O Sacrifício Doloroso escrita por Miss Siozo


Capítulo 14
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas! Eu prometi que essa fanfic retornaria com o epílogo em janeiro e eu levo a minha palavra muito a sério. Eu havia perdido o meu rascunho do roteiro e simplesmente travei por algum tempo. Também havia me dedicado a outro projeto que acabou tomando bastante da minha dedicação e até recomendo que leiam, era pra ser pequenino e foi emendou em outro maior. Deixarei os links nas notas finais.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/781389/chapter/14

O imperador do submundo abriu seus olhos e notou que não havia retornado ao seu reino, ele deu um suspiro aliviado ao constatar que o rapaz havia sobrevivido e teria que dar o braço a torcer, pois Hecate conseguiu cumprir com o que prometera. Hades caminhava e tentava entender que lugar era aquele que seu receptáculo produzia em sua mente, parecia tão diferente e abstrato, nada além do céu estrelado do anoitecer fazia sentido. O deus então concentrou seu cosmo para encontrar o cavaleiro de andrômeda e não demorou para encontra-lo pela energia brilhante e vívida do cosmo dele. Chegou então até um berço de madeira e viu um bebê envolto aos lençóis deitado.

— Esses olhos... não pode ser – a criança o olhava curiosa – És tu, pequeno Shun? – o pequeno estendia os bracinhos rindo para o deus – Hecate o que tu fizeste? – resmungou baixo para não assustar o infante – Queres colo? – o menino era bem insistente esticando os bracinhos e resmungando – Claro que queres... – pegou a criança de forma desajeitada, afinal não tinha experiências com humanos de estatura minúscula no submundo – Perdoe-me por não saber como segurá-lo bem, eu nunca tive uma criança em meus braços quiçá uma criança humana tão frágil até para um sonho isso é deveras assustador – em retribuição o pequeno Shun ria para si.

A criança estava bem-falante e balbuciava sons que não faziam o menor sentido para quem ouvisse, afinal o código dos bebês parece ser entendido apenas pelos seus genitores que observam cada expressão e movimento dessas gracinhas. Shun estava alheio das preocupações do mundo, sua mente funcionava de forma diferente de horas atrás, de quando era um adolescente que fora obrigado a tornar-se adulto cedo demais. Aquela era uma segunda chance para ele e para o deus dos mortos recomeçarem da forma certa e Hades não era tão ingênuo quanto o pequenino em seus braços para perceber uma das intenções da deusa da bruxaria.

— Ela quer que nós recomecemos do zero, doce criança – acariciou suavemente o rostinho do menor – “Será que há outras intenções escondidas por aquela bruxa?” – pensava – “Qual terá sido o preço?” – sentiu o menor se agitar um pouco em seu colo – O que houve, pequeno? – sentia que ele estava prestes a acordar – Eu realmente não consigo compreender-te direito com essa idade – confessou rindo de si próprio. Soava estranho para um ser divino temer por um bebezinho, no caso dele era compreensível por nunca ter tido filhos – Até breve Shun. Estou deveras satisfeito por ver que estás bem de alguma forma – não queria admitir que estava feliz por ser orgulhoso.

...

No submundo Perséfone caminhava com Mégara contando-lhe o que havia acontecido com mais detalhes. A amiga e ex-serva a ouvia atentamente, as coisas que havia presenciado e sua missão, que havia completado com êxito, agora fazia sentido em sua mente. A grega achou incrível a história que envolvia seus deuses e o humano.

— Agora eu compreendo o porquê de tanta correria, minha senho... quero dizer minha amiga – corrigiu-se sorrindo, era estranho chamar a divindade de amiga por mais que nutria o sentimento de amizade por ela – O que virá depois? A senhora Hecate anda bastante misteriosa e eu gostaria de saber no que mais poderia ajudar.

— Querida Mégara, por acaso gostarias de retornar ao mundo humano?

— A imperatriz sabe que mesmo livre eu não poderia retornar com esse corpo – disse com pesar – Afinal foram trezentos anos servindo ao submundo, sem a magia que prendia-me ao contrato com o senhor Hades, eu viraria pó em segundos.

— Uma nova vida Mégara. Tu recomeçarias do zero sem as lembranças de dor e sofrimento que a trouxeram para cá – pararam em frente a nova prisão que substituía o segundo vale da sexta prisão. Ainda não sabiam como ele iria funcionar por estar vazio – Uma nova chance e um novo destino.

