarde.

Victoria pegou os vestidos e se preparava para sair da empresa quando uma inesperada pane elétrica depois de um curto circuito deixou o lugar completamente escuro. Todo o sistema elétrico e de segurança saiu do ar o que impossibilitou que ela ligasse para a empresa responsável dali de dentro, pois havia esquecido seu celular em seu carro e nenhum dos telefones fixos funcionavam depois do curto circuito. Se apressou em levar as peças de roupa para seu carro e fazer aquela ligação, mas, quando se aproximou do hall de entrada para sair dali, ouviu um grande impacto que conhecia muito bem, era o barulho da porta de entrada se fechando.

No hall que estava levemente escuro com as luzes apagadas, o vulto de uma silhueta de mulher apareceu claramente com a óbvia intenção de assombra-la. Entretanto, não havia escuridão capaz de fazer com que ela não reconhecesse aquela mulher que fazia questão de não lhe deixar em paz nem por um segundo sequer, nem num dia como aquele: era Bernarda!

Ela colocou as roupas que separara para Fernanda sobre a mesa da recepção e tentou usar seu controle para abrir a porta, até para conseguir um pouco mais de iluminação, mas com a falta de energia, os comandos elétricos não funcionaram, ela não tinha a chave simples da porta, pois não costumava usá-la, estava presa na Casa Victoria algumas horas antes de seu casamento. Tudo parecia uma armadilha. Um calafrio passou por seu corpo quando ela, pela primeira vez, teve medo do enfrentamento físico com a rival ao pensar em seu filho. 

— O que você quer aqui, e por que fechou a porta, Bernarda? — Victoria finalmente se dirigiu diretamente à megera que não se afastava da porta. 

— Não fui eu quem fechou a porta. — Ela disse com uma nada convincente cara de inocente. — Eu estava passando aqui na frente, vi seu carro e quis falar com você. Quando entrei, ouvi um estrondo. Acho que era o vento batendo a porta. 

— Eu não acredito em você! — Afirmou Victoria que parecia pela primeira ter um motivo para não ir às vias de fato com sua inimiga por recordar algo mais forte que a detinha: o filho de Heriberto que esperava e que já sentia que devia proteger. — Por que eu deveria acreditar que isso não é alguma armação sua para atrapalhar meu casamento? Eu sei que você sabe que é hoje. Como sempre sabe tudo sobre mim. 

— Como você é pretensiosa. — Disse a estilista fracassada com um falso sorriso no rosto. — Nem merece ouvir o que vim te dizer, mas vou fazê-lo por mim, não por você. 

— O que você quer? — Indagou Victoria impaciente pensando em quanto tempo levaria para que alguém se desse conta de que ela estava demorando muito e fosse até ali, abrir aquela porta para que ela pudesse se arrumar para seu casamento já que não haveria maneira de abrir a porta por dentro. 

— Dizer que você ganhou! — Falou Bernarda se aproximando dela. — Sim. Eu estou jogando a toalha, reconhecendo que, quanto a Heriberto... eu não pude, você foi muito melhor que eu. Aparentemente... ele te ama e não a mim.

As palavras de Bernarda produziram ainda mais desconfiança em Victoria não por Heriberto que ela já havia entendido que devia gozar de sua completa confiança, mas por aquela rivalidade que ia muito além da disputa pelo amor do ex sacerdote. Bernarda nunca havia se conformado em perder nada para ela e era fato que ela acumulava inúmeras derrotas, mas jamais tinha jogado a toalha. 

— Por quê? — Victoria deu corda já que não tinha outra escolha senão ter aquela conversa. Com tudo trancado, não havia outra maneira de sair da empresa senão pela porta da frente. 

— Eu fiz tudo que estava ao meu alcance, Victoria. — Ela respondeu sendo sincera pela primeira vez. — E você sabe que na minha guerra contra você, eu não tenho limites, não tenho problemas em admitir isso. Mas Heriberto, mesmo tendo mais de uma oportunidade, não me escolheu e eu entendi que era hora de reconhecer minha derrota. 

