Best Man escrita por Chloe Less


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Ei, pessoas! Como vocês estão?
Eu não deveria estar postando one enquanto tenho as longs pra att? Não devia. Maaas, estou com bloqueio e quando essa ideia surgiu no meu colo eu apenas precisava escrever o mais rápido possivel.
Eu digo que surgiu no meu colo, pois a ideia veio de uma teoria da Lola sobre o clipe de Lover hahahaha e eu pedi pra escrever.
Então essa one é meio dedicada a minha amiga, por me inspirar e também por betar o capítulo. Obrigada, xuxu!

Enfim, boa leitura!



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Eu sempre me considerei uma pessoa romântica.

Quando criança, enquanto todos meus amigos achavam nojento ver os pais se beijarem, eu comemorava cada demonstração de carinho.

Enquanto crescia, peguei o costume de observar os casais ao meu redor, a maneira com que eles reagiam ao outro e sonhava com o momento em que eu encontraria um par pra chamar de meu. Tudo isso embalado por todos as baladas românticas que eu podia encontrar, porque se é pra ser romântica, eu seria de verdade.

É claro que eu acabei descobrindo que a vida real era menos colorida do que as músicas que eu ouvia. Dois namorados foram o suficientes para que eu entendesse que relacionamentos eram mais complexos do que eu imaginava, entretanto os corações partidos não me fizeram deixar de acreditar no amor.

Então era por isso que eu amava casamentos, significava que mais pessoas não haviam desistido do amor, assim como eu. E era por isso que eu amava tocar em casamentos.

— Bella, eu deixei meu tênis azul no apartamento do Jazzy. Me empresta o seu? — pediu Alice enquanto entrava em meu quarto terminando de arrumar seu brinco.

— Claro, pode pegar. Eu vou com o branco.

Alice era uma das minhas melhores amigas. Nós sentamos lado a lado em nossa primeira aula de Tecnologia da Informação e desde aquele dia não nos desgrudamos mais.

Rosalie havia sido jogada no mesmo dormitório que eu e o amor não havia sido instantâneo, com nós duas brigando pelo quarto perto do banheiro. Mas quando nos entendemos, eu logo a apresentei a Alice e nós formamos o trio que éramos hoje.

As nossas personalidades eram completamente diferentes, com Alice sendo uma diva de moda e Rose uma esportista. Mas a nossa alma nerd e o amor por música nos uniu, e quando tivemos a oportunidade de sair de nossos dormitórios apertados e alugarmos um apartamento, não pensamos duas vezes em fazermos isso juntas.

— Como eu estou? — perguntei girando e mostrando minha roupa.

Eu usava uma camiseta branca, minha jaqueta laranja e um shorts preto.

— Incrível como sempre! Você é maravilhosa!

— Olha só quem fala, a pessoa que é linda até com um saco de batata! — apontei. — Mas nossa, eu amo esse seu vestido! Você fica tão bem com ele!

Alice estava com um vestido com alças grossas e botões na frente, cor de areia. Brincos de florzinha e um colar delicado completavam o look, além do meu tênis azul.

— Vocês já estão prontas? A gente vai se atrasar se não sairmos em no máximo 10 minutos — disse Rosalie entrando no quarto.  — E Kate é a noiva mais doce que já contratou a gente, não quero que ela nos odeie.

— O que seria de nós sem você, Rouss? — questionou Alice.

— Pessoas sem um emprego provavelmente, já que vocês são as rainhas do atraso. Vamos? — questionou de novo enquanto girava as chaves do carro e batia o pé no chão.

Rosalie estava com um shorts preto, uma blusa de alcinhas e um cardigã por cima. Coturnos cor de vinho nos pés.

— Você fica linda quando tá apressando a gente — falei pegando meu violão e a acompanhando até a porta.

Quando nós descobrimos que todas tocávamos, não demorou para que acabássemos tocando juntas. E o que começou com uma brincadeira entre amigas, se tornou as Rabbit Girls. É, éramos quase coelhinhas da playboy.

O nome era uma mistura, rab das iniciais de nossos nomes e bit, que era a menor unidade de informação que poderia ser guardada na computação, o curso que nos formamos na faculdade.

Nós tocávamos em bares e festas, principalmente as de casamento. Mas o dinheiro ainda não era o suficiente para conseguir pagar os empréstimos estudantis sem ter um emprego convencional, então na semana eu e Rosalie trabalhávamos em uma empresa de jogos e Alice no T.I de uma grife de moda. E aos fins de semana nós podíamos ser a bandinha de garotas que nós amávamos ser.

Estacionamos a minivan de Rosalie no lugar já conhecido, um casarão antigo com uma arquitetura romântica e elegante.

