Pretérito Imperfeito escrita por Fe Damin


Capítulo 2
Capítulo 01


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal lindas!
Depois daquele prólogo que deixa todo mundo querendo matar o James e sem entender o que aconteceu, aqui está o primeiro capítulo de PI!
A principio pode parecer que está desconexo com o prólogo, mas leiam até o fim que as coisas vão se encaixar.
Espero que gostem!



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1998 - Final de Agosto

 

A guerra havia acabado. Foram tantos momentos de medo, dúvida e desilusão, que parecia até pretensioso demais acreditar que a batalha terminaria com qualquer conclusão que se assemelhasse minimamente com uma vitória. Entretanto, foi exatamente o que aconteceu. Mortes foram sentidas e choradas, porém eles sobreviveram, talvez não inteiros - pois violência e perda eram mestres em roubar pequenos pedaços da alma de quem conseguissem alcançar - mas ainda respiravam. O mundo não tinha um bruxo das trevas como seu líder, comensais da morte foram colocados atrás das grades para apodrecer pelos crimes cometidos, e a destruição que assolou cidades inteiras foi revertida com o balançar de inúmeras varinhas daqueles que trabalharam juntos para assegurar que a paz fosse mantida.

Não tinham se passado nem quatro meses desde que Lord Voldemort fora visto pela última vez. Os dias se seguiram num entrelaçado de alívio, felicidade e lágrimas. Porém, mais cedo ou mais tarde, os efeitos da guerra teriam que passar. Aquele frio na barriga de acordar e saber que ninguém precisaria se preocupar se chegaria vivo ao fim do dia passou a ser um hábito, que logo se transformaria em mera memória. A verdade era que, mesmo com toda as situações impossíveis que tiveram que passar, a vida continuaria, e como tal, não esperaria para que os envolvidos decidissem se desapegar de seus demônios.

Era por isso que Hermione Granger se encontrava fazendo as malas. Nunca fora uma opção para ela não se formar na escola. A obtenção de seu diploma de Hogwarts era um sonho enraizado demais em seus desejos para que ela de repente desistisse de alcançá-lo, mesmo que uma guerra tenha se colocado no caminho. A decisão de voltar e terminar os estudos assim que se iniciasse o próximo ano letivo foi tomada sem que a garota realmente tenha parado para pensar sobre o assunto. Mesmo assim, enquanto dobrava suas roupas e juntava seus livros dentro do malão - que já vira dias melhores - ela não podia deixar de pensar o quão estranho aquilo parecia.

A estranheza estava na “normalidade” da ação. Quando pensava que há nem meio ano, ela estava correndo o país com o Harry e o Ron, numa empreitada quase suicida contra o bruxo mais perigoso da história, ponderar quais seriam seus professores naquele ano lhe parecia um tanto descabido. Mas o sentimento de apreensão não estava ligado apenas a isso. Ela sabia que rapidamente entraria de novo no ritmo de livros, trabalhos, provas e horas sem fim na biblioteca, eram atividades que iam de encontro a tudo que ela mais gostava. Entretanto, seu ponto de apoio não estaria presente dessa vez: Harry e Ron decidiram que não retornariam. Ambos partiriam direto para o treinamento de Aurores, principalmente agora que o Ministério tinha perdido tantos.

Sem os dois, o trio que andou junto por anos a fio, entretanto todo e qualquer problema que as paredes daquele castelo pudesse esconder, tinha sido reduzido a ela. Literalmente uma banda de uma pessoa só. A nova perspectiva não a deixava feliz, mas ela sabia que superaria os meses de distância. O que era isso perto das inúmeras vezes em que quase morreram? Mas mesmo assim, uma pontadinha de tristeza viajaria junto com ela, ainda mais quando pensava no novo status que se tinha estabelecido entre ela e o Ron. Amigos implicantes por tantos anos, agora eram namorados, e ela sabia que não havia nada mais certo em sua vida do que o sentimento que brotava em seu peito quando ele a olhava com o rosto apaixonado, lhe presenteando com um dos sorrisos que mais amava.

Ele não tinha ficado exatamente feliz quando ela declarou sua volta à escola, mas tampouco tinha ficado surpreso. Simplesmente a conhecia bem demais para supor que ela desistiria de ser uma bruxa formada. Enquanto para ele o título podia ser facilmente ignorado, para ela, era indispensável. Dessa forma, ela não escutou nenhum tipo de reclamação ou pedido para que ela não fosse, pelo contrário, o que recebeu foram promessas de visitas nos finais de semana que pudesse, e de cartas que trocariam regularmente.

Já estava quase tudo em seu devido lugar. A morena olhou mais uma vez pelo quarto, se certificando de que não esquecera de nada. Tinha se despedido dos pais na semana anterior, e vindo para a Toca, passar os últimos dias de férias entre os amigos, ou melhor, sua segunda família. A senhora Weasley não descansou enquanto não colocou todos os seus filhos debaixo de suas asas logo que a guerra terminou, e ainda não tinha se dado por vencida quanto aos protestos de que queriam voltar às suas residências. Portanto, a casa se encontrava mais do que cheia, o que não fez a matriarca da família nem piscar antes de também convidar a Hermione para se juntar a eles.