— E o que isso significa, Bernarda? — Victoria continuava desconfiada, mas baixou levemente a guarda sentando-se na cadeira ocupada por Lucy.

— Significa que, quanto a Heriberto eu tiro meu time de campo. Aprecie sua vitória! — Ela disse levemente sarcástica. — Mas não pense que nossa disputa termina hoje. — Ela falou como se gostasse da adrenalina proveniente daquela rivalidade e, de fato, era isso mesmo. 

 — Eu jamais esperaria isso de você. — Victoria sorriu demonstrando que também sabia ser sarcástica.

— Então me demonstre sua boa vontade, me empreste seu celular para que eu ligue para que alguém nos tire daqui. — Victoria testou Bernarda.

— Está sem bateria. — Mentiu Bernarda para quem era muito conveniente ficar presa com Victoria ali durante aquele tempo.

— Então não temos nada que fazer, senão esperar. — Disse Victoria disfarçadamente colocando a mão sobre seu ventre.

***

Quase três horas depois de sair de casa, tendo ficado todo aquele tempo presa ali com Bernarda e de haverem tido aquela conversa tão estranha, finalmente, as duas ouviram o som da porta sendo aberta pelo lado de fora. Era Heriberto. Ele havia ligado para Antonieta depois de várias ligações para o celular de Victoria e descoberto seu paradeiro. Ao perceber que nenhum dos telefones da empresa respondiam, decidiu ir até lá, preocupado com sua noiva.

— Ai amor, que bom que é você! — Victoria correu para beijá-lo. 

— Que bom que você está bem, eu fiquei muito preocupado. — Heriberto acariciou seus cabelos. — Você está mesmo bem? O que você faz aqui, Bernarda? — Indagou desconfiado. 

— Eu vim falar com Victoria e a porta bateu, com a queda de energia, ficamos presas aqui. — Explicou. — Mas não se preocupem, já estou de saída, não atrapalho mais vocês nesse dia tão especial. — Aquele cinismo já estava impregnado nela, não desaparecia de seu rosto. 

Depois que ela saiu, Victoria abraçou Heriberto com força e recordou porque, apesar de sua suspeita, não havia querido fazer o exame de gravidez antes. Ele não deixava de beijá-la e acariciá-la daquele jeito tão dele de fazê-la se sentir amada dos pés à cabeça. Não fosse seu desejo de tentar surpreendê-lo com romantismo, teria revelado a novidade ali mesmo, naquele momento porque, depois de toda a tensão, lhe pareceu muito excitante estar ali com ele.

— Você está mesmo bem? — Ele indagou segurando seu rosto e olhando dentro dos olhos dela onde ele sabia que sempre encontraria a verdade. — Bernarda não te fez nada? 

— Ai amor. — Respondeu ela pegando os vestidos que logo ele pegou das mãos dela para levar para o carro. — Foi tudo muito estranho. Primeiro um curto circuito e logo a porta batendo e eu dando de cara com Bernarda aqui dentro. E ela ainda veio com uma conversa muito estranha de que estava entregando o jogo, que reconhecia que eu ganhei... Eu senti que ela gostou de que tenhamos ficado presas aqui. Que ela está armando alguma coisa. 

— Ela pode armar o que quiser que, a partir de hoje... você e eu nos pertencemos para sempre. 

Voltaram a se beijar enquanto ele trancava o portão de saída da casa de modas observada por Bernarda que permanecia dentro de seu carro que ela havia estacionado um pouco mais longe. Quando eles entraram no carro de Victoria, ela pegou o celular que, obviamente sim tinha bateria, e fez uma ligação muito suspeita:

— Está feito? — Indagou observando-os com os olhos brilhando. — Perfeito! Aqui também deu tudo certo. — Sorriu ao ver o carro se afastando. — Eles estão tão felizes que até dá uma peninha estragar... não, mentira! — Gargalhou. 

