Depois do Adeus - A ascensão do Lúcifer. escrita por OnlyGirl08


Capítulo 9
De volta a Rotina, Lúcifer!


Notas iniciais do capítulo

Terapia e um crime.
Boa Leitura!



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Na manhã seguinte, dra. Linda estava se despedindo de uma paciente com ansiedade quando Lúcifer bateu em sua porta.

—Lúcifer, que surpresa! – ela comentou sorrindo. – Achei que não fosse vê-lo mais aqui. – e então se sentou na sua habitual cadeira, nem um pouco surpresa com a aparição do diabo em pessoa.

—Agora que estou aqui para ficar, bem... ouvi dizer que é sadio ir com regularidade ao terapeuta. – ele se sentou no divã.

—Achei que fosse voltar ao inferno quando resolvesse o caso do Portal.

—Sim, e eu voltei com a Maze, na verdade. Aparentemente eu não consigo mais atravessar os portões do inferno.

—E isso eu presumo não ser comum. – comentou Linda cruzando as pernas.

—De forma alguma. Mas, eu descobri que isso é coisa do meu Pai. Mais um de seus truques. Agora, segundo Amenadiel, ele quer que eu volte a Cidade Prateada.

—E porque ele acha isso?

—Porque fui barrado do inferno e abriu passagem para eu subir ao Céu novamente. Fora que meu rosto de diabo sumiu de vez e parece que colaram purpurina nas minhas asas de tanto que elas estão reluzindo.

—Então, um anjo? Sem... coisas de Diabo?

—Isso. Sem coisas de Diabo!

—O que está achando disso tudo?

—Uma maravilha! Não preciso voltar ao inferno e posso ficar! – Lúcifer cruzou as pernas. – Mas, não foi sobre isso que vim conversar.

—Ah, não?

—Não. Bom, ontem eu tive uma tarde interessante com a prole da Detetive. Não foi tão ruim quanto achei que seria e isso está me intrigando.

—Achou que seria como?

—Seria como Justin Bieber e Ursinhos Carinhosos unificados, mas até que foi um momento agradável. Ela fez comigo algo que eu sabia que tinha certo valor pessoal, era um tipo de tradição entre o pai da Chloe e a Chloe criança e ela queria passar por isso, mas ela não quis fazer com o detetive babaca, e fez comigo. Eu acho que ela ficou tocada com isso.

—Ela ficou tocada com isso? – Linda repetiu.

—Isso. Eu não gosto de mini seres humanos! Eles não podem beber ou usar cocaína com você, mas eu não sei, não foi ruim tomar sorvete.

—E o que fizeram depois do sorvete?

—Eu a levei para casa. A Chloe pediu pizza e eu a deixei lá.

—Não quis ficar?

—Ela convidou mas, eu fui embora. Eu queria ficar, mas achei melhor ir.

—Porque achou isso, Lúcifer?

—Não quero meter os pés pelas mãos com a Detetive. Ela pareceu bem encantada por eu e a Trixie ter saído que eu não queria que ela se sentisse pressionada a tentar algo comigo por conta disso. Quero que fluía naturalmente, sem intervenção, seja humana ou divina.

—Entendi. Está sendo cuidadoso. – Linda observou. – Vocês já passaram por muita coisa juntos e está sendo cauteloso agora que percebe que não há nada que o restringe de ficar.

—Exatamente isso. Então acha que agi certo em sair, não é?

—Lúcifer, eu não estou aqui para julgar o que foi certo ou errado. Mas pelo que estou vendo você não ficou tão em paz com a sua escolha quanto parece.

—Óbvio que eu fiquei. Era só uma pizza! Não tem nem motivos para eu não ficar em paz. – ele riu. Linda o encarou por alguns segundos.

—Lúcifer, a impressão que estou tendo é que você está se assustando com a conexão que você está tendo com as Decker. Toda a monotonia do dia a dia, ter alguém ao voltar de um longo dia e todas essas questões humanas que antes você menosprezava, parece que está sendo positiva para você e indo de encontro com tudo que você acreditava.

—Eu ainda sinto que ela merece alguém melhor, doutora. Alguém que goste das monotonias e chatices. Eu... não acho ruim. Mas, sinto que não serei eu. Eu não quero ter que descobrir isso ou me decepcionar. Não quero ser alguém que não sou, assim como fui com a Eva. Eu... não quero que isso ocorra com a Detetive. – Lúcifer confessou. – Não sou um homem comum que vai chegar no fim do dia com uma maleta do trabalho ou algo do tipo.

—Lúcifer, a Chloe se apaixonou pelo que você é. Ela viu o seu lado mais obscuro, e o amou mesmo assim. Ela conhece suas manias e o ajudou a lidar com questões que antes você não desenvolvia sozinho. Tenho certeza de que ela mesma não irá querer que você seja outra pessoa.

