The Collateral Beauty escrita por hrhbruna


Capítulo 6
05


Notas iniciais do capítulo

Um novo capítulo, uma nova capa e um muito obrigada para a Marília, a Srta. Miranda e a Vicky Targaryen pelos comentários absolutamente gentis.



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            Sirius ficou bastante surpreso de como o tempo fora de Azkaban parecia voar. Após o aniversário de Harry, que foi comemorado em casa na companhia dele, Lily, Ron e Hermione, os dias passaram em velocidade surpreendente.

            Eles fizeram uma noite de pizza que foi recebida com muito entusiasmo pelos adolescentes, especialmente por Ron que nunca tinha oportunidade de provar das especiarias trouxas que Harry e Hermione cresceram comendo.

            Lily abriu uma garrafa de vinho para ela e Sirius, os dois ficaram na cozinha preparando a massa caseira e recheando.

            Infelizmente, eles não conseguiram convencer Remus a se juntar a eles. Harry havia mandado uma coruja para o lobisomem, mas a carta voltou o que significava que Moony já estava com o pé na estrada de novo. Ele nunca ficava muito tempo no mesmo lugar.

            Os dias se transformaram em semanas, logo tinha duas semanas que Sirius estava ficando com Lily e Harry. Enquanto a ruiva passava o dia no St. Mungus, Harry e Sirius em sua forma de cão aproveitavam as manhãs para explorarem a Londres trouxa e a tarde para cochilar.

            Lily ficava meio preocupada com todo aquele movimento dos dois, mas a alegria de Harry era tão evidente por ter uma companhia masculina que logo a fazia esquecer daquilo. Além disso, Sirius a ajudava preparando o café e o almoço, logo o jantar era responsabilidade dela, mas ela o preparava com satisfação e menos cansaço.

            Quando chegou o dia que Harry iria para a casa dos Weasley, pela primeira vez o filho de Lily e James parecia desanimado com a ideia de passar o resto das férias na Toca.

— Eu poderia ir para os jogos e voltar. — Harry sugeriu esperançosamente.

            Mas Sirius enquanto estava apreciando o tempo ao lado de Harry, contando-o do que ele e seu pai costumavam aprontar quando tinham a mesma idade, também precisava seguir o exemplo de Remus. Enquanto viajava, Sirius tinha escutado algumas coisas sobre Voldemort.

            Ele não poderia se distrair, ainda que quisesse muito ficar com Harry.

— Eu receio que não estarei em casa. — Sirius disse carinhosamente e passando um braço ao redor do corpo magro do afilhado.

— Para onde você vai? — Harry quis saber, o temor ficando evidente nos olhos verdes tão semelhantes aos de Lily.

— Eu preciso continuar a viajar, Harry. Eu descobri coisas estranhas enquanto viajava e sei que há algo de anormal acontecendo. — Sirius disse com firmeza. — Sua cicatriz não doeu nos últimos dias, doeu?

            O menino negou com a cabeça.

            Lily permaneceu de lado, permitindo que os dois se despedissem apropriadamente.

— Ótimo. Se tornar a doer, não hesite em me escrever. — Sirius pediu. — Qualquer sonho estranho, você também pode me contar.

— Certo. Hum... você não vai para muito longe de novo, vai?

— Creio que eu serei mais útil nas redondezas, mas não posso te dizer a onde estou indo exatamente. Entenda, é melhor assim.

— Eu entendo. — Harry suspirou resignadamente.

            Os dois trocaram um abraço apertado e logo foi a vez de Lily se despedir do filho. Ela abraçou Harry e tentou, uma última vez, colocar aquele cabelo no lugar – como das outras vezes, seus esforços foram inúteis.

— Cuide-se. Eu te vejo na plataforma 9 ¾ ok?

— Ok. — ele respondeu baixo, mas seu olhar recaiu sobre Sirius esperançosamente.

            O animago sorriu, ele não podia prometer que estaria lá.

— Farei o possível. — disse-o.

            Sirius e Lily se postaram lado a lado vendo o menino puxar o malão para perto do corpo e desaparecer nas chamas verdes da lareira após gritar um sonoro ‘A Toca’.

            Soltando um suspiro, Lily olhou para a outra mala que estava arrumada sobre o sofá. Sirius havia transfigurado seus trapos de presidiário numa bolsa que ele poderia carregar os poucos pertences que ele tinha agora.

— Aqui. — Lily entregou a ele uma bolsinha de couro. — É um pouco de dinheiro bruxo e um pouco de dinheiro trouxa.

            Sirius esticou o braço para devolver a bolsa, mas ela revirou os olhos.

— Considere um empréstimo. — disse irritada. — Eu sei que você tem ouro aos montes no Gringotes, mas foi arriscado quando você comprou aquela vassoura para Harry e pediu para fazerem o saque em seu cofre. Não vamos correr o risco, certo?

            O bruxo avaliou por um longo momento até que ele pareceu aceitar a alternativa de ‘empréstimo’.