Nós já havíamos tocado em vários outros eventos aqui, então já chegamos cumprimentando os funcionários e pedindo ajuda para levar os instrumentos para onde a festa aconteceria.

O casarão tinha dois ambientes para festas, o casarão em si, onde as festas mais formais aconteciam e o jardim, que era meu lugar favorito e onde a festa de hoje aconteceria.

Eu adorava o jardim pois exalava graciosidade, romance e talvez um pouco de magia. Os muros verdes, as flores delicadas e a iluminação bem pensada. Magia.

A cerimônia ainda não tinha começado, porém de longe dava pra ver que a tenda onde fariam a cerimônia estava cheia. Como a noiva havia contratado um quarteto de cordas, para acompanhar a cerimônia, nós começamos a montar nosso equipamento no palco já conhecido.

— Ei, vocês são a banda que Kate e Garrett contrataram né? — perguntou um rapaz aproximando.

Eu tinha uma coisa por caras de smoking, mas aquele na minha frente era o mais lindo que eu havia visto. Ele tinha os cabelos cor de cobre arrumados milimetricamente e quando se aproximou o suficiente eu pude ver os olhos verdes mais brilhantes que eu já vi na vida.

— Isso, nós somos as Rabbit Girls — respondi. O que fez ele franzir a testa e segurar uma risada. — E não, nós não moramos na mansão da Playboy. É um apartamento na verdade — completei fazendo com que ele risse. — Eu sou Bella.

— Meu Deus, como eu sou mal-educado. Eu sou Edward, melhor amigo dos noivos — disse ele dando um apartamento firme na minha mão. — Eu só vim me apresentar para oferecer qualquer ajuda, a festa é sempre uma loucura e Kate e Garrett estão super agitados, então se algo der errado pode vir falar comigo, para não sobrecarrega-los.

— Ah, o padrinho-maravilha! — exclamei estalando os dedos. — Kate e Garrett falaram de você, que ajudaria se algum problema acontecesse. É bom ter um rosto para o apelido.

Meu comentário o fez corar, o que eu não imaginava ser possível, apenas o deixou mais bonito. Ainda mais com aquele sorriso de canto e o olhar para baixo.

— Eles são meus melhores amigos, eu faria qualquer coisa por eles — deu de ombros. — Inclusive isso me lembrou de avisar, Garrett elaborou uma dança com os padrinhos, de surpresa para Kate.

— Vocês precisam de algo? — perguntei.

— Apenas que ceda seu palco.

— É só falar a hora que ele será todo seu — respondi piscando.

— Obrigado, Bella! Bem, deixa eu ir que a cerimônia deve começar em breve. A gente se vê!

Se despediu e saiu correndo pelo gramado.

Eu continuei parada onde estava, apoiada no microfone e olhando para onde ele tinha saído correndo. Tão bonito o rosto, tão fofo corando.

— Ih, olha lá, Rose! A Bella tá caidinha pelo padrinho-maravilha! — comentou Alice enquanto ajudava Rose a arrumar a caixa da bateria.

— Eu? Não tô não.

— E o que é essa baba escorrendo e esses cinco minutos parada olhando pro nada? — questionou Rosalie rindo.

— O que? Eu fiquei tudo isso parada? — perguntei corando.

— E ela tá corando!

— Ai, é que olha a carinha dele. Queria beijar.

— Ou sentar — tossiu Alice.

— Ei!

— Eu sei que você sabe se cuidar sozinha, mas não vai fazer mal algum ter um pouco de contato físico com outro ser humano — provocou Rosalie.

— Por que a gente é amiga mesmo? Vocês só me arrasam. Eu só tava dando uma olhadinha no bonitão. Coisa inocente.

— Tão inocente que até esqueceu de apresentar a gente — riu Alice.

— Ah, todo o drama é por isso? Dá próxima vez que ele vier aqui eu apresento — respondi sorrindo.

— Relaxa Bella, pode babar à vontade.

— Inclusive shippo. Tenta pegar o número dele até o fim da festa.

— E você acha que aquele deus grego vai querer alguma coisa comigo, Alice?

— Ai, Bella, cala a boca! — exclamaram Alice e Rose em uníssono.

— Eu também amo vocês — respondi sorrindo.

— Nós também te amamos.

— Mesmo quando você é insegura — disse Rose se aproximando e me abraçando pelos ombros.

É, eu amava essas garotas.

***

Assim que a cerimônia acabou nós começamos a tocar, sem apresentações.

Rosalie tocava bateria e fazia percussão quando a música pedia, Alice tocava baixo — mas tocava violoncelo em algumas músicas também —, e eu um violão elétrico. A voz principal era minha, mas as duas dividiam a segunda voz.