                Lúcifer não respondeu de antemão, olhou pela janela alguns segundos.

—Tem razão, doutora. – ele disse.

—Tenho?! – ela disse surpresa. – Sério?

—Sim, ela já viu meu pior e mesmo assim me quis. Não tenho que temer, fora que estou gostando das coisas pacatas que estar com a Detetive me proporciona.

—Por essa eu realmente não esperava.

—Você é a melhor, Linda! – Lúcifer levantou e saiu.

—Oi, Dan. – cumprimentou Chloe ao chegar na cena do crime.

—Bom dia! – ele sorriu. – Cadê seu parceiro?

—Deve chegar daqui a pouco. – ela comentou. – O que temos aqui? – ela entrou na casa e viu o corpo de uma mulher estirado no chão da sala. Ella já estava fotografando o corpo.

—Bom dia! – ela sorriu e caminhou até os dois. – Caso comum de estrangulamento. – ela indicou a garganta da mulher. – Emília Allen, 34 anos, gerente numa cafeteria próxima. Não há sinais de arrombamento ou de furto na casa.

—Então um caso pessoal, possivelmente. – comentou Chloe olhando em volta.

—O filho dela estava em casa, Michael Allen. Ele está no quarto. – comentou Ella.

—Não quer falar nada, já adianto logo. – comentou Dan.

—Eu vou lá. – Chloe tirou a luva e caminhou até o segundo andar onde viu a porta aberta. Não estranhou ao ver o pequeno Allen conversando com Lúcifer.

—Ele não quis me machucar. – o menino falava. Chloe se escorou a porta, mas não interrompeu.

—Entendo, fique tranquilo Mike, nós vamos pegar o monstro que fez isso com sua mãe. – Lúcifer sorriu e se levantou.

—Bom dia, Detetive. – Lúcifer sussurrou e a afastou do quarto.

—O que estava fazendo lá sem mim?

—Não se sinta ofendida. Eu estava parando o carro na esquina ao lado quando vi Michael tentando se jogar da janela.

—Lúcifer! – ela exasperou e olhou o menino no quarto, ele só estava deitado na cama.

—Fica tranquila, eu resolvi o problema.

—O que você fez?

—Eu meio que “mostrei” que era um anjo da guarda e que iria protege-lo e vingar a morte de sua mãe, então ele me contou o que houve. – Lúcifer desceu as escadas e foi ao encontro de Dan e Ella. – Um metro e noventa, ruivo de cabelos cumpridos e cavanhaque. De acordo com o menino, usava uma blusa de uma banda de roque que tinha um peixe como símbolo. Ele entrou de manhã, na hora em que a mãe estava preparando waffles e apontou uma arma para ela. Ele se escondeu atrás da bancada da cozinha e não viu muito a ação.

—Isso explica o tiro na geladeira e os fios ruivos na roupa da mulher. – comentou Ella. – Então, seguindo a lógica, - Ella se posicionou na cozinha americana. – ela estava aqui e ele, Lúcifer fica ali no meio, isso! E ele ali, ele apontou a arma, ela se desvencilhou e ele errou a mira atingindo a geladeira. Ela pegou o objeto mais próximos que era a máquina de waffles e jogou nele, o que a fez ganhar tempo para correr para a sala. A arma deve ter caído nesse meio tempo, com a mira péssima e sem tempo, o homem usou a força bruta.

                Chloe caminhou até o corpo da mulher e depois olhou em volta. Depois, ela olhou as janelas e portas.

—Ele saiu pela porta. – Chloe comentou. – Estava visivelmente nervoso com o manuseio da arma e deixou o menino vivo, mesmo depois de vê-lo. Ella, a mulher tinha algum parceiro?

—Estava viúva há três anos.

—Bom, foi um assassino que a conhecia. – disse Chloe. – Dan, pode checar com os vizinhos se alguém viu o homem com nosso perfil? Lúcifer, vamos até o trabalho dela.

—É para já, Detetive!

                Os dois entraram no carro e Chloe deu partida em direção ao Coffee Trish.

—Emocionante, não? – Lúcifer comentou dentro do carro. – Nós dois aqui, atrás do cara mau, como nos velhos tempos.

—É, tem razão. – Chloe abriu um sorriso, mesmo sem tirar os olhos da estrada. –É bom ter o meu consultor civil de volta. – Lúcifer ficou satisfeito e se encostou na poltrona.

Chloe estacionou rente a calçada do café e ela e Lúcifer entraram no estabelecimento. Era um ambiente rebaixado com madeira e detalhes rústicos. O típico lugar onde os outros levam notebooks e trabalham a tarde inteira com o cheirinho de café fresco. Havia uma atendente e um barista.

