Instituto Secreto de Super-heróis - INTERATIVA escrita por Giovanna


Capítulo 9
Daylight


Notas iniciais do capítulo

Bom dia meus chameguinhos, tudo bom?
Sei que todo mundo está ansioso para as interações em grupo, mas esse arco ainda é para dar base a chegada dos filhos da Hydra.
Boa leitura!



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[Instituto, Sala de espera, 26 de janeiro, 5:21 AM]

Ser eletrocutado não havia sido tão ruim comparado a tudo o que Zack havia passado nessa viagem.

Talvez tivesse sido ingênuo em pensar que pela alta demonstração de poder de Auradon em Titan e pelas pernas bambas de Magnus, a entrada na Terra seria como quebrar todos os dentes de uma criança, mas estava muito enganado.

Aquilo havia sido o inferno.

O grupo havia sido reduzido como pó, se lembrava claramente da morte dos companheiros para que eles pudessem viver. Um deles em uma arena gigantesca em um dos planetas em que haviam caído, Sakaar, onde um lunático intitulado Grão Mestre obrigava seus prisioneiros a lutarem contra seus campeões.

A cabeça de seu soldado foi esmagada e seus miolos espalhados pela arena antes que eles conseguissem fugir pelo ânus do demônio. Três outras mortes similares foram adicionadas a conta em planetas diferentes, por isso, ao serem jogados dentro daquele planeta e atravessarem paredes de vidro e serem cercados por pessoas e suas armas e quadrados brilhantes, Zack só tinha uma coisa em mente: Matar antes de ser morto.

O sargento achava que conhecia a guerra, que sabia qual era o pior lado dos heróis, mas estava errado. A guerra que vivia ao lado de sua tão amada Hydra, era uma guerra praticamente vencida. Com 70% dos heróis presos na Redoma Sombria, com os milhares de soldados a sua disposição para lutar, ele estava nadando em regalias em seu planeta natal.

Mas ali, com somente um grupo limitado de pessoas, longe de casa, sem recursos para ligar para seus superiores e a cada investida nova, encontrando desafios mais assustadores pela frente, ele até mesmo encarou a Missão ao Monte como uma brincadeira de criança.

E então, as marcas em suas costas pareciam mais pesadas, o pensamento voava até Natasha Romanoff que havia agarrado a primeira oportunidade para salvar a vida do filho e trocar de lugar com ele e Zack retirava qualquer pensamento impuro da cabeça.

Suas dores não importavam, ele poderia morrer de fome se necessário, o importante seria enganar os terráqueos e encontrar o Tesseract, a qualquer preço e a qualquer custo.

Porque finalmente, depois daqueles dez longos e excruciantes dias, algo bom havia acontecido.

Eles haviam adentrado a barreira que protegia a Terra.

Zack e Lauren haviam cometido o erro de matarem alguns humanos, entretanto, haviam trabalhado muito em suas feições de arrependidos enquanto estavam presos naquela sala de espera.

O mistério do que aconteceria com eles pairava o ar, seu objetivo era chegar até a aurora boreal, porém havia sido trazido a algum tipo de Quartel General da Terra. Ele não sabia exatamente como as coisas funcionavam por ali.

A luz do sol subia indicando que um novo dia se iniciava, o que quer que eles estivessem conversando naquela enorme sala atrás das portas imponentes de carvalho, havia levado a madrugada inteira.

Após acordar do seu estado de surpresa e choque, Zack quis arranjar um jeito de sair dali, baseado em sua experiência nos planetas passados, seus companheiros deviam ter virado sopa de gigante essa hora, mas para sua surpresa, o corpo de sua tenente se encontrava adormecido nas cadeiras ao lado.

— Tenente? – Zack chamou, mas sem resposta.

Lauren havia aguentado o estresse muito bem nos cinco primeiros dias, até sua segunda personalidade tomar posse de seu controle mental pela falta dos remédios – que haviam sido perdidos no vazio do espaço, assim como a comida – e transforma-la em uma máquina assassina.

A castanha que usualmente não se cansava facilmente, assim como Zack, costumava ficar um caco quando sua segunda personalidade tomava total controle de suas terminações nervosas; ela podia ser facilmente comparada aos antigos “Soldados Invernais”, duas pessoas em um só corpo.

— Lauren? – Zack tentou uma abordagem mais próxima, cutucando a menina.

O contato fez Lauren estremecer de susto e acordar, seus olhos mal haviam se acostumado com a luz da sala de espera e ela se pós de pé, se lembrando que estava em uma luta e que estando, agora, presa a uma sala, não era um bom sinal.