***

Heriberto e Victoria almoçaram sem nenhum problema em deixar que a empresa contratada, juntamente com Antonieta, cuidassem de todos os últimos detalhes da cerimônia e ela se retirou para o quarto para um tomar banho e descer para ser penteada e maquiada para a festa. Entretanto, Heriberto insistiu para que tomassem banho juntos e ela sabia exatamente o que aquilo significava.

Num esforço sobre-humano, conseguiram terminar o banho um de cada vez e ele se sentou na cama de onde ficou observando-a quando ela saía do banheiro. Ela estava de roupão, e, para ele, era muito sugestivo imaginar sua nudez por baixo dele, seus cabelos molhados, exalando um perfume tão inebriante, aquela boca tão apetitosa, tão ao alcance, seus olhos verdes que o fitavam tão fundo que chegava a ser torturante. 

Imediatamente todo o mundo ao redor desaparecia em um instante. Victoria foi se aproximando ainda mais dele, lentamente, sedutoramente, era incrível como ela se enchia de despudor quando se tratava de seduzir a Heriberto, como se ela também não resistisse ao seu olhar de paixão, desejo e amor que ele sempre lhe dedicava. 

Heriberto se perdeu com tamanha sedução, havia algo diferente em Victoria, ele não conseguia entender, uma magia, uma luz e aquela cara de menina sapeca. Ele recebeu seu beijo já com os olhos fechados, a respiração alterada, ofegante, anelante. A combustão foi imediata no toque das bocas que se abriram compassadas pela intensa prática que tinham de beijarem-se, acoplarem-se, saciarem-se. Heriberto comia a boca de Victoria buscando apreendê-la e saciar aquele desejo sem nenhuma culpa porque ele era maior que tudo, maior que ele mesmo, a adrenalina de que esperassem por eles lá embaixo o enlouquecia. 

Havia um desejo de paixão que nascia de um grande amor maduro e intenso. Instintivamente ele cerceou-a com os braços aprofundando o beijo imprimindo nele desejo e paixão. Ele subiu as mãos por suas pernas e enlouqueceu-a ao segurar forte sua bunda, provocando-lhe um curto gemido de tesão. 

Victoria, enquanto o beijava apaixonada deslizou a mão pelo rosto dele e desceu conduzindo sua mão por seu peito por dentro do roupão provocando que a paixão de Heriberto se ouriçasse além do que ele podia controlar. Seus pelos se arrepiaram, sua pupila se dilatou, seu membro reagiu subindo imediatamente no exato momento que a mão dela alcançou aquele ponto e se deteve ali, massageando-o.

— Não Victoria, não... nós não... devemos. — De olhos fechados, ofegante, ele recorreu a uma força que não tinha para tentar negar-se tirando os braços que a abraçavam, mas sem forças para parar de beijá-la. 

— Hum? – Indagou Victoria entre gemidos.

— É melhor não, podemos nos atrasar... — Ele não tinha forças para dizer com todas as letras que não queria porque era uma grande mentira.  

— Está bem... — Victoria concordou friccionando seu rosto no dele e mordiscando sua orelha. — Se você não quer... eu paro. — Ela disse ofegante se afastando dele e tirando a mão que estimulava seu membro. — Desculpe... — Ela disse baixando os olhos. — Eu não queria ser desagradável, insistente. — Não parou de olhá-lo sedutora. 

Simultaneamente com seu afastamento que confundiu e desesperou a Heriberto, o tecido do roupão se deslizou pelo ombro e braço esquerdo de Victoria deixando parte de seu seio descoberto aumentando ainda mais a sedução de sua figura para aquele homem tão apaixonado. 

— Você não estava sendo. — Ele disse baixinho, ofegante, perdido na parte de sua pele descoberta pelo roupão que deixava seu seio semi-exposto. — Eu não estou te rejeitando, Victoria... não me sinto capaz de fazer isso, mas...

Victoria suspirou forte e ajeitou o roupão para maior desespero de Heriberto e se levantou deixando-o confuso e incômodo de levantar-se ou negar qualquer coisa porque estava excitado, não podia esconder seu desejo por ela.  