—Polícia de Los Angeles! – anunciou Chloe mostrando o distintivo. – Viemos buscar algumas informações sobre Emília Allen.

—Ah, Emília! – exclamou a menina. – é nossa chefe! Ela não chegou ainda.

—Nós sabemos, ela está morta! - disse Lúcifer. Chloe suspirou e revirou os olhos.

—O que? Morta?! – o barista de aproximou.

—Tinham algum contato com ela? Algo que pudesse ser suspeito?

—Ela é uma mulher maravilhosa! Nos acolheu quando ninguém nos queria. – a menina saiu de trás do balcão e revelou a barriga. – Meus pais me expulsaram de casa quando engravidei, ela me deu emprego e me ajudou muito. Dormi umas semanas aqui e depois fomos juntas ver um apartamento para alugar.

—E eu, bem, sou trans. Não conseguia emprego.

—Emília é a mulher mais corajosa que conheci. – exclamou a menina.

—Ela tinha algum namorado ou um homem suspeito?

—Bom, namorado não. Mas ela era bonita, alguns homens vinham aqui só para tentar algo. – disse a menina.

—Ivy, mas tem aquele cara, lembra? Eu disse que ele era entranho! – comentou o rapaz.

—Que cara? – perguntou Lúcifer.

—Um homem de boné e óculos vinha todo dia desde a semana passada aqui. Sentava ao canto e ficava horas lendo jornal. Ele só queria ser atendido por ela.

—Ontem, Emília disse que não o atenderia e quando ele entrou ela ficou no escritório e então eu fui. – disse a menina. – Ele foi um grosso e disse que o assunto dele era com ela.

—Ele era ruivo, sabe dizer?

—Ele ficava aqui dentro de boné e óculos, mas tinha um cavanhaque ruivo sim. – A menina comentou.

—Ele pagava em dinheiro? – perguntou Chloe.

—Na maioria das vezes sim. Só uma vez, bem no início pagou no cartão.

—Pode puxar, por favor?

—É claro! Eu sabia que aquele cara era estranho! – comentou o rapaz indo ao computador do caixa. – Aqui. – a menina entregou um papel com o número do cartão.

—Vamos mandar isso para Ella.

—Ronald Simpson, 35 anos, mecânico na Allas, quase o interior de LA. Sem procedentes criminais, apenas uma briga de bar há 10 anos. – Ella comentou mostrando a foto do sujeito.

—Bate com a descrição do nosso assassino. – comentou Dan. – Falei com os vizinhos e viu o homem de boné e óculos indo de moto em direção a Allas

—Vamos acionar a polícia de Allas. – comentou Chloe. – Enquanto isso, teremos que aguardar!

—Bom, então eu vou ver como está o retorno da Lux. – comentou Lúcifer já se adiantando.

—Lúcifer, cara! – Dan o acompanhou.

—Oi, Daniel!

—Bom, eu... você voltou e ainda não conseguimos conversar, queria falar com você.

—ótimo! Pode me ajudar na encomenda de bebidas. – Lúcifer deu um tapinha nas costas de Dan fazendo-o caminhar.

                Os dois se encontravam na Lux, com várias caixas de bebidas importadas abertas.

—Queria saber desse seu fornecedor de whisky escoceses super caro. – comentou Dan depois de beber um copo.

—Prefere e informação ou a bebida? – Dan levantou o copo para o brinde.

—Queria te dizer umas coisas...

—Se for me insultar, eu realmente não estou afim. – começou Lúcifer.

—Não, é sobre isso. – Disse Dan deixando o copo de lado e olhando Lúcifer. – Desde a morte da Charlotte eu... eu culpei você. Eu queria sentir raiva de você para me sentir melhor, para não me sentir tão culpado, mas você não teve culpa e nem mereceu o jeito que o tratei. Eu falei que você não era um dos mocinhos, mas a verdade é que eu que não sou. Na verdade eu não me conheço mais, não sei o que eu sou e acho que no fundo eu sentia inveja de você.

—A Charlotte era importante para mim também, Daniel, eu... eu entendo você! Não consigo imaginar se eu perdesse a... – mas ele não terminou a frase. Lembrou das vezes em que Chloe esteve perto da morte e o pavor que sentiu.

—A Chloe, pode falar. – Dan sorriu. – Sei que vocês dois estão num lance já tem um tempo, mas esses meses em que você esteve fora ela só viveu para o trabalho, estava péssima. Então, de verdade, chega de perder tempo, cara! – Daniel pegou a garrafa do Whisky e entornou a bebida no copo de Lúcifer. O diabo levantou o copo e brindaram.

—Aos vilões.

—Aos vilões. – Dan brindou.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Não aguentava mais a inimizade Dan/ Lúcifer haha
Coisas boas (que todos nós queremos) estão por vir :)
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