— Alegra-me ter uma nova chance, porém não consigo compreender uma coisa...

— E o que seria?

— Como eu seria tua companhia, como a deusa Hecate disse, se eu retornaria ao mundo humano em uma nova vida?

— Eu retornarei ao mundo dos humanos assim como tu, de certa forma – explicava – Faz parte do preço que Hecate cobrou-me e que eu irei pagar. Um fragmento de minha alma irá, na verdade, já que não posso ausentar-me de minhas funções enquanto o Submundo estiver em reestruturação e seu deus legítimo regente. Como imperatriz tenho direitos e poderes sobre esse domínio, mas, não posso ficar aqui para sempre e nem me ausentar por longos períodos de tempo. Essa foi a forma que encontramos de equilibrar as coisas.

— O senhor Hades sabe disso? De certo que descordaria de tal coisa! – mexia em seus longos fios castanhos em sinal de nervosismo – E se esse fragmento de tua alma recomeçar do zero como eu, tu poderias condená-la a um sofrimento de que ela não se lembraria, condenarias uma alma inocente. Isso é grave!

— Fazia parte do trato, infelizmente não tenho como mudar isso – a deusa sabia que a mulher possui razão no que disse – Eu posso observá-la de longe e interferir o mínimo possível, sei que será pouco, mas, não irei abandoná-la já que seria uma filha minha.

— Então, por favor, permita-me estar ao seu lado nessa jornada – abriu um sorriso sincero – Sentirei falta de ser companhia da imperatriz Perséfone, mas, confesso que gostaria de viver novamente no mundo dos vivos e teria mais utilidade lá do que aqui.

— Certamente! Tenho esperanças de que seremos boas amigas no futuro e estaremos em pé de igualdade – deu um abraço na grega que ficou sem fala com o gesto da imperatriz – Por falar em futuro, tu entregaste o bilhete para Athena?

— Eu entreguei sim. Afinal que Oráculo é esse que se comunicará com a deusa?

— Bom, ele é daqui do Submundo, gosta de mudar de nome e até o gênero.

— Já sei a quem se refere – deu um breve riso ao se recordar – Para um Oráculo é uma figura de divertido!

— Agora está a atender por Agatha. Ela sabe de coisas das quais nem eu possuo o conhecimento – teletransportaram para Giudecca – Saori precisa de ter algumas respostas para preparar-se para o que está por vir. Quanto a mim, eu posso saber de uma parte, mas, prefiro não saber de tudo, pois quero experenciar melhor as emoções, sejam boas ou más.

...

Amanheceu no Santuário e graças aos esforços do cavaleiro de Pégaso, os burburinhos foram neutralizados. Marin e Shaina entenderam a situação delicada a qual Shun se encontra e além de manterem a discrição sobre o caso ajudaram o cavaleiro a encontrar o centro das fofocas do Santuário. Shiryu e Hyoga foram descansar quando foram rendidos por Geki e Ban que tomavam conta das armaduras douradas em seus lugares. Eles sabiam que Saori iria chama-los mais tarde para conversarem sobre a situação do Santuário e o que envolveria o pequenino parceiro de armas deles. Para a deusa e seus cavaleiros e amazonas presentes no recinto na hora do ritual era difícil de processar a informação de ter um cavaleiro que retornara ao estágio de um bebê indefeso.

Ikki continuou deitado sobre a cama velando o sono de seu irmãozinho que estava cercado de travesseiros e almofadas para que não caísse no chão. Estar com ele assim o fazia rememorar os bons momentos da infância de ambos e o leonino pensava em como ele conseguiu ser confiante o suficiente para cuidar de Shun quando ele ainda era uma criança e também precisava de cuidados. O cavaleiro de fênix estava muito feliz de ter seu irmão ali vivo e também assustado pela situação, seu pequeno crescerá outra vez e mais depressa, ele não esqueceu das palavras da deusa Hecate.

— Espero que dessa vez você cresça menos teimoso – viu o menor abrir os olhinhos devagar a despertar – Estive tão perto de perde-lo que nem imagino o que faria sem você – brincava com o dedo indicador com o caçula que agarrou seu dedo com as mãozinhas minúsculas – Dessa vez eu serei mais presente, você não se sentirá mais solitário meu irmãozinho querido – Shun colocou o dedo de Ikki na boca – Está com fome, não é? – sorriu – Vamos lá ver algo para você comer.