Nós tínhamos uma playlist para casamentos, porque os noivos costumavam pedir as mesmas coisas nesse tipo de evento, mas costumávamos alterar de acordo com o gosto deles, se eles pedissem.

Então nós começamos com a música que Garrett mandou para ela quando descobriu estar apaixonado, Falling In Love do Us The Duo, que era uma ótima música para casamento.

Alice estava no violoncelo e Rose na percussão, o que eu achava que dava um toque mais romântico para a música. Eu cantava enquanto as pessoas se sentavam em suas mesas, o casal apaixonado de mãos dadas mais ao fundo, sorrindo brilhante.

Take my hand and let the music play. Running around we go and we’ll be stuck. Who knows. Running around we dance all night we‘re stuck. Falling in love with you* — cantei.

Garrett aproveitou a canção para girar Kate, seu olhar sobre ela era devoto e apaixonado. Se eu não estivesse acostumada, certeza que me distrairia com a demonstração de carinho.

Olhei de canto para Alice, que tinha uma expressão encantada no rosto e eu soube que ela tinha o mesmo pensamento que eu.

Nós tocamos mais algumas músicas, enquanto os noivos passavam de mesa em mesa, conversando e recebendo os parabéns dos convidados.

Até que chegou o momento dos brindes dos padrinhos e nós demos uma pausa.

— Ei, vocês deveriam aproveitar a pausa para comer algo — falou Edward enquanto eu e as meninas descíamos do palco. — Sério, Garrett e Kate vão ficar chateados se vocês não comerem pelo menos alguma coisa.

— Obrigada! Pode deixar que a gente vai comer sim — o tranquilizei.

Assim que nos afastamos, Alice e Rosalie me lançaram sorrisos cheios de segundas intenções, me fazendo corar.

Nós nos sentamos em uma mesinha pequena e isolada, no canto do palco, para facilitar a volta. Um garçom veio nos servir pequenos canapés e eu agradeci, amava comida de festa.

No palco, agora havia uma mulher loira, olhos azuis que brilhavam a distância, em um vestido salmão elegante. Edward estava no canto, como se quisesse dar espaço para que a mulher falasse.

— Olá, todo mundo! Eu acho que quase todo mundo me conhece aqui, mas para aqueles que não tem o privilégio de me conhecer, eu sou a Tanya, irmã mais velha dessa mulher linda que está vestida de noiva — se apresentou a mulher. — Eu conheço a KitKat literalmente desde antes dela nascer, eu era só uma criança de três anos de idade quando nossos pais anunciaram que eu estava ganhando um presente para a vida toda. Eu não entendia naquela época, mas agora eu entendo que eles me deram uma melhor amiga de presente.

A loira, que eu agora conseguia perceber que tinha os traços de Kate, sorriu e colocou a mão no coração, respirando fundo.

— No começo foi como ter uma boneca, ajudando a mamãe a escolher as tuas roupas e então te arrastando para minhas festas do chá. Eu amava ter você só pra mim, mas chegou um momento que eu precisei começar a te dividir. Foi na escola que você conheceu Edward e Garrett, e um monte de outras crianças que queriam sua atenção. Vocês se tornaram inseparáveis, mas isso não me afastou de você.

Eu dei um olhar rápido para Kate, que estava apoiada em Garrett e tentava controlar as lágrimas.

— A diferença de idade não era um problema, nunca foi motivo para grandes brigas. Pelo contrário, quando tudo parecia dar errado, nós corríamos uma para a outra. E não foi diferente quando eu descobri que gostava de garotas, foi pra você que eu corri. Eu lembro exatamente de você tentando me acalmar sobre contar pros nossos pais, e de elaborar um plano maluco de fuga caso eles não me aceitassem. Bem, nós não precisamos disso — riu Tanya. — Do mesmo jeito que eu corri para você, você correu para mim quando se descobriu apaixonada por um dos seus melhores amigos e fui eu quem te disse como poderia ser maravilhoso. Então Garrett, me agradeça — disse piscando.

Garrett soltou uma risada alta e mandou um beijo para ela.

— Enfim, o discurso ficou maior do que eu planejei. Mas eu queria deixar claro o quanto eu amo a minha irmãzinha, o quanto ela sempre foi e sempre será importante para mim. Eu desejo toda a felicidade do mundo para vocês, que esse brilho nos olhos e o companheirismo sempre transbordem no relacionamento de vocês. Bem-vindo a família, Garrett! Um brinde aos noivos — disse estendendo sua taça de champanhe.

As pessoas fizeram o mesmo gesto, aplaudindo o discurso em seguida. Tanya desceu do palco e correu pelo gramado até Kate e Garrett, dando um abraço apertado e cheio de lágrimas nos dois. Eram em momentos como aqueles que eu desejava não ser filha única.