— Eu só queria... — Ela disse de costas, de olhos baixos, estava mais sensível e mais cheia de paixão pela gravidez — Só queria sentir sua paixão porque eu estou um pouco nervosa com o casamento e não conheço melhor maneira de relaxar.

Heriberto seguia sentado na cama porque ainda não podia levantar-se, pois vê-la de roupão, perto dele, recordar aqueles beijos tão ardentes que haviam acabado de trocar, a maravilhosa mulher que o havia seduzido naquele instante não era a melhor receita para arrefecer sua ereção provocada por aquela descarga de paixão. O pesar que ele sentia por seu senso de responsabilidade era inteiramente proporcional ao grande desejo que ele tinha de fazer sexo com ela já, imediatamente! Não sabia se podia resistir. Na verdade, não sabia se queria. Ela foi na direção do banheiro onde pretendia passar alguns cremes em sua pele. 

Victoria entrou no closet de onde pegou a lingerie que usaria por baixo de seu roupão e seguiu até o banheiro sem olhar para Heriberto que não havia mudado de posição e seguia sentado na cama, lutando contra aquele desejo manifesto na ereção que não parecia querer diminuir. Victoria se sentia envergonhada por haver se insinuado para ele de todas as formas e que ele tenha dito não. Além disso, ela teve medo de que ele estivesse magoado com ela, pois não dizia nada, nem se levantava da cama, permanecia na mesma posição, como se os sentimentos dela não significassem nada. 

Apesar de ter percebido que ele ficou excitado com o contato com ela, Victoria achou que ele não queria fazer amor com ela, que a rejeitava. No banheiro, ela parou em frente ao balcão onde apoiou suas mãos e levantou os olhos para o espelho, se olhou acabrunhada e quase chorou. Ligou a torneira e aparou um pouco de água com a qual agachou-se e lavou o rosto. Quando novamente ergueu o rosto e encarou o espelho encontrou-se com a figura de Heriberto atrás dela.

— O que você faz aqui? — Ela indagou virando-se, surpreendida. 

— Você me deixou em um estado em que só há uma maneira de solucionar. — Disse ele.

— Do que você está falando? — Ela indagou confusa.

— Disso!

Ele afirmou caminhando em direção à ela e tomando-a em um beijo apaixonado que deixou sua boca abrasada tamanha a intensidade do afã com a qual ele a devorou ao mesmo tempo em que deslizava desejosamente suas mãos pelo corpo dela. Victoria abraçou-se a ele pelo pescoço enquanto ele levantou-a pelos quadris e a sentou no balcão da pia do banheiro. 

Sem deixar de beijá-la apaixonadamente e deslizar sua mão pelas costas dela, ele rapidamente e desfez o nó do roupão dela, afastando o tecido pelos ombros que caiu ficando jogado sobre a pia e preso em seus braços. Imediatamente ele a penetrou, sua ereção era garrida e urgente, já não podia esperar o que fez com que Victoria gritasse com sua voracidade e volúpia de paixão. Sua feminilidade úmida e inflamada contraiu-se com o movimento da incursão do falo masculino ereto e firme. 

— Ohhhh! — Victoria gritava sentindo o arrepio e a estimulação subir por todo seu corpo e observando sua debilidade de estar completamente nua, entregue à ele.

— O modo como você me provocou... isso não se faz! — Ele disse enquanto movimentava-se dentro dela fazendo com que ela revirasse os olhos e gemesse sem conseguir responder nada. Ele também falava com dificuldade pelo desejo e urgência.

Ele fez uma pequena pausa em movimentar-se selvagemente e subiu as mãos pelo torso dela acariciando seus seios, explorando cada milímetro de sua pele, descendo e detendo-se em suas nádegas pressionadas contra o mármore do balcão da pia sobre o tecido do roupão onde ela estava apoiada. Victoria sentia a pressão de suas estocadas contra seus quadris ao mesmo tempo que o frio do mármore em suas nádegas e movimentava-se direcionada pela paixão.

— Você é tão intensa, Victoria, tão maravilhosa! — Disse beijando-a.