Naquele momento ouvira batidas na porta, uma das servas do Santuário pelo visto madrugou a fim de trazer coisas necessárias para o bem-estar do bebê, roupinhas, mamadeiras, produtos de higiene e até alguns brinquedinhos. Antes de ir descansar Saori pediu para que providenciassem com urgência os produtos, pelo visto os outros chegariam no decorrer dos dias, pois eram mais difíceis de se escolher e o transporte. O leonino decidiu dar um banho rápido em seu irmãozinho para que começasse o dia fresquinho e relaxado. Após o banho, os irmãos se dirigiram a cozinha para que o mais velho preparasse algo para o dejejum. Enquanto preparava a mamadeira de leite e verificava a temperatura para que o bebê não se queimasse, o pequeno brincava com o mordedor de silicone, Shun nunca fora de reclamar e Ikki se recordava bem disso, mas, o mais velho conseguia perceber os sinais do caçula.

— Deve estar faminto mesmo para morder isso com tanta força, mas, nem chorou ou fez escândalo – pegou- o no colo novamente – Aqui está seu leite! – o menor largou o mordedor e esticava as mãozinhas em direção a mamadeira – Até que você é esperto como um bebê desse tamanho. O quão consciente de suas lembranças deve ser? – via o pequeno sugando o bico da mamadeira com urgência – Nossa! Quanta fome! – deu um riso leve, até que para o leonino era bom aproveitar essa fase novamente, já que o virginiano sempre fora bonzinho – Acho que já deve ter terminado para estar brincando com a mamadeira – retirou com cuidado a mamadeira do pequeno a colocando sobre a mesa – Agora é a hora de arrotar.

— ‘Cê leva mesmo jeito pra coisa, hein Ikki?!

— Eu já cuidei dele antes ô pangaré!

— Só ‘tava brincando contigo – se aproximou dos dois – Queria saber como vocês estavam, então apenas segui seus cosmos. Ontem foi sinistro! Eu não esperava que algo assim pudesse acontecer, mas, ainda bem que Shun está conosco outra vez – finalmente o pequeno conseguiu arrotar – Finalmente vi o educadinho arrotar! Vou lembra-lo disso quando crescer de novo – ria.

— Ele precisa arrotar, todo bebê precisa sua anta – viu que o irmão o observava curioso – Melhor não Shun, o Seiya vai te meter em encrencas...

— Magoou – se fingiu ofendido – Deixe o seu irmão interagir com as pessoas, Fênix.

— Ele vai interagir, imagine-se descobrindo o mundo inteiro pela segunda vez. Shun precisa se sentir seguro e você é estabanado por natureza. Se ele cair ou se machucar já crescerá com traumas e eu não quero isso, precisamos fortalece-lo, lembra?

— As experiências fortalecem, boas ou ruins, ele reaprenderá – estendeu o dedo indicador para brincar com o amigo de longa data que estava bem receptivo ao contato – Isso é esquisito e bom ao mesmo tempo! Ainda bem que ele ainda está conosco – sorriu para o bebê que deu uma risada boa que ecoou pelo ambiente.

...

A deusa do Santuário havia decidido esperar uma semana para conseguir se fortalecer para chamar o Oráculo, como havia sido aconselhada por sua irmã Perséfone. Esperar mais um pouco foi a coisa mais sábia a ser feita, reestruturar o Santuário não seria uma tarefa fácil e ainda tinha suas obrigações como empresária. Saori começou a implantar mais tecnologias a estrutura, algumas coisas não poderiam se manter as mesmas em vista aos avanços tecnológicos do final do século XX e para conseguir conciliar as duas coisas ela precisaria desse tipo de mudança e seus cavaleiros poderiam disfrutar futuramente.

Durante esse período a única obrigação urgente dos cavaleiros era proteger as armaduras de ouro e quando não estavam trocando os turnos eles treinavam ou descansavam um pouco. Fora difícil fazer um certo leonino desgrudar de seu irmãozinho, mas, no final ele conseguiu ser dobrado em meio a insistência dos amigos. Quando Ikki treinava, Shun ficava aos cuidados dos amigos e até Saori ficava com ele um pouco para brincar. O virginiano não dava trabalho algum, ele era muito tranquilo e observador, reclamava pouco quando estava com fome ou sujo, as principais razões para o incômodo quando se sentia sufocado pela atenção das pessoas por sua natureza tímida e quando apertavam suas bochechas.