Edward se aproximou do microfone e o ajustou, carregava uma taça de champanhe, assim como Tanya, o que tornou a tarefa um pouco mais difícil.

— Bem, eu nem sei o que falar depois do brinde da T, então vou ser breve. Como a Tanya disse em seu brinde, eu conheci o casal 20 na escola e não demorou muito para que nos tornássemos um trio inseparável. Eles sempre foram meus melhores amigos, o que me deu um privilégio ao ver esse casal nascer. Eu vi a maneira com que Kate começou a corar perto de Garrett, vi também todas as vezes que os olhos de Garrett brilhavam ao falar com ela. Eu também estava por perto quando a insegurança bateu e eles se afastaram com medo da amizade ir por água abaixo, e eu estava ali para incentivar Garrett a chamar Kate para sair. Depois daí é tudo história. Mas bem, o que eu quis dizer com isso? Eu tive uma vista privilegiada desse relacionamento, eu sei o quão autêntico e verdadeiro são os sentimentos desses dois, o quão intensamente apaixonados eles são um pelo outro. E eu, como amigo desses dois só desejo o melhor para os recém-casados. Que suas vidas sejam cheias de amor, alegria e cumplicidade. Eu amo vocês! Um brinde aos noivos!

Os brindes sempre eram a minha parte favorita dos casamentos, eles sempre me surpreendiam. Era onde eu conseguia ver que o amor na festa não era só entre os noivos, mas que eles foram sábios o suficiente em ficarem rodeados de pessoas que os amassem também.

Assim que Edward terminou seu brinde, ele desceu do palco e correu para os noivos, assim como Tanya e os abraçou apertado, dando um beijo delicado na testa de Kate e bagunçando os cabelos de Garrett.

Eu e as garotas estávamos subindo no palco quando Kate e Garrett pediram para que nós esperássemos um pouco, se aproximando com Edward atrás deles.

— Oi, meninas! Obrigada por fazerem nosso dia ainda mais especial — disse Garrett quando estava perto o suficiente.

— Oh, sim! Vocês são tão incríveis! — disse Kate colocando a mão no coração.

Ela era uma noiva tão linda, como uma boneca, e seu jeito delicado e fofo a tornava uma das nossas noivas favoritas.

— Mas eu tenho um pedido de última hora pra vocês. Bem, pra vocês e pro nosso melhor amigo.

— Ih, lá vem — brincou Edward rindo.

— Fica quieto, Weasley! — mandou Garrett o empurrando com o ombro.

— Shiu, vocês dois. Parecem crianças! Por isso você tá solteiro, Edward — ralhou Kate.

— Se Garrett conseguiu você, eu também vou encontrar alguém — garantiu ele piscando para Kate.

— Okay, voltando ao meu pedido. Eu deveria ter feito antes, mas foi uma ideia repentina e eu ficaria feliz se vocês conseguissem fazer isso por essa noiva aqui — começou ela. — Meninas, vocês lembram que nós pedimos por XO do John Mayer pra ser nossa primeira dança? Eu queria que Edward cantasse com vocês.

— Kate… — começou Edward.

— Eu sei que vocês já devem ter ensaiado antes e acrescentar Edward nessa equação pode bagunçar tudo, mas eu queria tanto. E eu amo a sua voz, Ed, você não pode negar isso pros seus melhores amigos. Por favorzinho!

Kate falava tudo isso com um biquinho e juntando as mãos, os olhos piscando bem ao estilo cachorro que caiu da mudança.

A informação de que o bonitão cantava me surpreendeu, eu não sabia se ele realmente tinha uma voz bonita ou se era bajulação da amiga, mas me surpreendeu.

— Kate, eu tenho certeza que só vou atrapalhar as garotas — disse Edward tentando se esquivar.

— Vocês podem combinar como fazer, eu espero. Não tem problema — pediu Kate.

Eu apenas olhei pras meninas, que sinalizaram que estava tudo bem.

— Bem, o que a gente não faz pra tornar o dia de vocês mais especial? Se o padrinho-maravilha topar, nós podemos fazer isso — falei.

O apelido fez Edward corar novamente.

— Se elas disseram que eu não vou atrapalhar… — cedeu.

— Ah! Você é o melhor padrinho do mundo! — comemorou Kate puxando ele e Garrett para um abraço.

Eu estava adorando ver a demonstração de carinho deles, a amizade era realmente genuína.

Completamente influenciada por eles, olhei de canto de olho para as minhas melhores amigas que sorriam tão encantadas quanto eu e apertei a mão delas.

— Vamos precisar de cinco minutos, tudo bem? — perguntei.

— O tempo que vocês precisarem — respondeu Garrett se afastando com Kate.