De todos os que partiram na guerra, a morte de Fred era a mais sentida por todos ali, mesmo os que não tinham um fio ruivo na cabeça. A atitude de mãe urso da Sra Weasley era apenas um dos exemplos dos efeitos colaterais que ainda permaneciam, mas outros podiam ser notados na diminuição de gracinhas à mesa durante as refeições, no silêncio que se instalava em momentos onde nunca se esperava antes, mas principalmente no lugar vazio que permaneceria para sempre ao lado de Jorge. Parecia errado olhar em sua direção e não ver a imagem duplicada dos gêmeos que sempre tinham alguma piada na ponta da língua. A família nunca mais seria a mesma, mas deviam àqueles que não estavam mais lá, viver uma vida plena sem se perder no luto da saudade.

Hermione sabia que era por isso que Ginny também tinha se decidido por voltar a escola. A ruiva podia muito bem ter aceitado algum dos convites que recebera de times de quadribol e começar uma carreira imediatamente, mas a amiga lhe confidenciara numa das primeiras noites depois que o pior havia passado, que tinha sido Fred o primeiro dos irmãos a lhe dizer o quanto estava orgulhoso da irmãzinha assim que ela veio se sentar pela primeira vez na mesa da Grifinória e, por se lembrar daquela cena, ela não conseguia deixar de pensar no quanto ele também estaria orgulhoso quando ela se formasse.

Pensar em Ginny, fez automaticamente seus pensamentos voarem para Harry. Depois de fechar sua mala, deu alguns passos até a janela e se apoiou no peitoril, de onde podia observar os dois voando distraidamente em suas vassouras lá embaixo no jardim. Um sorriso se espreitava em seus lábios ao ver o amigo passando tempo com uma atividade que era uma de suas paixões. A preocupação com  Harry não se extinguira assim que a guerra acabou, ele não tinha sido morto por Voldemort, mas voltara mais profundamente modificado do que qualquer outro participante.

Nos primeiros dias, ele parecia quase um morto vivo, todo o peso do acontecimentos recaiu em suas costas e o garoto não soube lidar com isso. Não queria comer, não queria falar com ninguém. Se trancou em um dos quartos da Toca e, mesmo com as tentativas incessantes de Ron e Mione, nada parecia penetrar no escudo de culpa e remorso que o envolvia. Eram muitos anos de amizade, tempo pelo qual Hermione viu em primeira mão todas as dificuldades pelas quais o “garoto que sobreviveu” teve que passar. Ela sentiu em conjunto muito de suas agonias e medos e jamais conseguiria deixar de se importar com seu bem estar. Harry era de verdade o irmão que ela nunca teve, e não poder fazer nada para ajudar a corroia por dentro.

Quem finalmente conseguiu tirá-lo desse ciclo de comiseração foi Ginny. Com sua habitual falta de paciência e predisposição para resolver dramas de maneira prática, ela se recusou a permitir que ele passasse mais um minuto sequer se culpando por acontecimentos que estavam bem além do seu controle. Não foi uma luta fácil, Harry conseguia ser bem teimoso quando queria, ainda mais se o assunto era se colocar como o culpado de todas as desgraças do mundo, mas Ginny tinha uma vantagem sobre qualquer outra pessoa: tinha o coração de Harry nas mãos. Com mistura de carinho e pulso forte, a ruiva conseguiu arrastá-lo para fora do quarto e aos poucos os amigos foram colocando na cabeça dele que tudo estava bem.

Depois que voltou a ter uma convivência normal com o resto do mundo, o Harry se deixou aproximar, passando horas e horas em conversas com os amigos, principalmente com Hermione, que ele duvidava muito que algum dia deixaria de ser o farol que conseguia lhe indicar o caminho mesmo que a vida parecesse uma noite escura sem estrelas. Ela respirava fundo e tentava não mostrar o coração partido com toda a tristeza do amigo, o apoiou no que precisou e o repreendeu também todas as vezes que suas ideias se voltavam, novamente, para lugares que não deveriam percorrer. A menina sabia ser o porto seguro do amigo, a pessoa em que ele confiava para ajudar a resolver qualquer problema ou dúvida, mas sabia também que não era capaz de trazê-lo de volta ao que era - na medida do possível - sozinha.

Com essa certeza em mente, era um alívio grande, além da felicidade atrelada, ver que o Harry e a Ginny estavam juntos novamente. O fim mal resolvido da relação dos dois - imposto apenas em virtude dos acontecimentos - foi revertido em uma nova tentativa, e precisaria de algo beirando a cegueira para não ver que os dois se faziam bem. Era com ela que o coração do Harry descansava, e o riso conseguia brotar com mais facilidade, o mesmo podendo ser dito da Ginny, que ficava mais radiante no momento em que a sombra dos cabelos pretos bagunçados aparecia no recinto.