— Onde estamos? – Ela questionou e Zack se sentiu aliado por ver a coloração esverdeada nos olhos da superior.

— Bem-vinda a Terra, tenente. – Para a surpresa de ambos, a imagem de Magnus atravessou a parede brilhando como um diamante. – Não tentem me tocar, por mais que seja tentador, a conexão está fraca porque não como a dias, então não estraguem o pouco de força que eu ainda tenho.

— Bom saber que você está vivo. – Lauren sorriu para o amigo. – Queen, Auradon e os outros?

“Estamos aqui. ” A voz de Auradon apareceu na cabeça deles. “Conseguimos. ”

“Depois de tantas tentativas frustradas.” Queen reclamou, enquanto utilizava do mesmo canal de comunicação que Auradon. “Éramos para ter voltado para casa a dias agora.”

— Eu selei a transmissão de vídeo deles. – Magnus alertou. – Não precisa falar em códigos.

— Se eles forem espertos, vão perceber logo. – Zack alertou. – Mas Queen está certa.

“O que você disse? ” Queen temeu que tivesse sofrido um derrame, Zack havia concordado com ela?

— Auradon era para facilitar a missão para nós, mas tudo o que passamos até agora, só para entrar na Terra! Parece muito mais um atraso para mim. – Zack provou seu ponto.

— E bom... nos perdemos muita coisa nesse meio tempo. – Magnus concordou, não se sentindo confortável em relembrar a morte dos companheiros de equipe.

— Você disse que seria a bússola para o Tesseract, você está mais para bússola de problemas. – Lauren concordou, ainda não se sentia confortável com a ideia de ter a menina por perto, por mais que tivesse sido salva por ela uma ou duas vezes.

Auradon revirou os olhos diante o que ouvia, queria fingir que não se importava, assim como havia feito desde o início da viagem, mas passar pelas situações de quase morte com aquele pessoal havia criado algum tipo de vínculo dentro dela, ela sentia a necessidade de ser aprovada em seu meio.

“Vocês realmente querem fazer isso agora?” Ela fechou os olhos, não querendo encarar Queen; havia criado um laço imediato com a morena por conta dos seus poderes, o beijo compartilhado nos primeiros minutos de volta a vida, mas aquilo era pessoal demais para si. “Vocês são os únicos que tem o direito de ficarem cansados? Ou estressados? Lauren pode descontar toda sua raiva matando todo mundo que viu pela frente naqueles planetas lá atrás, enquanto eu salvada a bunda de vocês! Estou tentando usar poderes que estavam adormecidos por anos, mesmo que Dr. Zola tenha me proibido só para salvar vocês, porque eu fui a responsável quando seus amigos morreram! Sim, Magnus, vocês perderam muita coisa nesse meio tem e é minha culpa, ok?”

Eles se mantinham em silêncio enquanto Auradon gritava como uma criança na cabeça deles, apontando os erros que cada um deles haviam cometido naquele pequeno período, mas que ela estava tentando limpar.

“Zack, se você quiser, porque não tenta roubar o Tesseract e voltar para o seu maldito planeta sozinho? Tenho certeza que você vai conseguir criar asas e voar entre as dimensões do multiverso sem qualquer problema! E Queen, pelo menos uma vez, você pode fingir que nem tudo é sobre você? O MUNDO NÃO GIRA EM TORNO DE VOCÊ!”

O silêncio era constrangedor.

Auradon podia ser a mais velha, mas havia agido como uma criança respondendo a bullies naquele momento de estresse. Era o que aquilo era. Um momento de puro estresse.

Nenhum deles sabia o que aconteceria a seguir.

E por mais que não admitissem,

Eles estavam com medo.

[Instituto, aula de voo, fuga e camuflagem, 15:10 PM]

Watson podia dizer com toda a certeza que além de amar Wakanda pela sua diversidade ecológica, ele a amava pela facilidade que seus poderes pareciam emergir naquele local.

Com o dom das artes místicas correndo em suas veias, o ruivo foi treinado desde cedo para aprender o básico. Convivendo com os livros mágicos e observando o pai salvando o multiverso, ficava fácil se inspirar para ser um grande super-herói.

Mas mais do que salvar os humanos, Watson entendia a importância de salvar a natureza.

Um erro que todo herói cometia.

Salvar a cidade? Sim, bom pra você. Livrar a humanidade do mal? Sim, bom pra humanidade. Limpar a bagunça que você fez depois disso? Nenhum herói na história fazia isso.