Eu aproveitei a deixa e apresentei Edward para Alice e Rosalie, para que elas saíssem do meu pé, mas com o sorriso que elas deram eu apenas tive a certeza de que aquilo se tornaria pior.

Nós ajeitamos a música, decidindo em quais momentos cada um cantaria sozinho e em qual momento nos cantaríamos juntos.

Alice foi para o violoncelo e cedeu seu microfone para Edward, Rose foi para a caixa e eu mantive meu violão.

— Voltamos! — anunciei de volta no microfone, eu nunca sabia o que falar depois de uma pausa. — E para a primeira dança dos nossos queridos noivos, uma pessoa especoal vai nos ajudar — disse apontando para Edward.

Eu olhei para as meninas, dando o sinal de que começaria e comecei a dedilhar o violão, fazendo elas me acompanharem. Fiz uma oração rápida e silenciosa, pedindo para que Edward não fosse muito desafinado e dei o sinal de que ele podia começar.

Your love is bright as ever. Even in the shadows. Baby, kiss me. Before they turn the lights out* — cantou ele me surpreendendo.

Sua voz era macia e envolvente, um pouco rouca em algumas notas. Ele cantava de olhos fechados, não sei se pela timidez de cantar em público ou pela emoção da música, mas era fofo.

Your heart is glowing. And I'm crashing into you. Baby, kiss me, kiss me. Before they turn the lights out. Before they turn the lights out. Baby, love me lights out — cantei em seguida.

Nós cantamos a estrofe seguinte juntos, ele abrindo os olhos na primeira frase e olhando para mim.

Eu não acreditava muito nessa coisa de amor a primeira vista, porém eu não podia negar que meu coração perdeu algumas batidas ao ver ele cantando com os olhos fixos em mim.

Aquelas bochechas coradas e os olhos verdes brilhando, era inevitável.

In the darkest night hour. I'll search through the crowd. Your face is all that I see. I'll give you everything. Baby, love me lights out. Baby, love me lights out — finalizamos juntos.

Eu continuei olhando para ele após a última frase, conseguia ouvir o som do violoncelo de Alice, as batidas de Rosalie e até as notas que saiam de minhas próprias mãos, mas eu não conseguia desviar o olhar.

Estava hipnotizada.

***

Edward saiu corado do palco quando a música acabou, enquanto eu e as garotas passávamos para a próxima música.

Kate e Garrett continuaram na pista de dança e os outros convidados os acompanharam.

Eu amava isso, ver as pessoas dançando com o que eu cantava. Depois de umas taças de champanhe todo mundo ficava desinibido, se deixando levar pela emoção e melodia.

Pessoas de todas as idades rodopiavam ou dançavam juntinhos, dependendo de suas vontades e da música que eu e as meninas tocávamos. Havia um trio de crianças dançando todas as músicas, de mãos dadas, o que me fez pensar no que escutei dos brindes, em como Garrett, Kate e Edward eram um trio que não se desgrudava.

O que me fez pensar em como eles eram quando crianças. Garrett tinha o cabelo comprido como tinha agora, ou sua mãe o obrigava a cortar o cabelo? Kate teria cachos ou o cabelo dela era liso? Talvez ela tivesse uma franja. E Edward? Ele deveria ser adorável.

Músicas passaram até Edward avisar que era a hora da surpresa do noivo, então esperei terminar a música que estava cantando e anunciei.

— A noite de hoje está sendo mais do que especial, certo? Mas Garrett tem uma surpresa para Kate — anunciei dando uma piscadinha pros noivos que estavam juntos no centro da pista.

Assim que terminei de falar isso, Tanya pegou Kate pela mão e a levou para sentar em uma cadeira de frente para o palco e pela pista de dança, enquanto as pessoas abriam espaço. A expressão no rosto dela de "o que ele vai aprontar?" era fofa, mas ninguém respondia suas perguntas.

Edward conectou seu celular à caixa de som no palco e pediu para que eu desse play quando ele desse o sinal.

A pista de dança agora estava tomada pelos padrinhos, com Garrett no centro e mais perto de Kate. Eles estavam de costas para a noiva, de cabeça abaixada, o que me permitiu ver melhor eles colocando uma peruca loira e prever o que aconteceria.

Quando Edward deu o sinal e eu liguei a música, as batidas características de Baby One More Time da Britney Spears foram ouvidas.

Kate gritou em seu lugar, enquanto batia palmas animada, assim que eles viraram.

Eu não sabia o quanto tempo Garrett e seus padrinhos ficaram ensaiando, mas eles executavam a coreografia com perfeição. Um dos padrinhos rebolava melhor do que eu inclusive.