O dia de consultar o Oráculo finalmente havia chegado. Os preparativos foram feitos de forma mais simples, apenas uma mesa redonda com uma toalha de linho branca, velas aromáticas coloridas e uma sacerdotisa local chamada Teresa foi trazida ao Santuário para ser o canal de comunicação entre Athena e o Oráculo. A mulher havia recebido um sinal há duas noites atrás e procurou entrar em contato com o Santuário na manhã seguinte e foi avisada para que retornasse na noite seguinte.

— Fico feliz de ter a honra de ser recebida por uma deusa em sua morada – curvou-se a mulher de cabelos cacheados de cor de amêndoas – Creio que teu interesse e da outra divindade sejam urgentes pela forma na qual fui convocada.

— É muito bom recebe-la, sacerdotisa – saudou-a – Realmente são questões inadiáveis, minha irmã Perséfone que recomendou-me falar com o Oráculo após os últimos acontecimentos. Então, por favor, sente-se e vamos dar início as previsões.

— Obrigada – sentou-se à mesa junto a deusa – Primeiro nós precisamos concentrar nossas energias para que eu consiga me sintonizar com a outra ponta da ligação – as duas deram as mãos, estavam sentadas uma de frente para a outra – Estou sentindo, Agatha dispensou as cartas. Ela quer conversar contigo.

— Agatha? Não conheço ninguém com esse nome...

— Eu tive e terei vários nomes, pois estarei sempre em mudança – a voz de Teresa saía mais grave, o que significava que Agatha que estava a se comunicar com a deusa – Eu sou um Oráculo do Submundo, talvez quando vieres consultar-me novamente serei outra.

— Perdoe-me por isso, é um tanto confuso e creio que não afetará em nada a nossa conversa – sorriu – Perséfone me aconselhou para que eu conversasse contigo. Acredito que mudanças drásticas estão por vir no futuro.

— Os deuses causaram muita confusão e para remediar parte do mal causaram outra. O futuro se encontra tortuoso, a solução para desatar os nós estará no outro futuro.

— Dois futuros? Haverá uma confusão temporal causada por Chronos? – era o único deus que Saori conseguiu pensar.

— Chronos vive alheio ao que acontece e não interferirá em nada conscientemente – garantiu Agatha – Agora vamos falar sobre o futuro das pessoas do Santuário, acho esse assunto deveras interessante – quando fazia as previsões ela utilizava de uma linguagem enigmática e poética, nem os cavaleiros que faziam a guarda interna conseguiram entender bem as palavras proferidas pela sacerdotisa possuída pelo oráculo – As armaduras de ouro clamam por seus dignos sucessores, mas, nem todas terão a sorte de serem tocadas nesse século. As amazonas terão um papel importante na nova era que se aproxima caso saibas utilizar da inteligência e força, os astros clamam por uma matriarca, a longa era dos homens dará espaço a elas.

— Uma era de mulheres em destaque? Nada mal! – pensou nas amazonas e como algumas das regras que seguiam eram injustas – Poderia me falar sobre Hades, ele representará algum problema para nós novamente?

— O imperador do Submundo passará uma longa temporada convosco, mas, não representará ameaças, pois está em seu tempo de aprendizagem e reestruturação, assim como seu pequeno cavaleiro que atrelado nele está – Agatha deu um sorriso enigmático que chamou a atenção da outra deusa – Há uma divindade que tramará a longo prazo para o bem e a mudança e outra que se aventurará no escuro por um preço alto. Duas almas ressurgirão e terás que tomar cuidado para que não caiam no lado obscuro, caso aconteça preparassem para o regresso do caos.

— Mais deuses envolvidos? E enquanto a nossa paz? – perguntou preocupada.

— Aproveitem a calmaria para reorganizarem. Vós disfrutareis dessa calmaria para iniciarem as missões em nome da paz posteriormente – procurou tranquiliza-la – O poder é algo cobiçado e enquanto tiverem gananciosos, deuses e humanos, em busca de status e serem mais poderosos, irão causar guerras as custas de inocentes que sempre pagam o pior preço – a conexão se desfazia – Athena, equilibre teu lado divino e teu lado humano, permita-se e permita-os, o fardo é grande e pode ser carregado por várias mãos aos poucos. O tempo não deve ser visto como um inimigo, construam uma boa base que não será avariada por ele e nenhum outro.