Nas poucas vezes em que fora obrigado a se sentar com Dylan, por causa de sua parceira de equipe, Morgan, ouviu a fascinante história de um dos muitos vilões que o pai do menino havia enfrentado: O Abutre.

Em um ponto, a história não era tão ruim, pois provava o ponto que Watson queria comprovar.

Usando tecnologia alienígena deixada para trás pelos Vingadores na batalha de NY, O Abutre, vendia armas e tornava a cidade mais perigosa, quando foi ameaçado pelo amigão da vizinhança, usou da mesma tecnologia para criar asas e se tornar ainda mais perigoso, jogando até mesmo um prédio em cima do homem; que na época não tinha mais do que 15 anos.

Por isso, Watson devia ser um dos mais adeptos heróis a sempre querer limpar a bagunça que causavam, nunca dava para saber o que seu lixo alienígena ia causar.

E nesse momento, seu lixo alienígena devia estar trancado a 10 andares abaixo de si.

Sam Wilson, o professor e atual Capitão América, dava as intrusões finais para a aula. Sempre sendo realizada ao ar livre, eles tinham liberdade em aprimorarem o que acreditavam precisarem antes de um teste semanal.

Watson não necessariamente precisava de aula de voo, ele abria portais, mas fugir e camuflar sempre eram habilidades a serem aprimoradas. Sam ficava contente em ter Watson como aluno, o menino sabia administrar como ninguém suas técnicas e seu tempo de estudos.

Entretanto, aquele dia parecia impossível para se concentrar.

Watson precisava saber o que aconteceria com seu lixo alienígena, seu TOC não o deixaria trabalhar em paz enquanto aquele assunto não estivesse encerrado.

Os sussurros nos corredores sobre o assunto não ajudavam, diziam que haviam chamado seu pai para avaliar o caso. Até mesmo Wanda Maximoff e Visão estavam vindo de New Jersey para isso, por um momento ele pensou como Katherine devia estar se sentindo.

Mas a batalha que havia travado contra Magnus em New Asgard simplesmente não saia de sua cabeça.

O poder que aquele loiro feiticeiro carregava em si, era tremendo.

Dylan havia reclamado de sentir em seu “arrepio do Peter” algo muito poderoso a frente, se Thor não estivesse ali para ajuda-los, Watson não sabia se teria conseguido salvar Dylan, a floresta e a si mesmo quando Magnus parecia prestes a explodir como uma bomba de energia de calor.

O que raios era aquilo? Watson se perguntava, já havia se deparado com muitos tipos de poderes diferentes, mas aquele era particular, único. Algo diferente de qualquer coisa que ele já pudesse ter visto.

E por mais que aquele simples pensamento lhe causasse arrepios, talvez, ele estivesse com inveja da diferença de progresso de poder entre ele e seu lixo alienígena.

E aquilo lhe irritava, pois, ter inveja, não era de seu feitio.

— Bom trabalho, Watson. – Sam passou pelo aluno que pareceu sair de um transe infinito.

— Obrigado, professor. – Ele agradeceu e finalmente pode olhar o que havia feito.

Havia criado, sozinho, uma ramificação inteira no jardim, seu corpo coberto por musgo e uma árvore completamente nova. Ele fechou os olhos, chocado, já havia tentado fazer isso antes.

Seus poderes, apesar de similares ao do pai, eram completamente voltados ao tempo, principalmente ao ecológico.

Porém ele nunca havia conseguido criar uma camuflagem como aquela, uma perfeita mentira que havia sido alimentada pelo sentimento feio que ele sentia desde o encontro com Magnus.

Watson balançou a cabeça confuso, talvez ter um inimigo a altura não fosse assim tão ruim.

[Instituto, Sala de Espera, 13:33 PM]

Magnus finalmente largou a tigela e o garfo descartável quando todo o almoço estava em seu estômago. A fome longe de si, onde devia permanecer.

Depois do atrito que haviam passado com Auradon, o silêncio os havia pego. Cada um digerindo o que havia recebido, a loira sabia ser dura quando precisava, mas de todos, Magnus era surpreendentemente o que não havia levado uma bronca nas entrelinhas.

Em todos os 10 dias, ele havia segurado a barra.

Estar longe de Loki havia lhe trazido um sentimento de liberdade que ele não conhecia antes, sem o olhar julgador do pai sobre suas costas ou a voz do mais velho em sua cabeça. Ou a voz de qualquer um dos superiores da Hydra em sua cabeça.

