O Sacrifício Doloroso escrita por Miss Siozo


Capítulo 6
Tentativas (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Voltei mais cedo com capítulo novo!
Decidi dividir esse capítulo em duas partes para deixar um pouco mais dinâmico.
Boa Leitura!



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Já havia amanhecido e quase todos estavam reunidos consumindo o dejejum, com exceção dos irmãos que ainda estavam no quarto. A jovem deusa ponderava se tocaria no assunto com seus cavaleiros ou não, acreditava que uma notícia daquelas poderia deixá-los ainda mais preocupados e apreensivos sobre a situação do amigo. Nenhum outro havia sobrevivido antes a possessão do espírito de Hades, Saori acreditava que se talvez o corpo original de seu tio deus não tivesse sido destruído completamente, as chances de ele conseguir atormentar seu cavaleiro mais gentil seriam menores.
Enquanto isso, Shiryu refletia sobre os tipos de leitura e o comportamento do amigo, ainda não havia comentado com os outros a respeito do que suspeitava que ele estaria planejando. Hyoga havia acordado sentindo o cosmo altamente aflito de seu amigo e dos gritos em prantos que o jovem russo sabia a quem pertenciam, as paredes dos quartos eram coladas e por mais que quisesse agir o loiro sabia que Ikki estava lá e faria o que estivesse ao seu alcance para acalmar o irmão, então teria que contentar-se em esperar. O único que parecia que havia dormido o “sono dos justos” ali era Seiya que demonstrava o quão bem-disposto estava por seu apetite. O clima que estava a mesa não era do agrado do sagitariano, ele sabia que provavelmente estavam assim por causa de Shun, até ele havia notado que algo estava errado com o amigo. Apenas quem estava completamente alheio e insensível a situação era Tatsumi que resmungava reclamando da relação dos órfãos com sua menina e dos irmãos “folgados” que ainda não haviam descido.

Enquanto isso no quarto Ikki deixou seu irmão sentado sobre a cama envolto a um lençol azul para que pudesse tomar um banho e organizar suas ideias sobre o que fazer com aquela situação que imaginava que o mais novo se encontrava.

“Ele parece que foi atingido pelo meu Golpe Fantasma de Fênix, o submundo não o fez bem” – pensava o rapaz de cabelos azulados enquanto deixava a porta do banheiro entreaberta para estar atento a outro possível ataque de pânico do irmão – “Aquele maldito Hades só o fez mal. Pandora havia os unido quando meu irmãozinho era apenas um bebê, será que ele já o atormentava antes de irmos ao submundo? E se ele possui algumas lembranças terríveis do maldito?” – eram tantas perguntas que surgiam na cabeça do cavaleiro de Fênix e a única pessoa que poderia responder estava sentada na cama olhando para o chão e para o nada ao mesmo tempo.

O cavaleiro de Andrômeda estava inerte exatamente onde Fênix o deixou. O silêncio que manifestava no exterior era completamente oposto ao tumulto interior. Ele sabia que devia explicações ao seu irmão, na verdade devia uma explicação a todos e nem sabia por onde começar ou na verdade não tivesse ânimo para furar aquela bolha de uma falsa paz que tentava aparentar, ao menos parecia funcionar a si. Shun não queria que o que aconteceu naquele terrível pesadelo se repetisse na vida real e sua fé não havia se perdido completamente, havia ali uma pequena e teimosa faísca que dizia para ele continuar tentando. Os últimos dias haviam sido apavorantes e estressantes para o jovem virginiano e tentar manter as aparências, ou melhor dizer melhorá-las, seria um grande desafio para quem está tentando não sucumbir completamente a pressão.

— Shun – o irmão o chamou suavemente para não o assustar e tocou-lhe o ombro – Está na hora da gente conversar.

— Sim, eu sei.

— Vamos para o início – suspirou brevemente tentando ser o mais paciente possível – Por que você estava metido na floresta aquelas horas?

— Eu estava caminhando.

— Sujo, ferido e suado daquele jeito estava só caminhando? – ergueu a sobrancelha deixando explicita a ironia de sua pergunta.

— Eu corri e a pilha da lanterna tinha acabado – o menor respondia às perguntas do mais velho da forma mais direta com um tom neutro que conseguia.