Observando a interação corriqueira e descontraída dos dois, Hermione tinha certeza de que aquele casal se completava de todas as formas que realmente importavam. Ela só se preocupava se, com a distância que esse ano forçaria, o Harry pudesse se deixar levar novamente para o canto escuro do qual parecia nunca conseguir se livrar. Porém ela tinha que confiar no amigo, e no Ron também. Acreditar que mesmos sozinhos eles conseguiriam se cuidar, até porque ela não poderia estar sempre por perto, como a Ginny também não. Nesse quesito, ela acabava até rindo de si mesma, parecia uma mãe preocupada com o filho que deixaria para trás, mas o filho já era grandinho e tinha que voar com as próprias asas.

Ela escutou o barulho da porta abrindo e se virou a tempo de ver o Ron passando pelo batente.

—Vim ver se você já tinha terminado as arrumações - ele falou ao se aproximar e abraçá-la pelas costas.

—Quase tudo pronto - a garota declarou satisfeita.

—Ainda bem, pensei que não ia dar tempo, só falta uma semana - ele zombou, sempre fazendo alguma gracinha com as manias de organização dela.

—Pois saiba, Ronald que é melhor ter uma semana para averiguar se realmente tenho tudo o que vou precisar, do que me aprontar no último segundo e esquecer até a própria cabeça como uns e outros - ela rebateu, não era porque agora eram namorados que as implicâncias tinham terminado definitivamente, mas eles gostavam assim.

—Não sei de quem você está falando… - ele deu de ombros, mas ela sentiu o sorriso nos lábios que estavam encostados em seu pescoço.

—Claro que não sabe - foi a vez dela de sorrir.

—Eles ainda estão jogando? - Ron indagou, se esticando para ver o que a namorada observava.

—Deixa eles se distrairem, Ron só tem mais alguns dias antes das aulas começarem, o Harry vai ficar com saudade dela, e vice versa.

—Só o Harry vai ter saudades, é? - ele resmungou.

—Espero sinceramente, para o seu próprio bem, que não - ela se virou para encará-lo, nos olhos o tom de desafior que ele conheceria de longe.

—Vou morrer de saudades também, amor - ele confessou baixinho, satisfeito em ver os olhos da namorada se derreterem antes de se aproximar e capturar seus lábios num beijo carinhoso.

Tinha sido tão repentina a transição que fizeram entre negar até a morte que sentiam qualquer coisa um pelo outro e finalmente assumir o que levavam guardado no coração, que no princípio fora difícil se acostumar com a ideia de que podiam se tocar, que andar de mãos dadas não seria recusado e que beijos, entre outras atividades, eram encontrados com o mesmo ânimo por parte de outro. Essa fase, no entanto, fora deixada para trás, foi preciso pouco tempo para saberem se entender nos níveis mais profundos que existiam. Não havia mais olhares inquisidores antes de abraços, perguntas para colocar em prática qualquer tipo de aproximação. Se chamavam de amor, e a ação nunca falhava em trazer o resultado esperado: corações palpitando e olhares apaixonados.

—Essa foi a resposta certa - ela respondeu satisfeita, tomando como sua a vez de roubar um beijo.

Ao se separarem, o ruivo permaneceu com os braços na cintura da garota, que apoiou a cabeça em seu ombro, um abraço silencioso que bastava para ser um conforto. Permaneceram assim por algum tempo, até que ele quebrou a quietude:

—Você acha que ele vai ficar bem, Mione? O Harry? - ela sabia que aquilo vinha afligindo o namorado há tempos.

—Vai, Ron só pode ser que demore um pouco mais do que gostaríamos - ela respondeu com sinceridade, por mais que não fosse o que gostaria que acontecesse, por ela, o amigo acordaria no dia seguinte feliz e saltitante.

—Ele ainda tem pesadelos… - como dividiam o quarto, o Weasley sabia como ninguém, o que aterrorizava o último dos Potter quando as luzes se apagavam.

—Todos temos, Ron, essas coisas levam tempo.

—Eu sei… é que você não vai estar aqui e eu tenho medo que ele caia no velho “por que eles e não eu?” de novo.

—Eu não estarei mas você sim, vocês são melhores amigos, Ron, não vai deixar isso acontecer - ela passou a mão pelo rosto dele, desejando poder apagar as linhas de preocupação.

—Mas é a sua voz que ele escuta ou a da Ginny, não a minha.

—Então você vai ter que falar mais alto e se ficar em dúvida do que dizer é só pensar “o que a minha namorada falaria?” - ela sugeriu.

—Se eu tivesse qualquer ideia de como a sua cabeça funciona, teria me livrado de muitos problemas e preocupações ao longo dos anos…

—Você sempre pode me mandar uma coruja perguntando então - ela disse rindo.