Estar perto de um grupo reduzido de pessoas, havia lhe ajudado a colocar os pensamentos no lugar. Finalmente podendo ouvir a sua própria consciência.

Ouvir os pensamentos dos outros era legal, mas quando sobrava tempo para ouvir os próprios?

Quando seus companheiros passaram a ser massacrados, um por um, o clima de vitória foi lavado do couro da equipe. Auradon tentava de todas as formas trabalhar com os poderes que ainda se lembrava de como funcionavam, mas Magnus era o único que havia se aproximado da jovem de verdade.

Aprisionados, passando fome ou privados de sono, eles seguravam as mãos e tentavam chacoalhar os poderes adormecidos da moça. Eles eram a única esperança dela e o Líder Supremo havia sim cometido o erro de manda-la sem um supervisor, mas Magnus não conseguia entender o porque.

Ou porque ele havia proibido que Lauren fizesse testes na loira, o que ele não havia contato para eles?

Agora, mais do que nunca, pensando em sua mãe com mais frequência, Magnus se lembrava da última vez que a havia visto. De como Madame Hidra e Caveira Vermelha pareciam comandar a reunião e como o Líder Supremo parecia imobilizado, como se estivesse preso em uma coleira, como um cachorro.

As questões não paravam de zanzar pela cabeça de Magnus o deixando a beira da loucura, era por isso que ele preferia manter o pensamento dos outros em sua mente, era tão mais fácil lidar com o que os outros pensavam.

Mas mesmo agora, os problemas pareciam somente se intensificar.

Diante o silêncio constrangedor do discurso de Auradon, ele se lembrou da câmera de segurança.

Sua imagem desapareceu como pó brilhante da frente de Zack e Lauren e as câmeras voltaram a funcionar no mesmo instante que três imagens de um holograma azul se dividiram e atravessaram a porta sem dificuldade encarando os jovens.

— O que vocês fizeram com a câmera? – A voz se dirigia a eles.

— O que? – Magnus se fez de desentendido.

— Você deve achar que eu sou estúpido. – O holograma continuou. – Eu não sei de que planeta vocês eram, antes dele ser comido, mas aqui é a Terra, não somos idiotas.

— Eu não estou entendendo. – Magnus torceu os lábios, o que normalmente ganhava qualquer ser humano, mas ele não estava falando com um.

— Eu estou de olho em você. – O holograma olho diretamente nos olhos de Magnus, como se pudesse lê-lo por inteiro. – Em todos vocês!

A porta das salas de espera se abriram e por um momento Magnus pensou que “sala de espera” era só um termo não agressivo para prisão, porque era aquilo o que parecia.

— Não assuste as crianças, Tony. – A voz de uma mulher chamou a atenção deles. – Não se preocupem, podem sair.

Magnus estralou todos os ossos antes de atravessar a porta, não sabia o que eles haviam decidido, por isso se precisasse virar um lobo, era bom estar com os ossos em ordem.

Foi estranho olhar para seus companheiros depois do sermão mental que haviam levado, mas eles sabiam fingir que nada havia acontecido. Era isso que sempre faziam na Hydra, como se nada estivesse acontecendo.

— Estamos verificando a história que cada um nos contou. – A moça de cabelos brancos e pele negra continuou. – Porém, queremos que saibam que estão seguros conosco, não há a necessidade de uso de poderes aqui.

Magnus olhou diretamente para Queen, o que será que ela havia feito?

— Entendemos que vocês passaram por muita coisa. – Um homem com porte de rei se aproximou, sua pele também escura ficava ainda mais brilhante pelas roupas encrustadas de pedras brilhantes e roxas que ele usava. – Mas ainda precisamos de confirmação.

— Não queremos causar mais problemas. – Lauren tomou a frente, como líder do grupo. – Sentimos muito pelo transtorno inicial, nenhum de nós queria causar tanto sofrimento a aquelas pessoas...

Lágrimas? Magnus segurou para não parecer surpreso, Lauren era uma atriz melhor do que ele imaginava, mas se eles queriam receber qualquer crédito em sua mentira elaborada, eles precisavam se empenhar ao máximo.

— Os anos tem sido exaustivos. – Zack concordou, com um suspirou, seu olhar parecendo derrotado. Magnus captou um sinal de pena passando pelo rosto daqueles presentes no recinto. – Tínhamos perdido a esperança de achar a Terra... Mas agora, estando aqui, é como um sonho, senhor.