— Porra Shun! Você mal saiu de um hospital e estava correndo? – o leonino não conseguiu se segurar mais – Desde quando se tornou tão imprudente?

— Eu... me desculpe – tentava acalmar sua respiração, se seu estado emocional fugisse muito ao seu controle os seus amigos e Saori poderiam entrar em alerta e chamar a atenção era o que ele menos queria.

— E aquele papo de não querer dormir?

— Pesadelos.

— Com o submundo?

— Também.

— Há quanto tempo não dormia? Seja sincero comigo - o mais novo ficou de cabeça baixa – Mais que droga! Fala logo – Ikki viu seu irmão se encolher mais por baixo do lençol, nem quando crianças ele consegue se recordar quando havia visto o irmão tão assustado como nas últimas horas – Me perdoe por falar desse jeito contigo, ver o seu estado quando acordou me deixou ainda mais preocupado do que quando o encontrei saindo da floresta.

— Me desculpe... – repetiu quase em sussurro.

— Quanto tempo?

— Eu já dormi, então passou – usou um tom de voz despreocupado e saiu da cama num pulo que surpreendeu o mais velho e preparava uma muda de roupas – Acredito que todos já tenham descido para o dejejum e estamos atrasados – tentou esboçar um sorriso – Pode descer primeiro que eu ficarei bem.

— Detesto quando faz isso – bufou o leonino – Te espero na porta em cinco minutos, vamos descer juntos – aquilo não foi um pedido e o virginiano já estava acostumado com aquilo.

...

— Finalmente os folgados nos deram o ar da graça – o mordomo resmungou alto suficiente para ser ouvido.

— Desculpem-nos pelo atraso, a culpa foi minha – curvou-se o virginiano em sinal de respeito – Não se repetirá.

— Assim espero moleque! – cruzou os braços.

— Tatsumi, por favor, não fale desse jeito com nossos convidados – Saori o reprimiu em tom leve.

— Licença para me retirar senhorita?

— Claro – a jovem deusa olhou para os irmãos ainda de pé – Sentem-se, por favor – apontou para os lugares – Ikki quando chegou?

— Ontem à noite – o leonino respondeu em seu tom habitual enquanto se sentava a mesa – Nada de café para você hoje – repreendeu baixinho seu irmão tomando a garrafa térmica dele – O suco de laranja está com uma cara boa, vamos? – os outros apenas observaram curiosos o comportamento dos dois irmãos.

— Está bem – deu-se por vencido temporariamente bebericando o suco – Realmente o suco está ótimo!

— Que tal jogarmos um jogo de tabuleiro depois do café da manhã? – propôs Seiya para quebrar aquele clima estranho.

— E qual jogo jogaremos com classificação para crianças de 2 anos? – o loiro perguntou.

— Chamou uma criança tão pequena para vir aqui Hyoga?

— Não, precisamos de um jogo compatível com sua cabeça oca – os demais riram-se.

— Isso não é justo com o Seiya – interviu Shiryu – Nenhum jogo com regras demais para que ele não se confunda será o suficiente. Talvez um “Imagem e ação” ou o “Detetive”.

— Até você Shiryu? – bufou Pégaso – Eu quero jogar “Banco Imobiliário”, Saori pode jogar conosco, não é?

— Se eu jogar contra vocês não terão a menor chance – sorriu a virginiana – Também tenho algumas coisas para fazer, então deixarei o jogo para uma próxima oportunidade.

— Está relacionado ao Santuário? – perguntou o cavaleiro de Andrômeda.

— Também, o Santuário precisa ser restaurado e eu adiei a viagem esperando pela recuperação de todos. Algo já começou a ser feito, mas, precisaremos ir para lá em breve.

— Entendo.

...

Os meninos jogavam o jogo escolhido por Seiya, até Ikki havia se juntado para acompanhar o irmão, mas, estava sem muita paciência e ao rodar o tabuleiro duas vezes largou seu peão de lado e foi dar uma volta. Shiryu que estava como o banqueiro assumiu como jogador no lugar de Ikki que não estava jogando mal, apenas estava inquieto com algo e precisava espairecer.

— Já se arrependeu da escolha do jogo Seiya? – alfinetou Hyoga ao ver o amigo “morrendo numa grana” ao pagar Shun por passar pelo aeroporto.

— Eu não estou com muita sorte agora. Vou virar o jogo.