Quando a última frase chegou, Garrett tirou um chicote de algum lugar e o estralou dando um efeito dramático ao fim da música.

A peripécia fez todo mundo gritar e bater palmas. Kate se levantou correndo — ela havia tirado o salto em algum momento da festa e usava uma sapatilha agora —, segurando seu rosto com as mãos e o enchendo de beijos.

Eu queria um amor assim.

***

Depois da dança do noivo, a festa não teve mais surpresas.

Apenas pessoas dançando, comendo, rindo e conversando, coisa típica de casamento. Eu adorava.

Quando chegou o momento dos noivos irem embora, nós tocamos Better Together e eles foram embora sorrindo.

Foi a deixa para as pessoas que haviam restado irem embora rapidamente, então começamos a desmontar os equipamentos.

Indo contra o fluxo de pessoas que ia embora, Edward se aproximou quando começamos a desmontar as coisas, as mãos no bolso da calça.

— Eu vim oferecer ajuda, vi vocês trazendo os instrumentos no início da festa então imaginei que uma mão a mais poderia ser útil.

Eu não tive tempo de responder antes que Rose falasse.

— Ei, Bella. Eu e a Alice vamos levar a caixa de som para o depósito, e talvez ajudar o pessoal com as outras coisas. Você pode ir colocando os instrumentos no carro.

Ela disse isso e jogou a chave da minivan para mim, pegando a caixa de som e saindo com Alice, depois de dar uma piscadinha, sem me dar chance de resposta.

— Hum, acho que uma ajudinha pode ser bem-vinda — aceitei.

Guardei o baixo de Alice e o meu violão, entregando o meu violão para Edward — que o colocou nas costas —, e a caixa de percussão de Rosalie. Coloquei o baixo de Alice nas minhas costas e peguei uma das caixas da bateria, pensando que teríamos que fazer mais viagens, já que quando chegamos tivemos ajuda dos funcionários do casarão.

Eu fiquei com medo de ficarmos em um silêncio constrangedor, mas Edward tratou de resolver isso assim que começamos a andar.

— Ei, vocês foram incríveis! — parabenizou Edward sorrindo.

— Oh, obrigada! Você também foi ótimo!

— Ah, sério que eu não atrapalhei vocês? Eu fiquei bem nervoso — confessou. — Não sou muito fã de apresentações em público.

— Você deveria repensar isso, porque você foi muito bem! Tanto cantando comigo quanto dançando Britney com os padrinhos

— Ugh! Isso — resmungou fazendo uma careta. — O que a gente não faz pelo melhor amigo, certo?

— É, realmente — concordei pensando que eu faria qualquer coisa pelas garotas que estavam ali comigo. — Mas você realmente foi bem, tem uma voz bonita e afinada. Deveria cogitar a carreira de músico.

— Eu já cogitei — confessou dando uma risada sem graça. — Eu toco piano desde criança, arranho um pouco de violão, mas não faço isso muito bem porque não pratico o suficiente. Teve uma época na minha adolescência que eu cogitei viver de música, até me inscrevi em um show de talentos, mas eu realmente não sei lidar com público.

— Quem te viu no palco não imaginaria isso, tenho certeza!

— Eu tentei contornar — riu ele. — Comecei de olhos fechados, porque assim eu podia fingir que estava no meu quarto ou só com meus amigos. Mas depois percebi que se ficasse de olhos fechados podia me perder, já que não havíamos ensaiado, então tentei focar em você e imaginar que estávamos sozinhos. Funcionou pra mim.

As bochechas dele coraram quando fez essa última confissão e eu percebi que adorava isso nele, era um charme.

— Bem, funcionou para mim também.

Eu abri o carro rapidamente e nós colocamos os instrumentos ali, mas ao sair deixei a porta aberta para não ter que abrir o carro novamente.

Edward havia colocado as mãos de volta em seus bolsos, mas nós caminhávamos bem próximos, com os ombros roçando. Eu me sentia uma adolescente em seu primeiro encontro.

— Já que a carreira de músico não serve pra você, o que você faz? — questionei.

— Eu sou arquiteto.

— Música, desenho... É uma pessoa artística, então.

— Eu nunca pensei dessa maneira, mas você tem razão. Minhas notas em matemática e física nunca eram as melhores, porque eu sempre estava desenhando nas aulas — contou rindo. — Eu podia ter escolhido outra coisa pelo meu gosto por desenhos, mas acho que minha mãe ser uma design de interiores me influenciou.

Nós guardamos o restante das coisas que haviam ficado no palco e caminhamos de volta para o carro.

— Essa seria a hora que eu te perguntaria o que você faz, mas é meio obvio que você é música.

— Bem, você podia ter me perguntado. Na verdade música é um hobbie.

