The Collateral Beauty escrita por hrhbruna


Capítulo 7
06


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos!

Fiquei muito feliz com o retorno que tive no último capítulo. Confesso que foi um tanto inesperado, mas de uma maneira positiva. Agradeço muito pelos comentários, impressões, sugestões deixada. Eu espero que meu conteúdo continue envolvendo vocês.



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            Lily estava com um pressentimento ruim desde o início, desde quando descobriram que aquele evento seria sediado em Hogwarts mais uma vez.

— Não seja boba, Lily. — a matriarca Weasley disse enquanto as duas olhavam trajes a rigor na loja de Madame Malkin. — Eles mudaram as regras! Harry tem só 14 anos, ele nunca poderia participar.

            Cantarolando alegremente, Molly perguntou para a proprietária da loja o valor de um belo traje para a vendedora. Quase que imediatamente, a Sra. Weasley abandonou a vestimenta murmurando ‘ora, aquele de Gideon não deve estar tão antiquado assim’.

— Por favor, deixe-me comprar um traje para Ron. — pediu Lily.

— Não, não, não. — A Sra. Weasley disse veemente, balançando a cabeça negativamente e ficando com as bochechas vermelhas. — Ah Lily, você é muito generosa, mas não seria apropriado.

            Lily segurava as vestes que compraria para Harry. Molly havia sugerido a verde escuro que combinaria com os olhos dele, o que certamente havia sido uma ótima dica. Ela não deixava de pensar que os traje marsala do outro lado da loja de Madame Malkin cairiam muito bem no melhor amigo de seu filho.

— Sabe Molly, enquanto eu crescia nós nunca tivemos muito dinheiro. — Lily comentou sem graça. — Eu usava os vestidos da minha irmã que não a serviam mais, nossos brinquedos eram sempre feitos pela mamãe ou de segunda mão. Quando eu me casei com James, eu fui apresentada a uma realidade totalmente diferente, uma que muitas vezes eu ainda tenho dificuldades em acreditar.

            Lily fez uma breve pausa, mordendo o lábio inferior e procurando a mão rechonchuda da mulher que havia acolhido a ela e seu filho como parte da família.

— Você convida meu filho para seus banquetes de natal, tricota um suéter para ele todos os anos, prepara suas comidas preferidas em seu aniversário. — Lily citou sem perder o sorriso. — Por favor, deixe-me demonstrar minha gratidão comprando um traje para Ronald. Eu me lembro dos trajes que Gideon usou na formatura e eu tenho certeza que seu filho não vai querer usá-los.

            Elas caíram na risada ao se lembrarem de como Gideon parecia engraçado com aquelas mangas bufantes, babados e rendas. Por fim, Molly concordou que Lily poderia comprar os trajes de Ron, o que permitia que ela investisse em um tecido melhor para o vestido de Ginny.

            No dia seguinte Harry retornaria a Hogwarts. Lily sempre deixava seu filho na plataforma 9 ¾ com uma sensação estranha no peito.

            Nos últimos três anos letivos, Harry havia se metido em situações extremamente perigosas. Naquele ano a escola sediaria o Torneio Tribruxo, e embora as regras tivessem mudado, algo dentro de Lily a avisava quanto aquele torneio.

— Você só está preocupada. Os últimos três anos foram muito tumultuados. — Molly disse enquanto as duas caminhavam de volta ao Caldeirão Furado. — Ainda mais com aquele homem ainda a solta... por Merlin, Lily, eu não sei como você dorme a noite.

            Por ‘aquele homem’, Molly provavelmente se referia a Sirius Black.

            Nos últimos dias, Lily vinha pensando sem parar sobre como poderiam provar a inocência de Sirius. Ela não queria que o melhor amigo de seu falecido esposo fosse conhecido para sempre por um crime que não cometeu.

            Ela estava estudando a jurisprudência mágica, mas havia pouquíssimo material a ser usado. Não havia tanto protocolo quanto os trouxas, mas Lily sabia que precisava de alguém influente para que sequer tivessem a oportunidade de dar a Sirius um julgamento.

            No dia seguinte, conforme combinado, Lily estava na plataforma para se despedir de Harry. Como milagre, naquele ano os Weasley não se atrasaram e ela teve um tempo de verdade para abraçá-lo e passar milhares de recomendações.

— Estude, fique fora do caminho de Snape e longe de problemas.

            O menino bufou e olhou para a mãe um pouco impaciente.

— Eu já te disse. — Harry falou seriamente. — Eu dificilmente vou atrás de problemas, normalmente eles me encontram. E quanto ao Snape, bem, eu não imagino que ele vá ser um anjo de candura esse ano, especialmente por causa dos acontecimentos do último ano letivo.

            Harry se referia ao fato que Snape havia perdido uma Ordem de Merlin por causa dele, afinal, havia sido seu filho que tinha ajudado Sirius a fugir. Lily percebeu que trazerem o assunto era apenas a brecha que Harry precisava para fazer perguntas.

— Você ouviu dele recentemente? — perguntou ansiosamente.

— Não. Mas eu tenho certeza que ele está bem. — respondeu confiante.

— Ele disse que estaria aqui. — Harry disse baixinho, meio chateado.

— Ele disse que tentaria estar aqui. — consertou a ruiva, colocando as mãos nos ombros do menino. — Agora, escute-me bem... esse ano Hogwarts vai sediar um evento muito importante, o que significa que haverá muita gente nova no castelo.