— Não pare! — Pedia ela embevecida pelos leves movimentos que ele fazia com o pênis encaixado em sua pélvis. — Essa intensidade, só pertence a você, meu amor. — Ela declarou-se entre gemidos.

Victoria deslizava suas mãos pelas costas de Heriberto cobertas pela camisa e ele cadenciava os apaixonados movimentos oscilando entre entrar e sair dela em um ritmo que fez com que ela sentisse que faziam tremer o banheiro da suíte do casal. Naquele início de tarde o som da paixão era a acústica das paredes desse lavabo e nenhum dos dois tinha intenção que fosse breve ou discreto, mas intenso e demorado. 

Seus corpos gritavam um pelo outro, aquele jogo de sedução no quarto os havia deixado profundamente excitados e o desejo quando se está tão apaixonado triplica, a paixão explodia e fugia pelos poros sobretudo com toda a intensidade que Victoria desbordava por sua maneira de ser e pela gravidez que ainda era um mistério para Heriberto. 

Enquanto entrava e saía de Victoria que chegava a gritar de paixão, Heriberto arfando detinha-se em beijos quentes em seu pescoço, em seu busto e nem se dava conta que a deixava fortemente marcada pela voracidade de seu desejo, simplesmente queria saciar aquela fome que sentia de sua pele. Sem muito controle sobre seus braços, Victoria abraçava-se às costas de Heriberto e deslizava suas mãos por ali marcando-o como seu homem que ele era. 

Gritou muito forte quando atingiu ao orgasmo apertando os ombros dele, mas ele não parou de penetrá-la ainda por bastante tempo tornando os gritos dela desesperados. Victoria estava fraca, ofegante, já sem forças, desprezou seu corpo para trás contra o espelho e segurou-se nos braços dele quando ele tirou sem membro de dentro dela ao também atingir o pico. 

Victoria, ofegante, desceu do balcão da pia e ajeitou o roupão sobre seu corpo lânguida de paixão e prazer. Heriberto ajeitou seu roupão e aproximou dela olhando-a como ela tanto queria: apaixonado, sem aquele desprezo que a havia machucado satisfazendo-a. Acariciou seu rosto, deslizou a mão por seus cabelos, deu-lhe um beijo curto e, olhando-a nos olhos, disse:

— Agora sim eu estou relaxada. — Repousou os braços nos ombros dele olhando-a piscando de maneira descompassada ainda sentindo a adrenalina percorrendo suas veias.

— Pronta para ser minha mulher? — Indagou ele com aquela voz tão masculina que a seduzia ainda mais depois do sexo.

— Eu já sou, Heriberto. — Ela falou emocionada. — Sua mulher, para toda a vida. 

— Para toda a vida! — Eles adiantaram o juramento que fariam em poucas horas no altar frente ao padre e a seus amigos.

E a verdade é que estavam completamente prontos desde muito antes. Aquela história, interrompida vinte anos antes por uma mãe amarga e infeliz, finalmente via seu final feliz tão perto, tão ao alcance. O jardim da mansão de Victoria, decorado com flores, luzes e tecidos que remetiam à felicidade plena de um casal estava inteiramente preparado para a cerimônia de um grande amor que insistia em sobreviver à toda e qualquer adversidade. 

Além disso, as interferências de uma forte rival não haviam sido capazes de destruir seu amor que, apesar de ser imperfeito, demonstrava que enquanto compartilhassem aquela estranha sensação, viveria em seus corpos, suas almas, seus corações e naquele filho que tanto os uniria. 

***

Fim

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Decidi encerrar a história aqui porque pensei em algo que renderia uma sequência, mas isso não traria o final feliz que eu sei que a maioria de vocês quer. Então é isso, estou pensando em publicar uma sequência dessa história com o título de A mesma sensação. Mais tarde ou amanhã, vou publicar um epílogo curtinho com o que vai acontecer na festa de casamento, mas só leia se você pretender ler a sequência. Se quiser o final feliz e não pretender ler a sequência, recomendo parar  por aqui. Agora, se vocês não tiverem problemas com finais abertos ou não-felizes, desfrutem do epílogo. 



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