—Uma alternativa muito mais segura.

—Mas não se preocupe, vocês dois vão se sair bem. O treinamento começará logo, e com certeza vão ficar tão ocupados e cansados de se machucar que não vão ter nem tempo para pensar em muitas outras coisas - ela tentava se agarrar a essa esperança também.

—Só não posso esquecer de mandar notícias, certo? - essa foi uma das primeiras “recomendações” que ela havia feito e ele.

—Exatamente - ela assentiu.

—Mas você também não pode, nem que fique enterrada em pilhas e pilhas de trabalhos.

—Claro que não.

—Acho melhor descermos, a minha minha mãe deve estar esperando para o lanche.

—Por que você não falou logo? Agora vamos levar uma bronca - a morena se desvencilhou dos braços dele e se dirigiu à porta.

—Eu posso até levar uma, mas você sabe que ela nunca briga com você - ele resmungou revirando os olhos, logo a alcançando para descerem juntos as escadas.

—Isso não é verdade.

—Claro que é, você e o Harry tem passe livre.

—Ciúmes não é bonito, Ronald - ela zombou.

—Não é ciúmes, é só fato, Por isso eu sei que não posso nem sonhar em te magoar, ela ia com certeza me mandar pra fora e te chamar para ocupar o lugar - ele brincou.

—Acho bom mesmo que você não faça nada disso - ela concordou com a brincadeira, mas a seriedade permeava suas palavras.

Os últimos dias de férias passaram rapidamente, mesmo com os desejos de que os minutos pudessem se alongar. Na última noite das meninas na Toca, o quarteto reprisou um de seus movimentos mais desafiadores, com a Ginny e o Ron trocando de quartos entre si durante a noite para que cada um pudesse dormir junto à pessoa que lhes faria falta pelos próximos meses. Só de imaginar a mãe deles descobrindo a gracinha, sentiam o estômago se revirando, mas para algumas recompensas se suportava o peso dos riscos. Nenhum dos quatro teve um sono muito expressivo naquela noite, mas fizeram as melhores caras de descansados no café da manhã do dia seguinte.

A mesa estava abarrotada, tanto de pessoas quanto de comida, como era de costume. Todos conversando ao mesmo tempo num burburinho sem fim. A hora de sair para pegar o trem se aproximava, e as meninas terminaram de comer e de se arrumar para partir.

—Nós vamos levar as meninas até a plataforma - o Ron anunciou se levantando da mesa que agora se encontrava quase vazia, já que os irmãos tinham ido trabalhar.

—Mas claro que não, esperem que eu e seu pai vamos juntos - a Sra Weasley retrucou imediatamente.

—Mãe, não precisa ir, tirar o papai do trabalho pra isso, ele mal saiu de casa! Já somos grandinhos - o ruivo insistiu.

—Ele não se incomoda - era difícil argumentar com Molly Weasley quando ela tinha uma ideia fixa.

—Mãe, é só a viagem para Hogwarts. O castelo foi reconstruído, todos os feitiços de defesa de volta no lugar, vamos estar seguras, e não foram vistos mais nenhum bruxo das trevas - a Ginny tentou tranquilizar a mãe.

—Eu sei, querida, eu sei… ai deixa eu olhar pra vocês duas - ela se levantou e foi em direção onde a filha e a Hermione permaneciam sentadas, levou uma mão ao rosto de cada uma, parando alguns instantes para observá-las - Fiquem seguras, me ouviram bem! Nada de aventuras, ou coisas perigosas e mandem uma coruja se qualquer coisa acontecer - ela ordenou sem rodeios.

—Mesmo se for só um cortinho no dedo? - a mais nova dos Weasley brincou com a sorte ao dar uma respostinha engraçada.

—Ginevra, eu não estou brincando!

—Eu sei, mãe, mas nada vai dar errado. Essa história toda acabou, o que mais poderia acontecer? - sinceramente, ela sabia que seria apenas um ano normal na escola, talvez o primeiro desde que começara os estudos.

—Não faço ideia, se eu soubesse, não estaria nervosa.

—Não se preocupe Sra Weasley, vou cuidar direitinho da Ginny - Hermione se adiantou a tranquilizá-la, até porque realmente não deixaria que nada acontecesse à amiga.

—Claro que vai, querida, mas quem vai cuidar de você? - ela se sentiu tocada com a preocupação demonstrada em sua direção;

—Eu, é claro - a Ginny revirou os olhos.

—Se comportem, em qualquer sinal de situação estranha, corram para o outro lado.

—E como fica nosso espírito aventureiro? - mais uma vez a Ginny abusou da sorte,

—De preferência guardado a sete chaves aqui em casa - a mãe a olhou de cara feia.

—Você se preocupa demais, mãe.