Magnus com certeza achava estranho aquela versão falsa do seu sargento frágil e sonhador, mas era a única coisa que funcionava para Zack, ele não era bom em produzir lágrimas de mentira como Lauren.

— Por isso, não se preocupem. – Queen concluiu, querendo parecer determinada para o grupo, apesar das roupas de batalha ainda estarem um trapo. – Faremos todos os testes necessários.

— Só queremos nos sentir seguros de novo. – Auradon confirmou.

— Ficamos felizes em ouvir um consenso mútuo. – A mulher de cabelos brancos sorriu. – Mas não serão necessários muitos testes.

Eles olharam para ela de maneira confusa. O que ela queria dizer com isso?

— Vamos vasculhar a memória de vocês. – Um homem alto, branco, com um cavanhaque e uma capa apareceu no meio da sala saindo diretamente de um portal. – Prazer em conhece-los, podem me chamar de Doutor Estranho.

— De todos nós? – Auradon questionou, querendo não parecer preocupada, seria difícil esconder a matança desenfreada da bipolaridade da Lauren, assim como as constantes memórias de Zack da Missão ao Monte ou controlar Queen com sua personalidade boderline.

— Não. – Uma voz poderosa cortou a sala como um trovão. – Só a dele.

Magnus visualizou o mesmo homem que havia batalhado com ele no dia anterior apontando seu machado de meio metro de comprimento para sua direção, as claras feições nórdicas o denunciando: Thor, o Deus do Trovão, havia notado algo em si.

O loiro tentou não suar no mesmo momento, ele havia aguentado até ali. Seria ele o responsável por estragar o disfarce do grupo pelo simples motivo de encontrar Thor, seu tio ao qual nunca havia sido apresentado?

Magnus era louco pelas histórias nórdicas, havia as estudado na Sede da Hydra, ouvia seu pai as contar quando ainda era uma criança e sempre as recontava nas noites da fogueira, porém, nunca achou que realmente chegaria a aquele momento, encontrar Thor, seu tio, mas o próprio deus do Trovão, o homem que ele tanto ouvia falar nas histórias.

— Algum problema? – O holograma questionou.

— Não. – Magnus respondeu. – Só curiosidade.

— Pergunte. – Tony encorajou.

O gênio havia analisado todas as probabilidades daquela ideia insana de inclusão dos garotos ao instituto e nenhuma delas terminava em sucesso, ele não se sentia nenhum pouco motivado para ter que redobrar a segurança com eles por ali, por isso o quanto antes ele demonstrasse que eles eram sim um perigo, T’challa e Tempestade desistiriam da ideia.

Podiam chamar aquilo de estresse pós-traumático, desconfiança ou simplesmente, loucura, mas após Thanos, Tony Stark não confiava em mais nada que caia do céu.

— Porque eu? – Magnus não sabia se aquilo podia acabar com o disfarce, mas a vontade de perguntar era maior do que tudo.

Sendo negligenciado em sua própria casa, não ganhando as patentes ou missões que deveria, se contentando com as migalhas que caiam da mesa da Hydra, era estranho pela primeira vez, em um planeta completamente diferente, ser notado.

A sensação pinicava por sua pele e ele lutava fortemente contra a vontade de sorrir, pelos deuses! Aqueles deviam ser seus inimigos! Ele não devia estar tão feliz assim por ganhar um pouco mais de atenção no lugar de seus amigos, mas aquilo era um sentimento inevitável, Thor podia não saber do parentesco deles, mas o simples notar extra em sua voz fazia Magnus se sentir como um cachorrinho prestes a ser adotado.

— Sua performance em batalha. – Thor respondeu. – Além disso, nada passa pelos meus olhos de trovão, eu sei que vocês estão escondendo alguma coisa.

Todos engoliram em seco com risos nervosos, aquilo seria mais difícil do que eles imaginaram.

[Wakanda, Palácio, 20:29 PM]

Lupita terminava de mandar uma mensagem para Raven que surtava pela décima vez querendo respostas sobre o grupo de desconhecidos que a escola não parava de comentar, a negra negava saber qualquer coisa sobre o caso e por mais que aquilo soasse como uma das maiores mentiras do universo vindo dela, era realmente verdade e ela queria saber o porquê.

Os guardas não a pararam quando ela adentrou sem bater o enorme salão onde o trono de vibranium de seu pai ficava. T’Challa se encontrava vigiando a cidade pelas enormes janelas, um passatempo que ele adorava, mas que ela sabia que ele só fazia quando estava sobrecarregado.