            Lily não tinha a intenção de soar paranoica, mas ela não podia evitar. Os boatos diziam que Igor Karkaroff, um ex-comensal da morte, era hoje o diretor da Escola de Magia Durmstrang.

            Há dias ela estava com aquele mau pressentimento, então ela pelo menos se certificaria de instruir Harry e fazê-lo prometer passar longe dessas pessoas.

—Eles mudaram as regras do torneio, mas eu quero que você me prometa que não vai tentar se inscrever. Nem mesmo de brincadeira. — Lily disse seriamente.

— Do que você está falando? Que torneio, mãe? — Harry ficou confuso. — Se for de quadribol nem sonhando que eu vou ficar fora!

            Rindo para si mesma, ela pensou que dormiria muito mais tranquila se tratasse de um torneio de quadribol interescolar. Mas antes que tivesse oportunidade de explicar ao filho do que se tratava, a Maria-Fumaça soou seu apito e ela deu um último beijo em Harry.

—x-

            Ter um adolescente em casa era, normalmente, ruidoso. Lily sempre percebia a grande ausência de Harry não por olhar seu quarto e não encontrá-lo na cama, calçando meias desiguais e esfregando os pés no outro enquanto devorava um quadrinho, nem porque não havia inúmeras canecas de chá espalhadas pelo flat em que viviam, mas sim porque o silêncio era ensurdecedor nos primeiros dias.

            Nas primeiras noites, Lily precisou se acumular de plantões e de trabalho administrativo para não sentir a falta que o filho fazia. As vezes achava que Harry estava certo, ela deveria adotar um animal de estimação para fazê-la companhia.

            Eles costumavam ter um gato, pensou, ainda conseguia se lembrar de quando James e ela foram visitar o abrigo.

— Eu não sabia que existiam abrigos bruxos. — Lily informou, morrendo de frio. Ela usava uma boina, cachecol e luvas, além de suas roupas mais quentes, mas ela ainda estava congelando.

            James permitiu que ela se escondesse em seu sobretudo negro, o que tornava incrivelmente difícil para que eles caminhassem.

— Eu vou lhe mostrar tudo que você não sabe sobre esse mundo fantástico, Evans.

— Potter. — corrigiu-o. — Lily Potter.

— Barbas de Merlin. Diga de novo.

            Rindo, ela repetiu seu nome de casada.

            Sorriu, divertida e repousou os olhos na imagem de James que ficava sobre o piano. Seu falecido esposo sorriu em sua direção e lançou uma piscadela marota, característica a sua personalidade.

            Eles adotaram um gato. O primeiro passo a vida de casados. Na época eles acreditavam que eram jovens demais para morrer, mas claramente um deles havia partido cedo demais.

            Lily estava sentindo muito a falta de James nos últimos meses. Mais que nunca.

            Estava sendo tão difícil desempenhar a tarefa de ser mãe sozinha. As vezes achava que estava fazendo tudo errado, porque não tinha a disposição para fazer o trabalho que James tinha que fazer. Não conseguia se colocar em dia com as obrigações de Chefe de família, não completamente bem desempenhava as atividades do marido para que pudesse ensinar a Harry e ele desse a continuidade.

            Massageando uma ruguinha de preocupação entre as sobrancelhas, Lily demorou para se tocar que uma coruja estava bicando o vidro de sua janela.

            Sobressaltando-se, ela ficou de pé no mesmo instante. Seu peito se encheu de ansiedade na expectativa de que fossem notícias de Sirius, que há semanas havia partido e ainda não havia dado sinal de vida, ou que se não fosse Almofadinhas, quem sabe Remus.

            Mas era Edwiges que estava bicando sua janela ansiosamente. Ela trazia em seu bico uma carta.

            A princípio acreditou que se tratasse de uma carta de seu filho, mas a caligrafia caprichada no envelope a informou que não era de Harry.

— Boa menina. — sussurrou acariciando o animal, quando ela se colocou em seu poleiro para se alimentar e beber água.

            Rompendo o lacre do envelope, Lily tornou a se sentar no sofá para ler a carta destinada a ela e um sorriso se abriu em seus lábios ao perceber que era Hermione. Oh, ela gostava daquela mocinha.

Prezada Sra. Potter,

Você provavelmente esperava uma carta de Harry, mas informo que se trata de Hermione Granger.

Lamento qualquer inconveniente que eu possa estar gerando com a minha carta, mas receio que seja um assunto inadiável e eu sei que Harry estará ocupado demais para escrevê-la pelo resto da noite. No seu lugar, eu gostaria que alguém me informasse sobre o que está acontecendo.

Amanhã, não leia os jornais. Não responda perguntas de jornalistas inconvenientes, se possível, não vá trabalhar. Venha a Hogwarts imediatamente, porque Harry é o quarto campeão do torneiro tribruxo.

Eu gostaria de ter mais informações para dá-la, mas receio que eu saiba tão pouco quanto você. Tomei a opinião com a Profª. McGoganall se deveria escrevê-la e ela me disse para fazê-lo o mais rápido possível.

Ela manda lembranças e diz que o acesso da lareira de seus aposentos está liberado para que possa utilizar.

Atenciosamente,

Hermione.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?