—Me preocupo porque amo vocês, agora andem depressa, se não vão se atrasar - com a declaração carinhosa, a Sra Weasley despachou os filhos para a estação.

Os quatro chegaram sem nenhum problema à King’s Cross. Foi um momento nostálgico passar pelo portal e encontrar o mesmo trem vermelho de sempre esperando os alunos. A plataforma se encontrava apinhada, e com os poucos minutos que faltavam, as meninas começaram as últimas despedidas para que pudessem entrar no trem e procurar logo por uma cabine vazia.

—Não vai se meter em nenhuma encrenca, hein! - o Harry brincou abraçando a Hermione.

—E quando é que eu me meti em encrenca sem vocês por perto?

—Bem pensado!

—Vocês dois que tratem de se comportar, não vou estar aqui pra livrar os pescoços de vocês - ela apontou de um para o outro.

—Mas aqui não tem detenção - o Ron tentou se sair com ar de superioridades.

—Tem castigos da sua mãe, o que é muito pior - a menina não daria trégua.

—Acho melhor a gente parar essa conversa, cara, por algum motivo parece que só vamos perder em argumentos - aconselhou o Harry.

—Pelo motivo óbvio de que eu sou muito melhor neles.

—Amo como o mundo quase acaba, mas o seu ego continua intacto - o Ron falou para a namorada e todos cairam na risada.

—Nós estamos na plataforma… o trem de Hogwarts vai sair em breve, e tem até alunos novos embarcando - o Harry observou quase hipnotizado assim que o riso sumiu.

—Você conseguiu, Harry o mundo está salvo, ainda não se acostumou? - a amiga perguntou.

—Eu não consegui nada, todos nós conseguimos, na minha conta ficam apenas as…

—Pode parar por ai, Harry, não venha com essa besteira de novo, você sabe que aqueles que não estão mais entre nós deram a vida por um mundo melhor - Ginny o  interrompeu, antes mesmo que a Mione o fizesse.

—E ninguém te culpa por nada - a morena completou.

—Isso mesmo, cabeça oca, quantas vezes vamos ter que repetir? - foi a vez do Ron de dar sua opinião.

—Quantas vezes ele precisar para entender, Ronald. E como eu e a Ginny vamos estar longe, faça o favor de lembrá-lo regularmente.

—Vou sentir sua falta, Mione como vou passar em alguma prova sem você? - o garoto perguntou, uma dúvida sincera em seus olhos verdes.

—Para os testes de auror você é mais do que qualificado, Harry, vai dar uma surra naqueles examinadores.

—E de mim, não vai sentir falta? - a Ginny zombou.

—Ai, sem manha, Ginny, por Merlín! - o irmão reclamou como sempre fazia quando o assunto era a irmã e o namorado.

—Para de encher o saco da sua irmã e deixa ela se despedir - ela olhou feio para o namorado, antes de seu olhar se suavizar - você podia vir fazer o mesmo.

O Ron tirou a atenção da Ginny que agora se abraçava ao Harry, e foi passar os braços em volta da namorada.

—Eu sei que a minha mãe é exagerada, mas se cuida mesmo, tá? - ela se apaixonou um pouco mais por ele só pelo toque de nervosismo em sua voz.

—Claro, Ron. você não vai se livrar tão fácil de mim - ela brincou.

—Levei tanto tempo para conseguir a sua atenção, que a última coisa que eu quero é me livrar dela - ele garantiu fazendo-a sorrir.

O apito do trem estourou a bolha de felicidade em que se encontravam, dando o aviso de que era realmente hora de partir.

—Tchau, Ron, até o natal - ela o apertou contra si, roçou os lábios nos dele e se juntou a Ginny para entrar no trem.

As duas acharam uma cabine a tempo de se instalarem e verem pela janela os namorados desaparecerem com a distância. Ambos acenando seus últimos adeus.

—São só alguns meses, certo? - a ruiva procurou por uma confirmação da amiga.

—Só alguns meses - ela disse tentando convencer a si mesma também.

Alguns minutos depois a Luna se juntou a elas, simpática e avoada como sempre.

—Agora eu preciso ir meninas, tenho monitores para informar antes de chegarmos à escola - Hermione anunciou, se referindo ao cargo de monitora chefe ao qual tinha sido designada naquele ano.

O restante da viagem passou tranquilamente, não fora nenhuma dificuldade para Hermione organizar os novos monitores e - juntamente com o monitor chefe daquele ano - distribuir tarefas e ocupações para os primeiros momentos do ano letivo. Aquilo era o tipo de coisa que a garota mais se sentia confortável fazendo, dar ordem para o que antes parecia bagunçado, então usou sua melhor postura de autoridade, a voz concentrada e os gestos decididos. Ela teve que se segurar para não rir com os olhos ligeiramente arregalados dos integrantes mais novos do grupo, ainda era quase uma piada notar a aura de admiração com a qual muitos bruxos a encaravam. Nada muito diferente das expressões ao se encontrarem perto do Harry ou do Ron. Depois de todos os acontecimentos da guerra, o trio ficara famoso e  - de acordo com o Harry - os amigos veriam como era legal ter pessoas os encarando onde quer que fossem.

