A canção de Sakura e Tomoyo: melhor chamar Sakura escrita por Braunjakga


Capítulo 9
Tiros de misericórdia




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Capítulo 7

Tiros de misericórdia

 

O carro onde Tomoyo estava corria velozmente pelas rodovias da Catalunya. Tomoyo não sabia quanto tempo havia se passado, mas julgava ser uma hora. Não adiantava pedir ajuda para os carros que passavam. Parecia que sua voz havia sumido. Também não adiantava muito tentar lutar contra o homem, pois Havia perdido todas as suas forças. Sentiu uma espécie de bola entrando pela boca quando foi agarrada por ele na calçada, talvez fosse isso que tirou sua voz e suas forças. Aquele homem parecia ser um açougueiro ou metalúrgico dos portos, pois tinha a cara toda queimada e enrugada. Uma barba rústica e mal aparada crescia na cara dele e seus cabelos estavam totalmente bagunçados. Enquanto tentava analisar o homem, o carro parou. Estava num descampado, fora da estrada, do outro lado do monte Tibidabo, que cercava Barcelona. Não tinha nada e nem ninguém, só uma estrada de terra, uns arbustos e umas árvores. O homem abriu o carro e puxou a menina de olhos púrpuras pelo cabelo.

— Vamos lá, vamos lá! — disse ele. Mesmo não tendo forças, Tomoyo pesava setenta quilos e tinha um metro e setenta. Sentou-se no chão e tentou resistir ao máximo contra aquele puxão. Ele percebeu e começou a espancar o rosto dela.

— Seus malditos comuns de merda! — disse ele. Ele agarrou com tudo o braço de Tomoyo e arrastou-a pela terra seca e pelas pedras da estrada. Por mais que tentasse gritar de dor, o grito não saía da garganta. Por mais que tentasse puxar o braço de volta, as forças sumiram. Seu algoz tinha total domínio sobre ela. Chorou. O homem se cansou e jogou Tomoyo contra a primeira árvore que encontrou. Ele chegou perto dela e pôs a mão na cintura, sorrindo sadicamente.

— Sabe, sua vida acaba aqui, moça! Eu espero que você tenha aproveitado ela. Mas antes de o chefe te usar como brinquedo dele, Eu, David Bel, nascido e criado em Sarrià, vou brincar um pouquinho com você… — O homem começou a desabotoar a camisa. — Você até que é bem boazuda e bem novinha, hein? — Depois, ele tirou o cinto da calça. O rosto de Tomoyo se contorceu, tentou mexer os pés para ver se se moviam, mas nada de eles saírem do lugar. Tremeu.

"Sakura, Felipe, Marcela! Não deixe que esse homem nojento faça o que ele quiser de mim! Me ajudem!", pensou. David percebeu.

— Tá pedindo ajuda, é? — Ele gargalhou. — Ninguém vai vir te ajudar! 

Sons de tiros soaram no meio do mato. David sentiu as costas serem flageladas pelos projéteis. Arregalou os olhos e ficou sem ar. Depois, virou-se para ver quem atirava com a boca vomitando sangue. Era um dos agente dos mossos montado numa moto. Ele usava um colete a prova de balas, quepe e camisa de botões azuis apontava um revólver. Ele tinha a pele morena, cabelos crespos muito curtos, rosto sem barba, nariz redondo e lábios bem salientes.

— Albert, recua, eu cuido dele! — disse um outro agente dos mossos que se aproximava de moto, falando com o agente que acabou de dar os tiros. Ele estava com o mesmo fardamento do outro, só que em vez de segurar uma pistola, ele segurava uma maleta. O agente tinha pele branca, era muito magro e tinha cabelos castanhos encaracolados. Ele saiu da moto, abriu a maleta e uma espécie de florete feito de um material desconhecido saiu de lá. Ele também tirou da maleta uma outra espécie de florete, totalmente arrebentado parecido com um bambu aberto.

— Mas que merda é essa? — perguntou David.

— Essa é a arma que vai acabar com você! — O segundo agente dos mossos abriu o segundo florete que usava e a arma disparou uma rajada de raios vermelhos como sangue. O meliante ficou eletrocutado por uns instantes. Ele sorriu.

— Eu também sei fazer esse truque… Aparezca Dragon! — disse David. Em instantes, seu corpo foi coberto por uma armadura vermelha como sangue da cabeça aos pés. Ele levantou as mãos para o alto e uma besta se materializou no antebraço da armadura. Tomoyo arregalou os olhos.

— Ordem do Dragão! — disse Tomoyo com a voz fraca, voltando aos poucos.

— Albert, pega a Tomoyo e foge daqui! — disse Fernando.

— E eu vou deixar você sozinho com ele? — disse Albert.

— Não tem outro jeito, companheiro! Pega ela e foge daqui! 

— Você tem família, você tem dois filhos pra criar! 

— Você é um comum, Albert! Isso é um negócio entre magos!

No meio da discussão dos dois, David interveio:

— Eu adoro o gosto de comum fresco pela tarde! Mas o que eu mais adoro ainda é o gosto de mago mesmo, mago tentando ser comum, se fingindo de policial dos comuns… — disse o meliante, lambendo obscenamente o aro da besta no antebraço. Ele apontou a arma para Albert e atirou, mas Fernando abriu o segundo florete que usava como um guarda-chuva e protegeu o colega policial.

Asas transparentes vermelhas apareceram nas costas de David e ele avançou contra Fernando. O policial desferiu cortes e mais cortes horizontais com os dois floretes contra o meliante tentando atrasá-lo. David se defendia dos golpes de Fernando com os braços cruzados na altura do rosto. De repente, o soldado da Ordem voou um pouco mais alto e caiu com tudo sobre Fernando, acertando o pé com tudo no peito do policial. Ele ficou sem ar na hora. 

— Fernando! — disse Albert. Ele disparou uma rajada de tiros contra o soldado da ordem, mas as balas só arranhavam a armadura, sem atravessá-la.

— Eu entendi… Esses brinquedinhos de vocês são feitos com as armaduras da Ordem, não é mesmo? Por isso elas conseguem me arranhar… 

— Cala a boca! — Albert atirava mais, recarregando a arma quando necessário.

— Mas há uma diferença entre usar as armaduras da Ordem e ser da Ordem… Morra! — disse David, apontando a besta para Fernando. O policial estava no gramado, tentando se levantar, quando recebeu uma fechada de besta no peito. Morreu na hora. 

— Agora vou pegar esses brinquedinhos pra ver do que eles são feitos… O próximo é você e não tente fugir que vai ser pior! — disse Albert, pegando os dois floretes que Fernando usou. Ele não tinha pressa nenhuma para matar Tomoyo ou Albert. O policial acelerou a moto e se aproximou de Tomoyo, dando tiros e mais tiros contra David, sem efeito. O soldado da Ordem olhava com raiva para ele, percebendo suas intenções. 

— Tomoyo, sobe na moto, vamos sair daqui. — disse Albert, puxando a moça pelos braços até a garupa. Ele deu fuga na hora com a motoca assim que ela agarrou a cintura dele.  

— Parados aí! — David apontou a besta para eles e atirou, mas a arma passou de raspão pela cabeça deles. Ele deu outro e mais outro, mas o máximo de dano que aquela arma fez foi quebrar o espelho retrovisor da moto. 

Tomoyo ficou olhando para trás, apenas vendo David, o soldado da Ordem do Dragão, sorrindo e esquartejando o corpo morto de Fernando. A última coisa que viu foi a imagem dele arrancando um pedaço de carne do braço como se o osso do braço do policial fosse um espeto de churrasco.

 

Continua…  

 


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