Poseidon

O encontro que tive com a Perséfone foi muito tranquilo, algo que não estranhei pois nunca fui inimigo de Hades embora também não sejamos amigos, considero que nós nos respeitamos e nos toleramos pois sabemos a importância dos nossos poderes para manter a estabilidade no mundo.

Depois que saímos daquela pequena ilha viajamos por dias, como não sei onde encontraria os meus marinas, resolvi que daria uma volta pelo mundo, estou muito tranquilo, o mar me faz tão bem, estou aproveitando o tempo livre para tentar relembrar sobre os guerreiros que eu tinha nos tempos mitológicos e também para compreender porque sinto que nesse século apenas alguns despertariam os seus cosmos.

Com um pouco de dificuldade, lembro que ao todo tenho 50 soldados rasos, em comparação de poder, eles possuem cosmos iguais aos cavaleiros de bronze de Atena, tenho 7 comandantes que seguem ordens dos generais e comandam os soldados rasos, normalmente os comandantes são todas mulheres, no momento só a Thetis despertou o seu cosmo e não sei se terei as outras 6, elas possuem os cosmos iguais aos cavaleiros de prata e também possuo 7 generais marinas que são os guerreiros mais poderosos do meu exército, eles tem cosmos iguais aos dos cavaleiros de ouro, espero que os outros seis despertam o cosmo pois sempre estive perto de um general a quem eu amo como um irmão.

Estamos chegando em Portugal e sinto uma sensação esquisita, como se algo tivesse me chamando para aquele país, mas não sinto nenhum cosmo, então imagino que essa sensação seja por causa da ligação que tenho desde as eras mitológicas com os meus marinas, não tenho dúvidas, hoje eu encontraria um dos meus guerreiros, talvez um soldado raso, mas não importa a sua patente, eu o procurarei nesse país até o encontrar.

Ordeno que o comandante do meu navio pare em Portugal, alguns minutos depois desembarcamos naquele país que tem um idioma estranho, mas daria um jeito para entender essa pessoa que encontrarei em breve.

Em uma pequena cidade perto de Lisboa

Um jovem de pele clara e cabelos castanhos claros está trabalhando descarregando materiais de construção de um caminhão, a sua vida nunca foi fácil, muitas pessoas o tratam como uma aberração e ele também se senti muito mal perto de outras pessoas, o motivo para isso é que desde os seus dez anos ele adquiriu uma habilidade muito incomum, conseguir ler os pensamentos de outras pessoas.

A primeira vez que leu a mente de alguém, ele vivia com a sua família em uma casa simples em um bairro pobre de Lisboa, mas apesar de ser uma família humilde, eles eram unidos, mas isso mudou quando o seu terceiro filho começou a saber o que os outros pensavam, na sua inocência, ele confessou isso aos seus pais, que não acreditaram no primeiro momento, mas isso mudou quando o filho lhes disse o que eles pensavam no momento, eles levaram a criança a um psiquiatra, mas o médico não conseguiu resolver o problema do garoto, que acabou sendo expulso de casa.

O garoto teve que viver nas ruas, as vezes passava fome, mas aprendeu a viver sozinho, realiza pequenos trabalhos e assim consegue dinheiro para se alimentar, passou a ser desprezado por todos que conhecia e uma grande tristeza tomou conta do seu coração.

Faz cinco anos que mora nas ruas, não sabe o que é ter amigo, o que é ser respeitado, não entendi porque tem esse poder e amaldiçoa todos os deuses por causa disso, por causa desse dom que para ele é uma maldição, não é aceito em nenhum lugar que tenta viver, estava há dois dias sem conseguir dinheiro para se alimentar, mas por sorte nessa manhã conseguiu esse trabalho que é muito pesado e paga pouco, mas felizmente hoje poderia comprar um prato de comida.

Como tem uma força que não é comum, em poucos minutos descarregou sozinho sacos de cimento e recebeu o seu pagamento, estava feliz e foi até um restaurante simples para comprar comida, mas foi mal recebido pela atendente que falou que naquele estabelecimento eles não fazem caridade dando alimentos para vagabundos.

A raiva invadiu o seu coração e um poder estranho passou pelo seu corpo, estava a ponto de destruir aquele restaurante e matar aquelas pessoas quando Poseidon apareceu e conseguiu controlar o seu cosmo, ele usou o seu cosmo divino para adormecer o jovem e o levou para o seu navio.

Uma tristeza invadiu o coração do deus dos mares por sentir todo o sofrimento do seu marina, mas ao mesmo tempo, ele estava feliz por ter o encontrado e prometeu a si mesmo que faria tudo que estivesse ao seu alcance para mudar a vida do jovem português.