Ela foi a primeira a sair do trem a fim de organizar as filas de alunos. A imagem familiar do Hagrid chamando pelos primeiro anistas trouxe uma boa dose de nostalgia ao seu peito. Parecia que fora ontem que estava entre aquele pequeno grupo, se maravilhando com barcos que deslizavam sozinhos pela água e com qualquer outra coisa fantástica que não existia em seu mundo trouxa. Hermione sabia que deveria permanecer em sua posição, mas trazendo a tona um de seus lampejos de rebeldia, pediu para um dos monitores mais velhos tomar o seu posto por alguns instante enquanto ela se apressou em direção ao gigante.

—Hagrid! - ela gritou ainda a alguns passos dele.

—Mione! Que bom te ver - com suas mãos enormes e jeito desengonçado, o gigante lhe deu um abraço - como estão todos? Aqueles meninos mal se lembram de mandar notícias.

—Estão todos bem, Hagrid, pode deixar que eu vou puxar a orelha dos dois na primeira carta que eu enviar - ela o assegurou com um sorriso maldoso.

—Também não precisa ser muito brava com eles - ele balançou as mãos, sempre com sua gentileza que não gostava de conflitos.

—Você tem aí um bom grupo de iniciantes esse ano, não? - Hermione se admirou com a quantidade de alunos que se agrupavam em torno deles.

—Sim, os pequenininhos chegam sempre animados - ele sorriu, olhando satisfeitos para as crianças que não paravam de cochichar e apontar para tudo.

—Vou voltar para o meu posto, nos vemos no salão, Hagrid.

—Ah, sim, monitora chefe! Parabéns, não podia ser diferente - ele a elogiou, e a garota esboçou um sorriso satisfeito.

—Obrigada, até mais tarde.

Depois de todos os alunos direcionados devidamente, Hermione se juntou à Luna e a Ginny que a esperavam na última carruagem que as levaria pelo caminho que percorreram várias vezes antes, levando diretamente ao castelo que permanecia imponente sobre as margens do lago. A diferença é que dessa vez eram poucos - no caso delas nenhuma - os que não conseguiam ver os trestálios que puxavam os veículos, a morte levantou o manto de invisibilidade que anteriromente os cobria.

Tradições nasceram essencialmente para serem mantidas, de forma que o banquete de início do ano letivo conteve tudo aquilo que as meninas eram habituadas a ver. Fileiras de alunos apreensivos com a seleção, toneladas de comidas saborosas e, claro, o discurso inicial do diretor, que agora estava nas mãos da professora McGonagall. Fora a primeira vez que Hermione presenciou o momento sem as palavras sábias e gentis de Dumbledore, mais uma cicatriz que a guerra havia deixado para os que ficaram.

—É um pouco estranho não ter o Dumbledore ali em cima, não é? - ela cochichou no ouvido da Ginny, enquanto a diretora falava sobre novos tempos, esperanças e a união que a escola mantinha entre todos.

—Nunca vai ser mais estranho do que no ano passado - ela torceu o nariz ao lembrar do período em que Hogwarts foi comandada por partidários de Voldemort.

—Pensando assim, consigo até ver um lado bom de ter perdido o ano… - seus pensamentos se perderam por alguns instantes, mas a voz da diretora lhe trouxe novamente ao presente - ela vai anunciar os novos professores!

—Só você pra ficar animada com isso, Mione - a ruiva zombou.

—Seu comentário pareceu saído da boca do seu irmão - ela devolveu no mesmo tom de brincadeira.

—Como última representante Weasley em Hogwarts, tenho que honrar a família - o sorriso que a ruiva tinha no rosto era uma mistura do humor de todos os seus irmãos, e as duas acabaram tendo que abafar o riso para não levar uma bronca logo na primeira noite da escola. Uma guerra inteira podia ter acontecido, onde as duas participaram ativamente, mas isso não impediria a professora McGonagall de usar todos os seus poderes de disciplina se assim fosse necessário.

Depois de coordenar o direcionamento dos alunos novos para suas casas, Hermione decidiu que já estava na hora de descansar. Andou pelos corredores indo em direção do que agora era o seu novo quarto - privilégio dos monitores chefes - porém escutou seu nome sendo chamado, fazendo-a parar e atender a diretora que pedia sua atenção.

—Srta Granger, espero que o retorno a Hogwarts tenha sido satisfatório - ela a cumprimentou, os lábios finos ligeiramente inclinados num sorriso.

—Foi sim, senhora, obrigada.

—Não tivemos tempo de conversar pessoalmente sobre isso, mas quero crer que a indicação para monitora chefe não vá ser um problema…

—Oh, não, fico muito contente com a confiança - esse foi um cargo que sempre esteve entre seus sonhos.