— Esse jogo precisa de um pouco de sorte, mas, também de estratégia – Shiryu olhou para as cartas que o amigo comprou – Sair comprando imóveis de valores baixos e não construir nada faz com que ganhe pouco comparado ao que precisa gastar.

— Eu peguei bons pontos e fazendo minhas construções – disse o loiro – Shun está dominando o espaço aéreo e possui outros pontos bons e o Shiryu que entrou há poucas rodadas não está nada mal. O primeiro a falir será a mula.

— Parem de discutir, por favor, vamos ao jogo – bocejou o menor.

— Não me parece que tenha dormido bem.

— Foi o suficiente Hyoga – tentava se manter firme – Minha vez – pegou os dados.

— Tem certeza? – o moreno perguntou.

— Sim – sorriu o virginiano – Irei a biblioteca depois que o primeiro perder – o que não faltava muito – Quero continuar a ler.

— Eu não entendo como vocês gostam tanto de se enfurnar em bibliotecas.

— Conhecimento nunca é demais Seiya – respondeu o libriano – Sempre há algo novo para aprender, não é Shun?

— É verdade – retirou uma carta de sorte – Apenas nesse jogo para a sorte me sorrir – falou quase em sussurro o pensamento alto.

— O que estás resmungando? – perguntou o aquariano – Nós ainda precisamos conversar um pouco.

— Nada de mais – abanou o ar com as mãos como se estivesse afastando o pensamento – Se quiser juntar-se a mim na biblioteca mais tarde.

— Claro.

...

Saori falava ao telefone sobre negócios no escritório, a menina que tivera que aprender a ser uma mulher tão prematuramente e ainda tinha que aprender a lidar melhor com o seu lado divino. Em sua mente haviam tantas coisas para pensar, a empresa, o Santuário, seus amigos... Agora mais que nunca entendia o porquê de seu avô ter feito todos os seus caprichos quando era infante, ele tinha conhecimento de que em sua vida ela teria que cumprir com uma difícil e longa jornada. Saori por vezes pensava nas coisas que fizeste contra os pobres órfãos, no que seu avô havia feito com eles, nas crianças de que não souberam mais notícias e dos adolescentes que estavam ali em sua casa que lutaram diversas vezes por ela entregando suas vidas e lealdade a figura da deusa que fez pouco deles quando menina.

A moça de cabelos lilases sentia que deveria reparar as coisas que sentia que estavam mal resolvidas em seu coração para conseguir estabelecer uma nova era de paz. Ela já tinha por onde começar, pelo seu cavaleiro mais gentil, a deusa compreendia a forma que ele pensava, um pouco por dividirem o mesmo signo solar em virgem e mais por conhecer sua personalidade já que tiveram pelos momentos que estiveram juntos e já conversaram à sós. Shun não era de esconder sua intuição ou seus sentimentos, a não ser que fosse algo que poderia prejudicar ou ferir alguém, então feria a si mesmo, se sacrificaria para um bem maior.

Ao encerrar a chamada tentou em vão contatar sua irmã que já estava no submundo. Era difícil estabelecer uma conexão dali, ainda mais que estava a recuperar-se da última batalha, havia utilizado muito poder para combater Hades e para transportar em segurança a si e seus cavaleiros debilitados.

— E se talvez... Não, ele não aceitaria – pensou em voz alta – “Mesmo assim deveria tentar convencê-lo a levar-me até minha irmã” – levantou-se e chamou Tatsumi – Por favor, desmarque meus compromissos do final da tarde.

— Alguma razão senhorita?

— Precisarei negociar com o deus do sonho, Morfeu.

— E minha menina estará segura lá sozinha? – perguntou preocupado – Posso chamar um daqueles moleques atrevidos para acompanhá-la.

— Não queria alarmá-los, mas, chame Shiryu com discrição – ponderou – Ele é o que parece estar mais centrado no momento para que eu possa instruí-lo de como me acordar. Por enquanto não o incomode com isso, apenas quando chegar perto da hora combinada.

— Certo, senhorita. Algo mais?

— Quero que prepare o meu chá as 16:30, de camomila para que o sono venha mais depressa. Obrigada.

...

