Acordei com alguém quase derrubando a minha porta de tanto esmurrar. Sonolento levantei e fui ao banheiro. Andei lentamente até a porta, só para provocar o demolidor e educadamente falei:

_Porra, será que dá pra ter um pouco mais de calma? – eu disse que foi educadamente. – Quem é?

_Sou eu. – respondeu Thalia do outro lado. Abri lentamente a porta e vi que minha linda porta estava um pouquinho amassada. Brincadeira, ela estava totalmente amassada.

_Que é, cara de pinheiro? – perguntei irritado.

_Annabeth me pediu para te levar pro café.

_Não quero! – respondi me jogando na cama e cobrindo minha cabeça com o travesseiro. Thalia puxou minhas pernas e me levou (Leia-se arrastou) para fora. Achei que isso só acontecesse em filmes, mas todo mundo riu da minha cara. Imagina só, um filho de Poseidon sendo arrastado pelos pés por uma garota.

_Annie! – Thalia gritou chegando perto do chalé número 7.

Annabeth saiu e não demorou muito e começou a rir seguindo Thalia até o refeitório.

A punk só me soltou quando chegamos ás escadas, eu me levantei e irei toda a grama da minha camiseta.

_Bom dia! – disse Annabeth me dando um beijo no rosto.

_Só se for pra você! – rebati mal humorado.

_Isso doeu tá? – Annabeth fez bico. Encostei meus lábios nos dela e ela foi se sentar na mesa de Athena.

Sentei na mesa de Poseidon sozinho e não comi nada, fiquei olhando para o mar até que Grover se senta em frente a minha pessoa.

_Perrrrcy – baliu ele.

_Sim? – disse aéreo

_Problemas com o Conselho. Não vou poder seguir com vocês na missão.

_Droga. E quem ocupará o seu lugar? – meu olhar correu o lugar e uma pessoa me chamou a atenção. Danielle estava fazendo a água de seu copo rodar sem tocar nele.

_Pode ser a Danielle. – Grover percebeu para onde eu estava olhando.

Andei até ela e pedi para ela me seguir. Iríamos para o Olimpo.

Fomos para os estábulos e avistei de longe um pégaso negro.

_BlackJack! – chamei – Venha cá, garoto.

‘Oi chefe’

_Preciso de sua ajuda. Nos leve até o Olimpo.

‘Quem é ela? Você não estava namorando Annabeth?’

_Ela é minha amiga. – revirei os olhos. Danielle nos olhava confusa.

_Danny, BlackJack. BlackJack, Danny. – apresentei. – Meu pai é o deus dos cavalos, então eu consigo me comunicar com eles.

Montei em BlackJack e estendi a mão para ela segurar.

_Suba!

Eu sei que foi meio estúpido, levando em conta que Zeus me odeia, mas chegamos lá rápido.

Passamos correndo pelos arcos e entramos na sala do trono.

_Perseus. O que faz aqui?

_Lord Zeus – me ajoelhei – poderia chamar todos os Olimpianos por favor?

Em um piscar de olhos, todos estavam lá.

_Pronto Jackson, o que você quer? – perguntou Zeus rude.

_Danielle tem 16 anos e é uma indeterminada. Qual foi o nosso acordo?

Os deuses se entreolharam e alguns pareciam tensos. Segundos depois Ares foi o primeiro a se pronunciar.

_Não é minha filha. Não tem cara de ser muito forte, nem violenta.

_Também não é minha – disse Afrodite – ela é bonita, mas não tanto como uma de minhas lindas filhas. E está mal arrumada. – Danielle pareceu ofendida.

_Muito menos minha. – Hades se defendeu – Olhe para ela, acha mesmo que é minha filha? Ela não tem cara de pertencer ao submundo. – Nessa eu tive que concordar, Danielle era cheia de luz, era radiante.

_Nem minha. – pronunciou-se Zeus após receber um olhar furioso de Hera. – Faz uns tempos que não desço á terra.

_Nem minha – Hera nem precisava ter falado.

_Eu realmente preciso dizer que não é minha? – Ártemis estava entediada.

_Nem minha, ela é muito delicada para trabalhar nas forjas. – Disse Hefestos.

_Muito menos minha. Você acha que ela tem cara de quem vai aprontar? – garantiu Hermes.

_Não olhe para mim, eu estou confinado naquele inferno á anos, e só gerei Wendy. – Dionísio deu sua palavra.

_Minha não é. – disse Deméter.

_Bom – me pronunciei. – Agora só nos resta Poseidon e Athena, se não forem nenhum dos dois iremos até os deuses menores.

_É minha. – Athena se mexeu desconfortavelmente no seu trono.

_Caso resolvido. Voltamos ao Acampamento e você a assumi. Não teria sido mais fácil assumi-la á muito tempo atrás? – perguntei.

_Deixe de ser insolente garoto. – bradou Athena. – E volte logo, está quebrando regras.

Olhei para ela com cara de ‘Você está brincando comigo?’, fala sério, desde quando eu obedeço regras?

Assoviei e BlackJack veio voando, literalmente para nos levarmos embora.

É claro que eu não sairia impune dessa. Ao pousar BlackJack no estábulo, tirei alguns torrões de açúcar do bolso (N/A: Não me pergunte de onde isso saiu), e dei a ele.

_Perseus Charles Jackson. – começou Annabeth, sendo seguida por Quíron – Onde você estava? Sabia que saindo do Acampamento sem uma missão estaria quebrando regras? Sabia que tirando BlackJack estaria quebrando outra regra? Sabia que não se pode dar torrões de açúcar para um pégaso? Sabia que você está em sérios problemas? Sabia que...

_Annabeth – a interrompi – Para de falar.

Ela bufou e saiu batendo o pé.

_E então? – me virei para Quíron – Por quantas semanas terei que limpar a cozinha?

_Nenhuma, sua missão começará daqui a três dias.

_Mas já? Nem deu tempo de curtir o Acampamento. – lamentei.

_Você é um meio-sangue. Terá que fazer coisas de que não gosta.

_É, tipo ser morto por um monstro a qualquer segundo. – murmurei baixo e irritado.

_Agora ande, vamos almoçar.

Quando estávamos no meio do pavilhão uma coruja começa a brilhar sobre a cabeça de Danielle. Todos a olharam surpresa, menos eu.