—Com certeza Dumbledore teria feito a mesma escolha, não podem me acusar de favoritismo - ela disse num tom conspiratório, uma das raras vezes em que a professora se permitiu fazer gracinhas - ainda essa semana, passe na minha sala para discutirmos melhor sobre o plano de estudos que você mencionou na sua carta.

—Farei isso - concordou, contente em saber que provavelmente conseguiria encaixar em sua grade todas as disciplinas que queria.

Animada com a última notícia do dia, ela se despediu da diretora e retomou seu caminho, chegando até a passagem secreta no terceiro andar - escondida por uma estátua - onde ficava a entrada do seu novo dormitório. Ela estava prestes a entoar a senha que abriria o caminho, quando se sobressaltou com uma voz ao seu lado.

—Nem me chamou para conhecer seu novo quarto! - Ginny estava encostada na parede do lado oposto, provavelmente escondida de propósito para pegar a amiga de surpresa.

—Ginny, você quase me mata do coração! E como você chegou aqui? - a localização do quarto era para ser um segredo entre os monitores chefes apenas.

—Você se esqueceu que eu tive mais de um irmão que foi monitor chefe? 

—E o que isso tem a ver? - Hermione ainda continuava confusa.

—Tem que eu enchi o saco até um deles me contar - ela deu de ombros.

—Claro que encheu - e garota deu de ombros, rindo de si mesma por não ter previsto a resposta que era tão característica da amiga - foi o Percy que deu com a língua nos dentes?

—Sempre, ele nunca vai deixar de ser o mais fácil de perturbar.

—Com essa sua cara, fico quase feliz de não ter irmãos - Hermione zombou.

—Já eu tenho muitos, uma garota tem que saber se defender. Anda, vamos logo ver como é por dentro.

Sabendo que não adiantaria dizer a Ginny que ela não deveria saber a senha e muito menos entrar ali, Hermione murmurou a palavra e as duas entraram juntas no cômodo.

A primeira vista, era uma sala modesta, com um sofá, escrivaninha, e uma lareira. No fundo uma porta que dava acesso ao quarto e ao banheiro privativo. 

—Você tem sua própria lareira! Que injustiça… - a ruiva reclamou.

—Injustiça por quê?

—O Voldemort não podia ter esperado mais um ano para atacar? Você teria terminado a escola antes e eu teria essa lareira pra mim - Ginny olhou para as chamas que trepidavam fazendo graça como se fosse pegá-la.

—Era para você ter mandado uma coruja com esse recado para ele, com certeza ele teria sido compreensivo - continuou a brincadeira. Era um alívio para todos, conseguir achar graça entre tudo o que tinha acontecido, então não se privavam dos momentos em que podiam rir as custas do que passaram.

—Falha a minha.

—Mas eu deixo você usar a minha lareira quando quiser - as duas se sentaram no sofá, aproveitando o calor que o fogo emanava.

—Já começou o ano quebrando regras… os meninos ficarão orgulhosos!

—Pelo jeito foi convivencia demais, não consigo evitar - riram em conjunto, engatando uma conversa animada e cheia dos comentários que não puderam fazer na frente dos outros durante a cerimônia no Salão principal.

A rotina em Hogwarts entrou nos eixos rapidamente. Ginny e Hermione faziam quase todas as aulas juntas, com exceção das disciplinas extras que a mais velha tinha escolhido cursar. Pouco menos de um mês de aula, e já eram vários os itens de trabalhos para serem feitos. As obrigações das duas não se restringiram apenas às acadêmicas, já que Hermione precisava fazer suas rondas e fiscalizações como monitora chefe, e Ginny tinha um time inteiro de quadribol para treinar e fim de vencer o campeonato daquele ano como capitã do time.

Os limites entre as casas ficaram menos acentuados depois das batalhas em que colegas lutaram lado a lado para proteger a escola, então não era difícil que amigos se juntassem à mesa de outros. As meninas se revezavam em comer junto com seus amigos da Grifinória, ou ainda acompanhar a Luna na mesa da Corvinal, porém, a maior parte do tempo em que precisavam realmente estudar, era passada nos aposentos da Hermione, onde tinham calma total, e a companhia uma da outra, que sabiam poder confiar.

Após uma aula particularmente complicada de poções, onde o professor Slughorn achou por bem que os alunos deveriam estar a par de receitas avançadas, as duas alunas da Grifinória fugiram direto para o local de sempre, com o intuito de descansar - ao menos um pouco - antes da aula de trato das criaturas mágicas que teriam. Ginny se jogou de uma vez no sofá, enquanto Mione foi procurar um conjunto de pergaminhos que tinha deixado sobre sua mesa de estudos. Ela era a única pessoa que tinha acesso a esse cômodo, além de Ginny é claro, já que a porta estreita que ficava quase escondida ao lado da lareira e dava acesso à sala de estudos do monitor chefe, só podia ser aberta com ordem dos dois. Então se surpreendeu ao ver um livro que não era seu, repousando ao lado do resto de seus materiais.

