A canção de Sakura e Tomoyo: melhor chamar Sakura escrita por Braunjakga


Capítulo 23
A caça e o caçador




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Capítulo 21

A caça e o caçador

 

Barcelona, Espanha

14 de dezembro de 2010

 

Era um fim de tarde ensolarado de inverno. Em frente à igreja de Sant Andreu de Palomar, uma viatura da “Guardia Civil” para. De lá, saiu Tomoyo e seus dois novos guarda-costas: Naldo Conesa, o homem corpulento e Natan Calvet, o gordinho. A roxinha sacou um celular da bolsa e olhou frustrada para o Whatsapp. 

— Tá entregue! Agora pode assistir sua missa, doutora! — disse Naldo. Tomoyo não reparou para o que ele dizia e continuou a olhar para o celular.

— O que foi doutora? Ela não respondeu ainda não? — perguntou Naldo.

— Já deve ser duas da manhã no Japão e ela não me disse nada ainda… 

— Esquenta não, Tomoyo. Vai ver ela tá ocupada com outra coisa… — disse Natanael.

— Eu é que estou preocupada com outra coisa… — disse Tomoyo, levantando os olhos e vendo as pessoas na rua. Muitos dos que estavam nas calçadas e muita gente que entrava na Igreja naquele momento olhava para a viatura da “Guardia Civil” com receio e medo. Outros poucos passavam na rua com caras de ódio e um o outro soltava um xingamento contra os agentes. 

— Pim, pam, pum! Que no quedi ni un! — disse um passante aos guardas. 

— Gente, não dá pra andar dentro disso aqui mais não! Olha só como o pessoal está olhando para mim! — disse Tomoyo, com os enormes olhos de cor roxa arregalados.

— Doutora, eu não esquento com isso não! Os caras podem xingar a gente a vontade que não tô nem aí! Aqui é de Ripoll! — disse Naldo, despreocupado, exaltando suas origens catalãs.

— Você pode ser de Ripoll, mas a “Guardia Civil” não é! Quando vocês chegaram no meu trabalho, eu fui muito questionada porque eu não escolhi uma viatura dos Mossos! Foi difícil pra mim explicar… 

— É Naldo, eu falei pra você vir de paisano, você que não quis ouvir! Olha o que eu tô te dizendo! A gente ainda vai se ferrar com isso! Vão vandalizar a viatura e roubar o estepe! — disse Natan. O guardia civil branquelo ficou desconfortável com o que disse o colega. Ele ficou passando a mão na nuca, pensando numa resposta para dar. 

— Doutora, a gente é segurança! Tô tentando explicar pra essa gente que a gente não é tão mau assim… Se eu chegar explicando pra eles… 

— Não dá, não dá, não dá, Naldo! Ou você escuta o que o Natan disse ou eu prefiro andar sozinha para os cantos! — exclamou Tomoyo, com ênfase.  

— Doutora, nossa missão é te proteger! Não tem como te deixar ir sozinha não… 

— Então me escuta, Naldo! Se vocês estão preocupados com a minha segurança, eu também estou preocupada com a de vocês… — disse Tomoyo, retirando a maleta prateada do carro com os dois floretes vermelhos como sangue.

Naldo e Natan se entreolharam e pareciam concordar em uma coisa:

— Não, Tomoyo, não precisa disso! A gente garante a sua segurança! Palavra de honra! Escuta o que eu tô te dizendo! Confia em mim! — disse Natan, com o dedo em riste, a cara próxima dela. 

— Então, vamos ver… — disse uma voz vinda do telhado da igreja. Natanael mal acabou de falar com ela quando arregalou os olhos do nada. Uma flecha de prata acabou de perfurar as costas do agente de segurança. Sua farda verde ficou encharcada de sangue saindo daquele ferimento, em segundos já estava empapada. Ele caiu de bruços nos braços de Tomoyo. A estudante de arquitetura gritou como nunca. Naldo sacou a pistola e disparou contra o teto da igreja. O atirador correu e pulou na frente deles. Era um homem de armadura vermelha como sangue com uma besta presa no antebraço.

— David Bel! — disse Tomoyo, em pânico.

— Se lembra de mim, boneca! Que bom! 

Naldo não quis saber de apresentações. O guardia civil disparou contra ele vezes seguidas, mas os tiros pararam numa espécie de parede transparente hexagonal que apareceu na frente dele. 

— Agora eu entendo… Essas são balas feitas com as armaduras da Ordem… Pelo visto, vocês não tem muitas… Cuidado! Economiza, pois você pode ficar sem pra atirar nas minhas costas, amigo! 

— Filho da mãe! Eu acabo com você na porrada! — disse Naldo. Ele colocou a pistola no coldre e correu até David com os punhos cerrados. 

— Haste! — disse David Bel.

Quando menos esperava, o soldado da Ordem foi mais rápido e agarrou Tomoyo pelo pescoço no momento que Naldo soltaria uma porrada contra sua cara. Sem conseguir parar o golpe a tempo, o agente acertou um soco forte no rosto de Tomoyo. Ela ficou inconsciente num instante.

— Desculpa, boneca, mas você vai ter que ficar pra trás nessa… — disse David com um sorriso no rosto, lambendo a bochecha dela.

— Doutor, eu não vou deixar isso barato não… — disse Naldo, tirando o colete a prova de balas e a camisa. Só ficou com a calça e o peito nu a mostra. David apenas sorria.

 

Continua… 


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