Shun havia saído da partida após Seiya declarar falência no jogo e foi em direção a biblioteca. O caderninho que carregava no bolso com suas anotações estava lá para que o trabalho que teve de sua pesquisa não fosse esquecido. Ele deu ênfase nos livros mitológicos, pois precisava entender sua condição anterior de receptáculo de um deus para saber como se libertar. O cavaleiro lia e relia os mesmos parágrafos, mas, não conseguia manter sua concentração para reter aquelas informações por mais do que cinco minutos. Ele percebeu que seu caso era especial e que não haviam mais registros que dessem ideia de como agir. Hades estava correto quanto as possibilidades nulas dele escapar com vida e não sabia se aquilo o desesperava ou confortava para suas decisões futuras.

“Eu realmente estou perdido, eu deveria ter acreditado nele desde o início” – pensou com pesar – “Hades apenas quer um tempo para brincar com a minha saúde e meus sentimentos, afinal eu sou seu prêmio de consolação” – deu um suspiro cansado enquanto apoiava a cabeça com os braços apoiados sobre a mesa – “Já que não posso expulsá-lo preciso tentar viver uma vida próxima ao normal, talvez aqueles livros possam me ajudar um pouco” – levantou-se devagar e rumou as estantes.

— Shun, vem almoçar – disse Hyoga entrando na biblioteca, o que pareceu repentino o suficiente que assustou o virginiano que caiu com os livros que segurava – Está tudo bem?

— Deu-me um belo susto – juntava os livros caídos no chão e o aquariano o ajudou – Estou bem, eu não caí tão feio assim.

— Eu havia batido na porta, você que estava distraído – passou a mão por alguns títulos – Livros de medicina?

— É uma área interessante – deu um sorriso – Se eu não fosse um cavaleiro talvez estudaria para ser um médico e cuidaria das pessoas.

— É uma área nobre assim como você – levantaram-se.

— Gostaria de dizer que penso o mesmo – sentiu-se uma leve vertigem e deu um passo para trás.

 -O curativo em sua mão está escorrendo sangue, a ferida se abriu – Hyoga largou os livros sobre o sofá e foi acudir o amigo – Já era para estar cicatrizando, vou pedir ajuda.

— Não preocupe os outros comigo, por favor, apenas pegue o kit de primeiros socorros que eu dou um jeito – Hyoga ponderava se atenderia o tom de súplica do menor até ver a reação dele ao olhar para a própria ferida.

— Shun! – chamou o garoto que estava trêmulo e empalidecido – Agora eu vou chamar ajuda sim – concentrou-se em chamar Ikki pelo cosmo, afinal foi ele que conseguiu conter a crise do irmão de madrugada – “Vamos Ikki, seu irmão precisa de você, venha!” – pensou.

— O... sangue...tanto sangue... – sua fala estava estacada e seu batimentos cardíacos se aceleravam – Eu os feri? Isso é...real? – sua mente maquinava perguntas para as visões que tinha, conseguir encontrar o fio que separava o real da ilusão que sua mente pregava era um desafio.

— Quem se feriu? – Hyoga tentava ampará-lo e tentava sondar o que acontecia dentro da cabeça de Andrômeda.

— Eu te machuquei Hyoga – seus braços e pernas estavam mais agitados e trêmulos – Feri a todos... – as lembranças do pesadelo se mesclavam com a realidade.

— Ei! Olhe para mim, eu estou bem – o virginiano demorou para responder ao estímulo do aquariano – Acho que andas confundindo seus pesadelos com a realidade. Feche os olhos e respire fundo.

— Me desculpe, eu... – apertou sua ferida pelo curativo e ao sentir a dor a ilusão se dissipava completamente – Estou aliviado... por ver que... você está bem – tentava acalmar sua respiração seguindo a recomendação de Hyoga, o suor escorria pela pele e as pupilas antes dilatadas aos poucos voltavam ao estado normal.

— O que está acontecendo aqui?! – Ikki abriu em rompante a porta.

— A ferida da mão dele abriu e ele estava passando mal – tentou passar a informação da forma mais simples que podia – Vou buscar os curativos e deixarei o restante para ele te contar – cedeu seu lugar para Ikki cuidar de Shun, o mais velho aninhava o mais novo em um abraço.

— Obrigado Hyoga – o cavaleiro exibiu um olhar de gratidão que é diferente de todas as expressões habituais que Hyoga vira o azulado exibir.