— Obrigada pela previsão Agatha. Farei o meu melhor tendo em vista essas informações – sorriu em despedida.

— Pelo seu coração que vejo acredito que sim – sorriu e deixou o corpo de Teresa debruçado sobre a mesa.

— Shiryu e Hyoga, por favor, ajudem Teresa quando ela despertar. Uma experiência dessas é demasiadamente cansativa até mesmo para uma sacerdotisa – caminhava para seus aposentos – Preciso de um tempo para refletir melhor sobre as palavras do Oráculo para tomar o próximo passo.

— Certo – responderam em uníssono – Acredito que mudanças importantes serão realizadas nos próximos tempos – completou Shiryu para o companheiro.

— Não consegui captar muito do que foi dito. Me alivia o fato de que Hades não será um problema para nós, principalmente a Shun que está com seu interior completamente indefeso nas condições que se encontra.

— Eu também estou aliviado por isso – se dirigiram em direção da sacerdotisa – A próxima era parece um tanto confusa sobre a questão dos futuros entrelaçados, mas, ao que parece as amazonas serão as protagonistas da vez.

— Por acaso não o preocupa em não sermos mais os favoritos da deusa? – perguntou o aquariano.

— Esse tipo de mentalidade que poderá leva-los a ruína – a mística respondeu o cavaleiro enquanto recuperava o restante de seus sentidos – Posso ter funcionado como um telefone, mas, tenho algumas das informações armazenadas como uma “secretária eletrônica”.

— Conseguiria interpretar essa parte senhorita Teresa? – perguntou o libriano – Será melhor para que não haja mal-entendidos.

— Se tua deusa for sábia, como no caso é, ela utilizará melhor suas amazonas do que em outras épocas. Força e inteligência são características que não podem ser ignoradas ou desprezadas por pura misoginia – olhava para o loiro – Em nenhum momento o Oráculo falou sobre preferidos, apenas que uma figura feminina poderá ser a próxima mestra do Santuário e as outras amazonas terão papeis importantes nos próximos acontecimentos. Então, por favor, não se deixem levar pelo ego masculino, não foi nada pessoal – se apoiou no cavaleiro de dragão para conseguir se levantar – De tudo o que foi dito, sobre a influência de outros deuses e almas que podem levar ao caos, querer saber sobre esse mero detalhe é realmente impressionante – respondeu com ironia.

— Perdoe-nos por isso sacerdotisa – Hyoga se manteve calado e ficou apenas como ouvinte da conversa, o ego estava mesmo ferido pelas palavras da mulher – Poderia esclarecer sobre isso também, estava com essa dúvida antes de mencionar o assunto.

— Apenas direi que há quem observará de longe e terá quem estará atuando de perto, o resto não tenho como saber – confessou.

...

Enquanto cruzava os corredores Saori encontrou os irmãos Ikki e Shun dando uma volta, então decidiu parar para falar com eles. Ela notou o quão agitado o menor estava e se lembrou das palavras de Agatha. Pensava que a preocupação que passara em sua mente era infundada em vista do que lhe foi dito.

— O que fazem por aqui a essas horas?

— Shun acordou agitado e parece que não se acalma de jeito nenhum isso é estranho – respondeu o mais velho – Será que aquele Hades...

— O Oráculo garantiu que ele não será um problema – pegou o virginiano nos braços para tentar acalmá-lo com seu cosmo – O que está lhe afligindo Shun? – perguntou para o infante que desviou olhar da deusa e olhava fixamente para a outra direção e esticava o bracinho como se quisesse pegar algo – Não é algo fisiológico, talvez seja apenas a intuição dele.

— A intuição dele? Shun voltou a ser um bebê, o que conseguiria intuir agora?

— Vamos deixar que ele nos guie – respondeu – Para onde quer ir pequeno? O que quer fazer?

Os jovens se deixaram guiar por Shun que os guiava à sua maneira. Com o tempo o menor parou de resmungar e parecia estar mais calmo. Quando viram que estavam em frente ao local que aconteceu o ritual e estavam as armaduras douradas, os dois ficaram temerosos.

— Será que ele se recorda de alguma coisa que aconteceu ali há alguns dias?

— Isso não seria possível Ikki. Hecate nos garantiu que agora ele tem as lembranças e a mentalidade correspondentes a idade que aparenta, então recordar-se de algo assim não seria viável – abriu a porta vendo o cavaleiro de Pégaso de guarda – Oi Seiya!

