Love Potion - Drastória escrita por Anne Leger


Capítulo 1
Draco




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Fomos convidados para o chá na casa da amiga de Blásio. 

Haveria muita gente nascida trouxa, mas eu não estava podendo escolher ultimamente. Blásio era o único amigo que me restava nesses tempos incertos depois de Hogwarts, mesmo que eu estivesse me dedicando a formar uma carreira, não era como se eu pudesse fugir dos olhares, embora eu gostasse de atenção, aquela não era a melhor forma de voltar a ter um nome limpo.

Quero dizer, tão limpo quanto um Malfoy poderia ser. 

O fato é que fomos até uma casa de dois andares numa rua de Godric's Hollow, era uma casa bruxa, obviamente, mas havia trouxas morando em volta, de modo que eu tive de andar. Era início do inverno, então não estava tão úmido quanto deveria ser. Minha missão era achar uma noiva e eu tinha um alvo, a irmã mais velha da dona da casa. Dafne Greengrass era alta e loura, vestia-se bem em qualquer roupa e tinha longas pernas esbeltas, ela costumava flertar comigo quando éramos mais jovens e tinha tanto dinheiro quanto minha família. 

Entramos no hall da casa de Astória Greengrass. Os Greengrass sempre se consideraram progressistas e deixar a filha mais nova morar sozinha e dar aulas de estudos dos trouxas na recém reformada Hogwarts era o seu modo de chutar a bunda dos Sanguepuristas. De cara percebo que há um telefone no hall, além de chaves de um carro. Respiro fundo o aroma de biscoitos de lavanda, a garota que abriu a porta para Blásio nos guiou até o quintal dos fundos, cercado por trepadeiras que ainda floresciam nessa época do ano, certamente obra de magia.

Haviam duas mesas colocadas juntas e um dúzia de rapazes e moças se espalhavam em torno da mesa ou conversavam num dos bancos de madeira rústica. Dafne veio até nós assim que percebeu que havíamos chegado. 

— Draco. - Ela me ofereceu um aperto de mão e então abraçou Blásio. - Que saudades, é de fato um prazer rever você. 

— O prazer é meu Dafne. Onde eu posso arranjar um desses biscoitos para meu amigo de mau humor? 

— Com Astória, é claro, vá até cozinha, aposto que ela tem uma xícara quente de chá com leite para você. - E o sorriso que ela o ofereceu era brilhante, como se estivesse tramando alguma coisa. 

Blásio ergueu as sobrancelhas, mas não disse nada, apenas voltou pela porta de tela que tínhamos saído. Uma coisa sobre os Greengrass era que gostavam de luxo. Eu podia ver nas joias de Dafne e na porcelana sobre a mesa, onde biscoitos de lavanda repousavam. 

Dafne me olhou tímida assim que eu disse: 

— Há biscoitos de lavanda na mesa. 

Ela puxou os lábios para dentro, prendendo o riso, como se estivesse sabendo de algo que eu não sabia. 

— Eu sei, mas estou dando um tempo para eles. Sabe, minha irmã tem uma quedinha por ele, então espero que eles possam conversar um pouco. Ela é tímida. 

Tentei me lembrar da última vez que vi a irmã de Dafne. Fora numa foto, ela tinha dentes tortos e um olhar endiabrado, devia ter cerca de seis anos na época da imagem. Portanto, eu não fazia ideia que a irmã dela havia crescido, será que tinha o mesmo sorriso e olhar de diabo? Bom, a resposta veio em forma de uma mulher de cabelos negros, empurrando Blásio para fora da sua cozinha. Ela usava calças, material grosso, botas pesadas e uma camiseta de alças branca, com desenhos em verde. 

Era bonita, com o lábio superior mais cheio que o inferior e seios, uau... estou divagando aqui, mas poderia dizer que são perfeitos para se olhar. Me volto para Dafne, deixando de lado a pequena discussão na porta. 

— Bem, Dafne, eu gostaria de falar com você por um segundo. - Respiro fundo, tomando coragem, eu nunca pedi ninguém em namoro, muito menos casamento. Não, nunca tive vontade de namorar, além daquela pequena síndrome de masoquismo que ocorreu pós soco de Hermione Granger. E de Pansy, quando eu ainda era um estudante, aquilo aconteceu de maneira natural, ninguém precisou pedir nada.

— Sabe, sobre uma possível união entre nossas famílias no mercado de... Porra. 

Blásio escolheu o pior momento para esbarrar em mim, a mulher que era irmã de Dafne vinha logo atrás, agora vestindo um blazer de corte reto, preto com o brasão da Sonserina bordado no lado direito. 

— Desculpe, mas Astória não está facilitando esse negócio de roubar biscoitos e chá. - E ela deu-lhe um tapa de leve, fazendo um pouco da bebida cair no chão. - Aqui, Malfoy, segure, eu vou buscar um pouco mais para mim.

— E eu fico com o pires sujo? - Eu disse ao mesmo tempo que a morena dizia "Espere!" 

Pressumi que ela se referia a Blásio e então para limpar a garganta, bebi um gole ao mesmo tempo que ela puxou o cotovelo de Dafne, desesperada, sua boca se abrindo em choque. 

E então, o cheiro de canela e chocolate entrou pelo meu nariz, o gosto de leite reforçava o sabor da erva. 

E então, o mundo pareceu dar meia volta e sair do prumo. Meus olhos se focaram nas duas mulheres sussurrando agitadas na minha frente e nada do que elas diziam me importava. Apenas a mulher morena, Astória Greengrass, era o foco da minha atenção. Seu cabelo preto, agitado pelo vento frio que atingiu meu rosto, seu lábio superior cheinho, suas bochechas com covinhas e os dentes tortos, que surgiam no sorriso sem graça que agora ela dava a Blásio. 

Meu coração errou uma batida e então voltou, batendo mais rápido. 

Blásio estava tentando levar Astória de mim. Espere, o quê? Não, isso é uma alucinação. O cabelo dela sempre foi assim? Eu sequer a conheço... Não pode ser... Merda, eu quero beija-la. 

Será que estou atraído por Astória?

Meus pés se movem para frente e ela recua, isso faz uma dor se instalar no meu peito. 

— Você é linda. - me vejo dizendo. - Estou apaixonado por você. 


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Notas finais do capítulo




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