...

Na sala de jantar os outros cavaleiros e a deusa estavam apreensivos pelas manifestações dos cosmos de Ikki e Hyoga que demonstravam preocupação e o inquieto e confuso de Shun. Quando Cisne cruzou o ambiente e recebeu o olhar de Saori prontificou-se a falar.

— Podem continuar com o almoço, já estamos resolvendo o assunto.

— Eu senti o cosmo de vocês, está mesmo tudo bem?

— Eu encontrei o Shun passando mal na biblioteca, vou pegar o kit de primeiros socorros na cozinha – trocou um olhar cúmplice com Shiryu que parecia suspeitar do ocorrido – Ikki está com ele agora e logo viremos para cá.

— Espero que aquele moleque não tenha feito uma zona na biblioteca do senhor Kido – disse o mordomo em tom insensível.

— Nós não temos o controle de quando e onde vamos passar mal. A saúde de Shun é mais importante do que uma pequena bagunça – bronqueou Saori – Hyoga, por favor, dê-me notícias de Shun, acredito que seja melhor levá-lo ao quarto para descansar.

— Certamente senhorita, com licença – apressou-se para procurar os curativos.

...

Algumas horas se passaram e a hora da tentativa de Saori havia chegado. Ikki estava ao lado do irmão que descansava acordado na cama ao lado fitando o teto, o mais velho decidiu não insistir mais para que o mais novo dormisse tendo em vista a conversa que tiveram na ausência de Hyoga sobre ter visto seu pesadelo confundir-se brevemente com a realidade, teria que se conformar ao ter o irmão calmo ao seu lado. Seiya foi fazer os exercícios recomendados no hospital para conseguir se movimentar com mais fluidez e Hyoga terminava de limpar a bagunça da biblioteca por Shun, que com certeza ficaria aborrecido ao saber o que causou quando teve seu mal-estar. Shiryu foi para os aposentos particulares de Saori como havia sido solicitado.

— Com licença minha deusa – reverenciou-a brevemente – Gostaria de estar a par dos detalhes do que pretende fazer para saber como agir.

— Após a guerra contra Hades conseguimos deter o grande eclipse e a vida na Terra, mas, tem coisas que ainda me preocupam.

— Como a situação do Shun? Acredito que tenha sido a primeira a notar que alguma coisa aconteceu.

— Estou preocupada com ele e com o submundo também, nossas ações afetaram o equilíbrio entre a vida e a morte. O submundo não existe à toa, levei nossa guerra até lá para não afetar nosso mundo.

— A senhorita deseja reparar o submundo e o santuário?

— Ajudar um antigo inimigo para conseguir um favor para ajudar um amigo.

— Só que Hades está morto.

— Acredito que a existência dele não tenha se apagado completamente e apenas uma deusa teria influência para argumentar com ele ao meu favor, minha irmã Koré que agora atende como Perséfone no submundo.

— Acho que consegui compreender melhor a situação – aquilo ia além de suas suposições iniciais – E qual será a minha tarefa no momento?

— Vigiar o meu sono, tentarei convencer Morfeu a contatar Perséfone no mundo dos sonhos.

— Acredito que seja melhor eu acompanhá-la. Pelo que sei sobre a mitologia Morfeu é filho de Hypnos que batalhou contra nós nos Campos Elísios, não acredito que ele vá recebê-la amistosamente.

— Então desfrute desse chá relaxante e concentre-se comigo para irmos juntos.


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Notas finais do capítulo

Esse foi um capítulo mais longo (mesmo estando dividido em duas partes). Na parte 2 veremos a conversa que Saori terá com Morfeu e o deus do sono fará algumas revelações.

Agradeço os comentários que vocês tem me deixado aqui. Isso motiva bastante a continuar o projeto. Até a próxima ;)
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Links de pesquisa:
Por mais que tenha dormido brevemente o corpo ainda sente as consequências das horas não dormidas, como o sistema imunológico ficar mais fraco, a questão da concentração e algumas alucinações que Shun vivencia nesse capítulo. Tomei como base o mesmo link que acessei para o capítulo 4.
https://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/29/ciencia/1432898039_628070.html

As crises de ansiedade que Shun teve nos últimos capítulos me baseei nas informações desse site.
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/ansiedade



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