— Saori! Que bom que veio me fazer uma visitinha! – disse o sagitariano alegre – ‘Pera aí?! O que você tá fazendo aqui Ikki e por que o Shun está com vocês?

— Foi ele que nos trouxe aqui pangaré – viu que o pequeno queria descer do colo e o colocaram no chão para engatinhar, com as devidas vacinas dadas estavam menos preocupados que a criança pegasse alguma doença séria – Ele acordou agitado e só conseguiu se acalmar vindo pra cá.

— Pelo visto ele adorou as armaduras de ouro!

— Melhor o seguirmos, as armaduras são vivas temo que possam machucá-lo – disse a virginiana – Ele está passando direto por elas, será que...

— Será quê? – viram o menininho com macacão de dinossauros se aproximar e tocar a armadura de Virgem.

— A armadura o escolheu e o chamava – respondeu a deusa.

Um riso infantil ecoou pelo ambiente, Shun olhava para o alto e acenava sorridente para onde a energia dourada estava mais forte. Apenas ele e Saori conseguiram visualizar a imagem de Shaka que abençoava o seu sucessor. Quando o brilho cessou a virginiana o pegou no colo novamente quando teve uma ideia.

— Shaka o abençoou como seu sucessor a armadura de Virgem. Talvez seja bom tentarem – incentivou-os – Tentem tocar as armaduras de seus respectivos signos! – olhou para o irmão de Ikki que dormia em seus braços – Até o Shun voltou a ficar em paz para dormir. Por acaso não sentiram algo os chamando?

— Eu senti, mas, acabei não me desviando de meu dever – disse Seiya – A armadura de Aiolos, será que vai me aceitar novamente? – aproximou-se dela que também brilhou.

— Já eu estive preocupado demais cuidando de meu irmão, mas, também senti alguma coisa – seguiu até a antiga armadura de Aiolia – A armadura me aceitou também como sucessor – viu a imagem do leonino em meio ao brilho dourado.

— Graças ao Shun descobrimos qual será o primeiro passo para reconstruir o Santuário – falava baixinho para não atrapalhar o sono tranquilo do menino – Amanhã descobriremos a primeira parte dos futuros cavaleiros de ouro – sorriu confiante.

— A primeira parte?

— Sim Seiya, a primeira parte – suspirou ao lembrar das palavras de Agatha – O Oráculo disse que as armaduras esperavam seus cavaleiros, algumas teriam a sorte de conhece-los logo enquanto as outras teriam que esperar até o próximo século.

— Isso quer dizer que os cavaleiros ou amazonas restantes ainda não nasceram, certo? – perguntou o herdeiro da armadura de Leão.

— Provavelmente ou então demoraremos para encontra-los – raciocinava – De qualquer forma, com esses tempos de calmaria nós podemos adiar um pouco essas buscas. Uma nova era se aproxima e precisamos preparar bem o terreno para colhermos bons frutos – concluiu confiante.

 

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Chegamos ao final de uma saga, era isso que eu queria ter dito há algum tempo, mas, para manter o mistério sobre a morte ou a sobrevivência de Shun, eu precisei ocultar essa informação. Espero que tenham gostado da história e tenham sentido um gostinho do que está por vir futuramente. Quando eu pensei nessa história a imaginei sendo contada em três partes e não faz sentido que eu a continue por aqui, já que o Sacrifício Doloroso felizmente se passou.
Quero agradecer ao apoio que recebi nas plataformas em que eu posto essa fanfic e peço paciência pela série nova. Tenho outro projeto para finalizar antes do meu retorno as aulas e como esse é um ano puxado com TCC, não conseguirei ter duas coisas importantes quando se trata de criar e postar uma história que são o tempo (para escrever) e uma frequência boa para a postagem. Deixarei o link aqui e procurarei avisar por jornal ou mensagem sobre a história nova, quem me segue já ficará sabendo mais rápido.
Preciso uma ideia de nome para essa próxima série que será dividida em duas partes. Quem tiver alguma sugestão pode deixar aqui, por favor, agradeço desde já!
Até a próxima história! ;)
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Links de outros projetos:
"Apenas uma rosa" - https://fanfiction.com.br/historia/785238/Apenas_uma_rosa/
"Recaída" - https://fanfiction.com.br/historia/785611/Recaida/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Sacrifício Doloroso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.