—Ginny, você deixou esse livro aqui? - ela se virou para mostrar a capa da edição extremamente antiga de Hogwarts: uma história.

—Que livro? - sem conseguir ver direito de onde estava, a ruiva se levantou e foi até a amiga - não, a única pessoa que eu conheço que leu esse livro é você, não é seu?

—Não - ela franziu a sobrancelha, passando os dedos de leve pela lombada - é uma primeira edição! - quase engasgou com a descoberta.

—E? - Ginny, como a maioria dos seus amigos, não compartilhava seu amor por livros, então não entendeu logo de cara o que aquilo significava.

—Só existem quatro exemplares da primeira edição, Ginny! Cada um elaborado e assinado por um dos fundadores de Hogwarts, isso é uma reliquia! - ela se controlou para não dar um gritinho de animação, suas mãos trêmulas com a importância do peso que segurava.

—E quem teria deixado isso aqui? 

—Não faço a menor ideia… eu deveria entregar à diretora, mas acho que não faz mal dar só uma folheada, né? - ela olhou para amiga em busca de confirmação, mas esta apenas deu de ombros - só pra ver de qual dos fundadores é esse exemplar…

—Abre isso logo, Mione! Você vai ficar sonhando com esse livro se não olhar dentro.

Sem precisar de mais incentivos, ela abriu a capa e se deparou com uma escrita elegante, formando em letras douradas o nome Godric Gryffindor.

—É o volume da Grifinória! - dessa vez, Hermione não conseguiu impedir um pulinho - vou olhar só mais um pouquinho…

—Claro, só mais um pouco - a voz de Ginny demonstrava o quanto ela não acreditava naquela declaração.

Sua empolgação era tanta, que Hermione nem se deu ao trabalho de deixar a bolsa que sempre carregava consigo - hábito adquirido durante a guerra - para poder olhar mais confortavelmente para o livro. Virou os primeiras páginas com cuidado, seus olhos averiguando com reverência as palavras escritas há tantos anos naquele papel delicado. Conforme foi passando os capítulos, notou que alguma coisa impedia que as páginas se alinhassem da maneira correta. Com medo de danificar aquele exemplar tão magnífico, ela abriu no exato local, para ver o que existia ali como empecilho.

—Por Mérlin! - ela exclamou assim que seus olhos registraram o objeto guardado dentro do livro.

—O que foi? - a Ginny tinha voltado ao sofá, mas a surpresa da amiga atiçou sua curiosidade, trazendo-a de volta ao seu lado - isso é o que eu estou pensando? - se juntava ao espanto da outra.

—É um vira-tempo, o que está fazendo aqui?

—Nunca vi um de perto, pensei que fossem controlado a ferro e fogo pelo Ministério.

—E são - explicou Hermione - tem alguma coisa errada aqui… um objeto desses não pode aparecer do nada no meu quarto assim - a corrente dourada segurando o pequeno item parecia implorar para ser pega.

—Parece que tem alguma coisa escrita nele. Mione - a ruiva observou ao chegar mais perto e se inclinar sobre o livro.

—Todos tem.

—Mas e se for algo importante?

—A Diretora vai saber o que fazer - o sentido de responsabilidade da garota estava dando as caras.

—Se fosse para uma mensagem para ela, ele estaria na sala dela, não aqui - Ginny argumentou.

—O que sua mãe falou sobre a possibilidade de coisas estranhas acontecerem?

—Ela não está aqui, Mione, além disso, que mal faz ler uma mensagem? Não estou falando para usarmos o vira-tempo… você não está nem um pouco curiosa?

Claro que ela estava curiosa, e muito! Não se passava anos e anos desvendando mistérios sem fim com os amigos sem que isso ficasse interiorizado em si, era difícil ignorar um acontecimento daqueles.

—Você tem razão, vamos só ver o que está escrito - ela pegou a corrente nos dedos, aproximando o objeto dos olhos.

No entanto, antes que ela conseguisse focar a vista na mensagem contida nas letras miúdas, o pequeno círculo dourado começou a girar em alta velocidade. Tudo aconteceu rápido demais, uma luz forte emanou da pequena ampulheta e o grito de espanto da Hermione ficou perdido no ar quando as duas garotas foram envolvidas pelo brilho que sumiu deixando o quarto vazio.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que sou suspeita para falar, mas eu adoro ver nossos queridinho depois da Guerra. Dar um panorama de como está a vida... de tudo que tiveram que passar e o que estão fazendo para continuar a viver e honrar aqueles que se foram..
Mas então, o que tem a ver com Lily e James? Vamos ver no próximo capítulo para onde a Mione e a Ginny foram parar....
Não deixem de me contar o que estão achando lá nos comentários!
Bjus



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