— Sério? Vocês levam esse hobbie tão a sério!

— É, não sei se posso chamar de hobbie mesmo, está mais para um segundo emprego. Se eu pudesse viveria de música, mas se você não é um popstar, o dinheiro não dá para pagar os empréstimos da faculdade.

— É, realmente. Artistas independentes são realmente muito mal remunerados — concordou ele. — Então, o que você faz além de encantar os outros?

— Eu sou programadora — falei. — E essa piadinha foi muito ruim.

— Eu sei — riu ele junto comigo.

Nós tínhamos arrumado os equipamentos de uma maneira que não ocupava todo o porta-malas, então eu me sentei ali e bati no espaço ao meu lado para que Edward me acompanhasse.

Eu sorri com a proximidade que nós estávamos. Sua presença estava despertando em mim todos os meus instintos adolescentes, de querer tocar e estar perto, de não saber como agir.

Assim como no palco, eu me vi hipnotizada pela sua voz a cada coisa que saia de sua boca.

E quanto mais tempo ficávamos ali, Edward ia se soltando, deixando o homem tímido que ele mostrava desde o primeiro instante de lado, apresentando seu lado envolvente.

— Garrett te chamou de Weasley hoje, então você é um fã de Harry Potter? — questionei.

— Também, mas o apelido não é só por isso — contou rindo. — Obvio que a cor do meu cabelo influenciou a escolha do apelido, mas eu tenho uma família tão grande quanto a dos Weasley. Somos em seis irmãos.

— Meu Deus! Sério?

— Sim! Eu sou o mais velho, minha mãe engravidou bem no começo da faculdade e esperou um tempo antes de engravidar de novo. Seis anos depois vieram as gêmeas, Gianna e Amber. Então Victória, Bree e por último Liam. E minha mãe sempre foi o estereotipo de mãe que acolhe as pessoas, assim como a Molly. Foi assim que o apelido surgiu, porque minha casa parecia A Toca, só que um pouco mais chique — disse ele com um sorriso no rosto.

Ele aproveitou para me mostrar fotos de sua família toda, contando que seus pais não puderam vir no casamento porque Liam estava de castigo, e suas irmãs estavam ocupadas com coisas de suas faculdades. Eu retribui as informações mostrando fotos dos meus pais e contando um pouco sobre eles também.

Nós ficamos nesse assunto por algum tempo, voltando a falar de música, arte e cinema em seguida, assunto que descobrimos ter maior afinidade.

— Coisa mais bizarra que te aconteceu no cinema? — perguntei.

— Não foi bem no cinema, mas eu estava saindo de um, quando uma mulher pegou na minha mão e saiu me arrastando falando que a gente estava atrasado. Ela falava alto e não me deixava falar que eu não era quem ela tava pensando — contou gargalhando. — Demorou dois minutos pra eu conseguir falar que ela tinha se enganado, mas isso só aconteceu porque ela virou e perguntou por qual motivo eu estava em silêncio.

— E aí, o que aconteceu depois? — questionei rindo com ele.

— Ela começou a falar sozinha que devia ter percebido que não era o namorado dela, porque a mão era grande demais para ser dele — disse tentando segurar a risada. — Depois disso ela ainda pegou a minha mão pra ver de perto, falou que era muito bonita e que queria que o namorado dela tivesse a mão igual a minha.

— Isso deve ter sido muito engraçado, principalmente se o namorado dela viu.

— Mas ele viu! — falou em um misto de indignação e diversão. — Ele estava tentando alcançar a gente e quando paramos ele conseguiu. Os dois começaram a brigar e eu fugi dali bem rápido, com medo de sobrar pra mim. Minha mão podia ser maior, mas eu definitivamente não sei brigar.

— Vamos lá, deixa eu ver se sua mão é tão bonita assim — pedi em um surto de ousadia.

Ele estendeu sua mão e eu a trouxe pra perto, fingindo analisar de verdade, até fazendo alguns comentários. Quando mudamos de assunto e eu pensei que ele soltaria nossas mãos, ele me surpreendeu apoiando as nossas mãos em seus joelhos para brincar com meus dedos enquanto conversávamos.

Nesse momento ele já havia tirado sua gravata borboleta e aberto dois botões da camisa, o cabelo agora desalinhado depois de tantas vezes que ele passou as mãos em seus próprios cabelos.

Eu estava de pernas cruzadas de frente para ele agora, admirando o quanto ele ficava bonito com aquele cabelo despenteado e desejando eu mesma ajudar a deixar aquilo ainda mais bagunçado.

— Vamos lá, o que você mais gosta sobre tocar em casamentos?