— Pai? – Lupita chamou e pode vê-lo sorrir.

— Oi, filha.

Ela se aproximou, a cidade havia crescido muito desde que Wakanda havia aberto suas portas para o mundo. As Olimpíadas, a Copa do Mundo, Starbucks, um Instituto Secreto de Super-Heróis, coisa básica, certo?

As estruturas emergiam com graça e precisão, a arquitetura era encantadora e as pessoas mesmo cercadas da melhor tecnologia com planeta, ainda viviam com modéstia. Mas T’Challa vivia com esse peso sobre seus ombros, mesmo quando estava em seus momentos de maior alegria, o peso nunca saia.

O peso de ser um rei e super-herói. De não ter escolhido entre os dois e agora ter que lidar com as consequências de ter poder para ajudar todo mundo, mas precisar pensar também no seu povo. Um paradoxo, entre literalmente carregar o peso do mundo em seus ombros.

Mas esse peso parecia mais leve de carregar sempre que Lupita estava por perto.

— Então, como foi a reunião? – Ela sorriu disfarçando e ele balançou a cabeça negativamente.

— Eu não vou te contar. – Ele negou e se afastou da janela.

— Não é você que sempre diz pra eu me envolver mais com os assuntos reais? – Ela questionou se sentando na mesa de trabalho dele. – Essa sou eu, tentando.

 — Essa é você tentando descobrir informação confidencial. – T’Challa se sentou em sua cadeira. – Querida, diga para sua filha que eu não vou dizer nada.

— Agora ela é só minha filha? – Ororo, que entrava na sala pelas escadas sorria com a cena.

— Eu não entendo, vocês, sério. – Lupita ficou emburrada. – Eu passei a semana toda na escola, nas reuniões, nos treinos e quando surge a oportunidade de lidar com uma crise, vocês me jogam pra escanteio.

— Já conversamos sobre isso, Lupita. – Ororo que era bem mais rígida do que T’Challa olhou de forma firme para a filha. – Esse não é o tipo de crise que você pode usar como treinamento.

— Esse é o problema mãe! – Lupita se alterou. – Nunca vai existir um tipo de crise que eu possa lidar! Porque elas são crises! Vocês nunca me deixam chegar perto de uma!

Trovões entoaram no céu claro de Wakanda e Thor não era o responsável, os olhos de Lupita ficaram claros e pequenos raios brancos passaram a circular por seu corpo. Aquilo já havia acontecido antes, não havia acabado bem.

— Lupita. – T’Challa chamou se levantando e a menina percebeu o que estava fazendo.

Ela se sentou no trono do pai no meio do salão e encostou a cabeça na mão, suspirando, ela estava indo tão bem, tinha se controlado por tantos meses e agora toda aquela maldita pressão haviam feito com que ela quase explodisse de novo.

Sua mãe apareceu ao seu lado, agarrando sua mão, ela lhe dava apoio.

— Nós te amamos, Lupp, sempre vamos dar o melhor para você. – Ororo acariciou o cabelo da filha. – Mas dessa crise, cuidamos nós.

— Você ainda não está 100% para o trabalho, filha. – T’Challa tentava soar passional. – Você sabe que não importa o que você escolha...

— Você precisa estar presente, de corpo e alma. – Lupita completou.

Sua mente ainda uma bagunça referente ao que devia escolher, se devia escolher, tentando manter os treinamentos de seus poderes em dia para que momentos como aqueles não acontecessem novamente.

Porque onde quer que ela estivesse, sendo uma super-heroína ou líder de uma nação, ela não poderia se descontrolar. Ou ela machucaria muitas pessoas e isso era a última coisa que ela queria.

De repente, saber dos arquivos confidenciais já não parecia tão importante, talvez pedir a Morgan, assim Raven pararia de encher o saco dela sobre o assunto.

Se seus pais diziam que cuidariam da crise, ela simplesmente confiava.

Ela os abraçou, sabendo que estaria segura, contando que os dois estivessem ali.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Eu tô amando mostrar essa mudança de personalidade e poder sobre os filhos da Hydra, muita coisa diferente está acontecendo com eles, como podem ver.

Então, tenho um pedido a fazer, um super amigo meu está postando uma fanfic nova, completamente interativa, sobre a Marvel. Ela é maravilhosa e vocês não vão se arrependerem de participar!
https://fanfiction.com.br/historia/782281/Nuclear_Interativa/
Esse é o link, deem uma olhada!

Espero que tenham gostado, nos vemos semana que vem!
Beijinhos



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