Estranha Sensação escrita por Loreh Rodrigues


Capítulo 18
O que você sente é medo (+18)


Notas iniciais do capítulo

⚠️ ALERTA ⚠️
Capítulo com descrição do ato sexual.



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Se Victoria precisasse de algum motivo para fugir de uma relação com Heriberto, a simples presença dele reunia dezenas. A perda de controle que que ela experimentava com ele ia além do que ela conseguia aceitar pela pessoa que era. Aquela simples frase dita por ele fez com que ela sentisse inclusive suas pernas darem um leve salto involuntário embaixo da mesa tamanho o comichão que lhe provocou entre elas.

Tinha muitas dúvidas de que queria viver aquilo ao mesmo tempo em que não conseguia e, muito menos queria, evitar. Não ousava sequer cogitar para si mesma o que tudo aquilo significava, mas, bem no fundo, sabia que estava completamente apaixonada por Heriberto. Ele, por sua vez, justamente por já haver feito a escolha errada uma vez, não tinha nenhuma dúvida. Tinha uma intensa sede de viver tudo que até assustava Victoria. Desde o momento em que entregou sua carta ao bispo teve certeza de que moveria céus e terra para viver aquele amor com Victoria. E era essa dualidade que estava naquela mesa.

— Você precisa entender que é difícil lidar com sua mudança de atitude. — Disse Victoria tentando fugir dos pensamentos que se acumulavam em sua mente. — Até ontem você não só era um padre como não era um homem que dizia coisas que denotassem... — Ela não foi capaz de concluir.

— Que denotassem paixão? — Questionou ele com tanta liberdade que o surpreendeu.

Victoria deu um sorriso e se mexeu na cadeira. Desviou a vista e respirou fundo antes de beber um gole de vinho. Quis ter cuidado para ter em conta cada gota de bebida que ingerisse naquela noite para não perder ainda mais o controle. Mas, sabia que era completamente inútil.

— Heriberto, você é médico. — Introduziu ela. — Com certeza já ouviu falar sobre esses estudos de psicologia e psicanálise que dizem que a paixão é uma... doença. Por isso altera tanto nossos sentidos. — Fugir pelo caminho da psicologia foi a única alternativa que ela encontrou.

— É verdade. Você tem razão. Existem estudos que indicam que algumas pessoas estão mais pré-dispostas a se apaixonarem por alguma condição de sua psiquê. Evidentemente não é o caso de uma mulher tão segura de si como você.

— Eu não sei se quero jogar no lixo tudo que eu construí com tanto esforço. Depois de tudo, finalmente, eu já não sou uma adolescente. Tenho responsabilidades e você... Você coloca tudo em risco.

— Você sabe que isso não é verdade. — Ele disse se aproximando sedutoramente dela e acariciando seu rosto olhando em seus olhos.

— É claro que é. Não existe ninguém que tenha sucesso no amor e nos negócios. E eu não conheço uma única história de amor que tenha terminado bem. — Acusou ela com mágoa.

— Victoria, nem parece que foi você quem me convidou para jantar aqui. O que você queria? O que pretendia se tudo o que você quer é me listar razões absurdas para que não sigamos em frente?

— Não têm nada de absurdas, Heriberto! — Irritou-se ela. — Eu não quero e não vou viver um romance com você e quero que você tenha isso muito claro.

— O que você sente, Victoria, é medo. — Rebateu Heriberto com a calma de quem já tinha vencido suas próprias dúvidas. — Medo de amar, medo de que eu volte a te abandonar. Porque bem no fundo do seu coração você ainda é aquela adolescente que tudo o que deseja é se entregar. E eu sou o mesmo jovem que nunca deveria ter aceito me afastar de você.

Victoria quis se levantar e fugir, mas ele segurou seu braço tão forte que ela ficou. Do mesmo modo que seus olhos ficaram detidos nos dele. Movendo-se agitados, mas sem conseguir deixar de encarar o olhar apaixonado de Heriberto. O silêncio da enorme sala de jantar de Victoria era tão grande que se podia ouvir a forte pulsação de seus corações em uníssono. Victoria se viu tremer enquanto Heriberto se aproximou e a fez delirar quando sentiu sua respiração quente sobre seu rosto e o viu tomou seus maravilhosos lábios com gosto de pecado com avidez.

O beijo não foi calmo, não foi tranquilo, foi intenso, vívido e selvagem. Como uma forte tormenta em alto mar que lhes provocava o contato sexual um com o outro. De dentro para fora. Eram suas almas que lhes gritavam para que se conectassem enquanto a seus corações urgia dar asas a todas àquelas sensações que iam, pouco a pouco, deixando de ser estranhas para serem cada vez mais familiares, doces e intensamente viciantes.

Quando chegaram à luxuosa suíte de Victoria, beijando-se cheios de paixão, e começaram a desvestir-se, Heriberto se encantou com a maravilhosa lingerie que Victoria usava. A sensualidade da peça de roupa vermelha não lhe deixou nenhuma dúvida de que ela pretendia ser completamente sua essa noite. Por um instante Victoria se esqueceu de todas as palavras que havia dito durante o jantar e agiu de maneira inteiramente oposta naquele quarto e, sobretudo, naquela cama.

Não demorou muito para que ela se contorcesse de prazer a cada estocada feroz de Heriberto. Seus olhos se reviravam, a adrenalina corria agitada por sua corrente sanguínea e seu clitóris se deleitava com o modo como o pênis de Heriberto deslizava por ele com avidez e urgência desenfrenadas. Sua pele brotava suor enquanto sentia as mãos de Heriberto acariciando-a e, por vezes, apertando-a tão forte que sua paixão se podia sentir na carne.

Victoria gritou quando uma forte vibração explodiu em seu clitóris e percorreu sua corrente sanguínea até se alojar em seus pés na forma de um formigamento enquanto Heriberto insistia em estocar incansável contra sua feminilidade. Ela seguiu gemendo e se contorcendo enquanto Heriberto seguia estocando até que ele caiu sobre ela e gritou ofegante ao não poder mais resistir ao prazer e ejacular sentindo aquele intenso peso sobre seu corpo.

Depois de alguns minutos abraçados desfrutando da maravilhosa sensação de intimidade que se tem depois do sexo, Victoria fechou os olhos e suspirou ainda pensando em uma maneira de fugir de tudo o que sentia, mas era inútil enquanto sentia o calor da pele de Heriberto, seu cheiro e sua respiração.

— Você tinha razão. Isso faz com que a figura do padre se desvaneça com muita maestria. — Brincou ela tomada pela leveza que sentia.

— E é só a primeira demonstração. Ainda tenho muitas a fazer. — Rumorou ele com aquela inconfundível voz sedutora.

Victoria não respondeu, permaneceu em silêncio sem conseguir aceitar a paixão que sentia por aquele homem ao mesmo tempo em que não conseguia recusá-la. Depois de algum tempo, Heriberto se levantou e foi ao banheiro. Na mesa de centro, ao lado da cama Victoria pegou seu celular e enviou uma mensagem decidida para Antonieta.

À partir de amanhã quero que você se dedique a uma única incumbência. Preciso organizar o desfile de Miami de perto. Veja os passaportes, escolha as modelos, compre as passagens, fale com Oscar, Pipino, Lucy e com Margareth, a governanta de minha casa em Miami, onde ficaremos. Passaremos três meses por lá. Viajamos em dez dias!

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