— É uma junção de coisas, sabe? Tocar é sempre mágico para mim, seja no meu quarto sozinha ou em um barzinho. Mas tocar em casamento é diferente, porque ninguém tá ali por mim e isso não é um problema. Todo mundo está ali para celebrar a união de duas almas, pra se divertir. E eu amo ver as reações das pessoas, dos convidados, mas principalmente dos noivos. Aquece meu coração ver a paixão, a entrega, a cumplicidade e todos os outros sentimentos bons na primeira dança deles, é gratificante saber que eu fiz parte de um momento tão mágico como esse — contei apaixonada.

Edward me olhava fixamente, prestando atenção de verdade no que eu dizia.

— Eu posso te beijar?

— Eu tenho esperado isso desde que nós sentamos na minivan.

Ele não esperou que eu dissesse outra coisa.

Sua aproximação lenta me fez criar expectativas. Meu coração acelerado e minha respiração pesada enquanto seu rosto se aproximava do meu, aquela sensação de mil borboletas no estomago da mesma maneira que aconteceu quando eu dei meu primeiro beijo.

A diferença era que Edward não me decepcionou.

Quando seus lábios finalmente encontraram os meus, foi como a cena do beijo em o Diário da Princesa, com mil luzes piscando dentro de mim. Okay, talvez eu esteja exagerando. Mas beijar Edward era incrível, os lábios dele eram receptivos e experientes, calorosos.

E a cada instante meu corpo pedia mais. Mais beijo, mais perto, mais Edward.

Ele não parecia diferente ao me trazer pra perto, ou a me receber em seu colo.

Nós parecíamos tão adolescentes, que eu não sabia o que faríamos se Alice e Rosalie não tivessem aparecido pigarreando.

— Desculpa ser a estraga prazeres — disse Rosalie com Alice tossindo um literalmente ao fundo — mas está na hora de irmos para casa.

— Obrigada por avisar, Rouss — falei rindo enquanto Edward escondia o rosto no meu pescoço.

As meninas entraram no carro para nos dar privacidade, o que eu agradeci por Edward, que estava no que eu imaginava ser seu tom de vermelho mais intenso.

Eu o ajudei a arrumar o smoking novamente e tentei dar um jeito em seu cabelo, mas ele não quis voltar para o lugar, então só desisti.

— Eu posso te ligar? — perguntou, a timidez de volta.

— Eu ficaria ofendida se você não fizesse isso.

Ele me estendeu seu celular, salvei meu contato e aproveitei para ligar para o meu número.

— Bella Swan? Eu achava que era Rabbit — comentou intrigado.

— Swan é meu sobrenome — falei rindo.

— Ugh, eu sou péssimo — respondeu escondendo o rosto com uma das mãos.

— Você é fofo — respondi afastando a sua mão e fazendo um carinho no rosto dele.

Foi o suficiente para que seus olhos brilhassem e ele se aproximasse para um novo beijo, tão incrível e intenso quanto os que trocamos minutos antes.

Não sei quanto tempo ficamos ali, mas foi o suficiente para Rose buzinar nos apressando.

— Acho que eu tenho que ir agora — disse eu, nossas testas grudadas.

— Eu te ligo — prometeu ele, as bochechas coradas e um sorriso de canto.

— Eu vou esperar.

Eu dei mais um beijo rápido nele e entrei correndo na minivan. Rosalie não esperou para sair do estacionamento, comigo observando pela janela e acenando para Edward.

Aquilo foi o suficiente para que as meninas começassem a rir e brincar sobre o quão boba eu parecia. Mas eu não me importei com aquilo, eu me sentia uma adolescente. Ou melhor ainda, protagonista em uma comédia romântica.

Eu havia saído de casa sem pretensões, esperando apenas mais um casamento comum. Mas estava voltando completamente apaixonada pelo padrinho.


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Notas finais do capítulo

* Pegue minha mão e deixe a música tocar
Correndo por aí vamos nós e vamos ficar presos
Quem sabe
Correndo em volta nós dançamos a noite toda estamos presos
Estou me apaixonando por você

*Seu amor é brilhante como sempre
Mesmo nas sombras
Querida, me beije
Antes que apaguem as luzes

Seu coração está brilhando
E estou colidindo em você
Querida, me beije, me beije
Antes que apaguem as luzes
Antes que apaguem as luzes
Querida, me ame com as luzes apagadas

Na noite mais escura, eu vou
Te procurar no meio da multidão
Seu rosto é tudo o que vejo
Eu vou te dar tudo
Querida, me ame com as luzes apagadas
Querida, me ame com as luzes apagadas


Perdoem qualquer erro, tudo foi revisado, mas as vezes passa alguma coisinha.
Então???? O que acharam?
Eu amei escrever essa one e estou louca pra saber a opinião de vocês.

Enfim, beijos!