— Coloquei alguns industrializados na sua mochila também. — Lily comentou. — Não é um banquete de Hogwarts, mas eu não gostaria que você se alimentasse mal.

— Tudo bem. — Sirius respondeu. — Obrigado Lily. Por tudo.

            Ela passou os braços finos ao redor do corpo esguio de Sirius. Aos poucos ele estava ganhando um pouco de peso, mas ela ainda podia sentir as sequelas dos anos em Azkaban.

            Fechou os olhos brevemente ao sentir a textura das vestes de James contra sua pele e se misturando ao cheiro natural de Sirius.

            Eles se despediram e Lily abriu a porta para as escadas de emergência, onde Padfoot passaria em sua forma canina e desapareceria por um longo tempo.

—x-

            Enquanto gradativamente as cores do céu mudavam, fazendo um verdadeiro espetáculo mesmo para os olhos mais superficiais, dois rapazes que não tinham mais de vinte anos testemunhavam aquilo.

            Em silêncio, eles observavam o nascer do dia com absoluta lividez. O rosto inexpressivo sendo incaracterístico da dupla que era conhecida por pregar peças e sempre terem uma piada na ponta da língua. A única coisa que marcava o rosto dos dois homens eram cicatrizes das batalhas que vinham lutando repetidamente nos últimos anos.

— Lily está grávida. — disse um deles. Tinha os cabelos selvagens que apontavam para todos os lados, rosto quadrado, maxilar rijo, nariz comprido e fino, além de um par de óculos de aro redondo que era sua marca registrada. Eles serviam de moldura para os olhos cor de avelã que havia herdado da mãe.

            Seu nome era James Fleamont Potter e ele era, absolutamente, um dos caras mais corajosos de sua época, mas naquele momento ele estava apavorado.

— Como você está? — sua dupla perguntou em tom rouco, levando o cigarro até os lábios num gesto elegante que combinava com o resto de seu visual.

            Feições aristocráticas, corpo esguio, olhos cinzentos e cabelos compridos. Sirius Black era um homem complicado mesmo para aqueles que tinham tendência a gostar de desafios.

— Apavorado. — respondeu o outro com um riso seco, tirando os óculos para esfregar o rosto cansado. — Não poderia ter acontecido em hora mais difícil, poderia?

— Bem, era de se esperar que acontecesse em algum momento. Você não pode manter suas mãos para si mesmo.

            O comentário impertinente do melhor amigo fez um sorriso surgir nos lábios de James. Ele parecia levemente orgulhoso pela observação, mas evidentemente não apaziguava os temores instalados em seu peito.

            Logo o rosto do maroto se tornou mais severo e ele disse com firmeza.

— Se acontecer alguma coisa comigo, você vai cuidar deles né? — James perguntou, um misto de ordem e questionamento em sua voz e uma ruguinha entre as sobrancelhas.

            Sirius encarou o melhor amigo e o lançou seu melhor olhar de desprezo.

— Nada vai te acontecer, Prongs. Não seja idiota.

— Mas se...

— Nada. — Sirius tornou a interromper. — Antes que qualquer coisa chegue a acontecer a você, terá que acontecer a mim primeiro. E como bem sabe, eu não tenho a menor intenção de morrer. Ainda quero dar muito desgosto para minha família.

            James revirou os olhos e riu levemente.

— Você deveria se casar com uma nascida-trouxa também. — James disse e pela primeira vez pareceu contemplar o espetáculo que a mãe-natureza fazia. — Sua mãe ficaria furiosa.

— Talvez. — Sirius se limitou a responder.

            A lembrança repercutiu aleatoriamente em sua cabeça. Lançou um olhar sobre as vestes que trajava do melhor amigo, eram as mesmas da lembrança engavetada, e talvez elas fossem o motivo para Sirius ter se lembrado daquilo.

            Apenas há pouco havia recebido o patrono de Lily, uma grande corça prateada, informando dos acontecimentos da Copa de Quadribol. Uma mão invisível apertou seu peito com o mero pensamento que Harry estava lá, completamente exposto, e ele estava há milhas e milhas de distância.

            Lily parecia bastante aterrorizada com tudo. Embora ela tentasse demonstrar que estava bem, que era forte, Sirius sabia que para a ruiva era um verdadeiro tormento repetir tudo aquilo. Ela tinha perdido muito, então estava cansada.

            Sirius gostaria de ter adiado sua viagem por mais alguns dias. Gostaria de ter estado com Lily para acalmá-la, para checar Harry e fazer o que Prongs lhe suplicara naquele terraço de um prédio qualquer.

            Entretanto, o ataque de comensais da morte somente confirmava o que Sirius vinha suspeitando e ele precisava, desesperadamente, encontrar Rabicho para provar sua inocência.

            Ele precisava ser inocentado para poder cuidar de Harry e Lily.

            Com aquilo em mente, Sirius tomou a forma de um grande cão negro e desapareceu em meio as árvores.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?

Tenham um ótimo dia!



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